• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 02 Julho 2022

 

Gilberto Simões Pires

ILUSÃO DA VERDADE

Por mais revoltante que seja, o fato é que a máxima de que "basta repetir uma mentira para que ela se torne verdade", técnica largamente utilizada pelo nazista Joseph Goebbels, funciona e muito. Esta consagrada máxima, como bem define a psicologia, se traduz pelo efeito da ILUSÃO DA VERDADE. Mais: exaustivos estudos sobre os efeitos desta técnica -infalível-, as pessoas em geral tendem a aceitar como VERDADES as afirmações que elas já ouviram antes, mesmo que sejam FALSAS. 

PELA MESMA LÓGICA...

Ora, se a máxima da REPETIÇÃO DE UMA MENTIRA QUALQUER produz o efeito desejado pelos anunciantes mentirosos, isto significa, pela mesma lógica de raciocínio, que a REPETIÇÃO DE UMA OU MAIS VERDADES produz efeito idêntico. Ou seja, faz soar como algo familiar do tipo que as pessoas já ouviram antes.

FALSOS BENEFÍCIOS

Assim, sob o aspecto econômico -mundial- uma grande -MENTIRA- que vem sendo repetida à exaustão diz respeito aos FALSOS BENEFÍCIOS que o mundo, notadamente os países europeus, obtém através dos mais diversos BANIMENTOS IMPOSTOS À RÚSSIA. Ora, quanto mais sanções impostas à Rússia mais os países dependentes -diretos- e -sem outra alternativa de substituição-, de certos produtos e serviços, vão sofrer. Em alguns casos, o drama já se mostra maior e mais complicado nos países que dependem por exemplo, de produtos derivados de petróleo e/ou demais commodities exploradas na região dominada pela Rússia.

OURO

A propósito, para Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM, a proposta que defende o presidente americano, Joe Biden, de banir a Rússia do comércio internacional de ouro é um legítimo TIRO NO PÉ. Ora, como o ouro é “reserva de valor” e, a Rússia é um player importante nesse ramo (negocia algo em torno de US$ 15 bilhões/ano e é o terceiro maior produtor de ouro do mundo) em momento de CICLO RECESSIVO não faltarão compradores para esse metal. Isto, portanto, resultará numa alta de preço do ouro, da mesma forma como já aconteceu com o petróleo. Ou seja, a Rússia acumulará ainda mais reservas em moeda forte com a venda desse ‘commodity’. 

Aliás, o Instituto de Finanças Internacionais de Berlim avaliou que entre fevereiro e maio a Rússia acumulou US$110 bilhões com a alta do preço do petróleo. Trevisan ressalta que não faltaram compradores, pois só a Índia aumentou em 700 mil barris diários a compra do óleo russo. Mais: a China acumulou mais de um milhão de barris em pouco menos de um dia. Muitas potências médias asiáticas seguiram o mesmo caminho.

