• Roberto Rachewsky
  • 13 Agosto 2022

Roberto Rachewsky

 

Selecionei os cinco ditados populares que podemos usar para criticar o Estado.

1. O que vem fácil vai fácil.

Usando a coerção o governo terá o dinheiro das pessoas e gastará de forma rápida e inadequada, principalmente com os que nele ou com ele trabalham.

2. Cavalo dado não se olha os dentes.

Como para o governante o que a população recebe é como se fosse presenteado pelos políticos, não importa o custo, já que quem compra não paga por aquilo, e nem a qualidade, já que o beneficiário não é quem escolhe nem compra.

3. Tempo é dinheiro.

Tempo é o bem mais valioso que temos, pois a vida tem duração limitada. Se tempo é dinheiro, então dinheiro é vida. Logo, quando o governo tira nosso dinheiro, está nos tirando a vida, o tempo e as escolhas que poderíamos fazer enquanto a vida dura.

4. Sofre muito menos quem aprende à custa dos erros alheios.

Sim, governar é decidir sem ter que arcar com os próprios erros das malditas decisões. Afinal, quem paga pelos erros dos governantes são os governados que pagam impostos e sofrem com a regulação.

5. De grão em grão, a galinha enche o papo.

Enriquecer uns poucos diluindo o valor entre muitos é o que estimula os governantes a continuarem espoliado os governados pagadores de.impostos porque esses, os espoliados, preferem pagar um pouco, calados, do que se incomodarem com o fisco, a justiça e a polícia que fazem parte da máfia que enche o papo.

*         O autor é empresário e articulista

**        Publicado, originalmente, no site do Instituto Liberal, em  https://www.institutoliberal.org.br/blog/5-ditados-populares-que-podemos-usar-para-criticar-o-estado/.

 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 12 Agosto 2022

Gilberto Simões Pires

 

INEFICIENTE, INCOMPETENTE E CORRUPTO

Mais do que sabido, em qualquer sociedade, quando os escolhidos para ADMINISTRAR os negócios dão claras e inequívocas demonstrações de INCOMPETÊNCIA, isto já seria o bastante para que nunca mais viessem a ser contratados. Agora, se além da flagrante INCOMPETÊNCIA os -administradores- também fossem pegos com as MÃOS E PÉS NA BOTIJA, deixando rastros nítidos e comprovados de ROUBOS INCALCULÁVEIS para a sociedade, aí, de sã consciência, seria inimaginável que alguém viesse a propugnar pela recontratação de quem provou que, além de INEFICIENTE e INCOMPETENTE também é CORRUPTO. 

CEITEC

 

Deixando de lado, sem esquecer jamais, os terríveis casos de CORRUPÇÃO, que de antemão se transformaram em MARCA REGISTRADA dos governos Lula e Dilma -petistas-, vale a pena recordar, na tentativa de convencer os apaixonados por bandidos, um dos emblemáticos casos da mais pura INCOMPETÊNCIA administrativa. Para quem não sabe, ou não acompanha, a CEITEC S.A, uma ESTATAL fundada em 2008, não ficou conhecida como uma empresa voltada para a -produção de chips de automação-, mas para empregar petistas e dar PREJUÍZOS IMENSOS. 

PARA ALÍVIO DOS PAGADORES DE IMPOSTOS

 

A CEITEC, na realidade, além de empregar cerca de 180 funcionários se notabilizou por apresentar PREJUÍZOS. Assim, em junho de 2021, o governo Bolsonaro decidiu aliviar o bolso dos -pagadores de impostos- e para tanto decidiu pelo fechamento da CEITEC. Tal decisão foi baseada nos relatórios da estatal, que entre os anos de 2010 e 2018 recebeu cerca de R$ 600 MILHÕES do governo federal, e durante a sua existência gerou um prejuízo de R$ 160 milhões. Que tal? 

