O Globo

18/04/2009
Ontem, os pa?s que integram a Aternativa Bolivariana para as Am?cas (Alba) e at?uinta-feira estavam reunidos em Cuman?na Venezuela, divulgaram dois documentos em que afirmam ser inaceit?l e insuficiente a resolu? a ser divulgada pela C?a das Am?cas, por n?responder satisfatoriamente ?rise econ?a mundial e deixar de fora Cuba. Um dos documentos chega a criticar aquele que ?onsiderado uma das maiores conquistas da diplomacia brasileira, o G-20, acusado ser um grupo de exclus?em cujo interior s?tomadas decis??evelia de outros pa?s. N?est?laro ainda se a estrat?a do grupo de pa?s - que inclui, al?da Venezuela, Nicar?a, Bol?a, Honduras, Dominica e Cuba - ?svaziar a resolu?, recusando-se a assin?a e condenando-a, ou apenas condenar o documento mas assin?o do mesmo jeito, caso consigam alterar um ou outro ponto no texto final do encontro nas discuss?de hoje e amanh?Ch?z deve tentar enfraquecer a C?a com palavras raivosas antiamericanas, como fez ontem durante cerca de 45 minutos o nicaraguense Daniel Ortega em seu discurso na noite de abertura. - Mas ele vai ter um cen?o um tanto mais dif?l, ou ao menos mais constrangedor, para fazer seu barulho habitual - diz um diplomata presente ?negocia?s. - Simplesmente porque Obama tem enorme popularidade entre os pa?s latinos agora e vem acenando com um rompimento na rela? distante, quase inexistente, que os EUA tinham com o continente. Na manh?e hoje , em Trinidad e Tobago, os l?res da Uni?Sul-Americana de Na?s (Unasul) tentar?passar seus recados, anseios e reivindica?s durante uma reuni?in?ta, de apenas 45 minutos, com o presidente americano. Para representantes do governo brasileiro e alguns especialistas, o encontro com Obama pode at??render decis?e compromissos, mas todos v?querer conquistar espa?no evento que marca uma aproxima? pol?ca da regi?com a Casa Branca. Afinal, desde o in?o da d?da, a diplomacia americana colocou a Am?ca do Sul no p?e sua lista de prioridades. O encontro com Obama, a ser realizado a pedido do presidente americano, est?arcado para as 8h (9h de Bras?a), seguido pelas reuni?plen?as dos chefes de Estado e de governo que participam da C?a. - Essas reuni?em n?l de presidentes s?simb?as, servem mais para fotografias. ?mais um gesto, uma mensagem midi?ca. Ningu?toma decis?- comentou o ex-ministro das Rela?s Exteriores, Luiz Felipe Lampreia. No meio diplom?co, espera-se que a presidente do Chile tenha algum trabalho ao mediar as discuss?e amansar os mais c?ticos, como Hugo Ch?z, Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bol?a). As aten?s dever?estar voltadas ao que Ch?z pode dizer a Obama - depois do cordial aperto de m? de ontem. - N?descartamos um confronto direto entre Ch?z e Obama, mas esperamos que isso n?aconte?- afirmou um embaixador brasileiro.

