O cidadão-contribuinte-eleitor que navegar pelo portal da transparência da Prefeitura de Belo Horizonte vai constatar que nada menos de R$ 46 milhões estão aprovados para gastos em publicidade no período de fevereiro/2020 a fevereiro/2021. Isso: R$ 46 milhões. Exatamente: comerciais de TV, anúncios, numa média de R$ 3,8 milhões por mês.
No Brasil o poder público acha-se no direito de usar dinheiro de impostos para convencer-nos de que é competente, íntegro, honesto, legal, bonzinho, sensível, amoroso e preocupado conosco. Daí, publicitários – muito criativos na arte de gastar dinheiro do povo – inventam slogans, produzem filmes com crianças bonitinhas na creche, operários sorridentes na obra, mulher grávida acariciando o barrigão, galera dançando rap na favela, mãe beijando filho, filho beijando avó, marido beijando esposa – aquela xaropada usual de clichês e pieguices.
A pandemia - desculpa do momento – servirá de justificativa para novos comerciais em horário nobre, o mais caro. Estarão – de novo! - recomendando distanciamento social; uso de máscaras; álcool nas mãos; evitar aglomerações; ficar em casa. Grande novidade: desde março sabemos disso; ninguém aguenta mais. Se à essa altura da pandemia (mundial, né?) um cidadão não toma tais cuidados, ele é um imbecil, um idiota sem cura. Logo, não existe propaganda, mandinga ou reza brava capaz de sensibilizá-lo.
Esses R$ 46 milhões serviriam mais à comunidade se fossem gastos onde realmente valessem a pena. Merendas escolares para os sem-aulas carentes? Ações inéditas na área da saúde? Mais leitos, equipamentos, respiradores, remédios? Obras pontuais urgentes na periferia? Reduzir custos da administração municipal? A cidade está imunda, lixo acumulado em toda parte. A coleta seletiva pelo menos daria destino às milhares de embalagens geradas pelo crescimento assustador do delivery. Enfim: com um mínimo de ponderação e seriedade é possível listar usos de verba pública que realmente acrescentem algo à vida do contribuinte - em vez de torrar R$ 46 milhões na publicidade.
Publicitário que fui por mais de 30 anos (exclusivamente na iniciativa privada, devo dizer) creio que, mesmo gastando tanto, são campanhas furadas. Pelo que aprendi, parece que falta aos profissionais de comunicação responsáveis certa sensibilidade para entender o que se passa hoje na cabeça do chamado público-alvo: nós.
Além de já preocupados com a saúde, aterrorizados pelo massacre dos noticiários, falidos em nossos negócios, com as contas atrasadas, privados do sagrado direito de ir e vir - deveremos ainda assistir na TV a cidade desperdiçando dinheiro e bater palmas?
Aliás, para esse fim inadiável da publicidade oficial nunca faltaram fundos e o dinheiro aparece num estalar de dedos. Já para atender ao clamor frequente, diário, aquele que implora por obras emergenciais – ruas esburacadas, encostas que caem, passarelas para pedestres etc. – qualquer processo empaca num empurra-empurra burocrático sem fim.
O Brasil é um dos poucos países onde a propaganda oficial não foi ainda banida. Por qual razão os detentores transitórios do poder necessitam se elogiarem às custas de nosso dinheiro? Que paguem os auto louvores de seus próprios bolsos, ora. Não bastaria aos eleitos cumprirem com seus deveres – sem mutretas - para construírem uma imagem positiva e receberem aprovação sincera do eleitor?
Há décadas e sob disfarces variados, as “verbas de publicidade” de governos, assembleias legislativas e câmaras municipais escreveram longas folhas corridas na história da corrupção e da criminalidade no país. Já é hora de eliminar essa afronta situada no topo da lista dos supérfluos mais danosos da nação.
Os cidadãos-contribuintes-eleitores esperam que os governantes trabalhem – e só. Trabalhem direito, depressa e de preferência calados. Afinal, foram eleitos para isso e, vale lembrar, não fazem mais que suas obrigações.
* Publicado originalmente em O Tempo, de BH
A história não é uma ciência exata.
Historiadores, de fato, selecionam e interpretam os acontecimentos de acordo com as "suas histórias".
Como em qualquer área humana, há seletividade, interpretações conflitantes sobre os mesmos fatos e distorções em (des)razão de visões de mundo e interesses pessoais.
