Jarbas Passarinho

23/11/2008
Guardo a li? de Franklin Delano Roosevelt quando expressou serem as liberdades fundamentais sintetizadas em n?ter fome, n?ter medo, livre culto religioso e o respeito ?rivacidade das pessoas. A liberdade de n?ter medo embasa-se no direito de expressar livremente o pensamento. N?lutaram as fac?s comunistas pela democracia, mas por ditadura do proletariado, segundo a cartilha marxista. Protestou, indignado com a mentira, Daniel Aar?Reis, ex-guerrilheiro, preso e exilado, hoje professor universit?o. ?paradoxal o defensor do partido ?o invocar honestamente direitos humanos que nega, se no poder. O ministro Vanucchi foi militante da A? Libertadora Nacional (ALN), liderada por Marighella que defendeu o terrorismo, em seu manual. Ou?que teve um parente morto na luta armada e cuja fam?a j?ecebeu indeniza? por ter perdido a guerra! Racionalmente, julgo-o um revanchista que tamb?perdeu a guerra e ?oje ministro de um presidente que n?foi guerrilheiro. Antecessor seu na Comiss?foi outro militante de guerrilha comunista vencida, como todas. Mas o objetivo deles tem sido muito claro: ?ueixar-se de torturas na luta armada e esconder o crime tamb?hediondo do terrorismo que praticaram. Falta-lhes, pois, subst?ia moral para queixa mesclada de ?. Se evidenciamos n?poder ser juiz quem ?accioso, insinuam que defendemos a tortura. Cal?, mas eles defendem o terrorismo. S? indeniza?s j?eferiram mais de R$ 2 bilh?a beneficiados. Nem um centavo para fam?as dos mortos e mutilados no atentado terrorista no aeroporto de Recife em 1966, primeiro ato da luta armada que desencadearam. Pens?vital?a, remunera? por atrasados e emprego livre de imposto de renda foi obtido por um dos terroristas que lan?am carro-bomba contra o quartel do Ex?ito em S?Paulo e estra?haram o corpo de um soldado de sentinela. Os filhos do povo, vigilantes de bancos, seguran? de embaixadores, os oficiais estrangeiros mortos ?rai? (e at?or engano!), esses n?tinham pais, nem m?, nem esposas e nem filhos. Reconhecendo lisamente que houve excessos de ambas as partes na luta armada, a anistia incluiu na gra?os crimes conexos, assim tidos pelo Congresso em 1979 como a tortura e o terrorismo. Mas depois de terem os bolsos recheados de indeniza?s, atrasados e emprego vital?o, cresceu-lhes a ambi?. Apareceram juristas que descobriram n?ser a tortura prescrit?l. Nenhuma palavra sobre o terrorismo. Caluniam o ent?major L?o Maciel, que cumpriu a Conven? de Genebra. Prendeu Jos?eno?, sem praticar viol?ia. Falto de algemas, mandou amarr?o numa ?ore enquanto perseguia guerrilheiros. Tortura!, gritam os energ?os. Baleado trai?iramente ao atender a uma guerrilheira ferida, por pouco n?morreu gravemente ferido. Orgulha-me t?o comandado na Aman. O Ministro amea?demitir-se (que perda para o pa?) se o parecer da AGU reconhecendo a anistia para os crimes conexos for mantida. Pensando constranger o presidente, publica declara? dele que claramente se reporta aos cad?res dos desaparecidos h?0 anos, no clima quente e ?o da Amaz?. As For? Armadas salvaram o Brasil da tirania comunista, pela qual lutaram todas as fac?s esquerdistas na luta armada. T?seu car?r forjado nos princ?os da trilogia: p?ia, honra e dever. Diante da agress?armada dos comunistas, de 1967 a 1974, os militares cumpriram seu juramento: defender a p?ia com o sacrif?o da pr?a vida. Venceram, e porque venceram apoiados na opini?p?ca, os vencidos almejam trat?os como r?obos, num governo conquistado democraticamente por um sindicalista que n?foi guerrilheiro nem terrorista, e ?oje o comandante supremo das For? Armadas. Institui?s permanentes cultuam os que morreram nos p?anos do Paraguai, nos montes gelados da It?a e na Floresta Amaz?a, defendendo a p?ia. Nossa juventude castrense norteia-se pelo exemplo hist?o de seus chefes. Recentemente, os jovens aspirantes a oficial, graduados pela Academia Militar de Agulhas Negras, julgaram a Hist?. Tomaram como patrono de sua turma o general e presidente Em?o M?ci.

Rogério Mendelski

22/11/2008
Desde que um padr?de ideologia foi imposto aos brasileiros pela esquerda nacional, discordar desse padr??icar rotulado de “direta intransigente”. O patrulhamento intensificou-se de tal maneira que nem mesmo uma opini?contr?a aos mandamentos da esquerda passou a ter direito de ser divulgada na m?a, sob pena de o ve?lo de comunica? ser execrado “por leitores que suspendem a assinatura ou por ouvintes-telespectadores que v?mudar de esta?”. Trata-se apenas de uma quest?de compet?ia do pensamento esquerdista que supera em mobilidade a maioria silenciosa que n?gosta de se expor ou mesmo n?pratica o ativismo do patrulhamento. Os exemplos s?muitos, mas valem os mais recentes. A greve do magist?o, por exemplo. Pais e alunos prejudicados, se criticam a posi? ideol?a do Cpers, s?rotulados de “atrasados” ou de “contr?os a uma justa reivindica? dos trabalhadores em educa?”. Sequer podem questionar os motivos que levaram o Cpers a determinar uma nova defini? para essa sagrada profiss?conhecida por muitos s?los como “professor”. Este colunista quando escreve que a profiss?de professor ?ais adequada para quem leciona do que “trabalhador em educa?” recebe mensagens de cr?ca e at?om ofensas do tipo “parece que nunca tiveste um em tua forma?”. A resposta eu mando de maneira singela: “Tive sempre excelentes professores e professoras e, por sorte, nunca fui ‘ensinado’ por um trabalhador em educa?”. Quem sabe se minha forma? escolar fosse estruturada por “trabalhadores em educa?”, talvez estivesse hoje me recordando dos meus mestres com nost?icas lembran? das “tias e dos tios” que me mostraram os caminhos e os rumos da vida. Felizmente nos meus tempos de bancos escolares s?ve professores que me ensinaram a respeit?os e a admir?os. Quando tirava uma nota ruim, nunca me passou pela cabe?acertar um soco ou uma voadora naquele mestre que com sua aferi? desagrad?l me estimulou a uma supera? na pr?a prova. Os leitores que tamb?viveram esse tempo de respeito, dignidade e rever?ia, haver?de lembrar que quando o professor (a) entrava na sala de aula, n?odos levant?mos em sinal de respeito. Esse comportamento da classe estava impl?to pela distin? que t?amos por aquele mestre que estava ali para levar uma luz ?trevas. Luz ?trevas era tamb?o s?olo daquele singelo anel com uma estrela prateada na pedra preciosa da j?que o professor ostentava com orgulho num dos dedos anulares. Se hoje um aluno agride fisicamente um professor de quem ? culpa mesmo? Ser?penas dos pais que n?lhe deram uma educa? adequada em casa, ou tamb?h?m componente de culpa de quem n?se faz mais respeitar em sala de aula? A tentativa ideol?a – sim ideol?a! – de se estabelecer uma “igualdade” entre alunos e “trabalhadores em educa?” s?deria levar ao que estamos vivendo hoje em nosso sistema educacional. Outro ponto nevr?ico s?as paralisa?s do magist?o que jamais foram greves porque greve ?m assunto muito s?o para que se exija como pauta de reivindica?s “o pagamento dos dias parados.” Sabemos todos, por lament?is experi?ias anteriores, como s?recuperadas as aulas que n?foram dadas nos dias de paralisa?. Uma velha tese que venho expondo h?0 anos nos meus espa? jornal?icos come?a ganhar status por parte de quem tem responsabilidade com a pol?ca educacional no RS. E ela ?ingela: greve ? paralisa? de uma atividade produtiva. Quando a produ? para, os preju?s s?de quem ? dono da produ? e de quem trabalha nela. Sem produ?, n?h?eceita, sem receita n?h?omo pagar os dias que n?foram produtivos. D?ara entender ou o colunista precisa desenhar?

