Toby Westerman

04/02/2009
Uma longa semana de reuni?realizadas em Moscou contribuiu para solapar a posi? dos Estados Unidos na Am?ca Latina e acelerar a chegada de uma nova – e antiamericana – “ordem internacional”. O presidente cubano Ra?astro, irm?do cada vez mais enfermo Fidel, chegou a Moscou em 28 de janeiro para reunir-se com a elite da classe dominante na R?a, para o que o ditador cubano descreveu como “acontecimento hist?o” de “grande significa?”. Moscou sempre considerou Cuba como um “aliado chave” na Am?ca Latina, uma regi?cujos governos s? conforme o Ministro das Rela?s Exteriores Sergei Lavrov, “aliados naturais para a forma? de uma mais justa e segura ordem internacional”. Ra?eclarou que a Am?ca Latina tem um “crescente relacionamento estrat?co” com Moscou. Havana j?briga uma grande e sofisticada base chinesa de espionagem eletr?a, que ocupou o lugar da base Lourdes dos tempos sovi?cos fechada em 2001. Ainda n?se sabe concretamente como Moscou estabelecer?sse “relacionamento estrat?co” com Cuba. For? navais russas visitaram recentemente Cuba, e h?nforma?s de que Moscou cogita instalar avi?de bombardeio na ilha. Moscou j?rometeu ao regime cubano ajuda t?ica e militar, incluindo assist?ia na ?a das medidas de “seguran?interna”. H?nos Cuba possui uma bem merecida fama de gulag tropical. A crescente repress?aos dissidentes, entretanto, tem se mostrado inc?a para o regime comunista da ilha. Moscou tem um comprovado hist?o de elimina? daqueles que criam problemas para a elite do Kremlin, e parece disposta a compartilhar sua experi?ia com Havana. Desde o colapso da Uni?Sovi?ca e os primeiros dias da “nova” R?a, as pessoas que desafiam a elite pol?ca russa t?sido eliminadas de diversas maneiras, inclusive abatidas a tiros no centro de Moscou. Os jornalistas investigativos t?sido os alvos favoritos. Recentemente o jornal Novaya Gazeta pediu ?autoridades estatais a permiss?para o porte de armas pelos jornalistas. Mas os jornalistas n?s?os ?os alvos. Stanislav Markelov, um advogado conhecido por energicamente defender os direitos humanos de advogados e jornalistas investigativos, e por representar aqueles que acusam os militares russos de abusos, foi assassinado a tiros em Moscou ao meio-dia. No mesmo ataque tamb?foi morta a valente jornalista Anastasia Baburova. Comentando os assassinatos, Igor Yakovlenko, dirigente da Uni?dos Jornalistas da R?a, assinalou que “?m repugnante s?olo de nossos tempos que um advogado e uma jornalista tenham sido mortos ao mesmo tempo”. A crescente influ?ia russa na Am?ca Latina se estende ?enezuela, que gastou milh?de d?es em fuzis, helic?ros de combate e outros armamentos de apoio ao regime marxista de Hugo Ch?z. Outros l?res esquerdistas da regi?est?trabalhando em estreita colabora? com Moscou: Cristina Fern?ez de Kirchner, presidente da Argentina; o ex-guerrilheiro comunista Daniel Ortega, presidente da Nicar?a; Evo Morales, presidente da Bol?a, que quer ser um outro Ch?z em seu pa? Michelle Bachelet do Chile e Rafael Correa do Equador. Os regimes de Cuba, Venezuela, Nicar?a e Equador, tamb?mant?v?ulos com as For? Armadas Revolucion?as da Col?a (Farc), um ex?ito comunista e narcoterrorista que vende ilegalmente drogas e armas para todo o norte e sul do continente americano. Entre os seus melhores clientes est?os cart? de drogas mexicanos ao longo da fronteira com os Estados Unidos, que amea? a pr?a exist?ia do Estado mexicano. Cuba e Venezuela tamb?mant?estreitos v?ulos de relacionamento com a Rep?ca Isl?ca do Ir?que est?isposta a compartilhar seus conhecimentos em mat?a de energia nuclear com o governo de Ch?z. A nova “ordem internacional” que Moscou e Havana defendem ?anifestamente antiamericana e inclui os mais violentos grupos terroristas e os Estados mais opressores do mundo. ?o socialismo em a?. Liderados por ditadores e apoiados por organiza?s policiais secretas, os governos socialistas latino-americanos buscam um sistema internacional socialista e o fim do sistema econ?o e pol?co dos Estados Unidos como agora o conhecemos. Estaremos em perigo se ignorarmos esta amea? _________ * Publica? original em ingl? http://www.inatoday.com * * Editor do site norte-americano International News Analysis Today - Tradu?: Andr?. Falleiro Garcia

