Samuel Farber

06/01/2009
Para uma grande parte da esquerda latino-americana, o governo cubano tem representado uma for?anti-imperialista e um baluarte dos movimentos progressistas. Mas um exame aprofundado da pol?ca externa cubana revela que, embora Cuba tenha seguido uma trajet? de oposi? ao imperialismo dos EUA, n?aconteceu o mesmo com rela? ?gress?imperial de outros pa?s. De fato, em v?as ocasi?Cuba se posicionou do lado dos Estados opressores. Fidel Castro apoiou a invas?sovi?ca da Tchecoslov?ia em 1968. Seu apoio a essa invas?foi muito revelador: al?da d?da pol?ca com a URSS em fun? da ajuda econ?a indispens?l desta a Cuba, o l?r cubano exp?ua oposi? ?reformas do governo de Alexander Dubcek, que caracterizou como f? liberal. Castro tamb?apoiou a supress?et?e do movimento nacional eritreu e a invas?sovi?ca do Afeganist?nos anos 1970 e 1980. Como se explicam as pol?cas contradit?s de Cuba com rela? ao direito das na?s ?utodetermina?? Em primeiro lugar, ?reciso assinalar a longa alian?que Cuba manteve com a URSS. No final dos anos 1960, a URSS, sob press?dos EUA, teve que aceitar a id? de que o hemisf?o ocidental era parte indiscut?l da esfera de influ?ia americana. Como resultado, Moscou pressionou Havana para que deixasse de dar apoio declarado ?guerrilhas latino-americanas. O governo cubano cedeu ?exig?ias sovi?cas, embora n?completamente, j?ue continuou apoiando os movimentos insurgentes da Am?ca Latina de maneira mais discreta e limitada. Periferia africana Isso contribuiu para que Cuba se voltasse cada vez mais ?frica, uma regi?na periferia da geopol?ca americana, onde as iniciativas cubanas eram mais compat?is com a pol?ca externa sovi?ca. A presen?pol?ca e militar cubana na frica (e em outras partes do mundo) tamb?afetou significativamente as rela?s de poder entre Cuba e URSS, proporcionando aos l?res cubanos uma margem de negocia? maior com os sovi?cos. A estrat?a cubana na frica era orientada ?orma? de alian? com o nacionalismo africano. No decorrer de sua implementa?, Cuba tomou iniciativas independentes sem consulta pr?a com o Kremlin - foi o caso em Angola, por exemplo -, mas, de modo geral, suas iniciativas foram compat?is com a pol?ca sovi?ca. No caso de Angola, a estrat?a cubana permitiu a Cuba exercer um papel muito importante na defesa desse pa?contra o imperialismo ocidental e seus agentes direitistas da Unita, desferindo um golpe militar e pol?co ao apartheid sul-africano, que apoiava a Unita. Mas a pol?ca de Cuba no conflito entre Eritreia e Eti? seguiu uma trajet? diferente. Inicialmente, Cuba apoiou a luta dos eritreus para se tornarem independentes do regime et?e, encabe?o pelo imperador Haile Selassie, mas ela mudou sua atitude quando Selassie foi derrotado pelo Dergue, um grupo nacionalista de esquerda favor?l ?RSS. Fidel decidiu ent?unir-se aos nacionalistas et?es contra os nacionalistas eritreus, argumentando que a luta eritreia poderia destruir a integridade territorial da Eti?, passando por cima do fato de que a Eritreia havia sido um pa??arte, que tinha sido colonizado e depois anexado ?or?pela Grande Eti?. ?importante acrescentar que, al?dos efeitos sobre o conflito eritreu, a alian?indiscriminada que Cuba forjou com o nacionalismo africano derivou em apoios aos regimes sangrentos de Idi Amin em Uganda e Nguema Mac? na Guin?quatorial. Embora tivesse sido obrigada pelos sovi?cos a voltar atr?em seu apoio ?guerrilhas latino-americanas, Cuba continuou a ajudar os movimentos anti-imperialistas no continente. Sem d?a, desempenhou papel importante, por exemplo, na derrocada de Anastasio Somoza, na Nicar?a. Mas ?reciso compreender que seu apoio aos movimentos anti-imperialistas ficou subordinado aos interesses do Estado cubano, conforme as pautas tra?as por seus l?res. Pragmatismo Baseado na descri? feita por Jorge I. Dom?uez das formas em que o Estado cubano ajustou sua pol?ca externa para alcan? seus pr?os objetivos, vale assinalar, em primeiro lugar, que em suas rela?s de Estado a Estado o governo cubano subordinou seu apoio aos movimentos de oposi? ao c?ulo dos benef?os que podia obter de sua rela? com os governos desses pa?s. Cuba nunca apoiou um movimento revolucion?o contra um governo que tivesse boas rela?s com Havana e que rejeitasse a pol?ca dos EUA em rela? ?lha, independentemente de suas cores ideol?as. Os casos mais paradigm?cos foram as rela?s com o M?co do Partido Revolucion?o Institucional (PRI) e com a Espanha franquista. Da mesma maneira, Cuba suspendeu a ajuda a movimentos revolucion?os ou progressistas nos pa?s que se dispuseram a suspender hostilidades com ela. Talvez o exemplo mais extremo seja a manuten? de rela?s diplom?cas e comerciais com a Argentina ap? golpe militar de 1976. Nas d?das de 1970 e 1980, Cuba adotou uma pol?ca pragm?ca de estabelecer la? estreitos com qualquer pa?latino-americano e caribenho disposto a manter rela?s com Havana. Essa pol?ca se tornou mais vi?l com a decis?tomada pela OEA, em 1975, de suspender suas san?s unilaterais e permitir que cada um de seus Estados integrantes decidisse por conta pr?a as rela?s que teria com a ilha. Depois de 1989, da queda da URSS e da grave crise econ?a que esta provocou em Cuba, Havana acentuou a tal ponto essa pol?ca que chegou a fechar o Departamento das Am?cas, que tinha dirigido as atividades clandestinas no continente. Desde ent? o governo cubano vem enfatizando sua oposi? ao imperialismo americano e ao neoliberalismo mais que ao pr?o capitalismo, se bem que, no caso do neoliberalismo de Lula, e apesar das cr?cas recentes de Fidel Castro ao etanol, ele e Ra?enham continuado a apoiar o presidente brasileiro. O apoio cubano aos movimentos de liberta? tem sido baseado nos interesses do Estado cubano definidos por seus l?res, e n?um compromisso firme com qualquer doutrina revolucion?a. * Professor em?to de Ci?ias Pol?cas da City University of New York. Este artigo foi escrito para a edi? boliviana do Monde Diplomatique