Roberto Fendt

21/11/2008
O Estado de S?Paulo** de hoje traz mat?a dizendo que China e ?dia, “fortalecidas pela recess?nos pa?s ricos, n?abrir?seus mercados e ser?os pa?s industrializados que ter?que fazer concess?para permitir um acordo comercial at? fim do ano”. Trocando em mi?: ?dia e China est?jogando a p?e cal no que j?eria uma tarefa herc?, terminar pelo menos a negocia? das linhas gerais de um acordo na Rodada Doha da Organiza? Mundial de Com?io (OMC). O par?afo 2º do comunicado emitido ap? t?ino da reuni?do G20 afirma taxativamente: “(...) devemos criar as bases de reformas para ajudar a assegurar que uma crise global, como essa de agora, n?ocorra novamente. Nosso trabalho ser?uiado pela vis?compartilhada de que os princ?os do mercado, com?io aberto, regimes de investimento e mercados financeiros efetivamente regulados estimulam o dinamismo, inova? e empreendedorismo que s?essenciais para o crescimento da economia, emprego e redu? da pobreza”. Evidentemente, a manuten? a que o comunicado se refere ? compromisso dos pa?s signat?os de n?impor barreiras ao com?io internacional em seus respectivos pa?s, incluindo barreiras ?exporta?s (como o faz a Argentina, por exemplo). Quanto ?odada Doha, talvez o poss?l seja uma reafirma? do compromisso de retomar as negocia?s a partir da nova reuni?do G20, programada para abril do pr?o ano – quando o novo presidente do principal ator das negocia?s, os EUA, j?star?evidamente empossado. * Vice-presidente do IL