Editorial do Estadão

03/02/2009
Realizado durante a semana passada na cidade de Bel? com um total de 5.808 entidades e organiza?s n?governamentais (ONGs) inscritas, das quais 4.193 de pa?s da Am?ca Latina, o F? Social Mundial come? com passeatas, dan? ind?nas e cantorias folcl?as, para del?o dos cinegrafistas europeus, e terminou, como os encontros anteriores, com o lan?ento de v?as declara?s, manifestos e cartas de princ?os politicamente corretos, cuja ret?a retumbante n?esconde a inconsist?ia que impede conclus?definidoras dos objetivos novomundistas. Tudo o que foi dito, cantado, encenado e escrito na capital paraense ? repeti? da mesma ladainha anticapitalista e antiliberal j?ntoada em 2001, quando o encontro, concebido por ativistas de uma esquerda cada vez mais festiva para servir de contraponto ao F? Econ?o Mundial, de Davos, foi realizado pela primeira vez, na cidade de Porto Alegre, com os participantes brandindo o slogan um outro mundo ?oss?l. Entidades ind?nas, por exemplo, reafirmaram que os ?ios n?devem ser tratados como folclore da humanidade. ONGs representantes de camponeses reivindicaram a democratiza? do uso de recursos naturais e criticaram as mineradoras, as hidrel?icas e os megaprojetos de produ? de etanol e ?ool hidrocarburante. Sindicatos elogiaram a heroica revolu? cubana. O Movimento dos Sem-Terra (MST) e a Via Campesina mais uma vez denunciaram a propriedade privada e o agrobusiness e prometeram resistir ?tentativas de criminaliza? das lutas populares. E os professores universit?os, intelectuais e artistas presentes defenderam iniciativas de comunica? transformadoras como alternativa para o que chamaram de terrorismo midi?co. Na realidade, o F? Social Mundial, que n?foi realizado no ano passado por absoluta falta de recursos e acabou sendo promovido este ano somente gra? ao polpudo apoio financeiro do governo brasileiro, n?passa de uma esp?e de supermercado ideol?o. Como as entidades inscritas insistem em se apresentar como representantes de minorias, os interesses que defendem s?muito espec?cos e as reivindica?s que apresentam s?setoriais, o que torna dif?l, sen?imposs?l, a formula? de propostas concretas e minimamente exequ?is para os problemas sociais e econ?os do mundo contempor?o. O F? terminou, mais uma vez, sem a vota? de resolu?s oficiais. Ao tentar justificar esse fato, um dos organizadores do encontro, C?ido Grzybowski, alegou que os participantes decidiram n?repetir a velha pol?ca de definir o que deve ser a prioridade para outros. Mais realista, outro organizador do evento, o soci?o Emir Sader, n?escondeu seu desencantamento. H?m certo sentimento de frustra? em rela? ao que o F? poderia dizer ao mundo (mas n?disse), mas parece que est?irando em falso. Onde est?as massas nas ruas mobilizadas pelas ONGs? , perguntou. Como nos encontros anteriores, o denominador comum dos diversos manifestos, documentos, declara?s e cartas de princ?os divulgados no final do F? foi o nost?ico e surrado repert? de clich?politicamente corretos e de jarg?anti-imperialistas dos anos 50 e 60 do s?lo passado. A crise econ?a, por exemplo, foi apresentada como atestado do fracasso da globaliza? neoliberal. Institui?s financeiras e bolsas de valores foram tratadas como mecanismos espoliadores do sistema capitalista. E organismos multilaterais foram acusados de serem respons?is pelo d?to dos pa?s pobres. Al?da incapacidade de votar resolu?s finais, o que demonstra que os participantes t?dificuldade para definir um outro mundo poss?l, o F? Social Mundial apresentou outra contradi?. Embora os organizadores tenham afirmado que esse tipo de encontro deve ficar distante de governos, o evento de Bel?contou com a presen?de cinco presidentes. Todos eles fizeram discursos t?previs?is quanto inconsequentes e quatro chegaram a participar de um constrangedor karaok?entoando um hino em homenagem a Che Guevara. Se isso significa que para eles o novo mundo poss?l ? que o Che ajudou a criar em Cuba, ?elhor continuar tentando consertar o velho.

Folha de São Paulo

03/02/2009
Venda externa supera expectativa; quantidade embarcada de a?ar em bruto cresce 94%, mas a de carne bovina recua 38% em rela? a janeiro de 2008. Foi melhor do que o esperado. Essa foi a manifesta? de Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associa? Brasileira da Ind?ia Produtora e Exportadora de Carne Su?), ao analisar as exporta?s de carne su? em janeiro. A an?se poderia se repetir para a maioria dos setores do agroneg?. Apesar da crise, as vendas externas cresceram em volume -a prevista queda na demanda mundial por alimentos pode n?se confirmar. Apesar do volume maior, os exportadores de carnes e de gr? recebem menos d?es. A falta de cr?to e a sa? dos fundos de investimentos do setor trouxeram os pre? de patamares especulativos para n?is pr?os dos hist?os. Mesmo com a queda de pre?, as receitas deste ano ainda superam as de 2008 em v?as commodities, devido ao aumento do volume: soja, suco de laranja, a?ar e milho, entre outras. Al?disso, o volume de reais das exporta?s deste ano ?em maior do que o do ano passado, devido ?esvaloriza? da moeda brasileira em rela? ?orte-americana. O al?o de Camargo Neto faz sentido. Ap?hegar a 50 mil toneladas por m?em 2007, as vendas externas de carne su? recuaram para apenas 26 mil em dezembro. Para janeiro, as previs?tamb?n?eram boas, mas a ind?ia conseguiu colocar 34 mil toneladas no mercado externo, 33% a mais do que no mesmo m?de 2008. Os pre? recuaram 13% por tonelada. A avicultura tamb?conseguiu ligeira recupera?. O setor exportou 245 mil toneladas em janeiro, volume superior tanto ao de dezembro como ao de janeiro de 2008. Os pre? m?os mundiais, no entanto, recuaram 12% no in?o do ano em rela? a janeiro de 2008. As maiores perdas ficaram para a carne bovina, que teve volumes e pre? menores em janeiro. As exporta?s do m?passado recuaram para 57 mil toneladas, 8,1% a menos do que em dezembro e 38% abaixo das de janeiro de 2008, quando foi iniciado o embargo europeu ?arne fresca brasileira. O ano come?tamb?com n?os melhores do que os previstos para a soja. O volume deste ano esteve no mesmo patamar do de janeiro de 2008, mas os pre?, que estavam em queda livre, tiveram recupera? e os neg?s foram feitos com recuo de apenas 1,7%. Melhor ainda para o setor sucroalcooleiro. O d?cit mundial de a?ar fez os pre? subirem 18% no in?o deste ano em rela? a igual per?o de 2008. Al?disso, as exporta?s cresceram 61% no per?o. O resultado foram receitas de US$ 421 milh?com a?ar em bruto e US$ 148 milh?com o refinado no m?passado. A crise, embora tenha trazido dificuldades para diversos setores do agroneg?, foi ben?ca para as exporta?s de milho. O reajuste do d? e os pre? internos baixos tornaram o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo. No m?passado, foi exportado 1,33 milh?de toneladas de milho, 239% a mais do que em janeiro de 2008. O pre?m?o por tonelada est?8% menor do que o registrado no in?o do ano passado.