Estadão

06/01/2009
T?a Monteiro, BRAS?IA O Minist?o da Defesa vai quase dobrar o n?o de pelot?de fronteira na Amaz?, mas a diretriz de instala? dos novos postos mudar?adicalmente. Ser? prioritariamente, c?las de vigil?ia militar, deixando em segundo plano a velha preocupa? com a chamada vivifica? das fronteiras - o povoamento da regi?-, o que sempre levava ao traslado de familiares dos militares para a ?as dos pelot?e ?ria? de pelo menos uma vila no entorno. Atendendo ?ecomenda? do decreto assinado pelo presidente Luiz In?o Lula da Silva em julho do ano passado, o Ex?ito vai instalar 28 novos pelot?em terras ind?nas e em ?as de conserva? da Amaz?. O projeto, batizado com o nome de Amaz? Protegida, ampliar?e 23 para 51 o n?o de pelot?de fronteira e refor??rioritariamente a Regi?Norte, ?a mais rarefeita de prote? militar. Pelo projeto, as novas unidades de defesa ser?constru?s ao longo dos pr?os nove anos, estendendo-se at?018, e com um or?ento de R$ 1 bilh? A meta ?umentar o n?o de militares do Ex?ito presentes na ?a de 25 mil para 30 mil. O projeto prev?inda a moderniza? dos quart? que j?xistem na fronteira, ao custo de R$ 140 milh? O Amaz? Protegida foi concebido j?om base na Estrat?a Nacional de Defesa, lan?a em dezembro por Lula. Nessa nova concep?, os 28 novos pelot?de fronteira servir?para monitorar e reagir imediatamente a qualquer amea? Ser?a ponta de um sistema estrat?co de defesa. Ter?menos gente e mais equipamentos. Ao contr?o do que ocorre hoje, quando com a instala? dos pelot?s?constru?s vilas residenciais para abrigar os familiares dos militares, na nova concep? filhos e mulheres n?ir?mais para a fronteira com seus maridos, permanecendo nos centros urbanos. Os soldados servir?nos postos de fronteira em sistema de rod?o. RADARES De acordo com um general, o novo pelot?constituir?ma esp?e de c?la de vigil?ia e, quando todos os postos estiverem instalados, a dist?ia entre eles ser?e 200 a 250 quil?ros. Tudo ser?oberto pelos radares de vigil?ia a?a e terrestre, que estar?conectados ao sistema de comando e controle da unidade central. O Amazonas ser? Estado que mais receber?ovos postos de fronteira, sete, seguido de Roraima, com seis. No Amazonas eles ficar?em Demini, Jurupari, Maraui?Tunu?Tra?, Puru? Bom Jesus. Em Roraima, ser?instalados em Entre Rios, Jacamim, Vila Cont? Serra do Sol, Eric?Uaiac? Os demais Estados da Amaz? receber?quatro postos, dos quais tr?em Rond? (Surpresa, Rolim de Moura e Pimenteiras do Oeste). No Amap?eles ser?constru?s em Vila Brasil, Queriniutu, Jari e Amapari. No Par?em Tiri?Curia?afuni e Trombetas. No Acre, em S?Salvador, Marechal Thaumaturgo, Jord?e Iaco. Apesar de a implanta? dos novos pelot?n?ter mais a fun? de povoar a Amaz?, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem dito que a regi?precisa ser ocupada e desenvolvida. Jobim disse aos parlamentares, em audi?ia p?ca no Congresso, no fim do ano, que o desenvolvimento e a prote? da Amaz? s?r?eficazes se tiverem a vertente civil, com a presen?e o envolvimento de todos os segmentos do Estado na regi? Sem isso, n?amos gastar, investir, vamos proteger a Amaz?, mas a dificuldade ?ue os il?tos ser?praticados por aqueles personagens que, por falta de op? econ?a para garantir sua sobreviv?ia, s?empurrados para a ilegalidade, avaliou Jobim, citando como exemplo os que acabam praticando o desmatamento. Afinado com a tese dos militares, ele considera que a regi?n?pode ser um jardim para deleite de europeus que destru?m suas florestas, mas um local em que os brasileiros possam se desenvolver. A Amaz? n?pode ser mantida como um parque de recreio para europeus e americanos apenas, insiste. L?o, o turismo ?mportante, mas reduzir a Amaz? a somente isso ?uito ruim. Jobim avalia que plano n?criar?onflito com ?ios Bras?a O ministro da Defesa, Nelson Jobim, n?acredita que a decis?de construir os novos pelot?de fronteira crie pol?ca com os ?ios, apesar de muitas das unidades ficarem em reservas ind?nas. Quem vai reclamar s?as ONGs (organiza?s n?governamentais). ?dio n?reclama, disse o ministro ao Estado. Vamos come? com os postos de fronteira do lado direito, chegando at?orte Pr?ipe da Beira (RO), percorrendo inclusive Tiri?que passa pela Raposa Serra do Sol, afirmou Jobim, referindo-se a uma das ?as mais pol?cas e cuja demarca? est?m discuss?no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o ministro, ser?ecess?o dobrar o efetivo da regi? mas, em uma primeira etapa, ele ser?mpliado de 25 mil para 30 mil homens. Al?das unidades do Ex?ito, o planejamento prev?ue essa expans?tamb?atinja os postos da Marinha e da Aeron?ica. O problema ? tamanho do investimento, que exige um cronograma de at?ove anos para a instala? dos pelot? ?necess?o criar um sistema log?ico brutal, j?ue ?reciso carregar tudo para l?lembrou Jobim. At?edra vai de avi? Ao defender a tese de que o refor?tem de ser n?apenas nas fronteiras, mas tamb?nos rios, Jobim explicou que, desde a aprova? da Lei do Abate pelo Congresso, o movimento do tr?co feito pelo ar foi reduzido e transferido para as vias fluviais, aumentando a entrada de drogas pelos chamados rios penetrantes. O Minist?o da Defesa est?por causa disso, articulando o refor?dos postos da Marinha nesses rios. No plano de prote? ?maz?, Jobim defende ainda a regulariza? fundi?a e o controle das entidades que operam na regi? N?emos uma s?e imensa de ONGs na Amaz?, sem nenhum controle. Ele admite que algumas trabalham em parceria com o Ex?ito. Mas outras a gente nem sabe o que fazem, ressaltou. A ?a medida adotada no ano passado, em nome desse controle, foi a obriga? de as ONGs obterem registro e autoriza? do Minist?o da Justi?para operar na Amaz?.