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 29 Junho 2022

Alex Pipkin, PhD

Não tenho nenhuma brecha de dúvida de que a grande maioria do eleitorado “vota com a barriga”.
Em última análise, o povo escolhe seu candidato à presidência em função da situação econômica.
Nesse sentido, e de acordo com alguns analistas políticos, as pesquisas eleitorais no Brasil têm refletido os efeitos da alta inflação, especialmente, e justificam a liderança do ex-presidente Lula da Silva.
Parece haver consenso de que a inflação é um fenômeno global, sobretudo em razão da pandemia da Covid-19 e dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Penso que, sem dúvida, há variáveis globais que a explicam, porém, muitas vezes passam despercebidas as políticas implementadas por governos específicos, a fim de estacar a inflação e retomar a rota do crescimento.
Os EUA, por exemplo, vive uma alta da inflação inédita, com 8,6% em maio, reduzindo a renda e empobrecendo as famílias americanas, com grandes chances do país entrar em uma situação de recessão.
Os motivos desse panorama, devem-se as políticas do governo Biden de impulsionar enormes gastos governamentais, inclusive na condição pandêmica, e a demora no aumento das taxas de juros.
Aqueles dotados de conhecimento econômico efetivo, já haviam previsto o inferno na torre americana. Não importa, essa turma parece sempre colocar o foco no “progressismo social”, ao invés de por naquilo que tem que ser realizado prudentemente na esfera econômica.
Pelas bandas verdes-amarelas, embora se conviva com alta inflação, desemprego e fome, as políticas adotadas pelo PR e sua equipe de governo são, felizmente, outras.
O PR se posicionou contra a “festa dos lockdowns, e a economia a gente vê depois”, e na medida do possível, mesmo com o necessário auxílio emergencial, apoiou o incansável defensor do teto de gastos, o ministro Paulo Guedes.
Apesar da alta inflação, o país vem crescendo e, segundo Guedes, o Brasil poderá entrar em um ciclo de crescimento longo de 3% ao ano.
As previsões do Banco Central e de Guedes são de que a inflação começará a cair, e com isso, o país deverá crescer 2% neste ano.
De alguma maneira, a política fiscal demonstra uma queda nos impostos - que precisam ser simplificados -, além de um aumento significativo de arrecadação. O Brasil tem a seu favor o fato de ser vocacionado para o agronegócio, além de ser um polo atrativo para investimentos no setor de infraestrutura. Evidente que para tanto, é necessário melhorar a questão da segurança jurídica.
Muito embora a boa notícia seja a de que o desemprego esteja caindo, esse ainda é alto e, portanto, é necessária uma série de reformas, que envolvem a transformação da educação e o estímulo ao envolvimento das empresas nacionais nas cadeias globais de suprimentos, por exemplo.
Sou totalmente contra a interferência do governo nas estatais - claro que é essencial privatizá-las -, mas o PR, centrado no problema das pessoas, “agitou” e logrou reduzir tributos, a fim de fazer baixar o preço dos combustíveis e da energia.
Sim, o povo “vota com a barriga”, a crise é real, porém, não se pode acreditar em Coelhinho da Páscoa e hipotecar o futuro do país.
O candidato ex-presidiário já verbalizou que se eleito irá acabar com o teto de gastos e impulsionará uma ampla agenda de gastos governamentais, justamente o oposto daquilo que o conhecimento econômico recomenda para o ajuste das políticas fiscal e monetária. O semianalfabeto e analfabeto econômico, não aprendeu nem com a cadeia.
Verdadeiramente, ele e os mais de Quarenta Ladrões, estão centrados nas “vitais questões progressistas”, tais como a regulação da mídia, as causas LGBTQIA+, o controle de armas, enfim. Claro, continuam com o encantador papinho morfético do “O Petróleo é Nosso”, e são contra as privatizações.
Não, não estamos bem, mas num mundo real, para lá das bravatas e dos devaneios, imaginem como ficaria a inflação e os preços dos bens, dos alimentos e dos combustíveis, com uma equipe de ignorantes econômicos e incompetentes - e alguns mal-intencionados - retornando a cena do crime.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 28 Junho 2022

 

Gilberto Simões Pires

 

ONTEM, SÃO PAULO

Ontem, 27, de forma surpreendente, o governador de São Paulo saiu na frente e oficializou a redução do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e serviços de comunicações para o TETO de 17%, atendendo ao que determina a LEI COMPLEMENTAR 194, sancionada na última 6ª feira, 24 pelo presidente Jair Bolsonaro. 

 HOJE, GOIÁS

 Hoje, 28, o governador de Goiás acompanhou a atitude do governo de São Paulo e achou por bem também oficializar a redução do ICMS sobre os PRODUTOS considerados como ESSENCIAIS ao TETO DE 17%.

MANOBRA NOJENTA

Pois, enquanto isso Governadores de 11 Estados (Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará), na companhia do Distrito Federal, trataram de protocolar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) com pedido de liminar contra a tão aguardada LEI 194. Entretanto, pelo que se imagina depois das iniciativas de São Paulo e Goiás, esta nojenta manobra -TOTALMENTE CONTRÁRIA AO PENSAMENTO DO POVO BRASILEIRO- tem tudo para dar, literalmente, com os BURROS N'ÁGUA. De novo: tem tudo, mas não é certo, porque o STF, como se sabe, adora legislar. Principalmente quando se oferece a oportunidade de ferrar com as intenções do atual governo.

TETO E NÃO PISO

Volto a insistir: produtos e serviços que são considerados como ESSENCIAS, ou INDISPENSÁVEIS, por si só não deveriam ser tributados. Quando muito, ainda que absurdamente INJUSTA sob os aspectos -social e econômico-, a taxação deveria ser de, no máximo, UM DÍGITO (vejam, por exemplo, que na Flórida (USA), os combustíveis são taxados com 4% de imposto). Mais: como o TETO, como determina a LEI 194, é 17%, isto significa, categoricamente, que o PISO pode ser ZERO ou próximo de ZERO. Ou seja, nada impede que qualquer governador resolva ser minimamente HONESTO E DECENTE e pronto para atender os reais desejos do SOBERANO POVO.

