Gilberto Simões Pires
UMA NOVA PROPOSTA DE REFORMA TRIBUTÁRIA
Na semana passada, a Gazeta do Povo publicou uma ótima notícia, assinada pelo jornalista Celio Yano, dando conta da existência de uma nova proposta de REFORMA TRIBUTÁRIA, a qual prevê a EXTINÇÃO DE 15 IMPOSTOS, dando lugar a EXISTÊNCIA de apenas TRÊS. Que tal? Ora, só o fato de haver um PROJETO que propõe a EXTINÇÃO DE IMPOSTOS já me deixa extremamente satisfeito e feliz. Mais ainda, por mais que possa estar sendo enganado, quando vejo um PROJETO que prevê tamanha ELIMINAÇÃO DE TRIBUTOS. De novo: isto é bom demais para acreditar!
RENDA, CONSUMO E PROPRIEDADE
Mais do que sabido e lamentado, os nossos deputados e senadores não gostam de REFORMAS que tenham como propósito melhorar a vida do povo, dos consumidores, dos produtores e dos prestadores de serviços. Daí a razão para que a tramitação das REFORMAS -TRIBUTÁRIA E ADMINISTRATIVA - não avancem minimamente nas duas Casas. Pois em meio a tanta desfaçatez, no final de maio foi instalada, na Câmara Federal, uma COMISSÃO ESPECIAL para analisar a PEC 7/2020 (como se vê é do ano de 2020), que visa limitar a arrecadação do Estado a apenas TRÊS TRIBUTOS (RENDA, CONSUMO E PROPRIEDADE).
ANO DE ELEIÇÃO
A referida PEC, vale registrar, foi apresentada pelo deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), e teve admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara ainda em novembro de 2021, sob orientação favorável da bancada governista. Contudo, antes que a euforia ganhe proporções indevidas é importante reconhecer que é praticamente nula a possibilidade de haver a votação da PEC ainda em 2022, a considerar que estamos em ANO DE ELEIÇÃO. Mesmo assim, boa parte dos parlamentares admite - categoricamente - que essa é a REFORMA que melhor traduz os anseios da população, da sociedade, como bem disse, em fevereiro deste ano, a deputada-relatora Bia Kicis.
OS 15 IMPOSTOS A SEREM EXTINTOS
Pelo que propõe a PEC, trata-se da proposta mais radical na comparação com as alternativas que estão na mesa e, segundo Orleans e Bragança, é inspirada no modelo norte-americano. Sobre cada uma das três principais bases tributáveis –renda, consumo e propriedade– seria aplicado um ÚNICO IMPOSTO, que poderia ter alíquotas definidas nos níveis -federal, estadual e municipal-. Para tanto seriam extintos os seguintes 15 impostos e contribuições, que incidem hoje sobre propriedade e consumo nos três níveis de governo:
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS);
Contribuição ao Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
Imposto Sobre Serviços (ISS);
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITDMC)
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
Imposto de Exportação (IE);
Contribuições previdenciárias sobre folha de pagamento;
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide); e
Salário-Educação.
COMPETÊNCIA
Mediante convênios, a competência para arrecadação, fiscalização e cobrança seria: da União, para o Imposto de Renda (IR); dos estados, para o imposto sobre consumo de bens e serviços; e dos municípios, para o imposto sobre patrimônio.
Com a extinção das contribuições sociais, a seguridade social seria financiada por uma parcela da arrecadação dos impostos sobre consumo e sobre renda, além de recursos orçamentários. O porcentual mínimo dos tributos a ser destinado à área será definido em lei complementar, conforme o texto. Ainda segundo a proposta, seriam destinados à educação uma fatia mínima de 18% da receita da União e de 25% da receita dos estados e municípios. Já programas suplementares de alimentação e assistência à saúde seriam financiados com recursos provenientes de impostos sobre a renda e sobre consumo dos respectivos entes federativos.