Prof. Hermes Rodrigues Nery

21/11/2008
Corporeidade e espiritualidade fazem parte da dimens?integral da pessoa humana, da?ue ?reciso defender a sua dignidade em meio ?apreens?dos riscos de manipula? da vida e as possibilidades promissoras dos avan? biotecnol?os “?preciso reconhecer que, definitivamente, nos encontramos diante de uma nova realidade e com repercuss?sobre a natureza dos seres vivos. ?com este horizonte de fundo que hoje se fala sempre mais em biopoder. Quem tem o dom?o dos segredos da vida pretende dominar a pr?a vida”.1 Muitos cientistas, euf?os com os avan? da biotecnologia, acreditam que as in?as interven?s artificiais, hoje poss?is com as tecnologias dispon?is, poder?trazer grandes benef?os, especialmente no combate ?doen?, garantindo assim uma melhor qualidade de vida, sob muitos aspectos. Em meio ?uforia, h?uitas apreens? “As possibilidades que surgiram atrav?do dom?o t?ico do mundo criaram tamb?novas categorias do mal”.2 ?certo que h?ossibilidades promissoras, como tamb?riscos de manipula? da vida e tantas outras formas de viol?ia de causar assombro. De todas as agress? a mais grave ? que atenta contra a dignidade da pessoa humana. “Um ser humano n?pode ser, em hip?e alguma, tratado como um meio, para qualquer fim, nem mesmo no caso em que esse fim fosse prolongar a vida de um semelhante”..3 Como Igreja que somos, cremos que a pessoa humana, ?uz da f?at?a, n??onstitu? apenas de c?las, mol?las e genes, que podem ser manipulados sem provocar altera?s nos outros componentes, inclusive transcendentes, que a caracterizam como ser vivo, dotado daquele “algo mais” que supera todas as demais manifesta?s de vida no planeta. “A dignidade da pessoa depende do esp?to ou alma espiritual, que informa e qualifica a corporeidade do indiv?o humano singular”.4 H?a pessoa humana um n?l de sofistica? (em termos de mem?, linguagem, intelig?ia e percep?) superior a todas as formas vivas existentes. Por isso a Igreja rejeita “as manipula?s da corporeidade que alteram o seu significado humano”. 5 Ensina-nos o Catecismo da Igreja Cat?a que “por ser a imagem de Deus, o indiv?o humano tem a dignidade de pessoa: ele n??penas alguma coisa, mas algu? ?capaz de conhecer-se, de possuir-se e de doar-se livremente e entrar em comunh?com outras pessoas, e ?hamado, por gra? a uma alian?com seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de f? de amor, que ningu?mais pode dar em seu lugar”. 6 A identidade de cada pessoa ?nica e insubstitu?l, express?de uma realidade feita para se afirmar com suas pr?as caracter?icas por toda a eternidade. A dimens?da pessoalidade ?have fundamental para o entendimento e a aceita? daquilo que a Igreja anuncia como valor de vida. “O princ?o da dignidade inviol?l da pessoa humana desde a concep? at? seu fim natural, em qualquer fase ou condi? em que se encontre, fundamenta a reflex?crist? 7 A dimens?integral da pessoa humana Com o cristianismo foi poss?l vislumbrar um conceito de pessoa humana mais abrangente e profundo que o de outras culturas ao longo da hist?, novidade esta (uma boa nova), de alcance filos?o e teol?o at?nt?desconhecido pelos pensadores da Antig?de. “A revela? crist?rojeta uma nova luz sobre a identidade, sobre a voca? e sobre o destino ?mo da pessoa e do g?ro humano”.8 Trata-se da resposta ?quest?fundamentais: “Quem sou eu? Donde venho e para onde vou? Por que existe o mal? O que ?ue existir?epois desta vida?” 9 Julian Mar? explica que “o cristianismo parte de duas no?s fundamentais: a primeira, que a outra vida tem a ver com esta, isto ?que a continua como vida da mesma pessoa; em segundo lugar, que esse desenlace e extremo, a suma felicidade ou a suma infelicidade, e que em alguma medida depende da pr?a pessoa”.10 E ressalta que “podemos imaginar esta vida como a escolha da outra, a outra como a realiza? desta; se pensamos que tudo aquilo realmente querido, ser?que nos condenamos a ser de verdade e para sempre o que quisermos, ent?aparece a conex?entre este mundo e o outro, sua unidade radical por refer?ia a mim, j?ue mundo ?empre o mundo de algu?. 11 A vida de cada pessoa humana ?ada como um bem perene, e que s?m sentido na inter-rela? de todos entre si e de cada um com o Criador. Esta vida foi dada para sempre como promiss?de plenitude, mas que somente alcan??ua plena realiza? na outra vida, a partir das op?s feitas nesta vida. “Minha vida ?inha, a de cada um, ?a e irrepet?l, e ?ela de que se trata, a que interessa”. 12 ?vida prometida, mas n?entregue conclu?, pois exige constru?a como algo nosso, pois “a raiz ?ma da pessoa humana ? que chamamos voca?.. Sentimo-nos chamados a fazer algo e, mais ainda, a ser algu? As limita?s, os acasos, as interfer?ias, s?obst?los para que a voca? se cumpra inteiramente”. 13 O que se quer salvar ? pessoa inteira: “O homem ?ma realidade imperfeita, inconclusa, in via, se ?omo viator, o termo da viagem tem que ser a plenitude de suas possibilidades, a maturidade e integridade do projeto em que consiste. Entende-se, cada um sem perda da peculiaridade de cada vida. Esse ou essa que fomos, que somos ?uem h?e salvar-se e viver para sempre. A ressurrei? da carne d?ua ?ma consist?ia a esta interpreta?. Nossa realidade pessoal, inteligente, amorosa, carnal, ligada ?formas hist?as, feita de projetos de v?a sorte, articulados em trajet?s de desigual autenticidade, ? que h?e perpetuar-se, transfigurar-se, salvar-se”. 14 A corporeidade e espiritualidade da pessoa humana fazem parte da realidade a ser salva, pois s? alcan?a vida plena na glorifica? da dimens?integral da pessoa humana. “A salva? crist? para todos os homens e do homem todo: ?alva? universal e integral. Diz respeito ?essoa humana em todas as suas dimens? pessoal, social, espiritual, corp?, hist?a e transcendente”. 15 No ?ito individual, a pessoa humana est?onstitu? por uma alma e corpo que “formam uma unidade din?ca, sendo a alma o elemento determinante. (...) N?h?ustaposi? de dois elementos irreconcili?is, como aparece na id? da alma prisioneira do corpo que suspira pela liberta?. (...) A natureza humana n??ma casa com diversos compartimentos, a alma n?habita o corpo”16, mas ?arte integrada ao corpo que forma uma mesma realidade, cuja uni??undamental para a aut?ica express?da vida humana. Na discuss?sobre quando exatamente come?a vida humana est?oje todo o x da quest?no debate bio?co que envolve diversos segmentos do conhecimento, onde bi?os, fil?os, religiosos e juristas buscam um consenso para que prevale?uma ?ca em defesa da vida humana. “O sujeito, cuja identidade humana tentamos definir, costuma designar-se habitualmente pelos termos embri?(nos dois primeiros meses de exist?ia) e feto (no resto do tempo antes do tempo do nascimento). Recentemente, o vocabul?o foi-se enriquecendo com novas palavras, mas ater-nos-emos ?erminologia habitual de embri?e feto.. Mais importante que a terminologia relativa a sujeito, s?as formula?s da pergunta que pretendemos saber acerca dele, j?ue apontam para conte? diferentes. Uns querem saber quando come?a vida humana, enquanto outros se interrogam sobre o fato e o momento da humaniza? dessa vida. A preocupa? de uns terceiros centra-se sobre a pessoa: ser? embri? logo desde o princ?o, uma pessoa real ou s?tencial, isto ?s?a possibilidade de pessoa?A alguns, o que mais lhe interessa ?or de relevo a presen?da alma espiritual, questionando-se ent? sobre o momento em que tem lugar a anima?, isto ?a infus?da alma. Uma formula? mais moderna fala de status ou estatuto antropol?o, ontol?o, do embri?e do feto. A diversidade de formula?s parecem confluir numa inten? e fundo comuns a todos: o que s? ao fim e ao cabo, o embri?e o feto em rela? a essa realidade a que chamamos de ser humano? Que tomadas de posi? morais exigem de n?7 Muitos pesquisadores (influenciados pelo relativismo e materialismo) questionam inclusive a pr?a exist?ia da alma humana, numa vis?reducionista da pessoa. Diante da falta de consenso entre os especialistas, principalmente entre os cientistas, o Direito deve assegurar a prote? da vida, em todas as circunst?ias, por isso a Igreja afirma que “o ser humano deve ser respeitado e tratado como pessoa desde o instante da sua concep?”.18 A interven? t?ica pode ferir a dignidade da pessoa humana A pessoa humana n??penas um design que se pode redesenhar e moldar segundo a l?a de uma engenharia gen?ca que visa alterar a estrutura, a forma e a fun? dos ?os que comp?o todo em sua constitui? original, para fins puramente utilit?os. A pessoa ?m todo integrado, em que a a? da t?ica (por melhor que seja a inten?) pode significar uma interven? artificial capaz de ferir o que h?e mais importante na sua constitui? como ser humano (aquilo que ? sua dignidade), ocasionando assim conseq?ias, sofrimentos e danos ?ua integridade. O corpo, em nossa sociedade fortemente hedonista, tornou-se instrumento de pervers?e obsess?que atentam contra a dignidade da pessoa humana. As falsas necessidades, motivadas por um conceito estranho de felicidade, t?levado milh?de homens e mulheres a fazerem op?s a estilos de vida que contrariam a lei natural e amea? o bem da pessoa. “No ?ito da investiga? cient?ca, foi-se impondo uma mentalidade positivista, que n?apenas se afastou de toda a refer?ia ?is?crist?o mundo, mas sobretudo deixou cair qualquer alus??is?metaf?ca e moral. Por causa disso, certos cientistas, privados de qualquer referimento ?co, correm o risco de n?manterem, ao centro do seu interesse, a pessoa e a globalidade da sua vida. Mais, alguns deles, cientes das potencialidades contidas no progresso tecnol?o, parecem ceder ??a do mercado e ainda a tenta? dum poder demi?co sobre a natureza e o pr?o ser humano”. 