 

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  • Sílvio Munhoz
  • 27 Junho 2022

 

A incongruência sem fim..

 

Sílvio Munhoz

 

             A manchete da revista Oeste (um dos bastiões da verdadeira imprensa nos dias atuais), não faz você pensar o porquê do sucesso imediato e estrondoso da série ENTRE LOBOS? A razão é singela, por tratar de forma realista – nua e crua como se costuma dizer – aquele que talvez seja o maior problema brasileiro nas últimas décadas e que com certeza impacta a vida de todo brasileiro do Oiapoque ao Chuí, deixando no seu caminho: rios de sangue; pilhas de cadáveres; milhares de familiares que choram em seus túmulos; incontáveis vítimas sobreviventes, mas traumatizadas; e uma população atemorizada.

Esse que, um dia foi o cenário das grandes cidades, hoje atinge os mais recônditos rincões brasileiros, pois a criminalidade organizada, seja através de espécies de crimes como o “novo cangaço” ou por intermédio do flagelo do tráfico de drogas não se importa mais com o número de habitantes.

Vemos hoje grades, muros altos, arame farpado, câmeras de vigilância, seguranças vigiando cada centímetro. O cenário pintado lido fora do contexto – por quem não leu os primeiros parágrafos, por exemplo -, poderia levar a imaginar que descrevo um presídio... não, descrevi as ruas e as casas brasileiras nos dias atuais, sem importar o tamanho da cidade. Pior é quando nossos coirmãos brasileiros, pela condição econômica não podem pagar por tais cuidados vivem à mercê da criminalidade, cada dia mais violenta e mais ousada, pois, ao invés, de dura e severamente combatida como necessário, ao contrário por muitos é “empoderada” (detesto essa palavra).

Pelo viés ideológico imposto à sociedade por anos a fio e que tomou conta das escolas (onde ladrão é chamado, propositalmente, de trabalhador) e universidades (onde penetrou profundamente a teoria de um comunista italiano chamada “garantismo”) o bandido é a vítima da sociedade e protegido por muitos, cristalizando a cena descrita em 1967 por Mário Ferreira dos Santos em invasão vertical dos bárbaros[1], só é punido severamente quem ataca alguém da tribo ou ideais desta; crimes cometidos por membros da tribo, contra inimigos ou quem não pertence ao “grupo”, ou por pessoas que não pertencem à “patota”,  recebem pouca ou nenhuma punição.

Como pode? A criminalidade aumenta cada dia mais e o combate não aumenta na mesma proporção, pior, por vezes é dificultado? EIS AS INCONGRUÊNCIAS SEM FIM do sistema atual de combate ao crime. Presenciamos verdadeiros duplipensares Orwellianos de alguns e outros que olvidam a CF, a Lei e até a regra básica de aplicação do direito no Brasil, que determina: “seja observado pelo Juiz ao aplicar a lei o BEM COMUM”[2]...

Dois exemplos a título de contexto. Lembram do episódio da Vila Cruzeiro no RJ e o Procurador do MPF – veja Império da Bandidolatria[3]- que após o evento impetrou ação civil pública para impedir a atuação da Polícia Rodoviária Federal, mesmo estando em vigência a Lei 13.675/2018 que criou o SUSP (sistema único de segurança pública), que incentiva atuação conjunta das polícias para o combate permanente ao crime organizado e à corrupção, sob o argumento de que no meio daquelas favelas do RJ não passava nenhuma Rodovia Federal e esta seria a competência da PRF, combater os delitos em tais estradas... pois bem, o Juízo da 26ª Vara Federal do RJ, nos autos da Ação Civil Pública n.º 50403630320224025101, acolheu o pedido liminarmente, impedindo a atuação da PRF, ao menos até o julgamento final da ação.