Acho que as pessoas só conseguem se aproximar da realidade vivida, quando percebem as evidências robustas e passam a enxergar as peças de um quebra-cabeças, a medida em que leem e estudam por meio da leitura de diferentes historiadores, de diferentes áreas do conhecimento. Nada mais fundamental do que uma verificação ampla, geral e cruzada da "realidade".
A partir daí, é possível identificar os vieses de confirmação daqueles que escrevem baseados em distintas orientações ideológicas, e suas respectivas interpretações de muitos eventos históricos em que deturpam o passado e confundem os leitores.
Ou os leitores interpretam os fatos, vivenciando-os no tempo, com base em seu arsenal de conhecimentos e experiências - e mesmo assim por vezes sujeitos à parcialidade - ou precisam sistematicamente reavaliar aquilo que alguns historiadores afirmam como tendo ocorrido "de verdade".
Hoje qualquer sujeito com um nível razoável de estudo, consegue perceber como historiadores interessados num determinado status quo distorceram fatos relacionados ao nazismo, ao holocausto, à matança ideológica da China de Mao e aos massacres humanos de Stalin e Lenin.
Talvez por isso Mark Twain afirme que "a própria tinta com a qual toda a história é escrita é apenas preconceito fluido".
Apesar disso, acredito que como em qualquer área e profissão, existam historiadores que conseguem se abster de suas preferências e que narrem os fatos históricos com a máxima isenção possível.
Como nasci em 65, além de ler sobre a história civilizacional e econômica, presenciei a vida econômica recente e os acontecimentos que me permitem avaliar que o progresso econômico e social sustentável, só acontece quando há liberdades econômicas e individuais. Mais do que isso, quando o motor do crescimento são os indivíduos e as empresas, e não em períodos em que o Estado inchado, do populismo e das políticas assistencialistas, cresce ainda mais!
Quando o governo limitado e "empreendedor" fornece aos cidadãos as condições que favorecem à liberdade individual, respeitando os direitos individuais, e melhora o ambiente de negócios, com uma desregulamentação lógica, com menos intervencionismos de burocratas estatais, com reformas modernizantes, tais como a diminuição do tamanho do Estado e da desburocratização, da simplificação e da redução da carga tributária sobre as empresas e os trabalhadores, a natural consequência é o surgimento de inovações nos mercados e o crescimento econômico e social.
Dos anos 70 para cá, é claríssimo observar que quando os indivíduos e as empresas são incentivadas, ao contrário da letargia gerada por uma série de políticas do bem-estar social, histórica e comprovadamente contraproducentes, as economias em questão dão um salto em produtividade e esperanças de um futuro melhor, em especial, para os mais jovens.
A história econômica remota e recente, por sua vez, mostra a força da iniciativa individual e de empresas que investem e descobrem sistematicamente novas e melhores soluções úteis e inovadoras para os problemas sociais e empresariais.
Bem, a distorção da história não é um fenômeno recente; sempre existiu e persiste. Fresca literatura aclama feitos históricos do governo Lula no Brasil e de Hugo Chávez na Venezuela, como pude observar nas livrarias em Buenos Aires!
Por questões profissionais presenciei na Venezuela, in loco, o massacre econômico e social desde Chávez até o presente governo comunista de Maduro. Da falta de liberdades, da degradação econômica, da fome, da pobreza, da miséria e da desesperança.
Historiadores nunca foram imunes ao louvar suas mentirosas e nefastas visões da ideologia da destruição. Historiadores tendenciosos e mentirosos esconderam os horrores e os massacres de ditadores como Stalin, Hitler e Mao, e tentaram reescrever as suas histórias, inautênticas e absurdas, a fim de defender o indefensável e buscar fortalecer a insensatez de suas ideologias macabras. Literatura que não vale o papel em que são escritos.
A queda do Muro de Berlim está aí bem documentada; o regime ditatorial de Kim Jong-un na Coreia do Norte, igualmente.
Os relatos de obras históricas altamente tendenciosos a favor de certos grupos, com suas versões unilaterais e parciais dos acontecimentos, são amplamente negados pela mais clara constatação das evidências da realidade.
Pois é. Tristemente nossas escolas e universidades, na sua grande maioria doutrinadoras, contudo, de uma única visão de mundo - e a equivocada - continuam a selecionar "fatos históricos" e a negligenciar totalmente outros. Distorcem o conhecimento e a compreensão do passado, do o que e do como esse passado progrediu, ou seja, das bases daquilo que tem efeito pragmático para o crescimento econômico e social no futuro.