MINISTRO VITAL DO RÊGO, DO TCU NÃO ESTÁ CONVENCIDO

 

Pois, nem mesmo as gritantes comprovações de INCOMPETÊNCIA foram capazes de liquidar o quanto antes a fúnebre CEITEC, que desde o dia 14 de junho de 2021 até hoje, segue existindo tal qual um fantasma público. Vejam que quase um ano após suspender o processo de extinção da Ceitec, o TCU adiou para setembro próximo o julgamento que -pode- res18ultar na retomada da liquidação da estatal. O pedido de vista foi solicitado nesta semana pelo ministro Vital do Rêgo. No ano passado, quando a liquidação foi suspensa, Rêgo disse que o processo de desestatização da Ceitec deveria ser paralisado para que o governo pudesse "melhor" justificar o atendimento ao interesse público. Pode?

PROVA DE ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA

Vale registrar, para que não paire dúvida, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) recomendou a extinção da Ceitec em junho de 2020, e o decreto presidencial que oficializou a decisão foi publicado em dezembro daquele ano. O processo de liquidação envolve a transferência de projetos e patentes da empresa para uma Organização Social, a ser criada. Volto a insistir: a CEITEC, para provar o quanto é uma ideia de quem adora mostrar absoluta INCOMPETÊNCIA, sempre foi dependente do Tesouro Nacional - ou seja, precisa de recursos do Orçamento para bancar despesas correntes e salários. Que tal?

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  • Afonso Celso
  • 11 Agosto 2022

Leitura oportuníssima nestes dias cabulosos!

 

Afonso Celso

No trecho abaixo, extraído do livro com mesmo título (clássico de nossa literatura), o autor escreve, em 1900, sobre a Independência do Brasil.

Ao embarcar para a Europa, em Abril de 1821, confia D. João VI ao príncipe D. Pedro a administração e governo supremo e provisório do reino do Brasil. A 23 de Maio do mesmo ano, decreta D. Pedro a liberdade de imprensa, antecipando, por esta e outras medidas, o regime constitucional. A 9 de Janeiro de 1822, declara permanecer no Brasil, em desobediência formal à imposição das cortes portuguesas. A força armada de Portugal, existente no Rio, busca prender D. Pedro e embarcá-lo à força.

É D. Pedro quem, empregando máxima energia, disposto à luta material, constrange a divisão lusitana a render-se e a embarcar. A 16 de Fevereiro, convoca para se reunir no Rio um conselho de procuradores gerais de todas as províncias brasileiras. A 21 do mesmo mês, proíbe a execução no Brasil, sem a sua sanção, de ordens e leis daquelas cortes. A 3 de Junho, convoca uma assembleia legislativa e constituinte incumbida de organizar a constituição pela qual devesse reger-se o continente brasileiro. Finalmente, a 7 de Setembro, nas margens do Ipiranga, proclama a inteira separação da antiga metrópole. A separação foi, pois, o resultado de longa série de grandes atos, denotadores de energia, perseverança e civismo nada vulgares.

Não se ultimou essa separação sem luta e derramamento de sangue. O Brasil armou-se, formou exército e esquadra, contratou oficiais estrangeiros quais Cochrane, Mariath, Norton, Taylor, Greenfeld e Labatut. Feriram-se combates em terra e no mar. D. João VI envia emissários a D. Pedro que recusa recebê-los e os obriga a regressarem, devolvendo as cartas do pai. Portugal solicita a mediação inglesa, no intuito de terminar-se a guerra. Graças a essa mediação, celebra-se a convenção de 29 de Agosto de 1825, em virtude da qual Portugal reconhece a independência do Brasil. Fizeram-se concessões mútuas na convenção, cedendo o Brasil à vantagem de ser reconhecido por Portugal, a fim de que as mais nações da Europa também o reconhecessem. A prova de que o tratado não nos era infenso está na indignação pública que levantou em Portugal, obtendo a custo o gabinete inglês a ratificação.

Como o Brasil se obrigara a pagar dois milhões de libras esterlinas, ou melhor, assumira a responsabilidade de um empréstimo dessa quantia, contraído por Portugal em Londres, acoimaram alguns oposicionistas o tratado de carta de alforria, afirmando que compramos a nossa independência. Excessos de linguagem injustos e injustificados!