Dias após a decisão, o Procurador, em foco, envia ofício/urgente[4] ao Diretor-Geral da PRF do RJ, para dizer que deveria atender às requisições do Ministério Público, não obstante o determinado pelo Judiciário na ação que impetrara (se as determinações do MP prevalecem as decisões do judiciário não entendi o porquê de impetrar a ação). No caso a PRF deixara de participar, em virtude da decisão judicial, de uma operação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (formado por Auditores-Fiscais do Trabalho, Procuradores da República, Procuradores do Trabalho e Defensores Públicos da União) visando ao combate do trabalho escravo (crime grave que deve ser combatido). O motivo da ação não era por inexistir rodovia federal na Vila Cruzeiro. Será que o trabalho escravo ocorria no leito de alguma estrada da união. Pergunta retórica e irrespondível, pois frutos da INCONGRUÊNCIA. O combate aos “pequenos empresários das drogas do RJ” não faz parte da agenda, proíbo a participação. Para atacar aquele delito que “quero” investigar por fazer parte da agenda, obrigo o auxílio. A PRF deveria participar nas duas situações. Como digo, verdadeiro duplipensar Orwelliano.

Por sorte ainda há juízes no Brasil e o Presidente do Tribunal Regional da 2.ª Região, Dr. Messod Azulay Neto, a pedido da União cassou a liminar que impedia a participação da PRF nas operações conjuntas.

O outro caso, que demonstra o desprezo à Constituição Federal e ao bem comum, aconteceu em uma cidade da Serra do Rio Grande do Sul, chamada Bento Gonçalves – já ouviram falar por conta dos vinhos e espumantes e do recente “desconvite” de um Ministro.

No dia 13 de junho na cidade de 120mil habitantes, a Brigada Militar (como chamamos aqui a Polícia Militar) foi informado por seu Setor de Inteligência da ocorrência de tráfico de drogas em duas residências: em uma era feita a distribuição para várias pessoas que a repassavam na forma de tele-entrega, enquanto a outra servia de depósito.

Os policiais fizeram uma “campana” na frente da primeira e visualizaram movimento de distribuição de drogas, abordaram um dos flagrados que saia e encontraram entorpecentes. O detido admitiu que distribuía na forma de tele-entrega. Neste momento saía outra pessoa que ao perceber a polícia fugiu para se esconder no interior da residência, a polícia o perseguiu e entrou no local onde encontraram mais pessoas, algumas fracionando a droga sobre uma mesa e farta quantidade de maconha e cocaína além de outros pertences comuns à prática do tráfico, após revistaram um carro, que o Serviço de Inteligência apontara como sendo usado para o tráfico, e no seu interior apreendidos 15 tijolos de maconha.

Em face das descobertas feitas no primeiro endereço foram ao segundo (depósito) e entrando no mesmo detiveram outro envolvido o qual guardava, pasmem, 372 tijolos de maconha[5], um veículo roubado, fardamentos das polícias civil e militar, rádios HT na frequência policial, placas falsas, inúmeros celulares dentre outros pertences.

O segundo flagrante não foi homologado. AJuíza[6] entendeu que a invasão de domicílio foi injustificada. Ao contrário da primeira na qual realizaram “campana” e observaram o delito, na segunda casa a entrada estaria embasada só no Serviço de Inteligência. Raciocínio enviesado: parte de jurisprudência equivocada e minoritária para soltar perigoso traficante; não adiantava fazer “campana”, era depósito e quem poderia ir pegar droga, caso necessário, fora detido no flagrante anterior; terceiro, a confirmação da primeira como ponto de distribuição e da efetiva utilização do veículo no negócio espúrio, comprovava a investigação da Inteligência de a segunda ser o depósito da quadrilha, permitindo acesso sem mandato, pois ali ocorria a prática de um flagrante delito (verdadeiramente, permanente), como permite a exceção da regra constitucional. A casa é o abrigo inviolável do cidadão e não o bunker da bandidagem!..

Dos 07 traficantes presos na primeira casa embora homologado o flagrante, concedeu liberdade provisória para 05, “pois não representariam perigo à ordem pública e a preventiva não pode estar sustentada só na gravidade abstrata do crime” (Constituição Federal equipara tráfico de drogas a crime hediondo, regra que muitos aplicadores do direito esquecem). Como quadrilha de traficantes com tal magnitude, em uma cidade média do interior de um Estado, com a qual são apreendidos em torno de 400 tijolos de maconha (somem os quilos da segunda prisão, descritos no rodapé), além de quantidade significativa de cocaína, pode não representar perigo concreto?? Percebem decisão que tangencia a Constituição Federal e a Lei e olvida, totalmente, o BEM COMUM, que deveria orientar os julgamentos de todos os juízes...