19 Parte do processo O corpo ?arte de um processo, n?? processo em si. Muitos cientistas – ao lidarem com o corpo, manipulam parte de uma realidade, e n?a realidade em sua misteriosa totalidade e transcend?ia. A materialidade da realidade terrena tamb?faz parte daquele conjunto de contextos e mist?os que comp?o universo da pessoa humana e contribuem para a sua realiza? integral. Tanto ?ue a ressurrei? da carne vem restabelecer a dignidade da pessoa humana em sua totalidade. O corpo ressuscitado (e glorificado), “?ssa carne, regada de sangue, sustentada por ossos, entremeada de nervos, entrela?a de veias; uma carne que nasceu e que morre, indubitavelmente humana”20, mas que ser?ransfigurada. Como crist?, cremos que a alma humana “se une naturalmente ao corpo, pois ?ssencialmente forma do corpo”21, ela “?aturalmente parte da natureza humana”. 22 Como lembra o papa Jo?Paulo II, “corpo e alma s?insepar?is: na pessoa, no agente volunt?o e no ato deliberado, eles salvam-se ou perdem-se juntos”. 23 Certas experi?ias da biotecnologia s?resultado de uma interfer?ia em parte da realidade, dissociando-a de v?ulos essenciais, para que esta parte se complete no todo. Os cientificistas n?levam em conta a possibilidade do homem ser mais que sua realidade f?ca, por isso v? com naturalidade as interven?s t?icas que visam reproduzir indiv?os por meios artificiais. “O cientificismo considera tudo o que se refere ?uest?do sentido da vida como fazendo parte do dom?o do irracional ou da fantasia”. 24 A pessoa humana, quando n?concebida em sua dimens?integral, vista apenas sob o enfoque de sua realidade f?ca, se torna objeto manipul?l, reduzido em sua signific?ia, podendo ser aviltada em sua voca? original, transformando-a naquilo para o qual ela n?est?estinada a ser, em algo inteiramente estranho ?ua natureza, deformando-a e asfixiando suas verdadeiras potencialidades. Como lembra Mario Stoppino, em obra organizada por Norberto Bobbio: “a manipula? ?m fen?o un?ca e insofismavelmente negativo. Entre todas as formas de poder, ?la que acarreta mais grave condena? moral. Tem-se afirmado, por exemplo, que ela constitui a face mais ign? do poder e a forma mais inumana de viol?ia, ou quem dela ??ma ?spoliado da alma”25, nesse sentido, “a manipula? ?empre um mal; nega radicalmente o valor do homem”26. A dimens?integral da pessoa humana se manifesta na pessoalidade, isto ?na qualidade espec?ca da pessoa humana que a torna um ser que pensa, sente e se relaciona com o outro – e toma decis?morais – e cuja rela? perfeita a ser atingida ? comunh?amorosa com o outro; pois ?sta a pr?a rela? de Deus com cada criatura humana que criou. “Ser pessoa ?magem e semelhan?de Deus comporta... um existir em rela?, em refer?ia ao outro eu, porque Deus mesmo, uno e trino, ?omunh?do Pai, do Filho e do Esp?to Santo”. 27 A dimens?natural e sobrenatural determina a condi? humana, mist?o pelo qual a pessoa ?hamada a viver e a constituir uma hist?, a partir do conjunto de elementos que comp?a sua realidade existencial. “Voca? n?? que temos que fazer na vida, ? que temos que ser. (...) Trata-se de ser eu mesmo, de encontrar minha modula? pessoal na ordem das coisas, de uma certa maneira de situar-me no mundo e de tratar com o outro”28. ?o que P?aro expressara em sua m?ma po?ca: “torna-te aquilo que ?. N?se ?essoa satisfazendo apenas um ou outro aspecto da sua dimens?como um todo, mas cumprindo as exig?ias da corporeidade e da espiritualidade. A Igreja reconhece “a verdade integral da pessoa humana enquanto ser espiritual e corp?, em rela? com Deus, com outros seres humanos e com todas as demais criaturas”.29 O corpo como utopia Vivemos hoje sob a ?de da transgress? Muitas de nossas atitudes s?movidas por imediatismos e se tornam escapismos em busca de sensa?s que mais iludem do que garantem um bem-estar aut?ico. O estresse, a ang?a, um vazio existencial, a falta de um sentido de vida verdadeiramente humano, s?resultados concretos da cultura transgressora do nosso tempo. O corpo perfeito tornou-se a utopia da p?odernidade.. Muitos n?sonham mais com uma sociedade ou um reino de bem-aventuran? e paz que valham a pena alcan?. A cultura transgressora e permissiva dos dias atuais levam homens e mulheres a empreenderem esfor? para garantirem o m?mo de prazer. Em nome do conforto tudo ?ustific?l, inclusive a imoralidade, desde que praticada com sutileza e ast?. “Para milhares de brasileiros, incentivados pela publicidade e pela ind?ia cultural, o sentido da vida reduziu-se ?rodu? de um corpo. A possibilidade de inventar um corpo ideal, com a ajuda de t?icos e qu?cos do ramo, confunde-se com a constru? de um destino, de um nome, de uma obra. Hoje, eu sei que posso tra? meu pr?o destino, declara um jovem freq?ador de academias de muscula?, associando o aumento do seu volume muscular ?onquista de respeito por si mesmo”.30 O corpo ut?o, como express?m?ma do individualismo, substituiu a utopia dos valores solid?os. Tudo se volta para o corpo, como fim ?mo de uma concep? de vida sem transcend?ia. “O corpo ?m escravo que devemos submeter ?igorosa ind?ia da forma (enganosamente chamada de ind?ia da sa? e um senhor ao qual sacrificamos nosso tempo, nossos prazeres, nossos investimentos”. 31 O corpo ficou ent?prisioneiro de artif?os que pouco contribuem para a sua real fun? socializadora. Para o cr?co portugu?Jos?ragan? “o corpo ut?o implica n?s?substitui? do mundo pelo corpo, mas uma crise do pr?o corpo, que explode e se dissipa ao tomar o lugar do mundo. Um corpo que resume em si todas as esperan? e amea?, que traz a chave da felicidade, mas se precipita para a destrui?, um corpo problem?co”. 32 Com o desmoronamento das ideologias temporais (que desejaram edificar sociedades perfeitas), emerge como um sintoma do desespero p?oderno a utopia do corpo perfeito. “A promessa de viver melhor, que congrega os homens e os induzem a se submeterem ?limita?s que a cultura imp?declara como direito o bem-estar do corpo, o desenvolvimento f?co e a felicidade sensual”. 33 Um cap?lo a preceder o “pecado final”? ?neste contexto e clima cultural de crasso materialismo, perverso hedonismo, em meio ao nevoeiro do relativismo, desesperan?no transcendente, hiper-individualismo, e os extremos do niilismo, que se insere “as quest??cas decorrentes das novas biotecnologias”34, em que se imp? “impressionante multiplica? e agravamento das amea? ?ida das pessoas e dos povos”. 35 Multiplicam-se ent?as interroga?s: que extraordin?as possibilidades trar?este tempo promet?o? Estaremos vivendo uma nova tenta? ad?ca, como um cap?lo a preceder um pecado final, que poder?rovocar uma queda ainda mais dolorosa de condi? da vida humana, a um maior absurdo e ang?a? Como salvaguardar e defender a pessoa e a dignidade da vida humana, em meio a tantas amea?? Como intervir de forma construtiva para afirmar a cultura da vida num panorama de t?grandes apreens?e tamb?promiss? “As interroga?s radicais, que acompanham desde os in?os o caminho dos homens, adquirem, no nosso tempo, ainda maior signific?ia, pela vastid?dos desafios, pela novidade dos cen?os, pelas op?s decisivas que as atuais gera?s s?chamadas a efetuar. O primeiro dentre os maiores desafios, ante as quais a humanidade se encontra, ? da verdade mesma de ser-homem. A fronteira e a rela? entre natureza, t?ica e moral s?quest?que interpelam decisivamente a responsabilidade pessoal e coletiva, em vista dos comportamentos que se devem ter em face daquilo que o homem ?do que pode fazer e do que deve ser. Um segundo desafio ?osto pela compreens?e pela gest?do pluralismo e das diferen? em todos os n?is: de pensamento, de op? moral, de cultura, de ades?religiosa, de filosofia do progresso humano e social. O terceiro desafio ? globaliza?, que tem um significado mais amplo e profundo do que o simplesmente econ?o, pois que se abriu na hist? uma nova ?ca, que concerne ao destino da humanidade”. 