Reinaldo Azevedo - do blog do autor

05/01/2009
O Hamas rompeu a tr?a com Israel — a rigor, nunca integralmente respeitada —, e aqueles que ora clamam pelo fim da rea? da v?ma — e a v?ma ?srael — fizeram um sil?io literalmente mortal. Hip?tas, censuram agora o que consideram a rea? desproporcional dos israelenses, mas n?apontam nenhuma sa? que n?seja o conformismo da v?ma. ?desnecess?o indagar como reagiria a Fran? por exemplo, se seu territ? fosse alvo de centenas de foguetes. ?desnecess?o indagar como responderia o pr?o Brasil. O Apedeuta e seus escudeiros no Itamaraty — que vive o ponto extremo da delinq?ia pol?ca sob o comando de Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimar? — aceitam, de bom grado, que Evo Morales nos tungue a Petrobras, mas creio que defenderiam uma resposta militar se o Brasil passasse a ser alvo di?o de inimigos. H?ias, Lula afirmou que o Brasil precisa ser uma pot?ia militar se quiser ser respeitado no mundo. Confesso que, dada a moral ora vigente no Planalto e na diplomacia nativa, prefiro que o pa?tenha, no m?mo, aqueles fogos Caramuru, os ?os que, no nosso caso, n?podem dar xabu... Lula merece, no m?mo, ter um roj?ou aqueles f?ros coloridos de S?Jo?para brincar. ?dever de todo governo defender o seu territ? e a sua gente. Mas, curiosamente (ou nem tanto), pretende-se cassar de Israel o direito ?ea?. Por qu?O que grita na censura aos israelenses ? voz tenebrosa de um sil?io: essa gente ?ontra a exist?ia do estado de Israel e acredita que s? obteria a paz no Oriente M?o com a sua extin?. Mas falta a essa canalha coragem para dizer claramente o que pretende. Nesse estrito sentido, um expoente do fascismo isl?co como Mahamoud Ahmadinejad, presidente do Ir??ais honesto do que boa parte dos hip?tas europeus ou brasileiros. Ele n?esconde o que pretende. Ali? o Hamas tamb?n? o fim da Israel ? segundo item do seu programa, sem o qual o grupo terrorista julga n?cumprir adequadamente o primeiro: a defesa do que entende por f?sl?ca. Ser?ue exagero? Que outra considera? estaria na origem da suposi? de que um pa?deve se quedar inerme diante de uma chuva de foguetes em seu territ?? N? Reinaldo, o que se censura ? exagero, a rea? desproporcional. Tratarei desse argumento, essencialmente mentiroso e de ocasi? em outro post. Neste artigo, penso quest?mais profundas, que est?na raiz do ? a Israel. Como se considera que aquele estado ?ssencialmente ileg?mo, cobra-se dele, ent? uma toler?ia especial. Ali? exigem-se dos judeus duas rea?s particulares, de que estariam dispensados outros povos. Como os hip?tas do sil?io consideram que a cria? de Israel foi uma viol?ia, cobram que esse estado viva a pedir desculpas por existir e jamais reaja. Seria uma esp?e de suic?o. Israel faria por conta pr?a o que v?as na?s isl?cas — em grupo, em par ou isoladamente — tentaram sem sucesso em 1956, em 1967 e em 1973: eliminar o pa?do mapa. D?a consci?ia e no orgulho dos inimigos do pa?a constata? de que ele adquiriu o direito de existir na lei e na marra, na diplomacia e no campo de batalha. A segunda rea? particular guarda rela? com o nazismo. Porque os judeus conheceram o horror, estariam moralmente proibidos de se comportar como senhores: teriam de ser eternamente v?mas. Ao povo judeu seria facultado despertar ? ou piedade, mas jamais temor. Franceses, alem?, espanh? chineses, japoneses e at?rasileiros cometeram ou cometem suas injusti? e viol?ias — e todos esses povos souberam ou sabem ser impressionantemente cru? em determinadas ocasi?e circunst?ias. Mas os judeus?! Eles n?!! Esperam-se passividade e mansid?pouco importa se s?tomados como usurpadores ou v?mas. A anti-semitismo ainda pulsa, eis a verdade insofism?l. Tudo seria mais f?l se as posi?s fossem aclaradas. Acatar ou n?a legitimidade do estado de Israel ajudaria muitas na?s e muitas correntes pol?co-ideol?as a se posicionar e a se pronunciar com clareza: Sim, admito a exist?ia de Israel e penso que aquele estado, quando atacado, tem o direito de se defender. ?o que pensa este escriba. Ou: N? Fez-se uma grande bobagem em 1948, e os valentes do Hamas formam, na verdade, uma frente de resist?ia ao invasor; assim, quando eles explodem uma pizzaria ou um ?us escolar ou quando jogam foguetes, est?apenas defendendo um direito. Mas os hip?tas n?seriam o que s?se n?cobrissem o v?o com o manto da virtude. Como n?conseguem imaginar uma solu? para alguns milh?de israelenses que n?o mar — e, desta feita, sem Mois?para abri-lo —, ent?disfar? o ? a Israel com um conjunto pastoso de ret?as vagabundas: pacifismo, antimilitarismo, rea? proporcional, direito ?esist?ia etc. Na imprensa brasileira, um jornalista como Janio de Freitas chegou a chamar o ataque a?o a Gaza de genoc?o, dando alguma altitude te?a ?ilit?ia pol?ca anti-Israel — embora o pr?o Hamas admita que a maioria das v?mas seja mesmo composta de militantes do grupo. Trata-se, claro, de uma provoca?: sempre que Israel ?cusado de genocida, pretende-se evocar a mem? do Holocausto. Em uma ?a linha, sustenta-se, ent? uma farsa gigantesca: a) maximiza-se a trag?a presente dos palestinos; b) minimiza-se a trag?a passada dos judeus: c) apaga-se da hist? o fato de que o Hamas ? for?agressora, e Israel, o pa?agredido; d) equiparam-se os judeus aos nazistas que tentaram extermin?os, o que, por raz?que dispensam a exposi?, diminui a culpa dos algozes; e) cria-se uma equival?ia que aponta para uma indaga? monstruosa: n?seria o povo v?ma do Holocausto um tanto merecedor daquele destino j?ue incapaz de aprender com a hist?? E pouco importa se os que falam em genoc?o t?ou n?consci?ia dessas implica?s: o mal que sai da boca dos c?cos n?vira virtude porque na boca dos tolos. Em junho de 2007, esse mesmo Hamas foi ?uerra contra o Fatah na Faixa de Gaza. E venceu. O grupo preferiu n?fazer prisioneiros. Os que eram rendidos ou se rendiam eram executados com tiros na cabe?— muitas vezes, as mulheres e filhos das v?mas eram chamados para presenciar a cena. O que ocorreu no centro de seguran?[as execu?s] foi a segunda libera? da Faixa de Gaza; a primeira delas foi a retirada das tropas e dos colonos de Israel da regi? em setembro de 2005, disse ent?Sami Abu Zuhri, um membro do Hamas. Estamos dizendo ao nosso povo que a era do passado acabou e n?ir?olta. A era da Justi?e da lei isl?ca chegou, afirmou Islam Shahawan, porta-voz do grupo. Nezar Rayyan, tamb?falando em nome dos terroristas, n?teve d?a: N?haver?i?go com o Fatah, apenas a espada e as armas. Desde 2006, quase 700 palestinos foram assassinados por rivais... palestinos. ?io a Israel O ? a Israel espalhado em v?as correntes de opini?no Ocidente ?audat?o da chamada luta contra o Imp?o. O apoio ao pa?nunca foi t?modesto — em muitos casos, envergonhado. N??oincid?ia que assim seja no exato momento em que se vislumbra o que se convencionou chamar de decl?o americano. Israel ?isto como uma esp?e de enclave dos EUA no Oriente M?o. As esquerdas do mundo ca?m de amores pelos v?os sectarismos isl?cos, tomados como for? antiimperialistas, de resist?ia. Eu era ainda um quase adolescente (18 anos)— e de esquerda! — quando se deu a revolu? no Ir?em 1979, e me perguntava por que os meus supostos parceiros de ideologia se encantavam tanto com o tal aiatol?homeini, que me parecia, e era, a nega?, vejam s?de alguns dos pressupostos que deveriam nos orientar — e o estado laico era um deles. Mas qu?. A luta antiimperialista justificava tudo. O que era ruim para os EUA s?deria ser bom para o mundo e para as esquerdas. No poder, a primeira medida de Khomeini foi fuzilar os esquerdistas que haviam ajudado a fazer a revolu?... ?ainda o ? ao Imp?o que leva os ditos progressistas do mundo a recorrer ?igarice intelectual a mais escancarada para censurar Israel e se alinhar com as v?mas palestinas. Abaixo, aponto alguns dos pilares da estupidez. Mas o que ?errorismo? Pergunte a qualquer progressista da imprensa ou de seu c?ulo de amizades se ele considera o Hamas um grupo terrorista. A resposta do meliante moral vir?a forma de uma outra indaga?: Mas o que ?errorismo? A luta antiimperialista torna esses humanistas uns relativistas. Eles dir?que a defini? do que ?u n?terrorismo decorre de uma vis?ideol?a, ditada por Washington, pela Otan, pelo Ocidente, pelo capitalismo, sei l?u... Esses canalhas s?capazes de defender o direito que os ditadores isl?cos t?de definir os seus homens viciosos e virtuosos — democracia n?se imp?gritam —, mas, por qualquer raz?que n?saberiam explicar, acreditam, ent? que Washington, a Otan, o Ocidente e o capitalismo n?podem fazer as suas escolhas. E essas escolhas, vejam que coisa!, costumam ser justamente aquelas que garantem as liberdades democr?cas. Se voc?isser que explodir bombas num ?us escolar ou num supermercado, por exemplo, ?errorismo, logo responder?que isso n??iferente da a? de Israel na Faixa de Gaza, confundido a guerra declarada (e reativa!!!) com a a? insidiosa contra civis. Para esses humanistas, a a? contra Dresden certamente igualou os Aliados aos nazistas... Falei em nazistas? Ah, sim: os antiisraelenses gostam de comparar as a?s do Hamas, do Hezbollah ou das Farc aos atos her?s dos que lutaram contra o nazismo. Ao faz?o, n?s?ualam, ent? os v?os terrorismos como tamb?os v?as estados da ordem. No caso, o nazismo n?se distinguiria dos governo de Israel, da Col?a ou de qualquer outro estado que sofra com a a? terrorista. S?erem a paz Aqui e ali, leio textos indignados em nome da paz. E penso que o pacifismo pode ser uma coisa muito perigosa. Chamberlain e Daladier, que assinaram com Hitler o Acordo de Munique, que o digam. Como observou Churchill, entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e tiveram a guerra. Argumentos que remetem ao nazismo, sei disto, costumam desmoralizar um tanto o debate porque apelam sempre a uma situa? extrema, que se considera ?a, irreproduz?l. A quest? ent? ?omo Israel pode fazer a paz com quem escolheu o caminho da guerra e s?eita a linguagem das armas e da morte. O Hamas ? inimigo que mora ao lado — e, com freq?ia, dentro de Israel. Mas h?s que est?um pouco mais distantes, como o Ir?or exemplo. O que voc?acham que acontecer?uando (e se) os aiatol?estiverem prestes a ter uma bomba nuclear? Em nome da paz, senhores pacifistas, espero que Israel escolha a guerra. E ele escolher?fiquem certos, concordem os EUA ou n? A a? de Israel s?rtalece o Hamas Israel deixou o Sul do L?no, e o L?no foi entregue — sejamos claros — aos xiitas do Hezbollah. Israel deixou a Faixa de Gaza, e o Hamas expulsou de l?s corruptos moderados da Fatah, n?sem antes fuzilar todos os que foram feitos prisioneiros na guerra civil palestina. Isso indica um padr? pouco importa a vertente religiosa dos sect?os. A guerra desastrada contra a fac? xiita no L?no, muito mais poderosa do que o inimigo de agora, significou, de fato, uma li? amarga aos israelenses: se a a? militar n?cumpre o prop?o a que se destina, ela, com efeito, s?rtalece o inimigo. Na pr?ca, ? que pedem os que clamam pela suspens?dos ataques ?aixa de Gaza: querem que Israel dispare contra a sua pr?a seguran? O argumento de que os ataques s?rtalecem o Hamas porque fazem do grupo her?de uma luta de resist?ia saem, n?por acaso, da boca de intelectuais palestinos ou de esquerda. Cumpre perguntar se, no status anterior, havia algum sinal de que os palestinos de Gaza estavam descontentes com os terroristas que os governam. Mais uma vez, est?e diante de uma leitura curiosa: a ?a maneiras de Israel n?fortalecer o Hamas seria suportar os foguetes disparados pelo... Hamas! Como se v?os argumentos passam pelos mais estranhos caminhos e todos eles cobram que os israelenses se conformem com os ataques. A volta a 1948 Aqui e ali, leio que o estado de Israel s?defens?l se devolvido ?emarca? definida pela ONU em 1948. Digamos, s?ra raciocinar, que se possa anular a hist? da regi?dos ?mos 60 anos... Os inimigos do pa?considerariam essa condi? suficiente para admitir a exist?ia do estado judeu? A resposta, mesmo diante de uma hip?e improv?l, ?Ï. Mesmo as fac?s ditas moderadas reivindicam a volta do que chamam os refugiados, que teriam sido expulsos de suas terras — terras que, na maioria das vezes, foram compradas, ?om que se lembre. Tal reivindica? ??a maneira obl?a de se defender que Israel deixe de ser um estado judeu — e, pois, que deixe de ser Israel. E isso nos devolve ao come?deste texto. Aceita-se ou n?a exist?ia de um estado judeu? Israel est?uito longe, no curt?imo prazo, dos perigos que, com efeito, viveu em 1967 e em 1973. N?obstante, sustento que nunca correu tanto risco como agora. Desde a sua cria?, jamais se viu tamanha conspira? de fatores que concorrem contra a sua exist?ia: — a chamada causa palestina foi adotada pela imprensa ocidental — mesmo a americana, tradicionalmente pr?rael, mostra-se um tanto t?da; — o antiamericanismo, exacerbado pela rea? contra a guerra no Iraque, conseguiu transformar o terrorismo em a? de resist?ia; — os desastres da era Bush transferem para os aliados dos EUA, como Israel, parte da rea? negativa ao governo americano; — os palestinos dominam todo o ciclo do marketing da morte e se tornaram os exclu?s de estima? do pensamento politicamente correto: o que s?300 mil mortos no Sud?e 3 milh?de refugiados perto de 500 mortos na Faixa da Gaza, a maioria deles terroristas do Hamas? A morte de qualquer homem nos diminui, claro, claro, mas a de alguns homens excita mais a f? justiceira: a dos sudaneses n?excita ningu?..; — um estado delinq?e, como ? Ir? que tem em sua pauta a destrui? de Israel —, busca romper o isolamento internacional aliando-se a inimigos estrat?cos dos EUA; — a Europa ensaia dividir a cena da hegemonia ocidental com os EUA sem ter a mesma clareza sobre o que ? o que n??ceit?l no que concerne ?eguran?de Israel; — atribui-se ao pr?o estado de Israel o fortalecimento dos seus inimigos, num paradoxo curioso: considera-se que o combate a seus agressores s? fortalece, ignorando-se o motivo por que, afinal, ele decidiu combat?os... Sim ou n??xist?ia de Israel? Sem essa primeira resposta, n?se pode come? um di?go. Ou romper de vez o di?go. Sem essa resposta, o resto ?onversa mole.