Resumo da ópera, de 08 traficantes presos em flagrante, com massiva quantidade de entorpecentes, 06 foram soltos para continuar “empresariando a venda” em Bento Gonçalves, porém, ainda há Promotores de Justiça preocupados em proteger a sociedade e combater a criminalidade no Rio Grande do Sul, pois o Dr. Manuel Figueiredo Antunes recorreu da decisão e impetrou uma cautelar inominada para conceder efeito suspensivo ao recurso, visando a manter os acusados detidos até a decisão do Tribunal de Justiça[7]. Oremos para a reversão da decisão.

Dois casos que bem demonstram o porquê de tamanho sucesso de um documentário sobre segurança pública. O pior é que, ainda há no Brasil quem defenda desencarceramento em massa, sustentando que se prende muito e mal. Quando ouvir alguém dizendo tal asneira lembre um dado informado no documentário e pensem, podem estar caminhando ao seu lado no instante que escrevo estas mal traçadas linhas...

“Existem no Brasil + de 500mil mandados de prisão não cumpridos. Meio milhão de pessoas que deviam estar presas estão soltas, neste exato instante.” Documentário Entre Lobos do Brasil Paralelo.

Que Deus tenha piedade de nós!..   

*         O autor é cronista do Portal Tribuna Diária presidente do Movimento Ministério Público pródo  Sociedade e   membro do COM Movimento Contra a Impunidade.. 

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  • Adriano Marreiros
  • 23 Junho 2022

Adriano Marreiros

Nada supera o talento. (Antiga propaganda   da Escola Superior  de Propaganda e Marketing

 

         Estou assistindo “Entre Lobos” do Brasil Paralelo.  Fantástico (de verdade, não como aquele que é só no nome), recomendo, mas esse não é o assunto de hoje.  Algo que eu soube há pouco merece uma crônica imediata.   Incrível o que fizeram com meu amigo.  Preciso falar: não conseguiria dormir sem expressar essa revolta de alguma forma.

Você já viu a Capela Sistina?  Imagina o seguinte, se em lugar de escolher o melhor de todos (aquele que chegam a chamar de “O Divino”), em vez de considerar as habilidades do artista, a excelência de seu trabalho, Julio II pensasse: tem florentino demais na arte, isso é opressivo.  Precisamos escolher alguém que não seja da Toscana e nem tenha estudado lá. 

E você torce pra que time? Imagina que você é o técnico desse time do coração.  Você vai barrar o artilheiro do campeonato pra dar chance a outros, só porque até então ainda não tinham sido escalados?

Curte Rock and Roll?  Puxando a brasa pra minha sardinha – sou baterista – você acha que Led Zeppelin, Rush e The Who seriam o que foram se tivessem dispensado Bonham, Peart e Moon?

Talento, força de vontade e obstinação não são privilégio deste ou daquele grupo.  Na arte, no esporte e na música, por exemplo, encontramos profissionais e destaques de todas as origens.  Fui Oficial do Exército e vi indicados para engajamento, curso de Cabo e Sargento Temporário de todas as origens.  Nas Agulhas Negras, tive colegas que recebiam aquele soldo baixinho e mandavam quase tudo para ajudar os pais.  Sei que na ESA também era assim.  Quem passou por lá, quem conhece o povo brasileiro de perto, conhece esses casos.  Tinham entrado por concurso competindo com gente que fizera cursinhos caros.

Vilanizar o mérito nada resolve.  Significa deixar de investir em aperfeiçoar quem não tem certas oportunidades e tentar criar dependência, fingindo resolver.  Meu amigo Bernardo, esta semana, criticou  duramente uma baboseira que não tinha mérito para ser matéria de jornal, mas estava ali: “Por que chegar em último lugar em competições esportivas faz bem para o corpo e a mente”, assim mesmo, sem pontuação ao final: mais demérito ainda... 

Ah, chega!!!  Nem escrever bem eu consigo hoje diante da injustiça que fizeram com outro amigo, aquele lá do início.  Esta crônica está tão ruim que vou parar pra não parecer que o Tribuna Diária escolhe seus colunistas por critérios não meritocráticos.  Estou aparvalhado, deprimido, chocado, sem esperança no futuro porque sei que vai piorar.  E sem meritocracia, que critérios usarão?  E esses critérios valerão pra todos os que os atendem ou só pra quem segue a ideologia?  Pros que protestarem: o artigo 58 do código penal stalinista, aplicado por analogia?  E a Democracia?  Ah, vão por nos nomes das coisas, tipo a República “Democrática”Alemã...