Chegou a hora, não há mais como procrastinar! É crucial transformar o ensino nas escolas e universidades para que tais limitações e grotescas parcialidades sejam controladas e ajustadas, a fim de que nossos jovens possam ler "todos os lados" da história!
Sem isso, essas instituições persistirão formando seres manipulados e militantes, ineptos na verdadeira história social e econômica da humanidade, e das práticas e instituições políticas e sociais que factualmente conduzem ao genuíno desenvolvimento de nossas sociedades.
Nos EUA, uma família adotou como bichinho de estimação um filhote de píton proveniente da Tanzânia, uma cobrinha medindo um metro e meio.
Descrita como tendo um apetite incomensurável, a píton era o xodó da casa. E quatro anos após a adoção já media seis metros.
Um dia, desejosa de fazer um lanchinho, a serpente resolveu devorar uma menina de nove anos, que foi atacada enquanto dormia.
Ora, no corpo a corpo, o atleta mais marombado não é páreo para uma píton. Mas o pai da criança, acudindo sem demora, usou um facão afiado e fez o único que poderia salvar-lhe a filha: decepou a cabeça do monstro.
Aquela família, com tão bons sentimentos, acreditou que bastava dar carinho à píton para ela se transformar em um bichinho afetuoso, mansinho e apegado ao ser humano, como costumam ser gatos e cachorros.
Essa história passou num canal da TV fechada.
Fez lembrar a ingenuidade de alguns empresários que, embora defensores da liberdade, patrocinam rádios, jornais e TVs que colaboram com ideologias de corte revolucionário.
Com o ar apalermado de quem afaga uma serpente, muitos acreditam que os adoradores de revoluções atuantes na mídia são inofensivos.
Pois faço um desafio que sintetiza a gravidade da coisa: mostrem uma só reportagem sobre o Foro de S. Paulo (FSP) publicada por algum veículo de grupos como Globo, Bandeirantes ou RBS, por jornais como Folha de S. Paulo e Estadão, ou por alguma das grandes revistas.
E a que vem esse desafio? Ora, criado em 1990 por Fidel Castro, Hugo Chaves e Lula para o fim de espalhar ditaduras bolivarianas pelas Américas, o FSP é o comitê central das esquerdas latino-americanas.
Reúne não só partidos legalizados, mas até as FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mescla de marxismo e narcotráfico.
Presença oculta nos governos de Lula e Dilma, o FSP é indissociável da grossa corrupção desvendada na Lava Jato.
Mas seu projeto mais bem-acabado é a Venezuela, que passou de país mais rico da região a território de mendigos: ditadura extremista, imprensa amordaçada, tortura, presos políticos, setor produtivo destruído, inflação de sete (sete!) dígitos, desemprego, desabastecimento e fome.
Vendo agonizar o país que amam, há empresários venezuelanos que hoje se desesperam, só agora conscientes de que pecavam por falta de visão ampla, de que tinham uma calculadora no lugar do cérebro e de que estavam fazendo pacto com o diabo ao transacionar com um governo de esquerda.
No Brasil, por décadas, com o culposo silêncio da mídia, articuladinhos diziam que o FSP era "teoria da conspiração". Foi o "ingênuo" Cabo Daciollo, falando como candidato num dos debates eleitorais de 2018, quem mais ajudou a tornar conhecido esse conciliábulo de parasitas.
A atitude da imprensa frente ao FSP apenas revela a natureza nada democrática dos moços que dominam as redações, quase todos amestrados por ativistas de esquerda, os seus professores na universidade.
E pode piorar. Os grupos Globo e Bandeirantes já assinaram "termo de cooperação" com o China Media Group, maior grupo de comunicação do mundo e braço do Partido Comunista Chinês. Píton substituída por dragão...
E uma luz de alerta se acende agora: a Argentina está afundando no mesmo abismo, devolvida que foi ao FSP nas eleições de 2019.
Parafraseando James Carville, o marqueteiro de Bill Clinton em 1992, "é a natureza do animal, estúpido!". Assim como uma píton não se transforma num gatinho fofo, militantes de esquerda não viram defensores da democracia - ao menos não enquanto sua militância é remunerada.
E quem remunera essa turma? Patrocinadores! Entra, aí, dinheirinho do contribuinte por mãos de governantes, sabe-se. Mas o monstro não se criaria sem as verbas de publicidade da iniciativa privada.
Claro, quem produz, precisa anunciar para vender, assim como mídias necessitam de anunciantes. Mas, quem dá o diapasão nesse concerto?