SIMPLIFICAÇÃO
“Com somente duas medidas principais, faríamos uma reforma que atenderia o apelo pela simplificação tributária, eliminaria as resistências sobre as propostas em debate no Congresso Nacional, aumentaria a competitividade do sistema tributário, reduziria dependência sobre impostos regressivos de consumo e combateria a centralização excessiva no sistema tributário”, afirma Orleans e Bragança na justificativa do projeto. A primeira medida seria permitir que estados e municípios tributem as três bases de incidência de forma a equalizar suas contas da maneira que entenderem. “Alguns municípios sofrem de inadimplência recorde de pagamento de IPTU e passam a depender de taxas de serviço diretos pra manter serviços públicos”, explica. “Tendo mais instrumentos para alcançar o equilíbrio fiscal, a tarefa das prefeituras seria facilitada.”
MODELO AMERICANO
“No modelo norte americano, à exceção dos impostos federais, que são impositivos e irrevogáveis, estados e municípios definem quais tributos e com que alíquotas seus cidadãos serão taxados. Alguns estados dependem mais de tributos sobre a renda, outros dependem de tributos sobre a propriedade e outros de tributos sobre consumo e outros arrecadam sobre os três itens. Cada estado equilibra suas contas como bem entender”, afirma o parlamentar. A segunda mudança seria acabar com o chamado “efeito cascata”, ao se limitar a cobrança dos impostos sobre consumo somente à etapa de venda ao consumidor final, no estado de destino, desonerando a cadeia produtiva. O modelo é semelhante à ideia de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), já adotado em diversos outros países e que consta de propostas como a PEC 110.
“Com essa medida atenderíamos o principal benefício do IVA para o produtor, a não cumulatividade, desobrigando-o de manter notas fiscais e contas de conciliação para comprovar os créditos dos insumos”, diz Orleans e Bragança. Ficariam vedadas a cobrança do imposto sobre consumo nas operações entre empresas e a utilização da substituição tributária, o que eliminaria a necessidade de rastreamento de débitos e créditos fiscais.
O texto original previa ainda que passassem a ser voluntárias as contribuições ao Sistema “S”, que hoje variam de 0,2% a 2,5% em função do tipo de contribuinte, definido pelo enquadramento no código Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS). O dispositivo foi retirado no relatório apresentado na CCJC por Jordy, que alegou que a mudança “tende a abolir direitos e garantias individuais”. “Isso se dá porque o Sistema ‘S’ tem como principal objetivo beneficiar e ajudar os trabalhadores de diversas áreas do mercado”, explicou o deputado.
O Sistema S é composto hoje de sete instituições: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e Serviço Social de Transporte (Sest).
Diferentemente de outras propostas já apresentadas, a PEC 7 não prevê um mecanismo de transição entre o atual modelo e a nova ordem sugerida. A PEC 110, por exemplo, estabelece um prazo de 40 anos para a conclusão das mudanças.
Na comissão especial, não foram protocoladas emendas até o encerramento do prazo inicial de dez sessões, mas já há até agora 19 requerimentos de audiências públicas com representantes de diversos segmentos. Novas contribuições podem ser aceitas no caso da apresentação de um substitutivo pela relatora.
Caso a PEC não seja apreciada pela comissão até o fim da atual legislatura, que se encerra neste ano, a proposição será arquivada, podendo ser desarquivada por Orleans e Bragança caso seja reeleito, ou outro parlamentar que conquiste novo mandato e tenha o nome acrescido ao texto como autor.
Valterlucio Bessa Campelo
Quem colocou o pobre contra o rico, o preto contra o branco, o gay contra o hétero, o ecologista contra o devastador, o ateu contra o religioso...? Aconteceu por acaso? Claro que não.
Ocorre em todo o mundo uma polarização política que se retroalimenta continuamente em vista do comportamento de pessoas que, adeptas de uma ou outra ideologia, grupo ou bando mesmo, está disposta a ultrapassar limites e atentar contra a integridade física do oponente. Não basta o discurso, a palavra, o argumento (ou a falta deles), importa é não “perder” o debate, não ser derrotado.
