• Jayme Copstein
  • 06/02/2009
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O SENTIDO DAS PALAVRAS - www.jaymecopstein.com.br

Ontem, nos Guerrilheiros da Not?a, o programa di?o de Fl?o Alcaraz Gomes na TV Pampa, um telespectador queixou-se da resposta “destemperada” do jornalista Ant? Carlos Baldi ?ua afirma? de que Israel deveria ser banido do Oriente M?o. O telespectador exigia o cumprimento das resolu?s da ONU, na melhor das hip?es sem saber do que tratam, isso para n?lhe atribuir a pr?ca da meia verdade para dar consist?ia ?suas acusa?s. Se a primeira das resolu?s referidas pelo telespectador ? partilha da regi?em dois Estados, um judaico, outro ar?co, quem n?reconhece sua legitimidade n?tem como exigir o cumprimento das demais resolu?s, votadas como consequ?ia da primeira e sem revog?a. Dentro deste contexto, Ant? Carlos Baldi disse que a exig?ia era uma tolice. O telespectador reagiu com veem?ia, por? com a inten? clara de desviar o foco do essencial. Ao alegar despropor? da resposta do jornalista, n?vai mais discutir os fatos, mas a “trucul?ia” do antagonista. Nestes ?mos dias, tenho pensado bastante sobre o sentido desta palavra “despropor?”, subitamente trazida para cena por militantes pol?cos dentro da mesma t?ca de tirar de foco o essencial. O Hamas bombardeava Israel apenas com foguetes “caseiros” – modelo fabricado pela ind?ia b?ca sovi?ca nos anos 70 – os israelenses “massacravam inocentes em uma escola da ONU em Gaza”, conforme as manchetes da imprensa mundial. A conta era terr?l – 43 mortos, dezenas e dezenas de feridos. O pr?o secret?o-geral da ONU, Ban Ki-Moon perfilhou a vers?de que as tropas israelenses haviam sido avisadas sobre a escola ter se transformado em ref? de civis, e denunciou Israel por crimes de guerra. Pois no in?o desta semana, o jornal “The Globe and Mail”, do Canad?publicou com destaque declara?s de Maxwell Gaylord, coordenador de ajuda humanit?a da ONU com sede em Jerusal? admitindo que o bombardeio havia ocorrido em ruas pr?as da escola, mas ela n?havia sido atingida e nenhum dos alunos ou civis nela refugiados haviam sequer sido feridos. Um professor, entrevistado por “The Globe and Mail” disse que tr?alunos mortos nos bombardeios, tinham sa? da escola e estavam na rua, mas que n?p?esclarecer a quest?porque algu?da ONU lhe recomendara que n?falasse ?mprensa. Esta mat?a foi publicada na segunda-feira e foi repercutida pelo jornal israelense na ter?feira. Tenho procurado em todos os jornais brasileiros, n?vi at?ntem uma linha a respeito. N?ouvi uma frase no r?o ou na te v? Comparo o ru? daquelas manchetes, contra as quais n?protestei, com o sil?io deste desmentido, que n?exijo, apenas comparo, repito. Confesso-me absolutamente incapaz de reconhecer qualquer significado na palavra despropor?. Assalta-me a d?a, tamb? se devo mudar o sentido que atribu?a palavras como honestidade, dec?ia e dignidade.