Maria Lucia Victor Barbosa

03/02/2009
Nosso relativismo moral vem de longe. ?obra cumulativa de s?los. A acachapante aprova? nacional de Lula da Silva, sem contar com sua elei? e reelei?, demonstra que j?hegamos aos p?aros das conseq?ias hist?as com requintes de caos. E diante do que se passa na atualidade, lembremos de Greg? de Matos e Guerra (1636-1696), advogado e poeta, alcunhado Boca do Inferno ou Boca de Brasa. Em Ep?gos, ele retrata a paisagem moral de Salvador, Bahia, nossa capital na ?ca colonial. Mudando a palavra cidade para pa? teremos a paisagem moral atual em alguns dos versos do poeta: “Que falta neste pais? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha”. “O demo a viver se exponha, Por mais que a fama o exalte, Num pa?onde falta Verdade, honra, vergonha”. Nunca nos faltou tanto verdade, honra, vergonha. Convivemos alegremente com “mensaleiros”, sanguessugas, transportadores de d?es em cuecas e at?s reelegemos. Somos antiamericanistas doentes, mas volta e meia vamos aos Estados Unidos para fazer turismo, comprar, estudar, trabalhar, cuidar da sa? al?dos milh?de brasileiros que partem em busca da Am?ca, Am?ca e l?ermanecem clandestinos, mas ganhando o que jamais ganhariam aqui. Odiamos os judeus porque preferimos o Hamas dos Palestinos. Como bons latino-americanos somos de esquerda e por isso idolatramos Fidel Castro, n?importando ser ele um ditador implac?l que nunca respeitou os direitos humanos. Se Lula da Silva, o grande pai de seu povo, p? Brasil de joelhos diante de Hugo Ch?z, Evo Morales, Rafael Correa, Fernando Lugo, Cristina Kirchner, nos inclinamos tamb?perante as lideran? populistas que infestam a Am?ca Latina sempre imersa em sua mentalidade do atraso, em suas mazelas, em seus fracassos. A corrup? faz parte de nossa hist? e aprovamos governos corruptos ao dizer que se estiv?emos l?ar?os as mesmas coisas. Afinal, somos espertos, malandros e nossa satisfa? em passar os outros para tr?n?tem limites. Indiferentes ou ignorando o que ocorre no Congresso Nacional, ou no ?ito da Justi?seguimos cantando o samba de Zeca Pagodinho que nosso presidente da Rep?ca tanto aprecia: “Deixa a vida me levar”. Futebol, carnaval e Big Brother s?nosso alimento espiritual. Acreditamos que o MST ?m movimento social pac?co que n?esbulha propriet?os rurais destruindo maquin?o, roubando gado, pilhando, queimando sedes de fazendas. Do mesmo modo admiramos as sanguin?as Farcs, idealizadas como her?s e defensoras do povo colombiano. No momento dois fatos empolgam os notici?os. O primeiro diz respeito ao caso do terrorista Cesare Battisti, que a It?a quer de volta, mas que j?oi perdoado por nosso ministro da Justi?com o acordo de Lula da Silva. N?devolveremos Battisti de jeito nenhum, o criminoso ?osso. Aplausos para a Justi?brasileira, pois aqui o crime compensa. Do jeito que a coisa vai, pode ser que Lula da Silva crie o Minist?o do Terrorismo e convide Osama Bin Laden para ministro. Seria mais uma vez delirantemente aplaudido e seu prest?o subiria como atestado em pesquisa. O segundo fato ?elativo ao F? Social Mundial, que ocorre em Bel?do Par?O governo investiu milh?na festividade, inclusive, em camisinhas. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte, ou seja, estamos financiando a esb?a que atrai pessoas de todo o Brasil e do exterior. Presentes no festival Lula da Silva, ministros, assessores, figuras como Jo?Pedro St?le, al?dos caudilhos Hugo Ch?z, Evo Morales, Rafael Correa. Fernando Lugo, que fazem Lula sonhar com outro mandato poss?l. N?faltar?ao evento, al?das camisinhas, muita cacha?e folia. Naturalmente os participantes se posicionar?contra o capitalismo que os sustenta, contra a liberdade que permite o Encontro, contra a riqueza que almejam para si. Dizem que no globalizado F? ser?ada oportunidade aos participantes, de perceberem que os problemas que assolam o mundo derivam da competi? pelo poder e do ac?o de bens materiais. Ou seja, tudo que eles mesmos fazem ou desejam. Em suas utopias delirantes as esquerdas clamar?pela volta do socialismo, nem que seja o do s?lo XXI. E enquanto a crise avan?sobre o planeta, em Bel?do Par?e dan?? carimbo, pois o tal outro mundo poss?l nunca foi definido nesses f?s onde acontece de tudo, menos id?s. Sem d?a esse F? Socialista faz recordar as prof?cas palavras de Ortega y Gasset em A Rebeli?das Massas: “A vida toda se contrair?A atual abund?ia de possibilidades se converter?m efetiva m?ua, escassez, em impot?ia angustiante, em verdadeira decad?ia. Porque a rebeli?das massas ? mesma coisa que Rathenau chamava de ‘a invas?vertical dos b?aros”. No Brasil essa invas?come? faz tempo, mas diante dela nos quedamos indiferentes porque nos falta verdade, honra e vergonha ou, talvez, porque sejamos n?s b?aros. * Soci?a.