Sandra Cavalcanti

17/04/2009
J??ara perceber que a marolinha come? a atrapalhar os planos continu?as de Lula. Vinha tudo, at?gora, em c?de brigadeiro. Ou em mar de rosas, como se diz. L?ora, o mundo endinheirado comprava o que sempre produzimos aqui dentro. O dinheiro que entrava gerava muitos empregos e, principalmente, muitos tributos! Os cofres dos governos, agindo como s?s escravagistas dos que trabalham, ficavam com mais de 37% do produto interno bruto. Uma barbaridade! Durante esses anos dourados, a Na? foi sangrada, sem d?m piedade. Foi um per?o extremamente favor?l para desvios de recursos p?cos, superfaturamentos, licita?s fraudulentas, comiss? compras de votos. Se pelo menos o governo tivesse aplicado bem o que arrecadou... Mas isso n?aconteceu. De 2002 para c?a maior parte foi sempre destinada ao custeio dos Poderes, aos gastos com funcionalismo, a programas supostamente sociais, mas, na verdade, fontes permanentes de clientelismo e demagogia. O disfarce ? guerra ?obreza e projeto de inclus?social. Essa inacredit?l lamban? escancarada e c?ca, que j?ai para mais de seis anos, n?havia encontrado ainda o menor eco na consci?ia c?ca de mais de 80% do eleitorado. Qual a causa desta anestesia? Por que o povo n?fica mais indignado? Porque a comunica? oficial diz a ele, o tempo todo, que a lamban??eral, antiga, e n??? atual governo. Est?erto. Ela ?eral, mas, acima de tudo, muito brasiliense. Muito espalhada por l? infiltrada em todos os escal? onde ?ista com muita complac?ia, com muita leni?ia e com muita cumplicidade. Muito dinheiro para grandes empresas. Muitos lucros para o sistema financeiro. Muitos projetos para profissionais. E, principalmente, muita presen?na m?a! E tudo sem vigil?ia do povo, em volta. Na ilha da fantasia. A for?da comunica? oficial ?mpressionante. Nossa Hist? est?heia de exemplos de bons comunicadores que conseguiram iludir muita gente. Brizola, por exemplo, tentou levantar as massas para desobstruir, por golpe, o impedimento constitucional que lhe vedava disputar as elei?s presidenciais marcadas para 1965. Sem essa tentativa de golpe, levada adiante por ele e Jango, n?teria havido a rea? de 1964! Hoje em dia, pela for?de vers?sempre repetidas, a atual gera? acha que o 31 de Mar?foi um golpe militar. N?foi. O verdadeiro golpe foi tramado por Brizola e deu errado. As For? armadas cumpriram o dever constitucional de manter os Poderes funcionando: Judici?o, Congresso e Executivo. O epis? de 1966, esse, sim, foi t?co de quem quer apoderar-se do governo. Quem d?olpe para chegar ao poder golpeia as institui?s. O argumento principal ?empre o mesmo: O Congresso est?orrompido. Devemos fech?o. Temos de nos livrar dos congressistas, senadores, deputados, vereadores, enfim, das assembleias democr?cas. Essa gente n?presta! A m?a oficial encarrega-se de apresentar os golpistas como patriotas, puros, intoc?is. Enviados dos deuses! Amigos dos pobres, dos negros, dos ?ios! Intang?is! Vacinados contra todas as tenta?s! A surpreendente ideia de convocar um plebiscito, apresentada pelo senador do PDT, do partido de Brizola, faz honra ao seu fundador. Se o plebiscito for bem elaborado, bem manipulado e bem orientado pela rede oficial de comunica?s, fazendo insidiosa e permanente campanha de desmoraliza? dos parlamentares e endeusamento do atual presidente, certamente o povo vai querer ver-se livre do Congresso. Basta ler as manifesta?s dos leitores e eleitores, na imprensa e na internet. Vai ser dif?l defender a tese contr?a. Quem vai dizer que este Congresso ?ormado de santos e que eles n?merecem tal rep?? A maioria merece, sim! Mas eles merecem como indiv?os! Cada qual carregando a sua parcela pessoal de responsabilidade. A institui? n?faz nada sozinha. Desde o epis? do mensal? ela est?esmoralizada. Os esc?alos se repetem. O curioso ?ue fatos que j?correm h?uase um quarto de s?lo s?ora s?trazidos ?ona e postos na berlinda. A impunidade dos autores do epis? do mensal?? radiografia mais fiel e cruel do nosso sistema pol?co e de governo. Mostrou como ?bsurdo manter o voto proporcional. Mostrou como ?bsurdo n?ter um Or?ento impositivo, para valer. Mostrou como ?err?l n?poder derrubar governos corruptos, ou ineptos, por meios legais, consagrados. Mostrou como o povo n?tem a menor for?depois que aperta o bot?da urna eletr?a. Mostrou a farsa das nossas Assembleias estaduais e a miragem de mais de 78% de nossas supostas prefeituras. Veio tudo ?ona. Veio tudo na imprensa livre, mas veio bem trabalhado na m?a oficial. At?gora o povo estava acomodado. Feliz com algumas conquistas de ordem material: celular, TV a cores, DVD, carro em 60 presta?s, cr?to consignado para idosos, comida mais barata, viagens de avi? Mas, como algumas nuvens escuras come? a rondar os c?, o tal plebiscito tem de ser feito j?Antes que o povo acorde. O primeiro passo j?oi dado: a s?a proposta feita por um senador que n??o PT. Boa jogada! Se passar, s?mos uma sa?: lutar para que ele n?seja t?manipulado e falseado como os anteriores, que consagraram esse nosso presidencialismo podre, em que o Executivo julga, legisla e governa sem controles. Ser?ue teremos condi?s para enfrentar o rolo compressor da m?a oficial? * Professora, jornalista, foi deputada federal constituinte, secret?a de Servi? Sociais no governo Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco.