Proveio aquele compromisso de um ajuste de contas, tendo por fim extinguir reclamações de parte a parte. Representou o valor de palácios e outras propriedades particulares de D. João VI no Brasil. Com a separação, apoderara-se este de parte do patrimônio até então comum. Ficaram, demais, pertencendo ao Brasil, mediante a obrigação referida, mercadorias sequestradas, embarcações surtas nos portos, prédios rústicos e urbanos, navios apresados em alto mar, numerosos vasos de guerra. A continuação da campanha teria custado mais. Porém, objetar-se-á, poderia o Brasil vencer afinal e nada pagar.

É exato. Honra lhe seja, entretanto, ter preferido, no começo de sua existência nacional, não fazer questão de dinheiro, praticando para com a velha mãe pátria empobrecida e fraca um ato de honestidade ou cavalheirismo.

*       Afonso Celso foi escritor, poeta, historiador e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, designado Conde de Afonso Celso pelo Papa Pio X.

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  • Adriano Marreiros
  • 11 Agosto 2022

Adriano Marreiros

 

Tenho que aproveitar enquanto ainda há algum resto de Liberdade.

Bandeira idolatrada

Altiva a tremular

Onde a liberdade

É mais uma estrela

A brilhar!

Fibra de herói: Barros Filho e Guerra Peixe

 Estou fora de data, mas precisei escrever urgente.  E tenho que aproveitar enquanto ainda há algum resto de Liberdade.

Curto Rock, curto Jazz, curto Blues.  Os  dois últimos eu conheço e ouço menos do que deveria e, pra conhecer e ouvir mais, fui à Redenção, ontem de manhã, com Nanda, para ouvir um pouco.  E sim, conheço os... perigos da Redenção...

Encontramos lá o Átrio e a Rachel, como combinado, curtimos boa música e resolvemos ir almoçar uma boa carne, antes que nos proíbam. No caminho pro nosso carro, Nanda vê umas bijuterias interessantes num quiosque e me pergunta qual eu achava mais bonita.  Como costuma ocorrer, sugeri uma e, logo,  ela disse preferir outra. 

Háháhá, devia ter feito psicologia reversa...  Antes, porém, que ela comprasse, a senhora que nos atendia ofereceu uma realmente bela: era de um verde e amarelo lindos, Imperiais, bem Bragança e Habsburgos.  Creio que até uma Imperatriz usaria...

Imediatamente disse:  “Leva este, Nanda: é das cores da Bandeira!!”.  A tal senhora fez cara de nojo.  Engraçado... sei como é essa turma do Bonfim, tanto que mencionei conhecer os perigos, mas eu não tinha falado nadinha de política. E mais, não defendi sequer os verdadeiros valores – não tinha defendido a vida dos inocentes desde a concepção, não tinha defendido a punição de bandidos, não tinha defendido a Liberdade de expressão, não tinha defendido a posse de armas pelas pessoas de bem, não tinha criticado as agências de left checking, não tinha criticado grandes episódios de corrupção, não tinha defendido valores judaico-cristãos: nada disso! Nada!  Eu só tinha elogiado as cores por serem as da Bandeira de nosso país.

Mas não me intimidei – Vô Josino já dizia que “cara feia pra mim é fome” – e complementei o que estava dizendo:  “É o verde e amarelo da Bandeira, do Brasil e mais, em tons imperiais.  Parece o que nossos Imperadores usavam”.  À medida que eu elogiava, mais ela fechava a cara, mas, como não queria perder a venda, embalou o produto e passou o cartão, chegando a ensaiar um pretenso projeto de sorriso, um sorriso amarelo, mas de uma amarelo feio, anêmico, não belo como o do colar e da Bandeira: e olha que nem mostrou os dentes.

Pegamos então o carro e fomos encontrar Átrio e Rachel na Texas Fumaçaria, que adoro por dois motivos: primeiro porque tem no nome o Estado americano[1]  mais admirável, onde o cidadão está acima do Estado, onde os valores são mais cultivados, onde a Bandeira nacional americana é amada  e respeitada.  Segundo, por causa daquele sanduiche maravilhoso de Brisket que não tem mais em lugar nenhum.

Entre uma e outra lambuzada de um sanduiche que não se pode comer impunemente (de terno, nem pensar) meus pensamentos me levaram à lembrança do torpe e asqueroso regime nazista.  Se não me engano, eles nunca chegaram a mudar oficialmente a bandeira da Alemanha, mas, na prática, em qualquer ocasião, só usavam a do partido.  Mas, mesmo que eu esteja enganado: o fato é que substituíram a Bandeira de uma Nação pela bandeira de um partido... e impuseram o partido único, uma única opinião, desarmamento civil, o genocídio étnico e de opositores e outros horrores.