Gerson Marquardt.

03/02/2009
A guerrilha narco-traficante colombiana anuncia a entrega de seis sequestrados, dentre os mais de 700 que l?adecem e s?cotidianamente torturados, humilhados, passam fome e priva?s. Um teatro grotesco e f?do ?rquestrado para projetar luzes na decadente guerrilha, com o apoio internacional da m?a esquerd?. Por que n?simplesmente libertar os quatro sequestrados, ou seis, ou trinta, ou trezentos. ou todos? Por que n?simplesmente conduzi-los a uma vila marginal na Amaz? Colombiana e libert?os, sem alarde, sem pompa, sem propaganda. A resposta ?imples: para os criminosos traficantes e sequestradores, quatro entre setecentos, n?faz muita diferen? mas para a imagem do grupelho, faz muita diferen? se a entrega de alguns prisioneiros for feita com estardalha?e de prefer?ia com a participa? de outras Na?s e da ing?a Cruz Vermelha Internacional. E mais uma vez o Brasil e suas For? Armadas s?envolvidas na farsa. Justamente quando o caso do assassino Italiano Batistti insiste em permanecer nas manchetes e conduz a imagem do Brasil ao seu n?l mais baixo na Europa e alhures. Mas n??uita coincid?ia? N??uito oportuno projetar a imagem do Brasil como uma Na? pac?ca e humanit?a, justamente neste momento? E agora, qual ser? proxima arma? dos petralhas, assessorados pelas Farc e seus embaixadores no Brasil, Padre Medina e Marco Aur?o Garcia, para tentar manter o caso Batistti esfriado?

O Liberal (Belém)

