• Nivaldo Cordeiro
  • 04/01/2009
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CRISE DE CONFIAN? - www.nivaldocordeiro.net

Uma amiga minha, sem forma? econ?a, quedou-se espantada ao eu lhe dizer que a maior pot?ia econ?a do mundo, os EUA, n?tem reserva monet?a nenhuma e que vive de emitir moeda e t?los de cr?to, aceitos pelo resto do mundo. Os leigos em economia tendem a achar que os EUA teriam “dinheiro”, alguma reserva f?ca s?a que justifique a sua for?econ?a. O fato ?ue o d? ? meio de pagamento internacional e a reserva de valor do mundo, assentado que est?m duas funda?s. A primeira ? for?econ?a e militar dos EUA, que deu o elemento fundamental para que sua moeda nacional seja aceita pelo resto do mundo: a confian? Em ?ma an?se, ? confian?que d? base real para que os EUA fa? o que t?feito nas ?mas d?das, que ?mitir dinheiro sem lastro algum praticamente em escala ilimitada, boa parte dessa emiss?tornando-se posteriormente d?da p?ca a financiar os d?cits do Estado. Aquele pa?est?everamente endividado. ?essa coisa imensur?l e fluida chamada confian?que d? supremacia dos EUA no mundo financeiro. E ?recisamente ela que est?endo erodida pela heterodoxia da elite governante daquele pa? formada por gente notavelmente irrespons?l. Vimos recentemente um paradoxo interessante, pois ao estourar a crise, a partir de setembro ?mo, mesmo com a trilion?a emiss?adicional o d? ainda assim registrou-se aprecia? dessa moeda em rela? ?demais moedas. Considerando que os juros da d?da p?ca est?pr?os de zero, vimos que as pessoas preferem ter rendimento nenhum a correr riscos desnecess?os, em meio ?incertezas da crise. Esta, todavia, ?ma situa? transit? que pode n?se manter, se a irresponsabilidade dos governantes for mantida. No momento em que houver uma primeira crise de confian?– um movimento especulativo contra o d? – a lona do circo pode desabar por conta da quebra do mastro principal. Esse ser? momento decisivo da crise econ?a ora em curso. Os investidores do mundo est?desconfort?is com a gest?monet?a dos EUA, mas confiam ainda menos nos demais pa?s, nominalmente a Uni?Europ?, a China, a R?a e o Jap? Pa?s como o Brasil n?contam nesse jogo, em face das irresponsabilidades pret?tas (e atuais) na gest?de sua moeda. Nem seus cidad? confiam nos seus governos e nas suas moedas, de modo que sempre preferir?fazer hedge em moedas de outras nacionalidades. ?nisso que tem residido a for?do d?. A quebra da confian?nesta moeda ser? turning point, o momento em que se atravessar? ponte, para em seguida explodi-la. N?haver?ais retorno. O mundo, sem um porto seguro para investimentos financeiros e desprovido de uma moeda confi?l, ter? processo de trocas mundiais amea?o de interrup?, ao ponto de obrigar a um retorno a formas pret?tas de meio de pagamento, como o ouro. Aquilo que ?alvez a maior conquista da economia contempor?a, a mundializa? dos mercados, entrar?m retrocesso. O significado disso ?ram?co: a depress?mundial. Por isso que ?ital observar os passos do Secret?o do Tesouro dos EUA e do presidente do Federal Reserve (FED). Essa gente tem abusado da confian?que o resto do mundo (e os cidad? americanos) depositam em suas a?s. Para manter essa confian?teriam apenas que praticar a ortodoxia, respeitando as leis monet?as que foram descobertas h??los. O papel do presidente eleito Barack Obama ser?ecisivo para esse mister, mas temo que ele ser? maior dos heterodoxos, fazendo de nosso Sarney o mais conservador dos gestores de moeda, em compara? consigo mesmo. Lamentavelmente o que vemos ? heterodoxia prevalecer. Toda semana noticia-se bailouts, emiss? estatiza? de bancos, compra de t?los “venenosos”, subs?os a ind?ias falidas. Nessa marcha a confian?vai desaparecer e, com ela, a chance dessa crise mundial ser minorada e superada rapidamente. Confian??lgo que, uma vez perdida, n?se restabelecer?acilmente. Temo que estejamos pr?os desse verdadeiro dia “D”, o Dia da Desconfian?mundial no d?.