É esse tipo de perigo que mais me preocupa quando lembro daquele esgar de nojo.

Não temais ímpias falanges,

Que apresentam face hostil:

 Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil.

Vossos peitos, vossos braços

 Vossos peitos, vossos braços

São muralhas do Brasil.

Hino da Independência.

D. Pedro I e Evaristo da veiga

 *          O autor é mestre em Direito, membro do Movimento Contra a Impunidade (MCI) e do Ministério Público Pró Sociedade (MP Pró Sociedade), autor de “2020 D.C., Esquerdistas Culposos e Outras Assombrações” e de “Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais”.

 **        Publicado originalmente no portal Tribuna Diária, em https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1565/gente-com-nojo-da-bandeira.html

 

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  • Fernão Lara Mesquita, em O Vespeiro
  • 10 Agosto 2022

Fernão Lara Mesquita, em O Vespeiro

 

Foi passando, foi passando, e já ficou tarde. Mas ainda acho que vale uma reflexão, especialmente neste país fissurado na gritaria ôca da "defesa da democracia".

Aiman Al-Zawahiri, o segundo homem da Al-Qaeda abaixo de Osama Bin Laden de quem foi o médico particular, era egípcio. Em 1981 foi preso e solto por falta de provas em conexão com o assassinato de Anwar Sadat, presidente de seu país e Nobel da Paz por ter cessado a guerra multimilenar contra os odiados judeus. Entre as carnificinas a que está ligado estão a primeira tentativa de derrubar o World Trade Center com um caminhão de explosivos no subsolo em 1993, o assassinato a faca de 62 turistas em Luxor em 1997, a explosão das embaixadas americanas do Quênia e da Tanzania em 1998 com 213 mortos e mais de 5.500 feridos, o atentado contra o USS Cole da marinha americana em 2000 com 17 mortos. Estava no desenho e na execução do 11 de setembro com 2.996 mortes. E também na do massacre de 12 dos cartunistas e redatores do Charlie Hebdo em Paris em 2015.

Ao fim de mais de 20 anos de espera e persistência os serviços secretos americanos localizaram Al-Zawahiri na Cabul desocupada, Afeganistão, onde tinha o hábito de ler por algumas horas todos os dias numa determinada varanda.

A justiça entrou pela janela (quebrada na foto).

A diferença real entre democracia e anti-democracia, civilização e barbárie, está, por exemplo, em gastar bilhões de dólares e anos de estudo para desenvolver um "míssil" que não carrega explosivos capaz de matar um celerado cirurgicamente, "a bisturi", a milhares de quilômetros de distância num país inimigo, sem ferir, nem qualquer de seus parentes e acompanhantes, nem mesmo os seus guarda-costas na casa em que se escondia, ao fim de uma caçada que começou ainda antes do 11 de setembro de 2001 para "bring to justice" o terrorista que atira Boeing's lotados contra edifícios de mais de 100 andares cheios de avós, de pais, de mães, de filhos e de netos de gente que ele assassinou sem sequer saber quem eram.

E tudo para provar que o crime não compensa, que a Justiça tarda, mas não falha, e que existe, sim, uma enorme diferença entre o ódio cego e coletivo e a responsabilidade individual.

Um exemplo extremo, mas definidor e definitivo.

São "sutilezas" como esta que não interessa ao Brasil Oficial, que ocupa as telinhas a partir dos "jornais nacionais" do horário de quem dorme tarde em diante e "narra" ou distribui ele mesmo navalhadas no escuro, pegue em quem pegar, "em nome da democracia", destacar para o Brasil Real, aquele dos programas do final da tarde que se dividem entre os necrotérios sórdidos onde desfilam as mães ululantes dos assassinados pelo descaso e pela impunidade no favelão nacional onde a vida não vale nada e os pastores televisivos que vivem da desesperança absoluta de haver justiça, um dia, onde não há democracia hoje.