Ex-blog do Cesar Maia

17/04/2009
! 1. Em sua coluna na Folha de SP deste ?mo s?do, Cesar Maia analisa a situa? um tanto paradoxal da democratiza? na Am?ca Do Sul desde o final dos anos 80 e a instabilidade desses mesmos regimes democr?cos. Abaixo um resumo do artigo. 2. Nos ?mos 20 anos, 13 presidentes n?completaram o seu per?o presidencial. O Equador foi o recordista com seis (Bucaram, Ros?a, Alarcon, Mauhad, Noboa, Gutierrez). A Argentina com dois (Alfons?e De La Rua). Brasil com um (Collor). Bol?a com dois (Lozada e Meza). Paraguai com um (Cubas) e Peru com um (Fujimori). 3. Regras do jogo foram alteradas no meio dos mandatos para permitir a reelei?: Fujimori, Menem, Fernando Henrique. A partir da?legitimada pelos exemplos- essa regra foi multiplicada e ampliada, incluindo a convoca? de assembleias constituintes em in?o de mandato, alterando as regras do jogo: reelei?, poder absoluto ao presidente... A?st?Ch?z (Venezuela), Morales (Bol?a) e Correa (Equador). O plebiscito nacional passou a ser regra nestes pa?s, ali? usual instrumento dos autocratas, como Napole? Napole?III, Hitler, De Gaulle... Na Gr?retanha e EUA nunca ocorreram plebiscitos nacionais. 4. Recentemente introduziram-se na Am?ca do Sul, novidades desestabilizadoras. ?o hiperpresidencialismo. Na Venezuela, Bol?a, e Equador, o poder legislativo ?implesmente desconsiderado pelo executivo e tem funcionamento de fachada. A Argentina legalizou esse sistema atrav?de uma superlei delegada, dando ao presidente quase todos os poderes e micromizando o ato de legislar. O Brasil tem situa? parecida, com o caso de aluguel de mandatos (mensal?, abuso de medidas provis?s e uma converg?ia impl?ta no desgaste do poder legislativo. O processo de democratiza? da Am?ca do Sul, nesse sentido, n?se completou. A observ?ia das formalidades tem servido para mudar as institui?s, abrindo, onde ocorreu, espa?inevit?l a seu questionamento futuro. Chile e Uruguai s?exce?s.

Érico Valduga, em Periscópio

17/04/2009
N??e agora que ?as de assentamentos cedidas a sem-terras tem uso bem distinto daquele que justificaria o gasto do dinheiro do contribuinte. A ?a novidade, rigorosamente a ?a, na den?a do procurador federal Adriano Raldi sobre o concubinato ilegal do Incra e do MST no assentamento de Nova Santa Rita, ?er havido a den?a formal. Finalmente, e por a? do mesmo promotor que investigou e denunciou o esc?alo da merenda superfaturada em Canoas e em Sapucaia do Sul, o Judici?o foi acionado para julgar um comportamento criminoso que ?omum nos assentamentos dos ditos sem-terras, financiados com dinheiro p?co: o arrendamento de ?as a produtores rurais, profissionais do ramo, em troca de participa?s, pagas em produto e em dinheiro aos assentados e ao MST. Burla-se assim a lei tamb?nas regi?de Pelotas, Viam? Livramento, Bag? S?Gabriel. O Incra n?sabe do que acontece no Estado? O ?o p?co que administra e prov?s assentamentos, o que vai custar este ano, no pa? cerca de R$ 900 milh?do dinheiro de todos, desconhece o fato de que os assentados n?precisam trabalhar para viver, pois recebem mensalmente cestas b?cas fornecidas pelo pr?o Incra, mais Sal?o-Fam?a e, nas safras, o resultado do arrendamento ilegal? Claro que sabe, mas cumprir a lei importa pouco em um organismo cujos dirigentes defendem a invas?de propriedades, o que ?ma viola? constitucional. O superintendente local, Mozar Dietrich, afirmou, em meados do ano passado, que invas?r?das n?s?criminosas; e o seu chefe, o ministro do Desenvolvimento Agr?o, Guilherme Cassel, na mesma ?ca, formulou a espantosa teoria que invas?de propriedades s?essenciais para o desenvolvimento da democracia. Surpreender-se agora com o qu?prezados leitores?