Infelizmente, embora hoje em dia essa questão – a polarização, pareça mais aguda, em função da velocidade e amplitude das comunicações, o fenômeno não é recente. Faz parte da história da humanidade. Caim matou Abel, lembram? Ante a aceitação por Deus da oferta de seu irmão, ele não se conformou e, julgando aquilo como uma demonstração de preferência insuportável, discute com Abel e o mata com uma pedra.
Na antiguidade, dezenas de reis e rainhas foram assassinados de modo correspondente ao que hoje se denominaria de crime político. Apenas em Roma, estima-se que dos 64 imperadores entre Augustus e Teodósio, 43 foram assassinados. A disputa pelo poder nunca excluiu a morte. São centenas os casos de reis, rainhas, monarcas e presidentes que perderam a vida no exercício do cargo. Nos EUA, por exemplo, os presidentes assassinados foram quatro. Não se contabiliza aqui as tentativas e os detentores de cargos inferiores.
E quando a disputa desce ao nível do povo? Não há conta. São, seguramente, milhares que movidos pelo ódio ou por algum tipo de provocação, terminam por cometer agressões. Se, pessoalmente, são pessoas violentas ou pré-dispostas a atos violentos, a situação pode facilmente sair do controle e transformar-se em tragédia.
Vejamos o que ocorre hoje em dia no Brasil. Desde que teve chance no governo, a esquerda alimentou com todas as forças e meios o “nós contra eles”. São inúmeros os discursos de seus líderes com este divisor, marcando a sociedade. Quem colocou o pobre contra o rico, o preto contra o branco, o gay contra o hétero, o ecologista contra o devastador, o ateu contra o religioso...? Aconteceu por acaso? Claro que não. Faz parte do método da esquerda a divisão da sociedade entre oprimido e opressor. Se o cidadão não está a fim de selar a si próprio com algum de seus rótulos, é para a esquerda um alienado sem consciência de classe. Sabemos como eles foram tratados por Lenin e Stálin na vigência do comunismo, sabemos como são tratados agora mesmo na Venezuela, na Nicarágua, em Cuba, na China, na Coreia do Norte. Em nenhum desses lugares há possibilidade de não ser A. ou ser anti-A, sem arriscar o pescoço. Enfim, o extremismo, a visão em duas cores, é da natureza do socialismo, vigora desde suas origens e continua sendo método nos dias de hoje.
É claro que numa democracia o outro lado responde. Às vezes com excessos, com tons crescentes de antagonismos. Nenhum espaço, menos ainda o das ideias, é cedido graciosamente, como se houvesse uma mera rendição à lógica. Mesmo porque, de lógicos a esquerda não exibe sequer seus argumentos econômicos básicos, já que foram cientificamente refutados e fracassaram em todas as experiências práticas.
Vivemos, pelo menos desde que “me entendo por gente”, o período brasileiro de maior polarização política. A retirada da cadeia de um ladrão condenado em várias instâncias e a surpreendente restauração de sua elegibilidade colocaram na cena política a síntese da polarização, ou seja, a disputa entre frações da sociedade que se alinham cada vez mais fortemente a um dos lados. Este processo, assim verticalizado, se causa espanto ou atemoriza aqueles mais serenos, tolerantes e democráticos, funciona perfeitamente para a esquerda. Como diria a ex-senadora petista Benedita da Silva “não há redenção sem derramamento de sangue”, ou, como assegura o “intelectual” do mesmo naipe Mauro Iasi, para os conservadores estão sendo garantidos um bom paredão, um bom fuzil, uma boa bala e uma boa cova. São descuidos em que confessam seu verdadeiro intento.
Nesses tempos de disputa entre “bolsonaristas” e “lulistas”, o caso mais terrível vem de abril de 2018, quando o ex-vereador petista em Diadema-SP, Maninho, empurrou contra um caminhão em movimento, um adversário que havia chamado o ladrão de... ladrão! Com o impacto, o empresário Carlos Alberto Pettoni ficou sequelado e morreu três anos depois. Curiosamente, mas sem surpreender, nos últimos dias Lula. o ex-condenado presidenciável, agradeceu o gesto e elogiou o agressor. Pelo menos, desta vez, foi coerente.