36 O que se teme n?s?as promessas biotecnol?as. Espera-se at?ue elas tragam benef?os ?ida humana. A quest?est?o furor da hybris, na aus?ia de crit?o ?co a regular estas possibilidades; no abuso da liberdade que poder?scravizar o homem e a mulher a uma situa? de conting?ia, de p?umanidade, onde n?ser?ais poss?l respirar as maravilhas de Deus. E ent? derrotado em seu orgulho, a consci?ia humana clamar?or aqueles dias em que o afeto e o discernimento permitam liames que davam sabor ?ida, humanizando-a em meio ?viol?ias que amea?am a express?da pessoalidade, em suas rela?s naturais. “O homem de hoje parece estar sempre amea?o por aquilo mesmo que produz, ou seja, pelo resultado do trabalho das suas m? e, ainda mais, pelo resultado do trabalho da sua intelig?ia e das tend?ias da sua vontade. Os frutos desta multiforme atividade do homem, com grande rapidez e de modo muitas vezes imprevis?l, passam a ser n?tanto objeto de aliena?, no sentido de que s?simplesmente tirados ?eles que os produzem, como sobretudo, pelo menos parcialmente, num c?ulo conseq?e e indireto dos seus efeitos, tais frutos voltam-se contra o pr?o homem. Eles s?de fato dirigidos, ou podem s?o, contra o homem. Nisto parece consistir o ato principal do drama da exist?ia humana contempor?a, na sua dimens?mais ampla e universal. Assim, o homem vive mergulhado cada vez mais no medo. Teme que os seus produtos, naturalmente n?todos nem a maior parte, mas alguns e precisamente aqueles que encerram uma especial por? da sua genialidade e da sua iniciativa, possam ser voltados de maneira radical contra si mesmo”. 37 O medo e o desespero levam a pessoa humana ferida em sua dignidade a descrer na vida como um dom e um bem. Fica ent?mais vulner?l aos estilos suicidas que destroem n?apenas as possibilidades concretas j?xistentes dos sinais de esperan? como aquele olhar para a frente e para o alto, que permite vislumbrar perspectivas renovadas de vida. “O tema da morte pode tornar-se, para todo pensador, um severo apelo a procurar dentro de si mesmo o sentido aut?ico da pr?a exist?ia”..38 O absurdo ? aus?ia de um sentido pessoal de vida, portanto, de desumanidade. Por isso, uma via suicida.39 O “psiu” da serpente persiste dizendo: “sereis como Deus” “A liberdade ? condi? mesma da pessoa humana. (...) O homem, por n?estar feito, por ser autor de si mesmo partindo de sua realidade dada, recebida, n?se pode predizer, nem dominar, nem regular. Pode imaginar, inventar, descobrir novas realidades ou novos modos de entend?as; pode, certamente, errar, pode dizer sim ou n? at?esmo ao pr?o Deus que o criou. A liberdade ?erigosa, se n?se ama a condi? pessoal, se a v?om desconfian?e hostilidade”..40 Se a pessoa humana “n?tivesse que escolher quem pretende ser, com risco de erro, n?seria um homem, e sim outra realidade, que n?? que Deus quis criar”. 41 O pecado final insere-se no mesmo contexto e drama narrado no G?sis. Com as obsess?e possibilidades biotecnol?as, podemos estar revivendo a mesma trag?a ad?ca. “Proibindo ao homem de comer da ?ore da ci?ia do bem e do mal, Deus afirma que o homem n?possui originariamente como pr?a esta ci?ia, mas s?rticipa nela atrav?da luz da raz?natural e da revela? divina, que lhe manifestam as exig?ias e os apelos da sabedoria eterna”.42 Algo, por? continua a insistir, como o “psiu” da serpente, a nos tentar a fazer o que n?devemos, mesmo tendo ao alcance tantas possibilidades. As perspectivas gen?as podem permitir ao homem repetir o orgulho ad?co, n?aceitando Deus como seu criador e buscando, ele mesmo, obter o controle total sobre a vida, voltando as costas 1uele que lhe deu o “sopro vital”43. Cometido o pecado final, a pessoa humana poder?star exilada de vez da pr?a humanidade e, portanto, da sua verdadeira felicidade. A Igreja em meio a esta dura e nova prova? Que respostas podemos dar, como crist?, a t?grandes desafios? A Igreja sabe que “Jesus Cristo ? caminho de salva? e a resposta para os graves problemas que nos afligem”44, pois, “a decis?incondicional a favor da vida atinge em plenitude o seu significado religioso e moral, quando brota, ?lasmada e alimentada pela f?m Cristo”. 45 H?inais de esperan?nestes tempos convulsivos. Muitas iniciativas t?surgido no seio da Igreja e da sociedade – her?s e prof?cas – como tamb?dos poderes p?cos, da iniciativa privada, enfim, dos mais diversos segmentos sociais que sinalizam outra perspectiva e querem afirmar os valores que permitam construir uma civiliza? que cultive a vida, em todos os aspectos. Faz parte da miss?bimilenar da Igreja n?transigir com o mal, apesar de muitos daqueles que se dizem crist? (ainda por conveni?ia) estarem coniventes com o mal, minando a s?outrina, por dentro das estruturas. Mesmo perseguida, n?compreendida e constrangida pela loucura dos homens, a Igreja n?deixar?e contar com a prote? d1uele que a instituiu para ser a via de salva? dos homens. Em meio a tudo isso, a Igreja ?hamada a ser sempre sinal de contradi?. Por isso sua voz clama em todo o mundo como um alerta e um clamor para um renovado empenho em favor da dignidade da pessoa humana. “A todos os membros da Igreja, povo da vida e pela vida – conclamou o papa Jo?Paulo II, em sua enc?ica Evangelium Vitae – dirijo o mais premente convite para que, juntos, possamos dar novos sinais de esperan?a este nosso mundo, esfor?do-nos por que cres? a justi?e a solidariedade e se afirme uma nova cultura da vida humana, para a edifica? de uma aut?ica civiliza? da verdade e do amor”. 46 Bibliografia: Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 105]. Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald , Ed. Imago, 1997, P? 31. (Dom Geraldo Majella Agnelo, Em Defesa da Vida Humana, artigo disponibilizado no site da Confer?ia Nacional dos Bispos do Brasil, em 18 de agosto de 2004). Dom Elio Sgreccia, L?con, termos amb?os e discutidos sobre fam?a, vida e quest??cas, Pontif?o Conselho para a Fam?a, Edi?s CNBB, 2007, p. 53. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Veritatis Splendor, 50 – Edi?s Paulinas, 1993, p. 83). Catecismo da Igreja Cat?a, 357, Editora Vozes, Edi?s Paulinas, Edi?s Loyola, Editora Ave Maria, 1993, p. 92. Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 110]. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 9. Jo?Paulo II, Enc?ica Fides et Ratio, 1, Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 4. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 9. J?n Mar?, Problemas do Cristianismo, Editora Conv?o, 1979, p. 38. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 80. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 84. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Ed. Martins Fontes, 2000, p. 83-84. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, Pontif?o Conselho “Justi?e Paz”, Edi?s Paulinas, 2005, p. 35. Dom Valfredo Tepe, O Sentido da Vida – Psicologia e Ascese Crist?Editora Vozes, 1993, p.p 34-35. Francisco Javier Elizari, Quest?de Bio?ca, Editora Santu?o, 1996, p. 41. Gaudium et Spes, 51 – Francisco Javier Elizari, Quest?de Bio?ca, Editora Santu?o, 1996, p. 45. Jo?Paulo II, Enc?ica Fides et Ratio, 46, Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 72. Tertuliano, De Carne Christi, 5. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 877. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 877. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Veritatis Splendor, 49, Edi?s Paulinas, 1993, p. 81. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Fides et Ratio, 88, Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 134. Mario Stoppino, Verbete “Manipula?”, do Dicion?o de Pol?ca (Org. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Editora Universidade de Bras?a, p. 728. Mario Stoppino, Verbete “Manipula?”, do Dicion?o de Pol?ca (Org. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Editora Universidade de Bras?a, p. 728. Papa Jo?Paulo II, Carta apost?a Mulieris dignitatem, 7: AAS 80 1988) 1664; Comp?io da Doutrina Social da Igreja, Pontif?o Conselho “Justi?e Paz”, Edi?s Paulinas, 2005, p. 33. J?n Mar?, Problemas do Cristianismo, Editora Conv?o, 1979. Papa Jo?Paulo II, Carta enc. Veritatis Splendor, 13.50.79: AAS85 (1993) 1143-1144; Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 75, p? 52. Folha de S?Paulo, Mais, p. 12, 25 de mar?de 2001. Folha de S?Paulo, Mais, p. 12, 25 de mar?de 2001. Folha de S?Paulo, Mais, p. 12, 25 de mar?de 2001. Stefano de Fiores e Tullo Goffi, Dicion?o de Espiritualidade, Corpo, Paulus, 2ª edi?, 1993, p. 205. Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 105]. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Evangelium Vitae, 3. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 15, Pontif?o Conselho “Justi?e Paz”, Edi?s Paulinas, 2005, p. 23. Jo?Paulo II, Enc?ica Redemptor Hominis (4 de mar?de 1979), 15: ASS 71 (1979), p. 286. Papa Jo?Paulo II, Fides et Ratio, 48, Libreria Editrice Vaticana, 1998, P? 75. Em O Mito de S?fo, Albert Camus come?a sua obra afirmando: “S?iste um problema filos?o realmente s?o: ? suic?o. Julgar se a vida vale ou n?a pena ser vivida ?esponder ?uest?fundamental da filosofia”. Editora Guanabara, 3ª edi?, p. 23. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Martins Fontes, 2000, p. p. 121-122. J?n Mar?, A Perspectiva Crist?Martins Fontes, 2000, p. 122. Papa Jo?Paulo II, Veritatis Splendor, 41, Edi?s Paulinas, 1993, p. 68. Gn 2, 7. Evangeliza? e Miss?Prof?ca da Igreja. Novos Desafios (Doc. 80 da CNBB). S?Paulo: Paulinas, 2005 [p. 22]. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Evangelium Vitae, 28. Papa Jo?Paulo II, Enc?ica Evangelium Vitae, 6. * Prof. Hermes Rodrigues Nery ?oordenador da Comiss?Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legisla? e Vida, da Diocese de Taubat?