03/02/2009
JOSU?COSTA Da Reda? Afinal, qual o perfil do novo mundo que o F? Social Mundial (FSM) 2009 acha poss?l construir? As respostas dos seus participantes n?s?un?onas. Os dois territ?s do evento mostram um abismo entre o que se diz e o que se faz. O clamor por uma sociedade mais justa que vem das tendas parece conviver de m? dadas com cenas de ilegalidade, consumo de drogas e explora? do trabalho infantil, entre outras mazelas distantes do prop?o do evento, mas que se tornaram corriqueiras no cotidiano dele. N?acredito que outro mundo ?oss?l com essa dispers? criticou, em alta voz, para uma plat? de cerca de 30 universit?os, o jovem F?o Felix, coordenador do Diret? Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Bras?a (UnB). A cr?ca do estudante candango repousa, em parte, no que v?nem todos os participantes do evento est?nos territ?s para reunir, discutir, aprovar ou reprovar demandas voltadas para a constru? do t?sonhado mundo novo. Os territ?s das universidades federais do Par?UFPA) e Rural da Amaz? (Ufra) servem de ch?para muitos participantes que vivem completamente indiferentes ao que acontece nas tendas e outros palcos de discuss?das propostas. S?tantos que n?se pode dizer se s?minoria ou maioria. Est?por toda parte, no vai-e-v?dos corredores asfaltados, sequer se importando com o prop?o do FSM. Na Ufra, as cenas que refor? o abismo s?mais frequentes. COM?CIO Nas universidades, acontece de tudo - ou quase tudo. Dentro das tendas, nem sempre com seus assentos todos ocupados, v?e gente valorizando o evento, fazendo valer o prop?o do encontro, expondo e debatendo a pauta programada. Fora delas, no entanto, o cen?o ?egradante: trabalho infantil, consumo de drogas, com?io informal desorganizado e comercializa? de produ?s piratas, como CDs e DVDs, aqueles mesmos que a Pol?a combate fora desses territ?s. Na manh?e ontem, por exemplo, por volta das 10 horas, no territ? da Ufra, a reportagem acompanhou parte dos passos de um grupo de cinco estudantes que, mais tarde, descobriu-se, veio de Feira de Santana, na Bahia. Nesse hor?o, o grupo tomava o caf?a manh?uma barraca. Tapioquinha, p? caf?cigarro de maconha e o Lol?ue ? inala? de jatos de um spray sobre uma flaneja, faziam parte do card?o. Tudo a c?aberto, em meio ?ultid? sem qualquer discri?. Terminaram e caminharam. Tomaram rumo contr?o a todas as tendas de discuss? DROGAS Na perspectiva dos valores que abra?, nada de errado no comportamento do grupo nordestino se, pertinho da barraca do caf?a manh?n?estivesse acontecendo um encontro de estudantes, cuja postura estava afinad?ima com o prop?o do evento. Eram em torno de 30. Muita tenda para pouca gente. A quantidade, pelo que se via e ouvia, era superada pela qualidade. Foi l?ue a reportagem entrevistou F?o Felix. O estudante da UnB esbravejava exatamente contra os dois FSMs que acontecem em Bel? o dos que valorizam a proposta e dos que, mesmo presente nos territ?s, est?para outros fins. Felix, como quem fala de cima de um trio-el?ico disparava cr?cas ?rganiza? do evento. N?tenhamos d?as de que este f?, financiado pelo governo, foi preparado exatamente para esse fim: dispersar. Ele (governo) preparou uma programa? e montou uma infraestrutura nitidamente para provocar dispers? desinteresse e, assim, evitar cr?cas, cr?cas contra o governo Lula e contra o governo Ana J?, disparou o rapaz, recebendo demorados aplausos. Nem Eduardo Freitas, da organiza? da Associa? Secreta dos Maconheiros Assumidos, concordava com o que via. Nossa orienta? n?reprime o consumo da maconha, mas pede discri?, orientando o consumidor a n?se expor, fumando, por exemplo, na frente das crian?, ponderou o rapaz, discordando das cenas que lhe eram apontadas. Uso de entorpecentes como a maconha foi frequente durante a semana Se fumar maconha na frente de crian? ?esaconselh?l, muito mais ?ubmeter essas mesmas crian? ao trabalho. Trabalho infantil, ali? conforme soam as vozes das tendas, ?rime. Mas, enquanto o combate est?eservado para outras circunst?ias, nos territ?s do F? Social Mundial (FSM) 2009 ?omum ver crian? trabalhando. ?R$ 1, R$ 1. gua mineral geladinha. S? 1, gritava Jo?Paulo dos Santos, 12 anos, na Universidade Federal Rural da Amaz? (Ufra), na manh?e ontem. Morador da Terra Firme, disse que estava ajudando o pai, que estava perto do filho, com outra venda. E perto deles, o com?io de CDs e DVDs piratas. Outra cena de ilegalidade. Indagado se havia orienta? para reprimir o consumo de drogas, o bombeiro militar Pessoa n?quis responder. Limitou-se a dizer que s?oficialato da corpora? poderia conceder entrevista. Ele, oficial, e mais quatro colegas estavam de prontid?perto de uma barraca onde a fumaceira da erva tragada lhes chegava no rosto. COELHOS Isso era previsto, avaliou Trajano de Jesus, chefe de Seguran?da Ufra. Trajano, que conta com um efetivo de 38 homens desarmados, diz que a ?a preocupa? de sua tropa ?efender o patrim?. Nesse sentido, tudo em ordem, ?xce? do sumi?de quatro coelhos, que foram parar numa panela de um acampamento. Nesses dias, quem manda s?eles. Deixamos de ser Ufra para sermos o territ? do F?, contemporiza. Outras preocupa?s, afirma Trajano, existem. E dizem respeito ao comportamento de grupos de participantes. Na ?ma quinta-feira, por exemplo, ele saiu de casa para o trabalho ?6 horas e retornou ?eia-noite. 1 hora da madrugada o telefone tocou. Foi chamado para resolver um problema de um som que tocava em alto volume, numa tenda de acampamento. (J. C.)