Mais recentemente, houve em Foz do Iguaçu, o caso de um duelo entre dois policiais que atiraram um no outro depois de uma provocação da mesma espécie. Como mostram os vídeos, houve a seguinte escalada: insultos-pedras atiradas-evasão-retorno-armas em punho-tiros-morte-ferimentos-chutes. Uma cena estarrecedora e inaceitável, mas não inútil. Para a esquerda, um cadáver adversário é um a menos, mas se for dos seus, vira palanque, tanto que fizeram do episódio um estardalhaço nacional, potencializando a polarização em seu favor, como se a partir de agora bolsonaristas estivessem nas ruas caçando esquerdistas. A esta tentativa picareta e oportunista, Bolsonaro reagiu dispensando o apoio de qualquer violência ou correligionário violento.
Enfim, estamos em um jogo perigoso alimentado sem pejo pela esquerda que dela se aproveita. Com a velha mídia a favor, querem agora estabelecer na direita o selo de violenta, que deve cada vez mais se esquivar de provocações e enfrentar seus adversários no campo das ideias. Parafraseando Napoleão, pode-se dizer que do alto de uma montanha de mais de 100 milhões de cadáveres, vítimas do socialismo, a história nos contempla.
Raul Jafet
Desde que o mundo é mundo, existem conflitos entre pais e filhos. Na minha adolescência e juventude dos anos 60/70, os rapazes faziam cara de mau, brigavam na rua, tiravam rachas, bebiam Cuba Libre, cabelos compridos, calças boca de sino, escreviam com xixi o nome das namoradas nos muros, os valentões da turma com suas motos envenenadas, aterrorizavam os mais fracos, mas saiam correndo quando a velhinha do 10.o andar descia com cabo de vassoura...as meninas brigavam pelas minissaias, usavam fio dental, exageravam na pintura, enganavam a mamãe, cabulavam aula com as amigas, mas morriam de medo de chegar em casa fora da hora marcada.....ainda havia ao final, certo respeito aos pais e mais velhos.
Cinquenta anos depois, os conflitos continuam, porém muitos filhos estão mais frios, indiferentes, presunçosos, arrogantes.....seus pais são apenas provedores, vistos por eles, como preconceituosos, intolerantes, pouco amistosos.....vejo no ar até certo tom de desprezo.
Não raro ouço pais comentando: "minha filha parece que me odeia" ou "pareço ter um inimigo dentro de casa", "distorce tudo que eu falo, entra por um ouvido, sai pelo outro".
Vivemos num mundo altamente tecnológico, dominado por uma casta de bilionários, dispostos a ditar regras para o que eles acham um mundo perfeito, do politicamente correto, impondo através da grande mídia, dos meios artísticos, uma nova forma de falar, de agir, de pensar.
Absortos pelos games, computadores e celulares, uns se alienam de tudo, como se o país não fosse deles, outros desenvolvem uma ideologia patética e falida, fracassada do século passado, mas que consideram como a forma de salvar o planeta e espalhar justiça social.....quaisquer que sejam as correntes de pensamento, isolam os pais do seu mundo, acusando-os de AUSENTES, já que na luta pela sobrevivência, lares desfeitos, novas famílias, se sentem postos de lado, e no direito de revidar e se revoltar.
Muitas vezes nos perguntamos: "que país deixaremos para nossos filhos?" mas também "que filhos deixaremos para nosso país?"
Concluo com parte da letra da imortal composição de CAT STEVENS, "Father and Son"
"Não é hora de fazer uma mudança
It's not time to make a change
Apenas relaxe, vá com calma
Just relax, take it easy
Você ainda é jovem, a culpa é sua
You're still young, that's your fault
Há tanta coisa que você tem que saber.....
There's so much you have to know".....
* Raul Jafet é jornalista e empresário
Adriano Marreiros
Lembro que há uns 8 ou 9 anos, vi na internet umas conclusões de um congresso de alguma instituição pública ou partido, não me recordo ao certo, que dizia algo como “Conseguir junto ao STF as pautas que não passariam no parlamento”. Fiquei indignado. Sabendo que certas pautas não possuem apoio popular, optariam por passar por cima do povo, da maioria. É isso que chamam de contramajoritário?