Ubiratan Iorio

17/04/2009
Governos, para efeitos de an?se de suas pol?cas econ?as, podem ser divididos em duas “equipes”: a “econ?a”, que normalmente inclui Fazenda e Banco Central e a “pol?ca”, formada por demais ministros e por parlamentares da chamada base aliada. A primeira determina a pol?ca e o regime monet?o e a pol?ca e o regime cambial e a segunda os gastos p?cos e tributos e, portanto, a pol?ca fiscal e o regime fiscal. Deve existir coordena? entre as duas equipes, ou seja, uma precisa dar sustenta? ?utra, para que o jogo da pol?ca econ?a seja cooperativo. Mas isso n?acontece no Brasil, pelo menos, desde o in?o dos anos 80: as equipes pol?cas, sucessivamente, aumentam as despesas do Estado e o Banco Central termina sempre sendo chamado para apagar os inc?ios. No governo Lula, essa falta de coopera? entre as press?para aparelhar a m?ina estatal e elevar os gastos de custeio do setor p?co, motivadas por raz?pol?cas e ideol?as, de um lado, e o que o Banco Central, de outro, executa em termos de estabelecer taxas de juros compat?is com as metas de infla?, vem se tornando um problema s?o, que trar?feitos perversos sobre nossa economia e – o que ?oralmente lament?l – comprometer?s gera?s futuras com pagamentos de d?das que est?sendo assumidas no presente. A conta, certamente, vir?ais cedo ou mais tarde, na forma de infla? fora de controle, de desemprego, ou de uma combina? desses dois males. Durante o primeiro mandato, quando Palocci comandava a Fazenda e ?os como o IPEA mantinham-se dentro de sua boa tradi? essencialmente t?ica e apartid?a, o cabo-de-guerra era aparentemente menos desequilibrado, pois envolvia uma disputa entre Fazenda e Banco Central, com suporte t?ico, e, do outro lado, pol?cos, com suporte na ideologia ou no n?o de votos esperados. O presidente, esperto, dava uma no cravo e outra na ferradura e, como as condi?s externas eram favor?is, os problemas de falta de coordena? ficavam, digamos, escondidos sob o tapete estendido nos palanques de sua ret?a populista. Mas a substitui? de Palocci por Mantega na Fazenda e a lament?l partidariza? (petetiza?) do IPEA fizeram o cabo-de-guerra transformar-se em uma disputa entre for? desiguais: quando um ?o antes t?ico emite “estudos” que mais parecem panfletos tentando fazer crer, com vi?claramente pol?co-ideol?o, que o Estado brasileiro ?pequeno” e quando o ministro da Fazenda endossa essa inverdade, o Banco Central acaba sozinho na disputa e a pergunta passa a ser: por quanto tempo resistir?s press?que sofre dentro do pr?o governo? A crise econ?a mundial e os perigos que representa para o Brasil est?obrigando, no entanto, o presidente a descer do muro e a tomar parte no cabo-de-guerra. A percep? ?ue, como quase sempre acontece nesses casos, principalmente em fun? das elei?s de 2010, o homem que criticou os “banqueiros brancos e de olhos azuis” optar?elo que lhe for politicamente conveniente. Ali? a recente substitui? do presidente do Banco do Brasil, a pretexto de reduzir os spreads, j? uma indica? dessa tend?ia. Estivessem o presidente e o ministro da Fazenda de fato preocupados com o spread, deveriam, ao inv?de politizar o banco, adotar medidas como a redu? dos impostos diretos e indiretos incidentes sobre as opera?s financeiras, do IOF, da Cofins, do PIS, da Contribui? Social Sobre o Lucro L?ido (CSLL), que subiu de 9% para 