Luis Alberto Villamarín Pulido

03/02/2009
Correu um mar de saliva e de tinta em todos os meios de comunica? em torno da liberta? unilateral de seis seq?rados em poder das Farc. ?o que tem acontecido no sangrento conflito colombiano, gerado pelo terrorismo comunista. Pululam os estrategistas de escrit? e os analistas que pontificam sobre o divino e o humano, sem ir ao centro do assunto, e sem determinar com exatid?qual ? verdadeiro objetivo visado pelos terroristas. Outros libertados enfatizaram a urg?ia de um acordo humanit?o. Desta vez, esses 3 policiais e o militar, uniformizados, falando diante de Uribe, n?tiveram medo e fizeram duras cr?cas ?Farc chamando-as de terroristas. Veremos o que dir?os dois pol?cos que em breve ser?libertados. Desde os tempos da pol?ca de concess?do ex-presidente Pastrana diante das Farc, comentaristas moderados tem insistido que Alfonso Cano ? cabe?vis?l da ala mole, enquanto Jojoy e outros bandidos encarnam a linha dura. Esta afirma? ?alsa. Alfonso Cano ? cabe?vis?l da chamada segunda gera? fariana, integrada por quadros com s?a forma? pol?co-terrorista no seio do Partido Comunista, enviados pelos “camaradas” da cidade para educar as bases combatentes e manter intactos os lineamentos marxistas-leninistas dentro das diversas estruturas armadas e log?icas da organiza? terrorista. Deste grupo fazem parte Pablo Catatumbo, Pastor Alape, Pacho e Beatriz (os dois filhos de Jacobo), Iv?M?uez, Alberto Rubio, Marcos Calarc?Olga Mar? Iv?R?, Tomas Lince, Carlos Lozada, Jer?o, Byron etc.; cuja principal caracter?ica ? convencimento ortodoxo de que as FARC chegar?ao poder mediante a combina? de todas as formas de luta, estimulada pela a? terrorista, com base naquilo que ?ara eles inalter?l, o Plano Estrat?co, sobre o qual tanto insistia Tirofijo. E at?oje n?h?enhum ind?o ou sinal claro que demonstre que as Farc, em m? da fan?ca gera? de Cano, tenham mudado de objetivos ou deixado de pensar assim. A ?a coisa que t?feito a esse respeito, depois das mortes de Reyes, R? e Tirofijo, ?xplorar outras op?s, mas sem deixar de ser fi? ?inha ortodoxa imposta pelos princ?os extremistas do Partido Comunista. Taticamente, todos os terroristas j?eferidos mudaram a concep? de luta, de guerrilha camponesa escondida nas montanhas e selvas, para entrar no narcoterrorismo e na guerra aberta, com blocos de frentes [1] e grupos de for? especiais chamadas companhias m?s, treinadas por delinq?es estrangeiros. Atuam a par com o fortalecimento do Movimento Bolivariano e do Partido Comunista Colombiano Clandestino[2], no qual militam ocultamente v?os dos que se autodenominam intelectuais amigos da Col?a. Estrategicamente, n?houve mudan? substancias frente aos projetos hist?os do Partido Comunista Colombiano e seu bra?armado. Houve uma mudan?de meios. Dado o desprest?o dos governos da Venezuela e Equador nessa quest? com habilidade recorreram ?umplicidade do governo de Lula da Silva no Brasil e ?alculada loquacidade de Piedad C?ba. De Lula, para que os legitime na ordem internacional; e de Piedad, para que se converta em candidata presidencial que permita fazer a transi? para o socialismo do s?lo XXI impulsionada pelo “meu comandante Ch?z”. N??erto que estas liberta?s tenham surgido de uma troca de correspond?ia espont?a entre as Farc e os que se autodenominam amigos da Col?a. Fazem parte de um arranjo urdido pelos “camaradas” legais e clandestinos, em aras de ressuscitar o cad?r pol?co das Farc. E em meio a esse estratagema se encontram alguns “inocentes ?s”, que ca?m na armadilha de participar das trocas de correspond?ia com os membros das Farc, e que sempre negaram ter nexos conspirativos com os terroristas. A trama ?erfeita: eles n?ap? as Farc, apenas defendem um acordo humanit?o e a busca da negocia? pol?ca. Nada de novo debaixo do sol. ?o velho que retorna. A repeti? da repetidora, sem que na apar?ia, nem a academia nem os meios de comunica? tenham notado que os ardis s?os mesmos de sempre. Esse estratagema explica o show e a manipula? feita por Piedad C?ba no processo de liberta?, que chegou at? extremo de jogar com a compreens?l ansiedade dos familiares das v?mas em conhecer os nomes dos poss?is uniformizados [policiais e militares] libertados, assim como o acompanhamento do jornalista Botero (admirador confesso das Farc) e de outros personagens, que n?desperdi? ocasi?de exaltar a luta revolucion?a e insurgente das Farc. Todos esses elementos servem para demonstrar que com a medi?ca liberta? dos seis seq?rados, as Farc pretendem colocar o eleitorado em d?a frente ?ventual reelei? de seu arquiinimigo lvaro Uribe V?z; e que buscam cen?os mais de di?go do que de verdadeira negocia?, com interesses pol?cos e busca de reconhecimento internacional que lhes retire o r?o de terroristas. Tentam recompor a estrat?a armada, restabelecer a doutrina? dos guerrilheiros e voltar a jogar com o tempo, enquanto seus c?ices em Caracas, Man?a e Quito se recuperam do golpe pol?co que lhes produziu a abertura dos computadores de Ra?eyes. Isto tamb?explica por que libertam os pol?cos Alan Jara e Sigifredo L?, enquanto conservam em cativeiro todos os oficiais e suboficiais da For?P?ca que est?em seu poder, com o fim de atrair a m?a internacional e, com o eco multiplicador dos “camaradas” do PCCC infiltrados nos Amigos da Col?a, reviver a id? de troca de prisioneiros, mas com status pol?co e sem o r?o de terroristas. Para esse efeito contam com a bobeira de Sarkozy, a ambi? eleitoreira de Ingrid Betancur e do P?Alternativo, a imbecilidade de Eladio P?z que lhes deve o favor de o terem libertado para que promova o show chavista; a loquacidade calculada de Piedad C?ba; a difus?midi?ca do jornalista Jorge Botero; a moral dupla de Carlos Lozano; a estupidez verbal do professor Moncayo, o qual, como a mam?de Ingrid, em vez de incriminar as Farc, fustiga o governo colombiano; e o af?ublicit?o dos meios de comunica? e dos jornalistas ansiosos de ganhar os pr?os e os galard?do seu setor de atividade. No atual cen?o de guerra e paz na Col?a, o Estado tem a iniciativa estrat?ca e a vantagem t?ca, mas n?pode ceder. Nem pode repetir o que fez a administra? de L? Michelsen, logo ap? hist?a Opera? Anor?ontra o primeiro Ex?ito de Liberta? Nacional (ELN), quando o Ex?ito colombiano aniquilou todas as quadrilhas de bandoleiros lideradas pelos irm? V?uez Casta?Nessa ocasi? gra? a um acordo engambelado e politiqueiro urdido por Alfonso L?, seu ministro sem pasta e demagogo de Cartagena, o ELN reviveu, depois de estar ?eira da extin?. No xadrez do conflito, as Farc acabam de realizar uma jogada audaciosa. O governo nacional est?brigado a jogar suas fichas no mesmo tabuleiro. Do contr?o, poderia se repetir o vergonhoso epis? de Cagu?e a conseq?e continua? de combates e a?s terroristas sem fim, com uma guerrilha que se tornou cr?a, com chefes fi? ?inha ortodoxa comunista, convencidos de que o socialismo est?m vias de implanta?, em particular pelo est?lo que recebem de Daniel Ortega, Hugo Ch?z, Evo Morales, Rafael Correa e de determinados setores do PT de Lula da Silva. Extra? do site www.sacralidade.com _________ NOTAS DO TRADUTOR: [1] As Farcs atuam formando blocos; por exemplo, o bloco Jos?aria C?ba que re?as frentes 34, 36, 36 e 58, atua nos departamentos de Antioquia e Choc? [2] O PCCC ?m partido comunista ilegal na Col?a, politicamente ligado ?Farc, que fundou o partido em 2000, e liderado pelo guerrilheiro Guillermo Le??z, tamb?conhecido como “Alfonso Cano”. _________ * Publica? original em castelhano: http://www.eltiempo.com/