Acho que foi semana passada, ou na outra, que vi uma entrevista em que um juiz de tribunal superior ou suprema corte estaria explicando que se algo for um Direito, não importa a opinião da maioria, aquilo tem que ser concedido mesmo contra a vontade popular e que esse seria a atuação contramajoritária do Judiciário. Aaah...
Há muito tempo venho estranhando uma novilíngua que, por exemplo, chama o assassinato de bebês[1] de “Direitos Reprodutivos”, mesmo sendo anti-reprodutivos e violação de Direitos assegurados desde a concepção...
Como toco bateria e hoje é Dia do Rock, lembrei que muita gente chama as viradas de preparação: preparação para uma nova parte da música...
Juntando as quatro coisas: creio que entendi o que está acontecendo no Brasil e no mundo.
Que o Senhor proteja nossas Liberdades e as Vidas dos Inocentes.
“Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente..” (Pacto de San José da Costa Rica - considerado supralegal pelo STF- Art. 4º, 1).
“A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (Código Civil, Art. 2º ).
[1] Imagens tiradas de < https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/como-e-feito-um-aborto > do excelente Brasil Paralelo.
P.S. Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados.
* O autor é mestre em Direito, membro do Movimento Contra a Impunidade (MCI) e do Ministério Público Pró Sociedade (MP Pró Sociedade), autor de “2020 D.C., Esquerdistas Culposos e Outras Assombrações” e de “Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais”.
** Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária: https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1531/lista-negra.html
Alex Pipkin, PhD
O eleitor brasileiro médio possui um nível de escolaridade que gira em torno do ensino fundamental e do ensino médio.
Como escrevi dias atrás, não resta dúvidas de que a grande massa do eleitorado “vota com a barriga”.
Por outro lado, parece impressionante como se conversa com determinadas pessoas com um certo grau de discernimento e se verifica certo nível de convergência no que se refere a políticas que deveriam ser adotadas no país.
Como nessas terras, seguramente, uma das palavras mais entoadas é democracia, reputam como algo positivo o rodízio do poder e de plataformas políticas diferentes.
Honestamente, faz muito mas muito tempo que não se vê nada diferente do que se passou a presenciar a partir da eleição do PR atual.
Apesar de se mostrarem como partidos e linhas ideológicas diferentes, o que sempre se presenciou na sociedade brasileira do “rent-seeking”, foi sua formatação, sendo administrada, adornada e bajulada pelo velho e sempre atual estamento burocrático.
A própria Constituição de 1988, reflete uma visão de mundo coletivista, que prevê direitos e mais direitos, mas ao mesmo tempo, não dá conta com os deveres dos cidadãos.
Diga-se de passagem, o quão estarrecedor é quando uma Suprema Corte, ativista e política, rasga sistematicamente à Constituição, e elimina os direitos e as liberdades individuais, a pretexto de estar zelando “pela democracia e pelo Estado de Direito”. Eles estão fazendo política partidária e desmantelando as preciosas liberdades individuais.
Oh, quão nobres são todos aqueles visionários que querem um mundo melhor e mais justo, matando a galinha dos ovos de ouro, ops, os empresários de verdade - não os do compadrio - e as pessoas, que criam empregos, renda e riqueza!
Oh, quão sábios são todos aqueles visionários que querem o protagonismo cada vez maior do Estado, frente a submissão contraprodutiva e ineficiente do mercado. Estado esse intervencionista, fechado, amarrado e capturado.
A turma que quer retomar ao poder, é aquela que deixou o país em frangalhos, que mentiu para o povo e cometeu o maior assalto aos cofres públicos da história mundial, com a corrupção - que o eleitor médio não tolera -, e que classifica o PR atual como uma ameaça à democracia, já que ele atua - no imaginário desses artistas - como racista, homofóbico, autoritário…
Essa turma quer o coletivismo igualitário para o povaréu, embora sua cúpula, como sempre se constatou - deseja continuar gozando dos prazeres que só a economia de mercado é capaz de produzir.