Percival Puggina

05/01/2009
Cuba proporciona ao estudioso uma das hist?s mais dram?cas na vida do continente. No per?o que vai do s?lo 16 ao 19, somava-se ali, ao cen?o comum das col?s tropicais (extrativismo, monop? da metr?e e uso intensivo de m?de-obra escrava), a grande proximidade com os Estados Unidos. Este ?mo fator fez nascer na elite cubana uma forte corrente desejosa da anexa? (anexionistas). No entanto, o dom?o espanhol se constitu?em obst?lo, tanto para os que buscavam uma verdadeira independ?ia, quanto para os anexionistas. No s? 19, a Ilha foi palco de duas longas guerras contra a Espanha. A primeira durou de 1868 a 1878. A segunda come? em 1895 e se prolongou, sem sucesso, at?ue, no in?o de 1898, a explos?do navio USS Maine, que estava ancorado no porto de Havana, alterou o cen?o do conflito. Identificado o car?r intencional do ato que matou 260 marinheiros em pleno sono, os norte-americanos desembarcaram na Ilha e, em poucos meses, a Espanha entregava os pontos. O subseq?e tratado de paz transferiu Cuba, Porto Rico e Filipinas para os Estados Unidos. Assim, em janeiro de 1899, quando todas as outras col?s espanholas j?stavam libertadas havia d?das, Cuba trocou de bandeira. Arriou a espanhola e desfraldou a norte-americana. E mesmo quando, tr?anos mais tarde, conseguiu estabelecer gest?pr?a, seria extremamente contr?o ?erdade dos fatos afirmar que aquele autogoverno fosse suficiente para caracterizar um estado nacional soberano. O senhorio ianque era evidente e se manteve, com interven?s diretas e indiretas e sempre com forte presen?econ?a e pol?ca, at?essar o apoio a Fulgencio Batista em fins de 1958. Embora a economia prosperasse, num cen?o paradis?o e ornado por bel?imas constru?s coloniais (hoje em ru?s), que justificavam a express?“P?la do Caribe” com que era designada a ilha, o fato ?ue Cuba, at? metade do s?lo passado, n?era, ainda, uma na? independente. Por isso, o mundo saudou a vit? dos guerrilheiros de Sierra Maestra. Raiava, enfim, a liberdade sobre Cuba! No entanto, bastaram dois anos sem suporte americano para que Fidel se declarasse comunista de carteirinha e entregasse o pa? numa bandeja, ?ni?Sovi?ca. Em troca de vultosas vantagens comerciais, Cuba se converteu na principal fornecedora de infantaria combatente para guerrilhas comunistas em locais t?dispersos quanto Panam?Rep?ca Dominicana, Haiti, El Salvador, Nicar?a, Guatemala, Col?a, Peru, Bol?a, Honduras, Som?a, Angola, Congo, Mo?bique e Eti?. Como escrevi em “Cuba, a trag?a da utopia”, o sangue e a vida da juventude cubana foram arrendados a URSS por um ditador que gastava hectolitros de saliva para discorrer sobre autodetermina? dos povos. E l?e foram mais tr?d?das. At?989 a bela ilha caribenha ainda n?conhecera uma autonomia real. E quando essa situa? se imp?pelo desmoronamento da Uni?Sovi?ca, no in?o dos anos 90, a autonomia chegou sob a forma de um amargo abandono ?r?a sorte. A hist?a pobreza da sociedade se converteu em mis?a, tendo in?o o per?o que Fidel, eufemisticamente, denomina “Per?o Especial”. Eu chamo caos econ?o por falta de patrocinador. Resumindo: ainda que nestes ?mos anos, o Estado cubano esteja vivendo, pela primeira vez em sua hist?, como senhor de seu destino, o fato ?ue, para o povo, permanece a servid? que antes foi ?spanha, depois aos Estados Unidos, mais tarde aos interesses econ?os norte-americanos, posteriormente aos sovi?cos, e ao longo das ?mas d?das, tamb?a Fidel e ao Partido Comunista Cubano. No 50º anivers?o da revolu? justifica-se plenamente a d?a que me assiste desde a sucess?de Fidel por Ra?O povo cubano vive sob uma monarquia comunista onde a transmiss?do poder se faz por consanguineidade ou como empregado muito mal pago da firma Castro & Castro Cia. Ltda.?

Nivaldo Cordeiro

04/01/2009
Uma amiga minha, sem forma? econ?a, quedou-se espantada ao eu lhe dizer que a maior pot?ia econ?a do mundo, os EUA, n?tem reserva monet?a nenhuma e que vive de emitir moeda e t?los de cr?to, aceitos pelo resto do mundo. Os leigos em economia tendem a achar que os EUA teriam “dinheiro”, alguma reserva f?ca s?a que justifique a sua for?econ?a. O fato ?ue o d? ? meio de pagamento internacional e a reserva de valor do mundo, assentado que est?m duas funda?s. A primeira ? for?econ?a e militar dos EUA, que deu o elemento fundamental para que sua moeda nacional seja aceita pelo resto do mundo: a confian? Em ?ma an?se, ? confian?que d? base real para que os EUA fa? o que t?feito nas ?mas d?das, que ?mitir dinheiro sem lastro algum praticamente em escala ilimitada, boa parte dessa emiss?tornando-se posteriormente d?da p?ca a financiar os d?cits do Estado. Aquele pa?est?everamente endividado. ?essa coisa imensur?l e fluida chamada confian?que d? supremacia dos EUA no mundo financeiro. E ?recisamente ela que est?endo erodida pela heterodoxia da elite governante daquele pa? formada por gente notavelmente irrespons?l. Vimos recentemente um paradoxo interessante, pois ao estourar a crise, a partir de setembro ?mo, mesmo com a trilion?a emiss?adicional o d? ainda assim registrou-se aprecia? dessa moeda em rela? ?demais moedas. Considerando que os juros da d?da p?ca est?pr?os de zero, vimos que as pessoas preferem ter rendimento nenhum a correr riscos desnecess?os, em meio ?incertezas da crise. Esta, todavia, ?ma situa? transit? que pode n?se manter, se a irresponsabilidade dos governantes for mantida. No momento em que houver uma primeira crise de confian?– um movimento especulativo contra o d? – a lona do circo pode desabar por conta da quebra do mastro principal. Esse ser? momento decisivo da crise econ?a ora em curso. Os investidores do mundo est?desconfort?is com a gest?monet?a dos EUA, mas confiam ainda menos nos demais pa?s, nominalmente a Uni?Europ?, a China, a R?a e o Jap? Pa?s como o Brasil n?contam nesse jogo, em face das irresponsabilidades pret?tas (e atuais) na gest?de sua moeda. Nem seus cidad? confiam nos seus governos e nas suas moedas, de modo que sempre preferir?fazer hedge em moedas de outras nacionalidades. ?nisso que tem residido a for?do d?. A quebra da confian?nesta moeda ser? turning point, o momento em que se atravessar? ponte, para em seguida explodi-la. N?haver?ais retorno. O mundo, sem um porto seguro para investimentos financeiros e desprovido de uma moeda confi?l, ter? processo de trocas mundiais amea?o de interrup?, ao ponto de obrigar a um retorno a formas pret?tas de meio de pagamento, como o ouro. Aquilo que ?alvez a maior conquista da economia contempor?a, a mundializa? dos mercados, entrar?m retrocesso. O significado disso ?ram?co: a depress?mundial. Por isso que ?ital observar os passos do Secret?o do Tesouro dos EUA e do presidente do Federal Reserve (FED). Essa gente tem abusado da confian?que o resto do mundo (e os cidad? americanos) depositam em suas a?s. Para manter essa confian?teriam apenas que praticar a ortodoxia, respeitando as leis monet?as que foram descobertas h??los. O papel do presidente eleito Barack Obama ser?ecisivo para esse mister, mas temo que ele ser? maior dos heterodoxos, fazendo de nosso Sarney o mais conservador dos gestores de moeda, em compara? consigo mesmo. Lamentavelmente o que vemos ? heterodoxia prevalecer. Toda semana noticia-se bailouts, emiss? estatiza? de bancos, compra de t?los “venenosos”, subs?os a ind?ias falidas. Nessa marcha a confian?vai desaparecer e, com ela, a chance dessa crise mundial ser minorada e superada rapidamente. Confian??lgo que, uma vez perdida, n?se restabelecer?acilmente. Temo que estejamos pr?os desse verdadeiro dia “D”, o Dia da Desconfian?mundial no d?.