Olavo de Carvalho

02/02/2009
Muitos se escandalizam com o asilo pol?co concedido ao assassino Cesare Battisti, mas poucos tentam averiguar o que o epis? significa realmente. A sucess?de casos similares, a prote? concedida pela esquerda brasileira a praticamente todos os terroristas internacionais que aqui aportam – Achille Lollo, Oliv?o Medina e sua esposa, os seq?radores de Ab?o Diniz e Washington Olivetto – e o contraste que esses casos formam com a recusa de asilo aos dois boxeadores cubanos deveriam alertar para a obviedade de que n?se trata de epis?s isolados, mas de uma atividade permanente, sistem?ca. Mas mesmo aqueles que o percebem hesitam em sondar a rela? entre esses fatos e a estrat?a geral petista. Qual ?xatamente a posi? do Brasil no quadro da esquerda internacional em ascens? A uma vis?superficial, o Brasil ?ma democracia de esquerda moderada, favor?l ao livre mercado e respeitosa da ordem jur?ca. Quase ningu?entende que o pa?precisa ser tudo isso precisamente para poder desempenhar a fun? nuclear que lhe cabe na estrat?a esquerdista mundial. Tamb?poucos querem enxergar que a democracia brasileira ?oje um puro formalismo jur?co a encobrir o poder monopol?ico da esquerda e a total exclus?da simples possibilidade te?a de uma oposi? conservadora, seja na pol?ca eleitoral, seja na m?a, seja at?a pura esfera cultural. O Brasil, democracia sui generis onde as liberdades legalmente constitu?s coexistem pacificamente com a total impossibilidade de exerc?as, ? origem e o centro de comando da revolu? comunista na Am?ca Latina. ?da elite intelectual petista, fundadora do Foro de S?Paulo, que emanam discretamente as instru?s gerais destinadas a transformar-se em espet?los de esquerdismo histri?o por meio dos Ch?z, Morales e outros tantos que ?vezes nem mesmo compreendem as sutilezas dial?cas do processo e por isto acabam, com freq?ia, exagerando no desempenho de seus pap?. Se a Venezuela e a Bol?a parecem estar na vanguarda da revolu?, e o Brasil muito na retaguarda, ?orque o comando, por defini?, fica na retaguarda. Por isso mesmo ?ue o Brasil se torna tamb?o abrigo ideal para os revolucion?os ca?s em desgra?nos seus respectivos pa?s. Se eles fossem para Cuba ou para a Venezuela, teriam de conservar sua identidade exterior de revolucion?os e se tornariam in?s para fun?s mais discretas e relevantes. Aqui, podem adquirir uma fachada de cidad? pac?cos, aposentados de toda viol?ia, e integrar-se, sem risco nenhum, nos altos c?ulos intelectuais que comandam o processo. S? idiota completo pode acreditar que o governo brasileiro aceitaria o risco de uma crise diplom?ca s?ra agradar a uma socialite. Tal como Achille Lollo e Oliv?o Medina, Cesare Battisti n?recebeu apenas um asilo pol?co, mas uma promo?, subindo na hierarquia revolucion?a, do posto de executor na linha de frente para o de analista e planejador nas altas esferas. Ele ?rotegido porque ?til, n?porque Carla Bruni ?onitinha. Nenhuma an?se s?a dos fatos pol?cos pode-se fazer desde o ponto de vista liberal e conservador se este n?absorve, primeiro, a perspectiva do advers?o. Se voc??est?apacitado para fazer uma an?se marxista da situa? exatamente como a fariam os te?os e estrategistas do movimento revolucion?o, suas opini?a respeito da pol?ca de esquerda ser?sempre meras tentativas de projetar sobre ela categorias que lhe s?estranhas, ajudando, portanto, a encobrir seus verdadeiros intuitos e a conferir o privil?o da invisibilidade quase absoluta ?estrat?as e t?cas do esquerdismo. Afinal, o marxismo n???a “ideologia”: ele ?ma estrat?a da praxis revolucion?a e, nesse sentido, ?ma ci?ia – uma ci?ia extremamente sutil e complexa, da qual os formadores de opini?liberais e conservadores, no Brasil, n?sabem praticamente nada. O deslocamento entre as categorias anal?cas e a natureza do fen?o estudado ?arantia segura de incompreens? e a incompreens??or sua vez a origem dos erros estrat?cos monstruosos que, ao longo dos ?mos trinta anos, reduziram o liberalismo e o conservadorismo, de for? imperantes, a exce?s doentias que s?bsistem gra? ?oler?ia provis? do sistema. ?f?l observar de fora os erros da economia marxista e pontificar que todo movimento baseado nela est?ondenado ao fracasso. Mas a estrat?a do movimento comunista n??de maneira alguma, uma decorr?ia direta e mec?ca da sua economia. Principalmente n?o ?a esfera da luta cultural, onde as manobras e rodeios da intelectualidade ativista v? com freq?ia, no sentido contr?o daquilo que se poderia deduzir do economicismo marxista vulgar. Trata-se de um ramo de conhecimento que tem sua pr?a autonomia e que n?pode ser dominado sen?mediante longos anos de estudo. ?s?rendendo a pensar como os te?os da revolu? mundial que se pode, em seguida, transcender a sua vis?das coisas e conden?a com fundamento. Atirar-lhe pedras desde fora ?icar abaixo dela e tornar-se v?ma cega do processo revolucion?o.