*         O autor é jornalista

**       Publicado originalmente em O Vespeiro

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 08 Agosto 2022

Alex Pipkin, PhD


Faz poucos dias, morreu João Paulo Diniz, filho do empresário Abílio Diniz.

João Paulo, segundo consta, era um esportista e possuía um estilo de vida bastante regrado, o que não foi suficiente para evitar uma morte aos 58 anos.

Logo após a notícia, comecei a ler uma série de posts e mensagens alertando e sugerindo que deveríamos “viver a vida”, gozando de seus prazeres imediatos, vinculados a comidas, bebidas, viagens e outros tipos de desejos. O “racional” é de que a morte está sempre à espreita.

Fiquei pensando que embora a mensagem seja sedutora, parece-me que esse é um dos grandes problemas do pensamento “pós-moderno e progressista” mundial.

No entanto, sob o ponto de vista histórico, não há dúvidas de que na América do Sul, vis a vis a Europa e aos EUA, a lógica curtoprazista sempre foi o “modus operandi”.

E aí é que sempre habitou o perigo! Não há crescimento e progresso sólido e sustentado sem a construção do futuro, que necessita ser realizado a partir do presente, o que implica em certa renúncia dos desejos presentes, a fim de construir e se beneficiar no longo prazo.

Em outras palavras, é preciso trabalhar, planejar, economizar, e edificar um futuro mais inovador e melhor.

Na inovação, raramente existe o “momento Eureka”, as inovações demandam várias tentativas e muita persistência.

Viver “loucamente” a vida no presente, é sensacional para livros e para roteiros de filmes.

Tanto no aspecto individual como no empresarial, é singelo perceber como a questão temporal importa e é decisiva.

Tristemente, não é a regra, mas quantas pessoas abandonam os prazeres imediatos da vida, para investirem numa formação universitária, por exemplo, visando obterem maiores benefícios futuros?

Quantos empresários investem os ganhos nos seus negócios, com o objetivo de gerar mais diferenciais competitivos para construir uma posição competitiva mais vantajosa no futuro?

Evidente que não é uma tarefa fácil. Confesso que por “n” motivos também fraquejei, em algumas situações, nessa questão. Penso que quanto mais jovens somos, em razão da pouca “janela” que possuímos, mais frágil é o nosso autocontrole e a nossa preocupação com o longo prazo. A cegueira se apossa de nós.

Como sempre os incentivos importam, e a própria “qualidade” de nossas instituições depende da orientação temporal, aqui sendo de pior qualidade justamente pela despreocupação com a construção de um futuro melhor para todos.

No país do carnaval, os incentivos são contrários ao investimento no futuro, aquele que induz as pessoas a trabalhar, economizar e investir numa vida melhor no futuro.

Nessa terra, a procrastinação na implementação de políticas públicas de sedimentação de um futuro promissor é fundamental para que os donos do poder e da democracia continuem explorando e se apropriando da riqueza gerada pelos seus reais criadores.

Nesse país, a orientação curto-prazista, similarmente, evoca a busca de “salvadores da pátria”, que compram a alma popular em troca de migalhas, mesmo que isso custe o futuro de gerações de brasileiros.

Até mesmo no país berço das liberdades individuais e econômicas, os valores virtuosos pilares do crescimento e do progresso, têm sido abdicamos em nome do total gozo do presente. Narrativas populistas, “progressistas” e insensatas alardeiam mensagens do tipo “você pode ser quem você quiser”, “viva somente o presente”, “faça tudo o que quiser agora”, entre outras, demonstram a ênfase na estipulação de um pensamento de curto prazo nas populações.

Na Terra do pau brasil, Macunaíma também era guiado pelo prazer e pelo oportunismo. Evidente que o medo imperava.

No conhecimento econômico lógico, a orientação de longo prazo também é um componente essencial para o desenvolvimento econômico e social.

Penso que se os incentivos não forem transformados para que as pessoas passem a ter a capacidade de pensar e de avaliar os impactos no longo prazo - ironicamente o ensino brasileiro valoriza e estimula o gozo no presente -, continuaremos sendo vítimas de populistas, corruptos, ladrões e despreparados, que não roubam apenas dos cofres públicos, mas que sequestram nossa felicidade e nosso futuro.

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