15% em 2008, do Imposto de Renda e, principalmente, promover a diminui? imediata do maior percentual de dep?o compuls? sem remunera? do mundo. Os gastos de custeio do governo federal v? crescendo a taxas incompat?is com o bom senso e inconcili?is com a responsabilidade fiscal: entre 2002 e 2008 os gastos de custeio da Presid?ia da Rep?ca cresceram 467% em termos nominais e 299,6% em termos reais, isto ?descontando-se a infla? no per?o! Isso, certamente, ter?m pre? Ademais, em tempos de uma crise s?a e de ?ito mundial, o governo acaba de garantir a todos os 5564 munic?os, com apoio de sua candidata Dilma Rouseff, os recursos necess?os para que os 5,5 milhares de briosos alcaides n?percam receitas em decorr?ia da crise e pretende estender essa “bondade”, bancada com recursos p?cos, para os 27 estados e o Distrito Federal. O gr?co abaixo preocupa. Mostra o comportamento declinante do super?t prim?o, ou seja, da diferen?entre as receitas correntes e os gastos correntes (custeio e investimento). Em plena crise, com a consequente queda na arrecada?, a Uni?aumentou em 27% os gastos de custeio (com pessoal) no primeiro trimestre deste ano em rela? ao mesmo per?o de 2008, enquanto os investimentos aumentaram apenas 11,7%. Al?dessa falta de compromisso com a prud?ia e com a responsabilidade fiscal, o que mais pretende fazer a equipe pol?ca do governo? Simplesmente, vai retirar a Petrobras do c?ulo da meta de super?t prim?o em 2010, esperando com isso reduzir em 0,5% do PIB os pagamentos de juros sobre a d?da p?ca e liberar cerca de R$ 20 bilh?para investimentos – leia-se, evidentemente, para o PAC e para as elei?s. Ora, tirar a Petrobr?do c?ulo equivale, para efeitos das necessidades de financiamento do setor p?co, a um “suponhamos que ela n?exista”. S?e ela existe, Dio mio! Definitivamente, a pol?ca econ?a passa a subordinar-se ?elei?s do ano que vem! Em outras palavras, o cabo-de-guerra declarado, aberto e incontest?l da pol?ca econ?a do governo Lula est?rmando uma verdadeira bomba-rel?, cuja detona? vai depender do comportamento das expectativas dos agentes econ?os. Nosso Banco Central n??ut?o; ele simplesmente vem desfrutando, desde os tempos de Fernando Henrique, de uma “autonomia concedida” pelo presidente do pa? que pode ser cancelada a qualquer momento, diante do risco de perda de uma elei?. ?claro que ele n??nfal?l: por exemplo, quando a crise explodiu, nossas autoridades monet?as, seguindo o exemplo do presidente e da Fazenda, subestimaram os seus efeitos e, neste momento, proclamam – sem fundamenta? s?a – que a recupera? de nossa economia j?st?raticamente em curso, o que est?onge de corresponder ?erdade.Mas, apesar dos pesares, em termos do jogo da pol?ca econ?a do governo Lula, continua sendo o ?o jogador que vem atuando bem. Resta sabermos at?uando os ditames pol?cos o v?permitir. Parece inacredit?l que a li? n?foi compreendida: gastos p?cos precisam ser financiados e s? quatro formas de faz?o: mais impostos, mais d?da interna, mais d?da externa e lassid?monet?a. Isso n??rtodoxia. ?simples contabilidade. E bom senso. (*) Ubiratan Iorio ?olunista fixo de Plurale. Economista, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da FGV Business, presidente do CIEEP - Centro Interdisciplinar de ?ica e Economia Personalista e membro do Conselho de ?ica da Associa? Comercial do Rio de Janeiro