Percival Puggina

02/02/2009
O discurso da “sociedade igualit?a” veste, com o manto da falsa justi? uma proposta totalit?a e injusta. Ela implica o Estado que n?convive com a diversidade natural existente entre os seres humanos, que desrespeita suas voca?s e que se permite discernir sobre a adequa? dos anseios de cada um. Tal realidade, de fato, s?de acontecer quando o aparelho estatal a?barca o conjunto das atividades sociais como a Educa?, a Cultura e a Economia; proscreve toda diverg?ia pol?ca; e restringe a religiosidade. A hist? do s?lo 20 fornece tr?cos exemplos do que acabo de descrever. Trata-se de coisa provada. Uma certa desigualdade ?nerente ?iberdade. Num ambiente no qual se preserve a liberdade dos indiv?os, sempre haver?esigualdade porque s?diferentes os empenhos, as capacidades, as voca?s e as aspira?s. No entanto, qualquer an?se da sociedade brasileira apontar?ela um n?l de desigualdade absolutamente incompat?l com o m?mo senso de respeito ?ignidade humana. Somam-se para produzi-la raz?hist?as, culturais e pol?cas, mas j?ivemos tempo de sobra para que a pol?ca superasse as causas hist?as e culturais da constrangedora mis?a nacional. O Brasil tem grav?imos problemas pol?co-institucionais que a sociedade reprova nos efeitos sem atentar para as causas. O corporativismo ?m desses males, a agir como c?er instalado em ?os vitais do aparelho de Estado, que deveria prover muitos dos instrumentos da justi?social. No entanto, ali onde est? dinheiro p?co, aparentemente sem dono, pertencente a todos sem ser de ningu?em particular, agem as corpora?s buscando se apropriar do quanto podem, em regalias de toda ordem, a come? pelas financeiras. A proximidade do poder decis? ? chave de acesso aos privil?os. Basta contemplar a disparidade de tratamento entre as carreiras funcionais ou os desn?is na remunera? de aposentadoria entre os trabalhadores do setor p?co e o setor privado, ou ainda a distribui? de incentivos para tais ou quais atividades, para compreender que h?ma estreita rela? entre a desigualdade e as mobiliza?s corporativas. N?estou descrevendo novidade alguma porque, como disse, falo dos efeitos e estes todo mundo v?O que talvez represente novidade para muitos leitores ? fato de que a capacidade de a? do corporativismo se potencializa atrav?do sistema proporcional de representa? parlamentar. Se o corporativismo ?m mal com ra?s hist?as, jamais poder?os, ap?m s?lo de Rep?ca, persistir adotando um sistema de elei? parlamentar que estimula a organiza?, para fins eleitorais, dos grupos de interesse constitu?s na sociedade. Estimulamos o que dever?os inibir. Em ?ca de elei?, a primeira provid?ia de tais grupos, com imediato reflexo nos partidos, ?ratar dessa representa?. “Quem vai cuidar de n? indaga-se nas corpora?s. “Quem ser?osso candidato por tal ou qual grupo?” interroga-se nos partidos. ?por esse vi?que se formam as grandes e efetivas bancadas existentes no Congresso Nacional – algumas das “frentes parlamentares” e as muitas bancadas disto ou daquilo que l?peram. Interesses e mais interesses. No entanto, a pr?a natureza da delibera? parlamentar implica o confronto de opini?e n?a negocia? de interesses. Um deputado n?deveria ser escolhido para representar vontades nem agenciar conveni?ias, mas para representar opini?e crit?os de ju? para as in?as decis?sobre as quais dever?ncidir seu voto. Enquanto n?tratarmos esse c?er com altas doses de quimioterapia de boa ci?ia pol?ca, o Brasil continuar?lamando contra a injusti?e cruzando os bra? em rela? ?ilo que lhe d?ausa.