Olavo de Carvalho

21/11/2008
Menos de duas d?das atr? o mundo horrorizava-se ao saber que o governo chin?punia severamente os m?cos e outros agentes de sa?que, por motivos morais ou religiosos, se recusassem a praticar um aborto. Agora, um projeto de lei do governo Bush que visa a proteger esses profissionais contra discrimina?s nos EUA ?ecebido com express?de horror e protestos carregados de ?, mostrando que, para a opini?dominante da grande m?a americana, n?pensar como um comunista chin?tornou-se um defeito moral insuport?l, uma virtual modalidade de crime hediondo. Houve ?cas e situa?s quase paradis?as, nas quais os termos direita e esquerda podiam designar t?somente diferen? de ?ase – ou de estilo – dentro de um cen?o pol?co normal e est?l fundado na devo? comum ?iberdade e ?rdem p?ca. ?uma ilus?perigos?ima acreditar que essa direita e essa esquerda possam existir hoje em qualquer pa?do mundo. Tal como previu Anatolyi Golitsyn, ?ueda da URSS seguiu-se, n?a extin? do movimento comunista, mas a sua expans?irrefre?l em escala mundial, com um perfil mais difuso encobrindo uma viol?ia e uma intoler?ia redobradas. Hoje em dia, s?que h? a esquerda revolucion?a, cada vez mais arrogante e prepotente, cada vez mais extremada nas suas exig?ias de transforma? radical, cada vez mais impaciente com qualquer relut?ia do advers?o em ceder-lhe sem discuss?a totalidade do terreno pol?co, social, moral e cultural. A distin? entre esquerda moderada e esquerda radical ?oje, em toda parte, nada mais que um instrumento cir?co com que se extirpa da sociedade o que possa restar de direita, colocando-se em lugar dela os esquerdistas “moderados” e concedendo, mesmo a esses leais companheiros, cada vez menos espa?para o que quer que ultrapasse os limites do fingimento ?. A muta? afetou profundamente os pr?os direitistas remanescentes, obrigando-os a ajustes e acomoda?s imposs?is, dos quais emergem cada vez mais desfigurados, acovardados e debilitados, for?os a pedir desculpas pelos princ?os e valores que ainda ontem lhes pareciam sagrados e inegoci?is. Se diss?emos, quinze anos atr? que o direito ?bje? de consci?ia seria varrido da face da Terra e que nem mesmo o governo da na? supostamente mais livre teria o poder de defend?o no seu pr?o territ?, ser?os considerados loucos furiosos com mania de persegui?. Hoje, quando essa transforma? macabra se desenrola diante dos nossos olhos, aqueles mesmos que ontem nos chamavam por esses nomes s?os primeiros a acomodar-se covardemente, j??nos rotulando de paran?s, mas de rebeldes, desajustados e at?esmo terroristas. Na medida mesma em que o r?do e esquem?co perfil ideol?o do comunismo sovi?co se descaracterizou at?iluir-se por completo, o radicalismo mais violento e intolerante p?se apossar livremente de toda a esquerda mundial, aproveitando-se da sonsa estupidez de um advers?o que j??consegue reconhecer a presen?comunista nem mesmo quando ela se apresenta explicitamente com esse nome, agitando bandeiras vermelhas e exigindo a supress?imediata do livre mercado, da liberdade de consci?ia, da religi?e de tudo quanto pode tornar a exist?ia terrestre suport?l. O espa?para a defesa desses valores e princ?os diminui a olhos vistos e as tentativas mais honestas de descri? objetiva desse estado de coisas s?cada vez mais estigmatizadas como express?de fanatismo ideol?o, ao passo que o aut?ico fanatismo, com todo o seu policialismo cego e intolerante, ?ada vez mais aceito, mesmo entre os que o odeiam, como fatalidade natural e irrevers?l, contra a qual s?ucos ousariam continuar lutando. Desde que compreendi que a l?a revolucion?a ?ma invers?psic?a dos dados da experi?ia, venho sendo cada vez mais for?o a admitir que a expans?do seu dom?o sobre as mentes humanas n??m fen?o s? ordem pol?ca, j?ue afeta todas as dimens?da vida, e n??em mesmo uma crise da civiliza?, pois n?h?iviliza?, cultura ou sociedade que hoje escape ?ua infec? galopante. ?um fen?o de propor?s planet?as, uma crise antropol?a que se manifesta sobretudo pela perda coletiva, em velocidade alucinante, das capacidades intelectivas mais elementares, substitu?s pela dupla e complementar embriaguez passional do ? camuflado em belos ideais e do terror p?co travestido em prud?ia, sabedoria e at?st? maquiav?ca. A pressa sol?ta e obscena com que os mais amea?os pela situa? arrumam pretextos para fingir que tudo est?ormal, que a modera? e o direito imperam, que n?h?enhuma transmuta? revolucion?a em marcha e que os dem?s do fanatismo s?apenas recorda?s de um passado extinto, ?la mesma a prova de que sabem que est?mentindo para si pr?os, t?paralisados de terror que j??ousam erguer os olhos para ver a imensid?do perigo que os cerca. Neste momento em que, sob o pretexto c?co de “mudan?, os mastodontes da era Clinton v?voltando todos alegremente ?asa Branca, n??espropositado comparar os dois fins de governo, o de George W. Bush e o de seu antecessor. Enquanto Bush devota os seus ?mos dias na presid?ia ?efesa da liberdade de consci?ia religiosa contra o dogmatismo feroz dos abortistas ortodoxos, Clinton aproveitou seu fim de festa para retribuir velhos favores de campanha, libertando da pris?o estelionat?o Marc Rich e os agentes da espionagem at?a chinesa que ele n?tinha, malgrado todos os seus esfor?, conseguido proteger contra os olhares intrometidos do FBI. Alguns jornalistas reclamaram um pouco de Clinton, na ocasi? mas n?despejaram sobre ele um cent?mo da f? que agora se volta contra o projeto de Bush. A diferen??ais que simb?a, ?id?ca.

Nahum Sirotsky

21/11/2008
Ajai Chibber ?m dos secret?os assistente das Na?s Unidas. Seu trabalho principal ?omo chefe dos setores asi?cos e do Pac?co do Programa de Desenvolvimento das Na?s Unidas. Realmente importam e bem informado, ?le que previne que a recess?europeia tem graves consequ?ias sobre pa?s asi?cos, cujas popula?s se habituaram aos benef?os de economias nacionais em r?do crescimento. Recess??rescimento lento e at?egativo. Vem com desemprego, baixa dram?ca de padr?de vida, desespero em lugar da expectativa de dias de mais prosperidade. A tend?ia natural ?ulpar governos, os mais ricos, minorias. H?emanda de solu?s de efeito imediato, que n?existem na teoria econ?a al?de programas de cria? de empregos. Chibber lembra que 900 milhas de sua ?a de responsabilidade j?obreviviam com pouco mais de um d? por dia para suas necessidades m?mas. E 300 milh?tinham sa? para vida melhor com o crescimento econ?o. Os c?ulos s?do Banco Mundial. ?este segmento que est?ofrendo desempregoe n?se conforma com o que est?contecendo. ?o segmento mais politicamente consciente que gera as lideran? modernas. Um pai desempregado ?rian?que sai da escola e talvez n?volte. Se menina, ser??analfabeta e ignorante. Se menino, talvez cres?sem profiss? O funcion?o da ONU insiste que n?se pense apenas em bancos e empresas que sofrem. Urgem programas orientados para os indiv?os, pos o sofrimento de car?ias inspira instabilidade na sociedade. Sei que existe setor das Na?s Unidas que se preocupa com as Am?cas, nas quais a recess?combinada com infla? dos alimentos, como parece ser o caso, tamb?vai desestabilizar pa?s. No Brasil, j?e tem dia de protesto com ocupa? at?e lojas de com?io, exigindo controle de pre? e outras m?cas que jamais produziram resultados. Aqueles beneficiados por Bolsa-Fam?a e outras j?e organizam e se movimentam com a demanda de aumento de valores. E existem setores reivindicando sal?os de R$ 23 mil ao m?enquanto Lula se prepara para vetar projeto de aumento dos aposentados pelo INSS. Segundo Marcos Coimbra, professor aposentado de economia, amea?injusta pois as contas da Previd?ia seriam superavit?as se n?fosem saqueadas pelo governo, como demonstra. A crise tamb?nas Am?cas n??penas quest?de desemprego e efeitos. ?s?a amea??rdem p?ca. Mas o respons?l das institui?s internacionais que deve observar a regi?anda muito calado ou pregui?o. Ganha uma nota.