www.jornalminuano.com.br

17/04/2009
O dia de hoje ?e m?ma tens?nas estradas, rodovias e nos campos da regi? A data lembra o massacre de Eldorado dos Caraj? onde foram mortos 19 sem-terra, no sul do Par?Nesse dia, o Movimento dos Sem-Terra (MST) costuma promover manifesta?s em todo o pa? No sentido de coibir qualquer a? do movimento, ruralistas est?mobilizados desde o dia 31 de mar?– no chamado Alerta Verde que ?m contraponto ao Abril Vermelho do MST. Nunca havia ocorrido tamanha mobiliza? dos produtores rurais. A tens?tem sido crescente. Prova disso ?ntensifica? do aparato. Ontem ?oite, ruralistas que n?estavam nos pontos de vig?a ficaram nas depend?ias da Associa? Rural em prontid? At? fechamento desta edi?, eram esperados em torno de 200 produtores no local. Nas sedes de sindicatos de outros munic?os da regi?o procedimento foi o mesmo adotado em Bag? Atualmente, a regi?possui 40 pontos de monitoramentos distribu?s entre as cidades de Bag?Acegu?Hulha Negra, Candiota Pinheiro Machado, Dom Pedrito, Ca?ava do Sul, Lavras do Sul e S?Gabriel. Somente em Bag?mais de 300 produtores est?em vig?a nesses locais. Conforme o presidente da Associa?/Sindicato Rural de Bag?Eduardo Moglia Su?as a?s existentes nos pontos das estradas t?como prop?o acompanhar e avisar as autoridades sobre qualquer atitude suspeita do movimento. Da Rural, via r?o, um grupo acompanha todo o movimento nas estradas.

Claudio de Cicco

17/04/2009
http://www.catolicanet.com/?system=news&action=read&id=52265&eid=142 Li no jornal O Estado de S.Paulo do dia 13.04.2009, p? A-14, que, na Argentina, algumas ONGs est?propondo um desbatismo coletivo para as pessoas que foram batizadas quando eram beb?na Igreja Cat?a e n?desejam mais participar oficialmente dela, j?ue s?at?s, agn?cas ou genericamente religiosas, mas indiferentes aos preceitos cat?os. O movimento denominado No em mi nombre, ou seja, N?em meu nome, prop?os argentinos que n?se consideram mais cat?os que enviem cartas aos bispos das cidades em que foram batizados para que conste oficialmente dos registros da Igreja que n?integram mais o rebanho. Informa ainda o referido peri?o que os ateus constituem um grupo em r?do crescimento naquele pa? congregando 11,3 % da popula?. Infelizmente, parece n?se tratar de uma brincadeira de mau gosto, mas de um claro desejo de renegar o pr?o Batismo. In?as pessoas se proclamam cat?os n?praticantes ou cat?os sem convic?, mas, mesmo em tais casos, ningu?clara e abertamente deseja anular o ato que, quando rec?nascidos, as ligou ?greja Cat?a. Portanto, trata-se de algo novo e radical, um rep? p?co e not? do pr?o Batismo. Passado o primeiro choque, reparamos, no entanto, em algo curioso: se este ato coletivo de desbatismo prov?do n?o crescente de ateus e agn?cos na Argentina, por que – supondo-se que o ateu n?acredita em Deus, nem em Jesus Cristo, nem na Igreja Cat?a – formalizar o rep? de algo que em sua descren?n?existiu? Por que anular um ato em que nossos padrinhos, em nosso nome e para nosso benef?o, renunciaram ao diabo, a suas pompas e obras? A menos que sejam pessoas que sabem