Demetrio Magnoli

04/01/2009
No fim de seu segundo mandato, seremos ‘brancos’ ou ‘negros’ antes de sermos brasileiros. Eis a? verdadeira mudan?promovida pela era Lula: uma bomba social de efeito retardado que sua passagem pela Presid?ia deixa aos filhos e netos da atual gera? Sergio Moraes/Reuters Lula chegou ao Pal?o do Planalto como a personifica? de esperan? exageradas, quase ilimitadas: Foi para isso que o povo brasileiro me elegeu presidente da Rep?ca: para mudar. Na hora em que come?o outono de seu segundo mandato, contudo, ?empo de investigar a sua heran? desses oito anos, o que ficar?ncrustado no edif?o pol?co brasileiro? Eu sou filho de uma mulher que nasceu analfabeta. Antes de tudo, provou-se que diplomas acad?cos n?s?adere? indispens?is para governar. Os acertos e os erros de Lula decorrem de suas op?s pol?cas, n?das supostas virtudes ou das ?as car?ias associadas a um n?l baixo de instru? formal. O presidente n?precisou de uma universidade para preencher a diretoria do Banco Central com um time de economistas que ostenta medalhas acad?cas incont?is – e concep?s opostas ?doutrinas econ?as petistas. Bastou-lhe o faro pol?co privilegiado do conservador que, no fundo, nunca deixou de ser. Inversamente, o elogio da ignor?ia, um tra?ub?o dos pronunciamentos presidenciais, n?reflete uma suposta convic? de que a escola ?esnecess?a, mas o egocentrismo exacerbado de um l?r salvacionista. Nunca antes neste pa? O salvacionismo abomina a hist?, apresentando-se como o in?o de tudo: a virtude que exclui o v?o e escreve uma nova hist? num m?ore intocado. A democracia enxerga a si mesma como um processo de mudan? incrementais. O l?r salvacionista n?enxerga nada de positivo antes de seu pr?o advento. Lula ?ma vers?pragm?ca, cuidadosa e mesquinha de salvacionismo. De dia, ele denuncia a elite que nos governa h?00 anos. noite, cerca-se de grandes empres?os, a quem atende e de quem espera retribui?. O sucesso do estilo pol?co salvacionista deriva das fraquezas de nossa democracia – e as perpetua. N?se enganem, mesmo sendo presidente de todos, eu continuarei fazendo o que faz uma m? cuidarei primeiro daqueles mais necessitados, daqueles mais fragilizados. Lula n?inventou o paralelo entre a na? e a fam?a, que faz parte da longa linhagem do pensamento conservador de raiz autorit?a. Mas, com a expans?do Bolsa Fam?a, ele encontrou uma f?la de moderniza? do assistencialismo tradicional. A distribui? direta de dinheiro, no lugar das proverbiais dentaduras, n?? fonte do aumento do consumo dos pobres, que reflete o crescimento da economia em geral e do sal?o m?mo em particular. Pouco importa: em virtude de sua efic?a eleitoral, o Bolsa Fam?a ser?dotado pelos pr?os governantes, sejam quem forem. Eis um legado duradouro da m?do povo. N?tem Congresso Nacional, n?tem Poder Judici?o. S?us ser?apaz de impedir que a gente fa?este pa?ocupar o lugar de destaque que ele nunca deveria ter deixado de ocupar. O lulismo aprofundou a subservi?ia do Parlamento ao Executivo, que se manifesta sob a forma de um interc?io: o Congresso se anula politicamente enquanto os congressistas da base do governo chantageiam o presidente para conseguir cargos e favores. A troca descamba sem dificuldades para a corrup? aberta. O mensal?foi isto: um projeto de estabiliza? da base governista pela compra direta dos parlamentares. Ele acabou exposto, mas apenas em virtude de uma fortuita ruptura interna ?rdem da corrup?. Lula n?caiu, apesar de tudo, e a oposi? nem sequer apresentou um processo de impeachment. A elite pol?ca aprendeu do epis? que um presidente popular n?ser?unido nem mesmo se distribuir dinheiro a parlamentares. Se tem uma coisa que est?ando certo no governo ? pol?ca econ?a. O PT n?pode se esconder, procurando motivos para as derrotas, com cr?cas a ela. O PT morreu como partido da mudan?antes da vit? eleitoral de Lula, com a Carta ao Povo Brasileiro, que o converteu em partido da ordem. Nos partidos social-democratas europeus, transi?s similares verificaram-se antes e de modo diferente. Eles renunciaram publicamente a seus velhos programas revolucion?os, adotando programas fundados nos c?nes da democracia e da economia de mercado. O PT, n? embora, na pr?ca, sustente a ortodoxia econ?a do governo Lula, suas resolu?s clamam pela ruptura socialista, denunciam a liberdade de imprensa e fazem o elogio da ditadura de partido ?o cubana. A cis?entre o gesto e a palavra n?apenas corrompe politicamente o partido como tamb?alimenta um tipo mais virulento de corrup?. Se eu falhar, ser? fracasso da classe trabalhadora. Uma m?ina clandestina petista, instalada dentro do Planalto, conduziu as opera?s do mensal? Militantes partid?os em altos cargos p?cos realizaram a quebra de sigilo do caseiro Francenildo, um crime de estado que passar?mpune. Se acreditamos que temos a chave do futuro e uma miss?hist?a redentora, n?hesitamos em usar de qualquer expediente para realizar as finalidades partid?as. O PT n?consegue estabelecer distin?s entre as institui?s p?cas e o partido. No fundo, interpreta a democracia como instrumento transit? para a sua perpetua? no poder. Depois de Lula, o maior partido brasileiro continuar? figurar como elemento de dist?o no sistema pol?co. Quem chega a Windhoek n?parece que est?m um pa?africano. Poucas cidades no mundo s?t?limpas. Os estere?os raciais cl?icos, afundados na lagoa do senso comum, s?um componente ?o da rasa vis?de mundo de Lula. Entretanto, o programa de racializa? da sociedade brasileira conduzido por seu governo decorre de um frio c?ulo pol?co. O presidente quer conservar na sua ampla coaliz?as ONGs racialistas, financiadas pela poderosa Funda? Ford. Em nome dessa meta, patrocina uma enxurrada de leis raciais com repercuss?na educa?, no mercado de trabalho e no funcionalismo p?co. No fim de seu segundo mandato, todos os direitos dos cidad? estar?mediados e condicionados por r?os oficiais de ra? Seremos brancos ou negros antes de sermos brasileiros. Eis a? verdadeira mudan?promovida pela era Lula: uma bomba social de efeito retardado que sua passagem pela Presid?ia deixa aos filhos e netos da atual gera?.

Mario Persona

04/01/2009
Prezado amigo: Circunflexo sobre meu notebook, fui surpreendido por seu e-mail e pelo coment?o agudo com acento carioca que, diga- se de passagem, ?onsoante ?ua crase. Voc?spera que eu trema de sua preposi?? Pareceu-me ser essa a t?a do julgamento vogal que fez de minha decis?de adotar a nova ortografia. Apesar de voc?entar pontuar, com acentuado sarcasmo, minha ades??eforma ortogr?ca, saiba que isso n?me torna um entusiasta da causa. A rea? normal, na minha idade, est?ais para buscar outro tipo de reforma. Mas, como j??tenho reforma e nem estou reformado, adoto a nova ortografia como forma de garantir meu assento no mercado. No fundo, o objetivo do acordo ortogr?co ?cabar com o excesso de letrinhas do portugu?de Portugal. Para que fosse acordo, o Brasil acordou com mudan? m?mas, s?a portugu?ver. O portugu? que trabalhava de facto, agora ir?rabalhar de fato. A gravata permanece a mesma. Qualquer um sabe que antes de reformar ?reciso construir, algo que ainda n?foi feito no Brasil e na maioria dos pa?s que falam Cam? A reforma nem ser?ercebida em muitas escolas onde acento ainda ?in?o de cadeira. Vi uma professora de portugu? que ia se casar, convidar as amigas com um cart?inho grafado Ch?e Conzinha. Pode apostar que professoras assim adotar?a nova ortografia e passar?a ensinar que o coletivo de aranhas ?lcateia. Para quem digita, as vantagens da nova ortografia s? proporcionais aos acentos eliminados. Quantas vezes voc?recisou voltar ao u para colocar o trema? O corretor de meu Word vivia rindo da minha cara com seus l?os ondulados sob a palavra. Agora sou eu quem ri. Deixei o Word de lado e adotei o Writer do BrOffice, pelo menos at? Microsoft, corrigir seu corretor. O Bill Gates deve estar preocupad?imo com minha decis? N?aguento voc?rguir que usamos pouco o antiqu?imo trema. Isso ?onsequ?ia da obliquidade de seu julgamento ex?o de minha lingu?ica. Ainda que eu enx?e meus textos da v?eloqu?ia, at?esmo um delinquente, um alcaguete ou um equino sabe que ?nexequ?l um texto sem trema na velha ortografia. Especialmente por ser este um alcaguete herdado da consanguinidade liter?a de um idioma grandiloquente como o nosso. ?ineg?l que a reforma movimentar? mercado para adaptar tudo e todos aos novos tempos ortogr?cos. A falta de informa? criar?situa?s inusitadas, como a da empresa que h?lguns anos teve sua importa? barrada por um funcion?o da alf?ega. A documenta?, preenchida no exterior com caracteres n?acentuados, indicava a importa? de macas, mas as caixas traziam ma?. Portanto, n? se surpreenda se encontrar algum adevogado por a?uerendo processar, por ass?o sexual, quem entrar na secretaria. E tamb? por agress? se bater antes de entrar. A elimina? dos acentos acentuar? ganho das ag?ias de comunica?, que prestar?servi? de corre? dos textos de seus clientes em sites e material impresso. Publicit?os e gr?cas ganhar?com a reforma geral das embalagens de seus clientes. Ainda vamos ver embalagens de lingui?com Zero Trema. E por que n? se at?mbalagem de ?a j?raz Zero Caloria? Ainda vamos ver na TV entrevistas com especialistas sobre os benef?os de se comer lingui?sem trema: Entrevistadora: Voc?cha que a venda de lingui?sem trema ser?obrigat? em nosso pa? Entrevistado: Bem, caso isso aconte? o Brasil poder?mportar o produto de Portugal at?daptar sua produ?. Os portugueses sempre fabricaram lingui?sem trema. A reforma ortogr?ca trar?roblemas para alguns segmentos na hora de vender seus produtos. ?o caso dos fabricantes de para- raios. Aquilo que antes servia para parar os raios tornou-se um aliado deles. Os familiares de paraquedistas j??poder? processar o fabricante do equipamento que n?abriu. Afinal, apenas a vers?antiga tinha a fun? de parar quedas. A nova ?eita para elas acontecerem. Apesar de n?saltar, me preocupo por viajar muito de avi? mas n?pense que eu trema por isso. A reforma n?ir?fetar o software das aeronaves, que ?scrito em ingl?sem acentua?, evitando assim um Bug do Mil?o s?sso, tipo Bug do Portugu? O problema est?a fila. Em um pa?onde o acesso a uma boa educa? foi atropelado pelo acesso a um maior poder de compra, imagine as filas nos balc?das companhias a?as, com as pessoas querendo saber se precisar?viajar de p?o voo que perdeu o acento. --- Mario Persona www.mariopersona.com.br ?scritor, palestrante e consultor de comunica? e marketing.

