REF?S DE UM BLEFE - Di?o do Com?io,
Segundo pesquisa publicada na Folha de S. Paulo do ?mo dia 25, a maioria dos brasileiros – at?ventuais simpatizantes do PT – ?ontra as intromiss?do governo na m?a e nos sindicatos. Pesquisas anteriores
(http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=eleitor-brasileiro-conservador&cod_Post=40197&a=111) mostraram que, dos nossos conterr?os, 79 por cento s?contra a descriminaliza? da maconha, 63 por cento contra a legaliza? do aborto, 84% defendem a redu? da maioridade penal de 18 para 16 anos e 51% querem a institui? da pena de morte. Como se esses resultados j??falassem por si, e como se o plebiscito das armas tamb?n?fosse eloq?e o bastante, 47 por cento se definem explicitamente como “de direita”, 23 por cento “de centro” e apenas 30 por cento “de esquerda”.
Por que diabos, ent? n?h?m partido que fale pela maioria, um aut?ico partido conservador neste pa? Por que, entre os pol?cos, at?queles que em privado defendem id?s conservadoras fazem quest?de ostentar sempre algum esquerdismo em p?co, na ilus?est?a de que isso lhes dar?otos?
A resposta ?em conhecida dos esquerdistas. Quatro d?das atr? o cientista pol?co Michael Parenti (Inventing Reality: The Politics of the Mass Media, New York, St. Martins Press, 1968) j?nsinava ?ua plat? de militantes que n?deviam se deixar impressionar pela opini?dominante da m?a, a qual em grande parte dos casos n?era dominante de maneira alguma, apenas fingia s?o: os mandarins do jornalismo faziam-se de porta-vozes de uma maioria que, em geral, n?seguia as prefer?ias deles no mais m?mo que fosse.
A esquerda absorveu essa li? e, logo na gera? seguinte, j?plicava o truque com uma destreza, com uma pertin?a, com um cinismo que seus antecessores nas salas de reda? n?poderiam nem mesmo ter imaginado.
Nossos conservadores e liberais n?entenderam isso at?oje. Acreditam piamente que se desagradarem aos articulistas da Folha e do Globo estar?desagradando o eleitorado, quando na verdade quem o desagrada ? Folha, ? Globo, ? elite midi?ca em geral.
A tiragem dos nossos “grandes jornais”, hoje substancialmente a mesma dos anos 50, enquanto a popula? triplicou e o analfabetismo praticamente desapareceu, j?asta para mostrar que a influ?ia dos jornalistas sobre a opini?popular ??ma, ?id?la, ?esprez?l. O que lhes sobra ?ose, ?ncena?, ?m talento extraordin?o para o blefe, para a chantagem psicol?a. Justamente porque sabem que n?fazem a opini?p?ca, esmeram-se em fazer-se de donos dela, e mediante esse truque bobo inibem os direitistas e conservadores, tornando-os ref? de um perigo imagin?o.