Em suma, ao alimentar a corrupta serpente do socialismo, parte de nosso empresariado está fomentando um projeto que nega a propriedade privada e o livre mercado e que acaba com as liberdades individuais.
Será que empreendedores, reais responsáveis pela vitalidade da economia, vão patrocinar a "argentinização" do Brasil e permitir que o Foro de S. Paulo retome o governo e, por fim, nos transforme numa Venezuela?
Em 31/07/2020
*Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
ESPERANÇA
No final de 2013, quando iniciou a OPERAÇÃO LAVA-JATO, mais precisamente quando a Polícia Federal prendeu o doleiro Alberto Youssef, o povo brasileiro, na medida em que tomava conhecimento da imensa ONDA DE CORRUPÇÃO que atingiu o nosso imenso e empobrecido Brasil, sob o comando do PT, viu que a moribunda ESPERANÇA, ainda que com a ajuda de aparelhos, dava sinais de vida.
UNIÃO DOS DEFENSORES DOS CORRUPTOS
Entretanto, mesmo com muitos e importantes avanços, o que poucos imaginavam é que a UNIÃO DOS DEFENSORES DOS CORRUPTOS se mostraria tão forte e poderosa, a ponto de deixar a sociedade brasileira extremamente PERPLEXA, sem saber o que fazer para que a JUSTIÇA e todas as demais INSTITUIÇÕES voltassem a ser, enfim, CONFIÁVEIS E OPERANTES.
NENHUM FOI JULGADO PELO STF
Pois, passados mais de 6 anos desde que foi deflagrada a LAVA-JATO, mesmo diante de PROVAS INCONTÁTAVEIS, CONFISSÕES DE ARREPIAR e RAZOÁVEL RECUPERAÇÃO DE DINHEIRO ROUBADO DO POVO, até agora o STF, a ÚLTIMA INSTÂNCIA DA NOSSA IMPERCEPTÍVEL JUSTIÇA não se dignou a julgar NENHUM dos BANDIDOS QUE FORAM CONDENADOS em INSTÂNCIAS INFERIORES.
INSITUIÇÃO QUE ADMIRA BANDIDOS
Ao contrário, ao invés de mandar PRENDER os BANDIDOS CONFESSOS e/ou CONDENADOS, com DOSIMETRIA ADEQUADA AO TAMANHO DOS CRIMES COMETIDOS, o STF, com clara e nojenta intenção de mostrar à sociedade o quanto ADMIRA BANDIDOS DE TODAS AS ESPÉCIES, o que mais tem feito é conceder HABEAS CORPUS até para quem não fez tal pedido.
ESVAZIAMENTO DA LAVA-JATO
Pois, dentro deste CLIMA DE GRANDE E EXPLÍCITO CONFRONTO com os DESEJOS DA ESPERANÇOSA SOCIEDADE BRASILEIRA, até a PGR -Procuradoria Geral da República se deixou envolver pela ATMOSFERA DA IMPUNIDADE se colocando a favor do ESVAZIAMENTO DA LAVA-JATO, como referiu recentemente o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Fábio George Cruz da Nóbrega.
ATRAPALHAR AS INVESTIGAÇÕES EM CURSO
Fábio Nobrega disse, alto e bom tom o seguinte: “Nós vemos com muita preocupação a constante saída de membros do grupo da Lava Jato na Procuradoria Geral da República porque isso pode de fato atrapalhar as investigações e ações em curso". E arrematou dizendo que é preciso defender "com veemência" a independência funcional de cada membro do Ministério Público brasileiro.
PAPEL EQUIVOCADO
Como se vê, nitidamente, os ministros do STF só encontram tempo para se INTROMETER E DAR ORDENS QUE CABEM AOS PODERES EXECUTIVO e LEGISLATIVO. Fazer e/ou propor JUSTIÇA, que deveria ser o papel da Suprema Corte, aí não há a menor disposição. E quando acontece as decisões são quase sempre INJUSTAS. Pode?
30 jul 2020
Entendo que o foco precípuo de um juiz é garantir as condições básicas e estáveis para a provisão das liberdades individuais dos sujeitos, de acordo com aquilo estabelecido na Carta Maior.
Evidente que muitas das leis existentes no país estão obsoletas e, muitas vezes, o tomador de decisão as interpreta segundo seus valores e seus próprios interesses e vieses.