Percival Puggina

04/01/2009
Preferiria que me tivessem tomado a carteira. No entanto, os perversos fizeram pior: levaram-me um prazer. Desses ?os, que n?s?pecado nem fazem mal ?a? Sequestraram-me (assim, sem trema), o gosto de escrever, como aprendi e me agrada, para impor-me regras que n?aprendi e das quais desgosto. Proclamo-o, portanto, aos meus leitores. Queixo-me ao Papa. Lamento-me diante do altar. Fui roubado, Senhor. O reveillon de 2009 fez sumir pelos ares, como borbulha de champanha, a satisfa? que me causava a tarefa cotidiana de colocar ideias (agora ?ssim mesmo, sem acento) no papel, usando, para isso, voc?los com a grafia convencionada em 1943, um ano antes de ser expedida minha certid?de nascimento. Levaram-me palavras de estima?, minhas h?eis d?das! Poder?os absorver os inc?os da nova ortografia se nos provassem que escrev?os de modo incorreto, mas n?foi isso que aconteceu. Ficou errado o que antes escrevemos certo. E doravante, se quisermos redigir com corre?, teremos que nos familiarizar com outros padr? Precisaremos nos debru? sobre as prefer?ias de uns poucos que, por puro deleite, decidiram que a elas deveriam submeter-nos. Quem os constituiu senhores do idioma? Certa feita, estando na praia de Iracema, em Fortaleza, um rapaz de bicicleta passou por mim e, num safan? arrancou-me o celular. Em rea?, esgotei contra ele, aos berros, os piores adjetivos que me ocorreram. Gritei tanto palavr? t?alto, que o sujeito quase trombou com a bicicleta numa ?ore tentando olhar para tr? Naquele momento eu fiquei indignado. ?o mesm?imo sentimento que me move agora, com outras palavras, mas com igual motiva?. Estou berrando este artigo e compare?aqui como quem vai ?elegacia declarar-se v?ma de uma pilhagem. Retorno ?em?ia das novidades que afetar?os h?tos ortogr?cos de 230 milh?de pessoas. Convenhamos! Seria perfeitamente aceit?l o inc?o se, por exemplo, varia?s fon?cas ocorridas ao longo dos anos tivessem posto a linguagem escrita em desacordo com a falada. Mas isso, onde aconteceu, n?est?ontemplado na reforma. Tamb?seria aceit?l se a grafia em vigor at? dia 31 estivesse eivada de irracionalidade, constituindo-se em embara?para a alfabetiza? e para o ensino do idioma. Mas n? Bem ao contr?o. Imagine, leitor, crian? que estejam cursando as primeiras s?es do fundamental. Ano passado aprenderam de um jeito, agora ter?que desaprender e voltar a aprender. “Mas vem c?‘psora’ – dir?elas – voc?n?se entendem?”. Pois quanto mais me empenho em entender, mais aumenta minha irrita?, compartilhada por in?as pessoas que me informam sua decis?de continuar escrevendo do mesmo jeito. Invejo-as, mas estou profissionalmente impedido de acompanh?as nessa opera?-padr? “Cui prodest?”, perguntariam os criminalistas se estimulados a investigar as motiva?s da “disgramada” (eis a?ma palavra que deveria entrar para o dicion?o) reforma ortogr?ca. “A quem aproveita” o acontecimento? Ontem, enquanto um programa de televis?mostrava editoras de livros did?cos rodando exemplares com a nova ortografia, discerni alguns benefici?os. Pois que se regurgitem nos ganhos. Ali? neste Natal, entre os presentes que recebi, estava um dicion?o com a nova ortografia. Tenho dezoito e preciso de um novo. Eu mere? N? ningu?merece. Especial para ZERO HORA 04/01/2009