José Carlos Sepúlveda da Fonseca - Radar da mídia

21/11/2008
Tr?dias antes da elei? presidencial norte-americana, Lula foi, uma vez mais, a Cuba. A viagem teve um fim claro: lan? a corda ao regime dos irm? Castro (Fidel e Raul), que afunda a olhos vistos. Atualmente o empenho do presidente e da diplomacia companheira ?alvar o regime ditatorial de Cuba. A ajuda n?visa dar bem estar ?opula?, mas preservar do so?ro o regime comunista que h??das oprime os cubanos: A presen?de Lula em Cuba ?m importante sinal pol?co para Ra?astro, que enfrenta o pior momento de sua gest? afirmou a Folha de S. Paulo (29.out.2008). Notem que os apelos dirigidos pelo presidente brasileiro a Barack Obama s?para que este acabe com o bloqueio econ?o ao regime, que Lula considera inaceit?l. Inaceit?l n?? regime comunista ditatorial, inaceit?l ? bloqueio norte-americano! Por que Lula n?pede a Raul Castro que acabe com o regime ditatorial e d?lena liberdade, inclusive econ?a, a Cuba? Indisfar?el afinidade com o ditador Diante de um grande mural com a figura do guerrilheiro Che Guevara, Lula manifestou sua indisfar?el alegria com a visita ?lha-pris? Ao lado de Raul Castro (carrasco de tantos opositores) Lula brincou e riu desbragadamente, demonstrando a grande afinidade de id?s, de convic?s e de prop?os. Fez ainda uma visita de duas horas ao ditador Fidel Castro, a quem uma vez mais cobriu de rasgados elogios. O presidente parece sentir uma recorrente necessidade de haurir algum misterioso efl? da personalidade do ditador cubano, al?de seus sombrios conselhos pol?cos. H?ma indisfar?el afinidade entre Lula e Fidel. Presidente negro: ganho extraordin?o J?restes a sair de Cuba, o presidente Luiz In?o Lula da Silva, ao lado de Raul Castro, manifestou sua torcida pela vit? do democrata Barack Obama: Da mesma forma que o Brasil elegeu um metal?co, a Bol?a, um ?io, a Venezuela, o Ch?z, e o Paraguai, um bispo, seria um ganho extraordin?o se a maior economia do mundo elegesse um negro. A prefer?ia de Lula foi, posteriormente, elogiada pelo pr?o Fidel. A viagem de Lula, como sua declara? sobre a prefer?ia por Obama, s?esclarecedoras. E muito! Obamania, ditadura e racismo Em primeiro lugar demonstram como o apre?de Lula pela democracia ?elativo. Lula ??ice, admirador e defensor de ditadores, como Fidel. Nunca ?emais insistir: Lula e o PT n?acreditam no regime de liberdades democr?cas. Aproveitam-se dele para atuar, governar e, se poss?l, acabar com a democracia. Suas pr?cas de governo e a orienta? da atual diplomacia do Brasil, s?provas disso. Em segundo lugar, ao comparar Obama a Evo Morales e Ch?z, Lula pretendeu elogiar o primeiro e deixou ver quem s?as figuras pol?cas que admira e acha exponenciais. Ou seja, dois protoditadores, que aos poucos v?implantando, nos respectivos pa?s, regimes autorit?os, com desrespeito aberto ?institui?s do Estado de Direito, ?ei e ?liberdades. Al?disso, sua declara? teve conota? profundamente racista: o ganho extraordin?o ? elei? de um negro! J?ive a oportunidade de comentar como ?acista o anti-racismo de muitas esquerdas: o essencial da figura de Obama ?ua cor e n?sua agenda pol?ca. Mas a manifesta? de prefer?ia de Lula tamb??eveladora do cariz da chamada Obamania. Comparar Obama a Evo Morales e a Ch?z, ?sclarecedor do que muitos adeptos desta onda esperam do novo presidente norte-americano. ?claro que Barack Obama n?pode ser responsabilizado pelas declara?s do presidente Lula. Mas tamb??erdade que muitos dos obaman?os, pelo mundo, alimentam esperan? semelhantes ?de Lula. Lula-aqui, Evo-ali, Obama-l? A prop?o das declara?s de Lula e da natureza da obamania, o escritor Augusto de Franco, publicou na Folha de S. Paulo (17.nov.2008) um contundente artigo, intitulado Lula-aqui, Evo-ali, Obama-l? Em parte por concep?, em parte por esperteza, Lula resolveu contrair a obamania. Nas v?eras da elei? americana, ele declarou: Da mesma forma que o Brasil elegeu um metal?co, a Bol?a, um ?io, a Venezuela, o Ch?z, e o Paraguai, um bispo, seria um ganho extraordin?o se a maior economia do mundo elegesse um negro. ?ruim. Salva-se nessa lista de admira?s s?pr?o Obama. Os outros s?ou ser?protoditadores ou ditadores, com exce? de Lula, que ?penas um l?r neopopulista manipulador. ?ruim tamb? Mas ?enos pior. A esperteza de Lula ?sar a obamania para legitimar a lulomania. Ou a evomania. Ou a chavezmania. S?manias de n?gostar da democracia. (...) Para entender, ?reciso ver que Lula n?quer ser chefe de governo. Nunca quis. Ele quer ser condutor de rebanhos, guia de povos. Quer palanques extraordin?os, n?a ordin?a rotina das tarefas administrativas. (...) Quem gosta de conduzir o povo pela m?s?os sociopatas (e genocidas, como Mao, o guia genial dos povos) e os vigaristas (como certos pastores e palanqueiros). A democracia n?precisa de l?res extraordin?os, superhomens, caudilhos carism?cos que eletrizam as multid?e arrebatam as massas em nome de um porvir radiante. (...) Mas Lula, significativamente, tem especial predile? pela palavra: assim como a vit? de Obama seria extraordin?a, aquele seu primeiro minist?o, detonado pelas suspeitas e acusa?s formais de crime, roubo e forma? de quadrilha, ele tamb?o qualificava como extraordin?o. Quem precisa de coisas extraordin?as, mitos fundantes (l?res ungidos, predestinados a cumprir um papel redentor), utopias fant?icas (reinos milenares de seres superiores ou regimes universais de abund?ia) s?autocracias, n?democracias. Quase dois ter? dos americanos n?foram votar no mulato Obama. Dos que foram votar, quase a metade preferiu o macho branco caucasiano McCain. (...) [Obama] nem vai governar o tempo todo lembrando a sua condi? extraordin?a de negro. Se fizesse isso, seria um negro de araque. J?vo ?m ?io de araque, nesse particular, igualzinho a Lula, um metal?co de araque. Sim, ele o foi, mas n??ais. H?uito tempo. Ali? j?assou mais tempo como profissional do palanque (...). Quem pode viver disso n?? pol?ca (democr?ca), mas aquela ideologia sociol?a que pretendia encontrar na extra? social alguma raz?para explicar e legitimar o comportamento do agente. (...) A empulha? se generalizou, em parte baseada na vis?equivocada de que a origem de classe ou de ra?ou cor tem alguma coisa a ver com a democracia. (...) Uma pessoa deve ser escolhida pelas suas opini? n?por sua extra?, origem, identifica? antropol?a. Lula-aqui, Evo-ali e Obama-l??movimentos regressivos. Obama n?tem culpa. Ao contr?o de Lula e de Evo, ele est?onvertido ?emocracia. Mas a obamania, assim como a lulomania e a evomania, aborrece a democracia. Ap? leitura deste excelente artigo, concluo. Se bem que ningu?tenha ouvido a Barack Obama declara?s de cumplicidade com ditadores, uma pergunta n?quer calar: por que a elei? de Obama despertou esperan? t?nefastas em ditadores, protoditadores ou simpatizantes de ditadores?

Percival Puggina

21/11/2008
O p?co que assolou os mercados mundiais nas ?mas semanas veio trazer consolo ?vi? do comunismo. Foi como se o falecido tivesse ressurgido do mundo das trevas, novinho em folha, no pleno vigor de suas energias, pronto para ser usado. 3 afoitas vi? recomendo menos entusiasmo. As coisas n?s?bem assim. O velho morreu mesmo, de fal?ia geral dos ?os. De todos os ?os. O p?co que se assiste nos mercados mundiais ? que, em Direito Penal, poderia ser denominado prova circunstancial da autoria do crime. Foi apenas uma nova manifesta? dos mesmos descontrolados. ?como o sujeito que comete o crime e entra em depress? A depr? a prova do crime. O que surpreende, em muitos, ? incapacidade de compreender a real natureza do problema, tema sobre o qual escrevi mais de 200 artigos nos ?mos vinte anos. Trata-se de uma quest?filos?a a respeito da liberdade. N??reciso esquentar muito os neur?s para compreend?a posto que a vida fornece a mesma li? a todos, indistintamente, com fartura de exemplos: a liberdade humana ?imitada e na aus?ia de regras e controles tende a se perverter. Como escrevi num desses muitos textos, quem quiser ser absolutamente livre precisar?udar-se para o mato. Ali n?haver?mpostos, autoridade p?ca, normas de condom?o, sirene de pol?a, nem campanhas eleitorais. Pardais ser?de fato passarinhos. E o despertador ser? ronco de algum bugio. Mas haver? chuva, o sol, o frio, a fome, a enfermidade sem rem?o ou aten? m?ca, os animais predadores, a perda da linguagem, a solid?enferma e a velhice sem prote?. Ora, as mesmas pervers?que a falta de controles e de san?s faz infestar a vida social, podem ocorrer e ocorrem, no mercado, atrav?da a? individual ou conjugada de seus m?plos agentes. ?vasto o elenco dessas enfermidades, entre as quais os monop?s, os oligop?s, os cart? e as muitas pr?cas daninhas proporcionadas pela desmedida gan?ia. Gosto de uma frase de Delfim Neto, a quem pessoa alguma poder?ualificar como esquerdista: “A irrestrita liberdade de mercado tende a acabar com a liberdade de mercado porque o sonho de todo ator da cena econ?a ?icar sozinho no mercado”. Acrescento eu: todo aquele que realmente ama a liberdade pede regras que a preservem para todos. N?estou, portanto, a recusar as imensas vantagens da economia livre sobre a economia planificada. H?de fato, no mercado, uma sabedoria e uma tend?ia ao auto-ajuste, como est?endo evidenciado nos pr?os epis?s em curso. O p?co ?ma evid?ia daninha dessa tend?ia. Sem interven? alguma, haveria quebradeira quase generalizada, centenas de milh?de v?mas, correntistas perderiam seus haveres monet?os, mas o mercado chegaria ao real valor das coisas. No entanto, o que se deseja ?eduzir a dimens?do dano por um lado e, por outro, estabelecer mecanismos institucionais que evite a anarquia, os excessos, os descontroles, enfim, que levaram as economias mundiais a essa crise. O que aconteceu foi uma loucura, uma pervers? mediante condutas que se estivessem devidamente reguladas seriam apontadas como pr?cas delituosas. Tais c?os de comportamento, se institu?s, tais institui?s de controle, se criadas, n?determinariam qualquer preju? ?iberdade de mercado (antes, assegurariam maior proveito) porque uma correta regula? n?far?ais do que assegurar o uso respons?l da liberdade por todos os agentes econ?os. Concluir-se, a partir do que est?correndo, que a globaliza? “is shit” e que o capitalismo “is dead” ?oucura muito maior. O Brasil, deitado sobre seu colch?de US$ 200 bilh??m bom exemplo do que afirmo. Foram a economia de mercado e a inser? brasileira no mercado mundial que inflaram o colch?sobre o qual Lula executa suas piruetas ret?as. Especial para a REVISTA VOTO