Não tem sido raros os casos em que decisões judiciais são proferidas, exacerbando contrassensos e excessos de visões “progressistas” inadequadas ao genuíno bem comum.
Observo claramente as resultantes desse descomedido ativismo judicial.
Pressupõe-se que homens e mulheres que cheguem ao topo da carreira jurídica, fardando a capa preta da Suprema Corte, sejam pessoas preparadas com robusta formação jurídica, dotados de notório saber e, sem dúvida, possuidores de grandeza e conduta moral, ilibadas.
Qualquer ser humano que pensa, racionalmente, possui a característica da simpatia smithiana, aquela que nos remete a imaginar os sentimentos que outro indivíduo tem ao estar ou enfrentar alguma situação social particular. Temos sim, a capacidade de imaginar e de “calçar seus sapatos”...
É justamente essa capacidade de simpatia, de imaginação e de introspecção, que nos favorece e que permite convivermos como indivíduos livres e responsáveis, em busca de harmonia, estabelecendo laços de cooperação com todo o tecido social de uma comunidade.
Smith dizia que a capacidade simpática atua em nós por meio daquilo que ele chamou de espectador imparcial; o nosso outro eu interno.
Embora sejamos diferentes em nível de formações e meios familiares, de experiências sociais e em termos de educação formal - o que permite nossas próprias racionalizações - o nosso juiz interno, imaginário, sistematicamente, deveria atuar para que refletíssemos se nossas ações factualmente estão sendo imparciais, a fim de preservarmos às virtudes sociais e uma espécie de natural preocupação com os outros.
Na verdade, nossa própria identidade social reflete aquilo que percebemos nos outros, do que apreciamos ou não, sendo que procuramos descartar de nossa identidade determinados “vícios“ detectados nesses “outros”.
Como humanos, avaliamos a conduta de outros e nossa própria conduta ou reação, julgando de acordo com as expectativas de comportamentos virtuosos relacionados ao autodomínio, a prudência, a beneficência e a justiça.
Pois é, não é nada fácil! Um desafio hercúleo já que nossa imparcialidade é, frequentemente, corrompida por nossos vieses de confirmação e necessidades de ajustamento aos grupos de pertencimento que buscamos nos aproximar - ou afastar!
No entanto, um juiz da Suprema Corte, pelo ônus da posição, tem o duplo desafio de alcançar a sua própria imparcialidade, aliada ao fato de que ele deve ser imparcial e julgar estritamente de acordo com as leis vigentes.
O sábio Hilel já nos ensinava: “Não faça aos outros aquilo que não gostaria que te fizessem”!
Bem, nossos togados da capa preta parecem ser semideuses a serem julgados exclusivamente por ELE! Quem de fato os vigia?!
Faz parte da função pública se submeter ao julgamento popular. Essa é uma verdade inescapável.
De quatro em quatro anos, em tese, os comportamentos e ações de nossos governantes são avaliados e julgados pelo crivo popular.
Uma de nossas maiores virtudes é inequivocamente nossas liberdades de expressão e opinião. Num país livre, em situações particulares de injustiça, é exatamente a esses “especialistas” que os indivíduos recorrem para terem seus direitos e opiniões resguardados!
Sem liberdades não há uma vida digna, impera a escravidão.
Tristemente estamos vivendo na era da mordaça, da ditadura do judiciário, que detêm o monopólio para calar aqueles que pensam distintamente deles, porém, esses não querem ser avaliados e julgados por ninguém, talvez nem por eles próprios - os seus respectivos expectadores imparciais internos cobram! - nem por DEUS!
Liberdade sem justiça, imparcial e justa, é uma vertigem! Não se coibe eventuais casos de injustiça impondo injustiça a toda a sociedade por meio de escancarada censura! O povo sente, enxerga, ouve, lê, avalia, julga e opina!
A grande maioria dos brasileiros está mais do que exausta dessa plutocracia tupiniquim e desse pseudo Estado de Direto verde-amarelo.
Como pode um togado do STF tomar uma decisão monocrática sobre liberdade de expressão e de opinião, tema tão caro a ordem civilizacional e a vida?! Se não fosse nesse “país sério”, eu diria surreal!
Hoje, os apologistas da liberdade, “progressistas”, aplaudem efusivamente a falta do expectador imaginário do ministro, e sua falta de parcialidade como guardião da Constituição.
Como de costume, esquecem-se eles que amanhã poderão ser eles próprios as vítimas da parcialidade, da falta de liberdade, da escassez de prudência, da falta de magnanimidade e, em especial, da injustiça!