Hermes Rodrigues Nery

03/01/2009
Para Lu?Fernando Ferreira e J? Correia, dois grandes benfeitores, que amam o povo sambentista. “O mundo precisa de pessoas que descubram o bem, que se alegrem por causa dele e que, desse modo, encontrem a energia e a coragem para o bem”. Papa Bento XVI. Car?imos amigos, Com muita alegria e profunda emo?, assumo neste momento – Dia Mundial da Paz, a Presid?ia desse Legislativo Municipal. ?significativo receber o mandato nesse dia. A palavra do papa, na sua mensagem de hoje “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, destaca que somos “chamados a constituir uma ?a fam?a, na qual todos – indiv?os, povos e na?s – regulem o seu comportamento segundo os princ?os da fraternidade e responsabilidade”.1 Cidade de beleza natural esplendente Ainda durante a campanha eleitoral, algu?me havia dito que S?Bento do Sapuca?mais do que uma cidade, ?m projeto de vida. Durante muitas vezes, aqui mesmo com muitos de voc? debatemos a identidade e a voca? desse Munic?o, de t?exuberantes recursos naturais, que o torna, sem d?a, a “j?da Mantiqueira”, como j? definiram nesta feliz express?po?ca. Mas uma j?que ainda precisa ser lapidada, como um instrumento a ser afinado, para alcan? o seu bem promissor. De fato, h?esta cidade uma leveza especial, que nos eleva a nos d?lento, a almejar ?“amplid?supernas”2 , como um sinal claro e puro do que Deus tem guardado para aqueles que o amam, ambiente apraz?l, onde “se frui o l?mo tesouro”3: a sua topografia, a claridade l?ida do ar, a paisagem doce dessas montanhas, como um b?amo ?vistas; o canto do sabi?o final da tarde, enquanto as gar? brancas sobrevoam a Fazenda do Estado; os vagalumes do vale do Quilombo (mencionados na obra cl?ica de Eug?a Sereno), os carros de bois do sr. Joaquim Costa, em cuja oficina algumas vezes pude recordar a m?ica do trabalho inspirado por S?Jos?que aparece na bela estampa de sua oficina. Ali pr?o, aonde algumas vezes fui com as crian? visitar o admir?l jequitib? ler os salmos4 ?eira do riacho, em meio aos seus bois. H?amb?os ip?magn?cos, especialmente o rar?imo ip?ranco, de flora? sempre inesquec?l. E ainda as belas cachoeiras, a Pedra do Ba?ue escalei uma ?a vez), o momento de confraterniza? na fogueira das temporadas do Acampamento Paiol Grande, as cavalgadas, as conversas t?enriquecidas com o artes?Ditinho Joana, em seu atelier de trabalho. Tocante a devo? desse povo: na via-sacra da Quaresma, quando vi – pela primeira vez – a cidade do alto do Cruzeiro, antes das seis da manh?a reza do ter?em fam?a, como na casa de D. Isolina, as prociss?e festas religiosas, a Paix?de Jesus Cristo encenada nas ruas da cidade pelo grupo de teatro amador, a coroa? de Nossa Senhora pelas crian? no m?mariano, as novenas e celebra?s nas igrejas dos bairros rurais, o almo?comunit?o no bairro do Quilombo na festa do 13 de maio, a Fanfarra Municipal no desfile c?co do 16 de agosto, o Z?ereira no carnaval, os animados catireiros, a congada, a Lira Musical Sambentista entrando triunfal na igreja Matriz, em ocasi?solenes, e tantas outras alegrias e express?desse povo que tem como voca? a vida em comunidade. Quem sabe um dia ainda serei festeiro! Sobre a beleza desse lugar privilegiado, referiu-se o historiador Pedro Paulo Filho; “a vida l?o alto da Serra era outra coisa: o clima ameno, o frio saud?l, a pureza e a luminosidade do ar, a fertilidade do solo, a beleza estonteante da natureza, a tudo davam maior vi? energia e for?”5 Em outra descri?, destaca que “a terra dava cereais em abund?ia, o leite era farto e o queijo, de primeira qualidade”.6 E acrescenta: “a c?bre Pedra do Ba?amb?chamada de Canastra, cuja parte principal, de propor?s monstruosas, s?acess?l ?grandes aves de rapina, como o gavi?pato, que, de asas esplanadas, e ferindo o azul do c? busca em horas do crep?lo para o repouso amigo, o rochedo agreste e escarpado”.7 L?e cima da Pedra do Ba?ude um dia contemplar, ao final do vale do Paiol Grande, a pequena povoa? que encantou a tantos pela sua singular caracter?ica buc?a: “da Pedra do Ba?companhada de duas outras menores, verdadeiro colosso de granito, servindo-lhe as nuvens de eri?a juba, e dominando, com sua gigantesca e majestosa grandeza, em raio de muitas dezenas de l?as e um incompar?l panorama de culturas, fazendas, serras, cordilheiras, rios, regatos, vales e campinas”.8 Regi?de excel?ias, “para a cria? do gado e pela fecundidade do solo (...) ornada de verdes e gordos pastos”9, ??Bento do Sapuca?de riqueza natural esplendente, cuja paisagem de 1895, descrita por Maria Am?a Salgado Loureiro, ainda hoje podemos vislumbrar maravilhados: “as bananeiras, os bambuais, os bosques pareciam mais verdes, as paineiras cintilavam em suas grinaldas lil? as casuarinas e cinamomos ciciavam; os barrancos e as estradas rasgavam fitas escarlates na paisagem; os cerrados de capoeiras im?s, escondiam as saudades e os ber? roxos dos nhambus; e, nos pomares, rescendentes de aromas, calavam-se os bem-te-vis, os can?os da terra e pintassilgos, os sanha? e tico-ticos, inebriados pela frag?ia das laranjeiras e dos pessegueiros em flor”.10 Se “a beleza ? express?vis?l do bem”11, vemos o quanto “a beleza ?ara dar entusiasmo ao trabalho”.12 O que conta ? capital humano N?faltam recursos naturais, nem recursos humanos. Mais do que recursos financeiros, conta mesmo o capital humano. Admiro muito os sambentistas natos que n?se deixaram seduzir pelos apelos dos grandes centros urbanos e decidiram ficar aqui para ajudar essa comunidade a alcan? seu destino. Pois, de algumas d?das para c?por for?da press?do ?do rural, muitas fam?as perderam o que h?e melhor: o capital humano. Isso porqu?com o desprest?o da agricultura, as crescentes dificuldades do setor pecu?o, e o af?e querer ficar rico r?do, fizeram com que os jovens perdessem de vista as ?as perspectivas dessa cidade, projetando o futuro fora daqui, para longe, e desviando-se assim do que poderiam fazer para realmente serem felizes. At?esmo os mais ilustres sambentistas (nascidos aqui) tiveram que sair de S?Bento do Sapuca?m busca de oportunidades e realiza? profissional e pessoal. Assim aconteceu com Pl?o Salgado, Miguel Reale e tantos outros. Lembro-me do dia em que fomos visitar Miguel Reale, poucos meses antes de sua morte, o grande jurista de renome internacional, em cuja resid?ia em que nasceu abriga hoje a Casa da Cultura, nos disse naquela entrevista: “a crise de hoje ?ais do que social, mas profundamente moral!” Crise de atitudes, de tomadas de decis?realmente pelo bem comum. Em meio a uma beleza t?admir?l, e recursos naturais t?pujantes, os que resistiram a tenta? de ir embora, vejo como ato merit?, mas mais her? ainda ?aber agora o que fazer para ajudar esse Munic?o a acolher melhor os seus filhos, a dar a eles mais oportunidades, a integrar melhor a comunidade, para que aqui seja poss?l viabilizar – como bem disse um desses apaixonados por S?Bento do Sapuca? a promiss?dessas alturas azuis da Mantiqueira: para que haja realmente um projeto de vida que justifique os nossos esfor?, que valha a pena os sacrif?os, que torne mais bonita e viva a nossa hist?, e que eleve a nossa auto-estima. A retomada do Plano Diretor, com primazia ?ignidade da pessoa humana Miguel Reale conta em suas mem?s, que S?Bento do Sapuca?ez parte do “plano de imigra? diversificada e ecol?a concebido pelo Imperador Pedro II (...), onde para c?ieram um operoso n?o de imigrantes tentar fortuna nas fraldas da Mantiqueira, como os Chiaradia, os Canineo, os Gargaglioni, os Mittidieri, os Olivetti, os Castagnacci e outros”.13 O Imperador chegou a vislumbrar e a dar o incentivo necess?o para S?Bento do Sapuca?ealizar sua voca? de produtor das “melhores ?ores frut?ras”.14 A Fazenda do Estado ?ma amostra clara, ainda hoje, do quanto essa voca? permanece uma espl?ida perspectiva. “N?h?esenvolvimento, sem envolvimento”, foi esse o meu lema de campanha. Por isso, vamos intensificar o trabalho para que haja um desenvolvimento vital. Para isso, h?uas palavras-chaves nesse processo: RECURSOS e PROJETO. Mais importante que os recursos, s?os projetos, pois os recursos s?apenas meios, existem para a realiza? do projeto, da?caros colegas Vereadores] o nosso desafio de encontrar um melhor equacionamento entre projeto e recursos, para esta e as pr?as gera?s, para que haja uma “rede de rela?s verdadeiras e sinceras com os nossos semelhantes”.15 O car?r projetivo da vida resulta de op?s, da?ue o destino ?ruto da liberdade. “A hist? reduz-se n?simplesmente aos fatos, mas tamb?aos projetos, isto ?ao que n?azemos com os fatos”.16 Por isso, a primeira iniciativa que buscaremos viabilizar ? retomada do PLANO DIRETOR, pois essa ? oportunidade que temos para somarmos esfor? nessa converg?ia e trabalharmos pelo bem do Munic?o, “para fazer algo juntos”,17 “um quefazer do qual todos participam ativamente”.18 Como destacou o documento produzido pela Oficina Municipal, ?reciso buscar integrar a qualidade t?ica com os princ?os do humanismo crist? tendo como primazia a dignidade da pessoa humana. Esse ? foco principal. “O princ?o da dignidade do ser humano tem raiz na sua voca? ?ranscend?ia e dela decorrem os direitos inalien?is da pessoa: o direito ?ida e a tudo aquilo que ?ecess?o para promov?a e preserv?a; o direito ?iberdade exercida com responsabilidade; o direito ?onstitui? e ?ida em fam?a, com garantias ?eg?ma privacidade; o direito ?duca? e ?ultura; o direito ?articipa? na vida social, que inclui o exerc?o pleno da cidadania e o conjunto dos direitos civis; o direito ?iv?ia da sua f?eligiosa. Sendo assim, o Plano Diretor h?e ter em vista, em primeiro lugar, promover a dignidade da pessoa humana (cada pessoa) na perspectiva do Bem Comum.”19 Esta ?ao nosso ver, a ferramenta que temos para come? a gestar e a consolidar o “projeto de vida” que queremos, para otimizar as melhores possibilidades de S?Bento do Sapuca?tendo em vista “a centralidade da pessoa humana em todo ?ito e manifesta? da sociabilidade”,20 pois “toda vida social ?xpress?do seu inconfund?l protagonista: a pessoa humana”.21 Quando carecemos de um “projeto hist?o comum”, ficamos deficientes daquela “raz?de viver”, que nos motiva ao entusiasmo, pois “uma realidade qualquer est?m crise quando apresenta desempenho inferior ?suas possibilidades”,22 da?ue o verdadeiro enriquecimento “?ntendido n?s?mo progresso econ?o, mas, essencialmente, como alargamento do horizonte das possibilidades vitais”.23 Tamb?a reforma da Lei Org?ca do Munic?o se faz necess?a, e outras a?s nesse sentido, para que possamos conjugar “legisla? e vida”. As bases norteadoras da Doutrina Social da Igreja Ao ter a Doutrina Social da Igreja como base norteadora das a?s pol?cas que desejamos viabilizar (base esta tamb?indicada pelo Partido Humanista da Solidariedade – PHS), ressaltamos que a doutrina social a que nos referimos “visa a um humanismo total, vale dizer ?iberta? de tudo aquilo que oprime o homem. A doutrina social indica e tra?caminhos a percorrer por uma sociedade reconciliada e harmonizada na justi?e no amor, antecipada na hist?, de modo incoativo e prefigurativo, daqueles novos c? e... nova terra, nos quais habitar? justi?(2Pd 3, 13).”24 E ainda: “a doutrina social tem uma destina? universal. A luz do Evangelho, que a doutrina social reverbera sobre a sociedade, ilumina todos os homens e cada consci?ia e intelig?ia se torna apta a colher a profundidade humana dos significados e dos valores por ela expressos, bem como a carga de humanidade e de humaniza? das suas normas de a?. De modo que todos, em nome do homem, da sua dignidade uma e ?a, e da sua tutela e promo? na sociedade, todos, em nome do ?o Deus, Criador e fim ?mo do homem, s?destinat?os da doutrina social da Igreja”25 , pois “Deus ?brigo definitivo e plenamente feliz de toda a pessoa”.26 O direito ?ida: primeiro e principal de todos os direitos humanos Para trabalharmos no “projeto de vida” que queremos, com as diretrizes universais da lei natural contida na doutrina social da Igreja, temos muito claro o sentido e o valor dos direitos humanos, sendo que “a fonte ?ma dos direitos humanos n?se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade do Estado, nos poderes p?cos, mas no homem e em Deus seu Criador”27, pois “a legisla? n?pode basear-se somente no consenso pol?co, mas tamb?sobre a moral que se fundamenta em uma ordem natural objetiva”. 