o que significa o sacramento do Batismo e que se sentem incomodadas por terem sido batizadas, quer dizer n?at?s propriamente. Se for este, como parece, o caso, pode-se perguntar por que n?querer estar unido a Algu?que passou pela Terra fazendo o bem, n?ergueu a m?sen?para curar, por que n?querer nada com Jesus Cristo? Por que se desligarem oficialmente da Igreja, cujos Bispos s?a continuidade hist?a dos Ap?los de Jesus? Querer?por acaso renegar a Cristo e voltar ?ervid?do Antagonista? Por que se desligarem de algo que n?existe, se s?ateus e incr?los? Ou ser?ue se esqueceram de que foi a Igreja Cat?a que acabou com a escravid?generalizada em todos os pa?s pag? da Antiguidade, que deu ?ulher uma dignidade que as leis n?lhe reconheciam, considerando-a mero objeto de prazer do homem? Que foi a Igreja que, cumprindo o mandato de seu Fundador, batizou e civilizou os b?aros e construiu a Europa que hoje conhecemos? Ent? me desculpem, mas n?s?ateus, nem agn?cos, pois para o ateu como para o agn?co tudo isso n?tem valor algum. Por que n?desejam mais que a Igreja haja em seu nome, N?em meu nome? Quando a Igreja faz campanha de agasalho aos pobres, recruta mission?os para cuidar dos doentes, jovens para acolherem em creches e abrigos as crian? abandonadas por seus pr?os pais? Por que os adeptos do desbatismo n?querem ter nenhuma participa? nisso? A que ponto chegamos! O desligamento da Igreja Cat?a sempre foi considerado uma terr?l puni?: os maiores potentados da Hist? o temiam. Henrique IV, Imperador da Alemanha, esperou uma noite inteira na neve, rente ?muralhas do castelo de Canossa, para que o papa S?Greg? VII levantasse a excomunh?que sobre ele pesava. Na Inglaterra, o fato de ter excomungado um bar?normando, amigo do rei Henrique II da Inglaterra, pela morte de um padre, levou o Arcebispo de Cantu?a, S?Tom?Becket a ser martirizado em sua pr?a catedral... Ent?tudo isso ?erda de tempo? O que diriam os adeptos do desbatismo? Conta-se do c?bre romancista franc?J.K. Huysmans que ele passou a acreditar na presen?de Cristo no Sant?imo Sacramento da Eucaristia, quando, convidado por conhecidos metidos a esot?cos, assistiu a uma missa negra, celebrada por um padre ap?ta. Tais foram os insultos e obscenidades que viu, praticadas contra a h?a que concluiu: Deve ser mesmo o Corpo de Cristo, sen?eles n?perderiam tanto tempo com uma simples rodela de p? E se converteu ao Catolicismo, escrevendo livros edificantes como A Catedral. De quem vir? ordem Ide e desbatizai? Certamente daquele Pr?ipe deste mundo, seguido por aqueles infelizes que, na dura express?de S?Pedro Ap?lo, como c? voltaram ao seu vomito. (II Pedro, 2,22). Jesus, no entanto, disse a seus disc?los, com infinito amor: “Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Esp?to Santo” (Mt, 28,19). De Huysmans, podemos tirar uma grande li?: nosso Batismo vale muito, pois nos marca com o sinal do Filho de Deus. * Professor de Filosofia do Direito e Teoria Geral do Estado na PUCSP. Autor de HISTORIA DO PENSAMENTO JURIDICO E DA FILOSOFIA DO DIREITO, S?Paulo, Editora Saraiva, 2009, 4ª edi?.