Até as próximas versões do filme Conspiração e Poder...
Judiciário que não promove Justiça não serve. Uma Corte Suprema Corte que afronta a própria Constituição se corrompe moral e legalmente. Eis o problema criado e vivido pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil. O hediondo inquérito secreto das supostas fake news promove injustiça com inconstitucionalidade. Isto não é legal, nem legítimo.
O STF, em várias decisões, decidiu que Censura é inconstitucional. Até a imperfeita e defeituosa Constituição de 1988 assegura a plena liberdade de expressão. Portanto, é inconcebível que uma decisão monocrática de ministro do STF imponha censura. O que Alexandre de Moraes fez, com ordem prévia e geral, é que cidadãos sejam proibidos de se manifestar livremente em redes sociais. Twitter, Facebook, Instagram, Google e por aí vai são obrigados a cumprir as ordens supremas.
No twitter, a Claudia Wild definiu muito bem o que aconteceu: "A censura nada mais é do que a covardia de poderosos contra aqueles que expõem verdades inconvenientes. O censurador é o covarde-mor que tem medo das palavras. Tenta fazer da vítima o réu, da mentira a verdade. Transforma seu poder em tirania para blindar canalhas e suas crenças".
Outra twittada certeira da Wild: "Uma das situações mais desprezíveis da atualidade: democratas & humanistas de carteirinha (e sindicato) comemorando, de forma efusiva, a censura de seus desafetos políticos. Quero ver quando a censura bater na canela da tchurma. Patifes"!
Só canalhas, covardes e dissimulados não se posicionam contra a censura inconstitucional imposta pelo processo secreto do STF contra conservadores acusados, indevida e injustamente, de veicular fake news. Não importa que vozes foram caladas. Não é legítimo calar vozes. Um supremo magistrado, monocraticamente, determina a censura e fica tudo por isso mesmo?
Os censurados nas redes sociais foram os políticos, jornalistas, empresários e militantes conservadores: Roberto Jefferson, Allan dos Santos, Bernardo Kuster, Edson Salomão, Rodrigo Ribeiro, Sara Giromini, Edgard Corona, Luciano Hang, Otavio Fakhoury, Marcelo Stachin e Reynaldo Bianchi Júnior.
Um quase censurado, o jornalista conservador Paulo Briguet foi no ponto nevrálgico do problema: "O STF foi o instrumento que os petistas e tucanos encontraram para continuar mandando no Brasil. Os urubus de toga são os filhos do PT".
Por isso, temos de defender claramente: Censura, não! STF, sim! Nova composição de ministros, já! Ao praticar a inconstitucional censura prévia, com indícios de abuso de autoridade, fica insustentável a manutenção do ministro Alexandre de Moraes. Senado tem de agir.
#FreedomOfSpeech
O ex-senador José Medeiros definiu bem o que pode acontecer: "Funciona assim, o ministro é um sniper, quem entrar na mira estará morto. O senado não vai agir, acaba de aprovar projeto dando mais poderes nessa linha. Sendo bem realista, está tudo a favor do franco atirador tempo, vento e clima. OAB, alguém ouviu falar nela?".
O Brasil pratica um autoritarismo cínico. Somos uma oclocracia travestida de princípios supostamente democráticos. A Nova República de 1985, em ocaso, não aceita a vitória de Jair Bolsonaro em 2018. Por isso, o Mecanismo parte para a truculência institucional.
Está tudo errado no Brasil. Supremo Tribunal Federal existe para ser guardião da Constituição, e não órgão de perseguição política, para prática da censura que o próprio STF já proibiu. Na prática, a Corte Suprema se corrompeu. Que vergonha! Cadê o Senado?
Nem na extinta União Soviética & afins havia um órgão que acumulasse o poder de denunciar, processar, investigar, julgar e condenar (previamente) como faz o @STF_oficial no absurdo e imoral inquérito secreto das supostas fake news. Abuso de autoridade é ilegítimo e ilegal. Por isso, Roberto Jefferson mandou muito bem: "Não permitiremos que a censura da toga e a opressão prevaleçam".
A Liberdade de Expressão não pode ser assassinada a canetadas. Fake news são hediondas. Mas combatê-las com abuso de autoridade e truculência judasciária só favorece os criminosos. Só a plena e responsável Liberdade de Expressão pode estabelecer a Verdade (a Realidade Universal Permanente).
25/07/2020
* Publicado originalmente em www.alertatotal.net