Lamento, amigo!  A única coisa que me consola é que eles não tinham mérito pra ter você!  

Do  Led Zepellin, só têm o chumbo, e não decolam.

Do  Rush, somente a pressa em afastar a meritocracia.

The Who: apenas como pergunta, porque... são quem mesmo???

“um dos projetos mais ambiciosos da esquerda é destruir tudo que se relacione ao mérito, à individualidade e à individuação do ser humano.  O destaque pessoal é corrompido e transformado em opressão e humilhação”. (Bernardo Guimarães Ribeiro comentando a tal “matéria jornalística”)

P.S.  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados: 

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 23 Junho 2022

 

Alex Pipkin, PhD

O populismo, o bom-mocismo desarrazoado e, especialmente, a ignorância econômica, são características marcantes da “humanística” esquerda partidária.
O grande mote desses “humanistas” é a distribuição de renda, porém, eles esquecem que a renda, a riqueza, não dá em árvore, ela precisa ser criada. Quem a cria são os “malvados capitalistas”.

O coletivismo, segundo todas as experiências pragmáticas, só conseguiu distribuir aquilo que plantou, ou seja, pobreza e fome. Não obstante, é a coqueluche latino-americana.

É lamentável constatar que sistematicamente não é só a turma canhota benevolente que crê em crenças e em fantasias, e sofre de insuficiência de conhecimento econômico comprovado.

Já escrevi várias vezes sobre o tema, mas sempre me deparo com sujeitos razoáveis que caem na tentadora falácia do “compre do Brasil, compre do RS”. Kahneman e Thaler têm razão, poucos acionam o sistema 2…

Desafortunadamente, esse lema é um tremendo equívoco - comprovado, verdadeiramente um protecionismo causador de inúmeros estragos a saúde econômica, física e mental dos gaúchos e dos brasileiros.

As políticas nacional-desenvolvimentistas, introvertidas, que verificou-se nos governos petistas, por exemplo, são enganosas e burlescas, e conduziram o país a investimentos errados, redundando em produtos e em serviços mais caros e de pior qualidade.

Será que é necessário, por exemplo, lembrar o que aconteceu com os investimentos no polo naval de Rio Grande, durante a era petista?

Em 1776, Adam Smith já enfatizava os benefícios do livre comércio e da troca de produtos por meio da especialização. Ninguém, tampouco nenhum país, pode ser “tudo para todos”.

Poucos atentam para o fato de que a importação é uma forma de produção indireta, tendo normalmente uma melhor relação custo-benefício.
Iniciativas protecionistas são cobertores da ineficiência, uma vez que auxiliam empresas que não são produtivas, pois caso não haja proteção essas organizações deixam de ser competitivas.

O “compre o nosso”, auxilia intensamente apenas a parte de “empresários” brasileiros que mantêm relações nada republicanas com alguns agentes estatais, esses são os grandes beneficiários dessas políticas.

Atualmente, sentimos na carne os malefícios do grande chavão estatista nacional “o petróleo é nosso”.

Apesar de tudo isso, muitos ainda são aderentes a esse enfadonho clichê, embora a maioria perceba que não precisamos ser donos de nada, necessitamos mesmo de produtos e de serviços de qualidade a preços mais baixos, isto é, de uma melhor relação custo-benefício.

O puro conhecimento econômico nos ensina que são os mercados mais livres e abertos aqueles capazes de gerar maior crescimento econômico e social para as populações.

O que criará as condições para que os brasileiros tenham mais empregos, mais renda e mais prosperidade são políticas essenciais de abertura econômica efetiva, de uma reforma tributária simplificadora e redutora de tributos, de uma que elimine a estupenda burocracia que não agrega nenhum valor, além de uma mais profunda reforma em nível de relações trabalhistas.

Conhecimento econômico - e dado da realidade - é que mercados mais abertos e o comércio internacional trazem maior prosperidade.

Ignorância econômica, populismo - e engodo - é afirmar que comprar de produtores “locais” seja saída para a economia e para a melhoria social.

Os populistas chutadores nunca estiveram tão em voga.

 

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