Muitos que penderão para a chapa rubra, tem ido às ruas e/ou se manifestado contra o tal capitalismo.
O capitalismo malvado, de acordo com esses, privilegia unicamente os resultados para os acionistas, mas eles são sabem o que dizem. O acionista e a sociedade somente se beneficiam porque no sistema capitalista o soberano, que é quem decide o que comprar e/ou não comprar, é o consumidor.
As narrativas e a nomenclatura são belas, agora tem que valer o capitalismo das partes interessadas, que na prática significa que o Estado decide ao invés dos consumidores, reformando o capitalismo para uma forma de coletivismo “mais igualitário”.
Um dos lados não é, não pode ser, e não foi perfeito, porém, mal ou bem, foi um importante divisor de águas.
Penso que o eleitor brasileiro médio não queira o socialismo.
Somente o desejam e o deferenciam os que estão a serviço do poder e da ambição.
Afora aqueles catequizados pela religião ideológica extremista de todos os lados - que as redes sociais jogam gasolina -, mesmo deixando a barriga escondida -, a opção parece ser facilitada:
Qual dos dois candidatos parece ser mais confiável e autêntico?
Qual dos dois candidatos não perverteu a linguagem e, portanto, fala a verdade?
Qual dos dois candidatos nomeou profissionais (não cabide de emprego e corrupção) para os ministérios e foi mais competente na gestão?
Qual dos dois candidatos, proporcionalmente, construiu as bases para um crescimento mais sólido e sustentável?
Qual dos dois candidatos fez - não só verbalizou - pelas liberdades individuais?
Com quem o povo gostaria de estar mais ao lado?
Reflita.
Raul Jafet
O triste episódio que culminou com a morte de Don e Bruno, nos leva a algumas reflexões e tristes conclusões:
O mundo, com sua habitual hipocrisia, chocado, quis associar o crime com a "devastação " da Amazônia. "Caíram do cavalo" diante dos fatos comprovados.
Tentaram politizar o crime e responsabilizar de alguma forma o Presidente, alegando demora nas providências. " Caíram do cavalo", a eficiência da investigação foi surpreendente.
A Polícia Federal – ao melhor estilo Sherlock Holmes – solucionou rapidamente o caso, encontrando até o barco utilizado pelas vítimas, em plena (assustadora) imensidão da Amazônia, num ambiente hostil, onde não existem Torres de celular e câmeras espalhadas, para ajudar a identificar os agressores.
Enfim, Don e Bruno não morreram pisoteados por girafas e elefantes em fuga das terríveis queimadas, nem soterrados por centenas de toras, fruto da devastação "incontrolada" da Amazônia. Frustração total da mídia esquerdista nacional e internacional, das Gretas e DiCáprios de plantão.
Por outro lado cabe as seguintes e trágicas reflexões: Nas cidades brasileiras, para os cidadãos comuns como eu e você, pouco mais de 5% dos crimes são desvendados. As delegacias mais se prestam a anotar boletins de ocorrência, após os queixosos permanecerem por horas em sala de espera.
Crimes que chocaram o país, como os assassinatos de Celso Daniel, Toninho do PT, Marielle, e a facada no então candidato Bolsonaro, não chegaram aos mandantes, "coisa que o povo quer saber"!
Nossas imensas fronteiras, por onde passam toneladas de drogas, armas dos mais grossos calibres e exclusivas das FFAA, permanecem escancaradas pelo difícil controle, apesar de toda tecnologia vigente. São diversas as "forças ocultas e contrárias" à Declaração de Guerra ao crime organizado e desorganizado, aos Exércitos do Tráfico, ao Garimpo, Desmatamento e Pesca ilegais.
Medo das reações estrangeiras? Das ONGS? Da mídia esquerdista? Dos artistas ativistas? Dos Macrons da vida? Dos Tribunais Nacionais e Internacionais?
Me vem a mente uma música do irreverente compositor Zé Geraldo com o qual fecho esse artigo:
"Banquete de hipócritas,
Banquete de hipócritas,
Comeu, comeu,
comeu, comeu,
Quem sobrou fui eu"
* Raul Jafet é jornalista e empresário.