28 Da?ue outra iniciativa que procuraremos trabalhar – aqui mesmo neste Legislativo Municipal – ?om a forma?, promovendo cursos, debates, audi?ias p?cas sobre temas relevantes, foruns permanentes, e especialmente, um trabalho de forma? voltado para o jovem e os pais, tamb?aos casais, com o tema “Fam?a, Escola de Vida”, pois seremos incans?is no investimento do capital humano, a come? pela primeira e principal de todas as institui?s, pois “a fam?a ?mportante e central em rela? ?essoa.” 29 Nesse sentido, proporemos pol?cas p?cas permanentes para “defender a vida em todas as suas fases, desde a concep? at? morte natural, reconhecer e promover a estrutura natural da fam?a, como uni?entre um homem e uma mulher, atrav?do matrim?, e tutelar o direito dos pais a educar os pr?os filhos, tudo isto como conseq?ia de princ?os inscritos na natureza humana e comuns a toda a humanidade”. 30 “O ser humano ?eito para amar e sem amor n?pode viver.” Temos ainda o desafio de perseverar na pol?ca como arte do congra?ento, para contrapor-se ?ilo que corr? seu verdadeiro sentido. Para Arist?es, a comunidade pol?ca “? forma mais elevada de comunidade”,31 quando realmente visa o congra?ento em torno do bem comum. Por isso a sabedoria antiga j?onfirmara que “o homem quando perfeito, ? melhor dos animais; por? quando apartado da lei e da justi? ? pior de todos”.32 A pol?ca, portanto, deve nos levar ao que ?xcelente, existe para isso, caso contr?o, ??rgonha e humilha?. E s?amor ao bem e ?erdade ?ue nos far?realmente promotores da excel?ia. “A for?da Hist? se encontra precisamente nas pessoas que amam, de uma for? portanto, que n?se pode medir de acordo com categorias de poder”.33 Dizemos tudo isso porque temos a profunda convic? de que “o ser humano ?eito para amar e sem amor n?pode viver.”34 E para isso, temos consci?ia que, muitas vezes, “amar ?star pronto para sofrer”.35 N?h?l? sem cruz, e todo bom trabalho aqui iniciado, s?r?lenificado na realidade ulterior, pois “a contempla? da verdade come?nesta vida, mas s? futura ser?onsumada”.36 Ao contr?o do que tanto apregoou Rousseau, ao afirmar que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe, a experi?ia hist?a nos mostrou justamente outra realidade: a de que a pessoa nasce com promiss? podendo salvar-se ou perder-se, a depender de suas escolhas, para onde direciona seu livre-arb?io, tendo que fazer op?s, sacrif?os e at?en?as para n?se inclinar ?pervers? Pois que o desafio ?co ? de fazer o bem, e para isso as exig?ias s?imperativas. “Trata-se de tornar bom o mundo interior, de fazer com que a alma seja sadia, boa e bela”37, para que n?sejamos ref? das circunst?ias condicionantes, das “estruturas do mal” 38, mas capazes de nos elevarmos e direcionar-nos ao bem. Da?ue temos que dar o bom exemplo, se quisermos realmente promover o desenvolvimento moral que desejamos, pois “para que uma coisa seja causa de outra, deve antes ser perfeita em si mesma”. 39 Larga ?esmo a estrada para o mal, estreit?ima a via para o bem. Isso requer consci?ia de que haver?bst?los, sedu?s e tenta?s que visam o desvio de prop?os. Da? imperativo moral exigir a coer?ia de vida. O valor c?co e p?io ?quele que nos mant?perseverantes no bem, mesmo a custa de dores e dissabores. ?certo o que dissera S?tes: “N?se tenha por dif?l escapar ?orte, porque muito mais dif?l ?scapar ?aldade; ela corre mais ligeira que a morte”.40 Sob esta perspectiva, respondendo ?nterroga? do fil?o grego – de que se a virtude pode ou n?ser ensinada – podemos hoje, ?uz da experi?ia hist?a, afirmar que n?s?de como deve ser ensinada, pois ?ela educa? que as virtudes devem ser alcan?as, para o bem de todos. Mais do que bem-estar social (que ?eg?mo e justo), temos que motivar os nossos jovens ao vigor moral, pois s?sim encontrar?o sentido de vida, capaz de oferecer as condi?s para a verdadeira realiza? pessoal, pois “aquele que ama viver retamente tem certamente prazer nisso, de tal modo que encontra n?apenas o bem verdadeiro, mas ainda real do?a e alegria”.41 Da?ue trabalhar por pol?cas p?cas em defesa e promo? da estrutura natural da fam?a, da vida humana, em todas as suas fases, e da dignidade da pessoa humana, requer, sim, o imperativo moral; pois “quanto mais uma coisa ?erfeita na virtude e mais se manifesta em grau elevado a bondade, tanto mais universal lhe ? apetite do bem e mais procura e produz o bem que est?istante dela”.42 Por isso, procuraremos fazer desse mandato inteiramente pr?da, buscando “promover uma op? decisiva pela vida humana e por sua plena dignidade”.43 Para finalizar, queremos dizer que, a partir desse momento, e no tempo em que nos foi confiada essa miss? tudo faremos para alavancar as boas iniciativas que permitam S?Bento do Sapuca?ncontrar seu destino promissor, a partir das suas excel?ias naturais. Fazemos aqui o grande apelo pela soma de esfor? nesse sentido. Se o papa conclama, em sua Mensagem para a Paz, de que para “guiar a globaliza? ?reciso uma forte solidariedade global”, temos que come? esse trabalho em n?l local, e mais, ainda no n?o familiar.44 Fazemos esse apelo por uma “rede da solidariedade”, a partir do que prop? papa: “n?sente cada um de n?no ?imo da consci?ia, o apelo a dar a pr?a contribui? para o bem comum e a paz social?”45 H?uito o que fazer, os dias correm c?res, a partir de agora se esvai r?do a areia da ampulheta. Cada dia, ser?edicado a esta miss?de congra?ento, no interc?io com as pessoas, lideran?, institui?s, vamos trabalhar todos os dias, para que cada dia seja fecundo e edificante. ?o que sempre afirmo a come? em casa, para meus filhos, e a todos os que trabalham conosco: ?a Deus quem prestaremos contas um dia dos nossos atos. ?Ele quem governa a hist?, e tudo sabe, e conhece por dentro quem realmente somos. Se formos d?s ?? do Esp?to Santo, e colocarmos a m?no arado, coisas boas v?acontecer, pois Deus ? Senhor das maravilhas. Tocou-me ap? campanha eleitoral, ao sair ?ruas, as pessoas vinham me procurar para cumprimentar e eu via no brilho dos olhos uma chama de esperan? algumas dizendo: “precisamos realmente nos sentir representados”. A essas pessoas, especialmente ?mais simples, n?posso decepcionar. Quero que o voto de confian?dado, seja correspondido, com muito trabalho e coer?ia, aten? ?suas necessidades (materiais e imateriais), disponibilidade, afeto, ternura, compaix? enfim, humanidade. Sou muito grato ao povo sambentista por estar aqui, e serei – podem ter certeza – um paladino das causas nobres e justas, um humil?imo servidor desse povo. DEUS SEJA LOUVADO! Bibliografia: 1. Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebra? do Dia Mundial da Paz.: “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, 1 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20081208_xlii-world-day-peace_po.html 2. Dante Aleghieri, A Divina Com?a, Para?, Canto XXIII, 28, Villa Rica Editoras Reunidas Ltda., p. 477. 3. Dante Aleghieri, A Divina Com?a, Para?, Canto XXIII, 133, Villa Rica Editoras Reunidas Ltda., p. 482. 4. Sl 142, 10 – “Ensina-me a fazer a tua vontade, porque tu ?o meu Deus; o teu esp?to, que ?om, me conduzir? terra de retid?” 5. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 31. 6. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 31. 7. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 33. 8. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 65. 9. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 52. 10. Maria Am?a Salgado Loureiro, Pl?o Salgado, Meu Pai; Edi?s GRD, 2001, p. 7. 11. Carta do Papa Jo?Paulo II aos Artistas, Ed. Paulinas, 1999, p. 9. 12. Cyprian Norwid, Promethidion, Bogumi, vv. 185-186: Pisma wybrane, II (Vars?, 1968), p. 216; Carta do Papa Jo?Paulo II aos Artistas, Ed. Paulinas, 1999, p. 9. 13. Miguel Reale, Mem?s, Volume 1 – Destinos Cruzados; Editora Saraiva, 1986, p. 2. 14. Miguel Reale, Mem?s, Volume 1 – Destinos Cruzados; Editora Saraiva, 1986, p. 2. 15. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 43; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 16. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 38. 17. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 47. 18. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 47. 19. Plano Diretor do Munic?o de S?Bento do Sapuca? Cen?o Atual e Diagn?co, Cen?o Futuro, Diretrizes estrat?cas; Oficina Municipal, Dezembro de 2004. 20. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 106; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 21. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 106; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 22. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 20. 23. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 23. 24. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 82; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 25. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 84; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 26. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 110; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 27. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 153; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 28. Declara? de Aparecida em Defesa da Vida (http://www.zenit.org/article-17595?l=portuguese). 29. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 212; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 30. Declara? de Aparecida em Defesa da Vida (http://www.zenit.org/article-17595?l=portuguese). 31. Arist?es, Pol?ca, Os Pensadores, Nova Cultural, 1999, p. 143. 32. Arist?es, Pol?ca, Os Pensadores, Nova Cultural, 1999, p. 147. 33. Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald, Ed. Imago, 1997, p. 34. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 223; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 35. 1ª Homilia do Papa Bento XVI – Santa Missa – Imposi? do P?o e entrega do anel do pescador para o in´cio do Minist?o Petrino do Bispo de Roma (http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2005/documents/hf_ben-xvi_hom_20050424_inizio-pontificato_po.html) 36. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 487. 37. Jacques Maritain, A Filosofia Moral, Editora Agir, 1973, p. 27. 38. Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald, Ed. Imago, 1997, p. 176. 39. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 410. 40. S?tes, Os Pensadores – Plat? Apologia de S?tes. Nova Cultural, 1999, p. 70. 41. Santo Agostinho. O Livre-Arb?io, Ed. Paulus, 1995, p. 63. 42. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 418. 43. Declara? de Aparecida em Defesa da Vida (http://www.zenit.org/article-17595?l=portuguese). 44. Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebra? do Dia Mundial da Paz.: “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, 1 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20081208_xlii-world-day-peace_po.html 45. Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebra? do Dia Mundial da Paz.: “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, 1 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20081208_xlii-world-day-peace_po.html Ep?afe: Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald, Ed. Imago, 1997, p. 31