Zero Hora

16/04/2009
MP investiga arrendamento de terra e suspeita de extors?praticada pela superintend?ia do IncraEm pleno Abril Vermelho – quando os sem-terra buscam chamar aten? do pa?para suas lutas –, o movimento sofre um golpe no Estado. A rela? entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Instituto Nacional de Coloniza? e Reforma Agr?a (Incra) foi colocada sob suspeita por uma investiga? federal que atinge o homem encarregado de administrar o Incra e supervisionar o uso dos assentamentos no Estado. Osuperintendente regional Mozar Artur Dietrich ?uspeito de tentar extorquir produtores que plantavam irregularmente arroz em um assentamento em Nova Santa Rita. Uma das hip?es apontadas pelo Minist?o P?co Federal, que investiga o caso, ?e que o montante que seria extorquido – cerca de 18 mil sacas de arroz, algo em torno de R$ 540 mil – beneficiaria o MST. A partir da den?a do MPF, a Justi?Federal determinou que a Brigada Militar e a Pol?a Federal acompanhassem a colheita do arroz plantado irregularmente em glebas. O gr?permanecer?ob a cust? da Justi? O procurador tamb?pediu o afastamento de Dietrich, mas o pedido foi negado pelo juiz federal Guilherme Pinho Machado. O arrendamento irregular no Santa Rita de C?ia II n?chega a ser novidade. H?m m? o pr?o Incra constatou pr?ca semelhante em Viam? A novidade em Nova Santa Rita, por? ? suposto envolvimento do Incra. De acordo com o procurador da Rep?ca em Canoas Adriano Raldi, respons?l pela investiga?, Dietrich teria feito “vistas grossas” durante o plantio e, pr?o ?olheita, teria tentado “extorquir” arrendat?os irregulares. Ministro do Desenvolvimento Agr?o vai cobrar explica?s Pelo acerto inicial, produtores pagariam 18 mil sacas (cerca de R$ 540 mil) aos pequenos agricultores. 3 v?eras da colheita, o acordo teria sido desfeito. Numa reuni?supostamente ocorrida na sede do Incra, no dia 9 de mar? o n?o de sacas exigidos foi duplicado: 36 mil. No pedido de liminar formalizado ?usti?Federal, Raldi escreveu: “Todos esses fatos, expostos em minuciosa harmonia pelas testemunhas ouvidas, denotam uma autua? ilegal e clandestina do r?Mozar... Segundo todas as provas colhidas pelo MPF, o quantitativo a maior de arroz extorquido dos arrendat?os ser?m breve desviado, em benef?o do MST...”. O aluguel anormal de quase 900 hectares n?seria a ?a irregularidade em Nova Santa Rita envolvendo o Incra e o MST. Raldi apura a exist?ia de dois acampamentos dentro da ?a – o que impediria que o assentamento cumpra a sua fun?, de reforma agr?a. Os acampamentos estariam sendo mantidos “ilegalmente” pelo Incra como forma de pressionar desapropria?s, inclusive da Granja Nen?localizada nas cercanias. Por interm?o da assessoria de comunica?, Dietrich informou ontem que n?se manifestaria. Procurados por Zero Hora, integrantes do MST em Nova Santa Rita tamb?preferiram o sil?io. Em Bras?a, o ministro do Desenvolvimento Agr?o, Guilherme Cassel, disse que se trata de uma “den?a grave”. – Vou conversar com o superintendente do Incra no Estado, Mozart Dietrich, e cobrar explica?s. Pelo que sei, a den?a partiu de alguns assentados. ?preciso saber se ela ?erdadeira ou n?– falou Cassel. O deputado estadual Dionilso Marcon (PT) saiu em defesa de Dietrich: – O Incra descobriu a irregularidade e fez um acordo com os produtores. Como forma de pagamento, eles dobrariam o n?o de sacas pagas aos produtores. Parte do dinheiro seria utilizada em benef?o dos assentados. carlos.etchichury@zerohora.com.br - thais.sarda@zerohora.com.br CARLOS ETCHICHURY E THAIS SARDM

Jayme Copstein

16/04/2009
O tititi da vez ? paternidade de um filho informal, assumida com relut?ia pelo atual presidente do Paraguai, o bispo licenciado da Igreja Cat?a Romana, Fernando Lugo, mas assim mesmo louvada por colegas de batina, como demonstra? de honestidade e transpar?ia. N?estranhem nenhum dos termos usados no par?afo anterior. Um bispo cat?o jamais deixa de ser bispo . Mesmo nos casos extremos de excomunh? os padres que ordenarem s?legalmente padres ?uz do Direito Can?o. Levantada a excomunh? retomados os votos e a reafirma? da obedi?ia ao Papa, s?devolvidos ?suas mitras, tal como aconteceu recentemente com os bispos lefevristas. J?aternidade informal corre por conta do politicamente correto. Soa com menos cinismo que a tamb?politicamente correta cultura deles, como argumentou o cientista pol?co Alfredo Boccia Paz: A sociedade paraguaia ?em flex?l sobre esses assuntos. O que est?m discuss?n?? flexibilidade do povo paraguaio em mat?a de pr?ca sexual, mas a conduta de um bispo cat?o romano, quando ainda comprometido com os votos de celibato e castidade, seduzindo uma menina de 17 anos a quem devia preparar para a Crism a, mantendo-a como amante durante longo tempo sob promessa de casamento e lhe dando uma machista bofetada quando ela engravidou e lhe cobrou responsabilidades de pai. A pergunta pertinente ?e Fernando Lugo, sacerdote ou n?de qualquer religi? mereceria tanta aten? e proje? n?fosse um desses tantos gurus populistas, paridos no ventre f?il da pol?ca latino-americana, e aos quais todos os pecados s?perdoados, alguns, inclusive, transformados em excelsas virtudes. N?est?m quest? no caso, a norma da Igreja Cat?a Romana, impondo celibato aos seus sacerdotes. A constata? ?utra: estamos diante de uma nova religi?com indulg?ias plenas muito peculiares. Basta pronunciar o sagrado nome de Marx para se obter a absolvi? de todos os pecados.