Bento XVI

07/11/2008
A doa? de ?os ?ma forma peculiar de testemunho da caridade. Numa ?ca como a nossa, com frequ?ia marcada por diversas formas de ego?o, torna-se cada vez mais urgente compreender quanto ?eterminante para uma correcta concep? da vida entrar na l?a da gratuidade. De facto, existe uma responsabilidade do amor e da caridade que compromete a fazer da pr?a vida uma doa? aos outros, se quisermos verdadeiramente realizar-nos a n?r?os. Como nos ensinou o Senhor Jesus, s?uele que doa a pr?a vida a poder?alvar (cf. Lc 9, 24). Ao saudar todos os presentes, dirigindo um pensamento particular ao Senador Maur?o Sacconi, Ministro do Trabalho, da Sa?e das Pol?cas Sociais, agrade?ao Arcebispo D. Rino Fisichella, Presidente da Pontif?a Academia para a Vida, as palavras que me dirigiu, ilustrando o profundo significado deste encontro e apresentando a s?ese dos trabalhos congressuais. Juntamente com ele, agrade?tamb?ao Presidente da International Federation of Catholic Medical Associations e ao Director do Centro Nacional de transplantes, ressaltando com apre?o valor da colabora? destes Organismos num ?ito como o do transplante dos ?os que foi objecto, ilustres Senhores e Senhoras, dos vossos dias de estudo e de debate. A hist? da medicina mostra com evid?ia os grandes progressos que se puderam realizar para permitir uma vida cada vez mais digna a cada pessoa que sofre. Os transplantes de tecidos e de ?os representam uma grande conquista da ci?ia m?ca e certamente s?um sinal de esperan?para tantas pessoas que se encontram em graves, e por vezes extremas, situa?s cl?cas. Se alargarmos o nosso olhar ao mundo inteiro ??l encontrar os numerosos e complexos casos nos quais, gra? ??ica do transplante de ?os, muitas pessoas superaram fases altamente cr?cas e foi-lhes restitu? a alegria de viver. Isto nunca se poderia ter realizado se o compromisso dos m?cos e a compet?ia dos pesquisadores n?tivessem podido contar com a generosidade e com o altru?o de quantos doaram os seus ?os. O problema da disponibilidade de ?os vitais para transplante, infelizmente, n??e?o, mas dramaticamente pr?co; ele ?erific?l na longa lista de espera de tantos doentes cujas ?as possibilidades de sobreviv?ia est?ligadas ?escassas ofertas que n?correspondem ?necessidades objectivas. ??, sobretudo neste contexto hodierno, voltar a reflectir sobre esta conquista da ci?ia, para que n?se verifique que o multiplicar-se dos pedidos de transplante subverta os princ?os ?cos que est?na sua base. Como disse na minha primeira Enc?ica, o corpo nunca poder?er considerado um mero objecto (cf. Deus caritas est, 5); desta forma prevaleceria a l?a do mercado. O corpo de cada pessoa, juntamente com o esp?to que ?ado a cada indiv?o, constitui uma unidade insepar?l na qual est?mpressa a imagem do pr?o Deus. Prescindir desta dimens?leva a perspectivas incapazes de captar a totalidade do mist?o presente em cada um. ?portanto necess?o que em primeiro lugar sejam postos o respeito pela dignidade da pessoa e a tutela da sua identidade pessoal. No que se refere ??ica do transplante de ?os, isto significa que se pode doar unicamente se n?se d?rigem um s?o perigo para a pr?a sa?e identidade e sempre por um motivo moralmente v?do e proporcionado. Eventuais l?as de compra-venda dos ?os, assim como a adop? de crit?os discriminat?s ou utilitaristas, estariam totalmente em contraste com o significado subentendido da doa? que sozinhos se poriam fora de quest? qualificando-se como actos moralmente il?tos. Os abusos nos transplantes e o seu tr?co, que com frequ?ia atingem pessoas inocentes como as crian?, devem encontrar a comunidade cient?ca e m?ca imediatamente unidas na sua rejei? como pr?cas inaceit?is. Elas devem ser portanto condenadas como abomin?is. O mesmo princ?o ?co deve ser recordado quando se quer chegar ?ria? ou destrui? de embri?humanos destinados a finalidades terap?icas. A simples ideia de considerar o embri?como material terap?ico contrasta com as bases culturais, civis e ?cas sobre as quais se baseia a dignidade da pessoa. Acontece com frequ?ia que a t?ica do transplante de ?os ?eita por um gesto de total gratuidade da parte de familiares de doentes dos quais foi certificada a morte. Nestes casos, o consenso informado ?ondi? pr?a de liberdade, para que o transplante tenha a caracter?ica de uma doa? e n?seja interpretado como um acto coercitivo ou de explora?. Contudo, ?til recordar que cada ?o vital n?pode ser extirpado a n?ser ex cadavere, o qual ali?tamb?possui uma sua dignidade que deve ser respeitada. A ci?ia, nestes anos, fez ulteriores progressos na certifica? da morte do doente. ?bom, portanto, que os resultados alcan?os recebam o consenso de toda a comunidade cient?ca de modo a favorecer a pesquisa de solu?s que d? a certeza a todos. Com efeito, num ?ito como este, n?pode haver a m?ma suspeita de arb?io e onde a certeza ainda n?for clara deve prevalecer o princ?o de precau?. ??, portanto, incrementar a pesquisa e a reflex?interdisciplinar, de tal modo que a pr?a opini?p?ca seja posta diante da verdade mais transparente sobre as implica?s antropol?as, sociais, ?cas e jur?cas da pr?ca do transplante. Nestes casos, contudo, deve prevalecer sempre como crit?o principal o respeito pela vida do doador, de modo que a extrac? de ?os s?ja consentida no caso da sua morte real (cf. Comp?io do Catecismo da Igreja Cat?a, 476). O acto de amor que ?xpresso com a doa? dos pr?os ?os vitais permanece como um testemunho genu? de caridade que sabe olhar al?da morte para que ven?sempre a vida. Do valor deste gesto deveria estar bem consciente quem o recebe; ele ?estinat?o de um dom que vai al?do benef?o terap?ico. O que recebe, de facto, ainda antes de ser um ?o ?m testemunho de amor que deve suscitar uma resposta de igual modo generosa, a fim de incrementar a cultura da doa? e da gratuidade. A via-mestra que deve ser seguida, enquanto a ci?ia n?descobrir eventuais novas formas e mais progredidas de terapia, dever?er a forma? e a difus?de uma cultura da solidariedade que se abra a todos e n?exclua ningu? Uma medicina dos transplantes que corresponda a uma ?ca da doa? exige da parte de todos o compromisso para investir qualquer esfor?poss?l na forma? e na informa?, de modo a sensibilizar cada vez mais as consci?ias para uma problem?ca que diz respeito directamente ?ida de tantas pessoas. Ser?ortanto necess?o evitar preconceitos e incompreens? afastar desconfian? e receios para os substituir com certezas e garantias a fim de permitir o incremento em todos de uma consci?ia cada vez mais difundida do grande dom da vida. Com estes sentimentos, ao desejar que cada um prossiga o pr?o compromisso com a devida compet?ia e profissionalidade, invoco a ajuda de Deus sobre os trabalhos do Congresso e concedo a todos de cora? a minha B??