• ACI/EWTN Notícias
  • 30 Agosto 2014


 Nova Iorque, 27 Ago. 14 / 08:00 am

O líder do Congresso Internacional Judeu, Ronald S. Lauder, criticou a apatia mundial ante a perseguição dos cristãos no Oriente Médio e em outras partes do planeta, indicando que mais países deveriam atuar a respeito. Em um editorial publicado no jornal norte-americano The New York Times, Ronald S. Lauder assinalou que “a indiferença geral ao ISIS (Estado Islâmico do Iraque e Síria), com suas execuções em massa de cristãos e sua preocupação mortal com Israel, não está somente mal, é obscena”.
“O povo judeu entende muito bem o que pode acontecer quando o mundo está calado”, disse. “Esta campanha de morte deve ser detida”.Lauder criticou que enquanto a comunidade internacional correu para defender outras minorias da perseguição em outros conflitos, e protestou pelos ataques de Israel contra Hamas, quando a organização é conhecida por estar usando civis como escudos humanos, “o massacre bárbaro de milhares de cristãos é tomado com relativa indiferença”.
Assinalando uma série de ofensas contra “comunidades cristãs que viveram em paz por séculos” no Oriente Médio e partes da África, lamentou a falta de ação. Lauder também assinalou que recentemente, grupos militantes na Nigéria “sequestraram e assassinaram centenas de cristãos”, e que meio milhão de “cristãos árabes foram expulsos da Síria durante os mais de três anos de guerra civil”, e enfrentaram perseguição e assassinato no Líbano, Sudão e em outras partes. “Os historiadores logo olharão para trás neste período e se perguntarão se as pessoas tinham perdido o seu rumo”, alertou.
O líder judeu também assinalou que a organização internacional se manteve em sua maior parte quieta sobre “a onda de terror tipo Nazista que está rondando pelo Iraque”. Adicionalmente, disse, as celebridades e figuras públicas não falaram da perseguição, e se perguntou “por que a matança dos cristãos não parece ativar as suas antenas sociais?”.
Em sua carta, Lauder elogiou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por “ordenar ataques aéreos para salvar dezenas de milhares de yazidis”, mas lamentou que não foram suficiente para fazer frente aos recursos econômicos e força militar do Estado Islâmico. O líder judeu disse que o Estado Islâmico é “provavelmente o grupo terrorista mais rico no mundo”, e assinalou que “onde realmente se sobressai é na sua carniçaria”, onde “apontou sem piedade os xiitas, curdos e cristãos”.
“Eles realmente decapitaram crianças e puseram as suas cabeças sobre estacas”, disse, citando um relatório da CNN sobre a violência em Mosul (Iraque). “Mais crianças estão sendo decapitadas, mães estão sendo estupradas e assassinadas e os pais estão sendo pendurados”, lamentou.
Lauder reiterou uma promessa prévia que fez em junho, de que ele “não ficaria calado diante da crescente ameaça do anti-semitismo na Europa e no Oriente Médio, não permanecerei indiferente ao sofrimento cristão”. As pessoas boas de todos os credos, mas particularmente cristãos e judeus, continuou, “devem unir-se e deter esta repugnante onda de violência”.
Lauder destacou que as duas religiões compartilham “muito mais que a maioria das religiões”, incluindo uma Bíblia e um “núcleo moral e ético”.
“Agora, tristemente, compartilhamos uma forma de sofrimento”, acrescentou. “Os cristãos estão morrendo por causa das suas crenças, porque estão indefesos e porque o mundo é indiferente ao seu sofrimento”. Lauder pressionou as pessoas de todo o mundo a agir. “Não é como se fôssemos impotentes”, disse, indicando que estava escrevendo “como um cidadão do poder militar mais forte sobre a terra”, assim como “um líder judeu que se preocupa com meus irmãos e irmãs cristãs”.
 

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  • Gilberto Simões Pires
  • 29 Agosto 2014

 O incurável ministro Mantega, como se vivesse em outro planeta (já estou com pena dos habitantes desse planeta) sem dar a mínima para o enorme fiasco que se traduziu a economia brasileira por ele comandada nesses últimos anos, cometeu mais um impropério ao dizer, ontem, que o Brasil vai crescer 3% em 2015 e que a inflação ficará em 5%. Que tal?

Mantega, certamente, está vendo miragens pelos olhos e pelos poros. Se alguma coisa de verdadeiro pode acontecer em 2015 é o agravamento da recessão que já bateu nas portas da indústria. E não demora também deve bater nas portas do comércio. 

O Boletim Focus, do BC, que goza de grande credibilidade porque traduz o pensamento dos agentes do mercado, além de projetar um crescimento pífio, de 0,6%, (por enquanto) para 2014, não arrisca um índice maior do que 1,2% para 2015. 

Para não dizer que Mantega continua exatamente o mesmo MINISTRO MEDÍOCRE que sempre foi, desta vez ao menos apresentou uma evolução: abandonou o índice mágico, de 4%, que a cada ano anunciava para o crescimento da nossa economia. Agora, mesmo muito fora da casinha ( diminuiu para 3%) Mantega já evoluiu muito, não?

Seria ótimo que Mantega tomasse conhecimento dos dados apresentados nesta semana pelo ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, em artigo publicado na Folha de São Paulo. Eis, por exemplo, o resultado da comparação do quadriênio atual (de 2011 a 2014) com o anterior (de 2007 a 2010): 

1) uma redução do crescimento acumulado do PIB de 19,6% para 7,4%, uma queda de 60%;
2) uma ampliação da taxa de inflação acumulada de 22,0 para 27,0%, um aumento de 20%; e
3) uma deterioração do déficit em conta corrente acumulado de US$ 98,2 bilhões para US$ 268 bilhões de dólares, um aumento de 170%. Que tal?

Como os petistas desafiam a lógica, a física, a matemática e, principalmente, o bom senso, certamente vão desconsiderar o que não pode ser contestado. Vão encontrar culpados, como sempre fazem, em outras freguesias que não as deles. 

Ah, está cada vez mais difícil culpar a crise internacional, se forem observados os desempenhos econômicos de vários países latinos, como México, Chile, Colômbia, Peru, Panamá e Paraguai. Agora, para piorar o argumento petista, até os EUA deve crescer três ou quatro vezes mais do que o nosso encrencado Brasil.

Para finalizar, diante da repercussão que teve a minha NOTA DE NOJO, quanto à aprovação do projeto do PSOL, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que resultou na troca do nome da Av. Castelo Branco para Av. Legalidade, só porque Ditador não pode ser nome de rua, faço aqui um desafio:

Partindo da mesma lógica e do mesmo fundamento, urge a troca dos nomes de pelo menos duas Avenidas. As que levam o nome de Getúlio Vargas e Júlio de Castilhos. Que tal? Vamos fazer campanha?
 

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  • Milton Pires
  • 28 Agosto 2014

 

No dia 13 de agosto de 2014, a morte do candidato à presidência da república, senhor Eduardo Campos, trouxe mais uma vez ao cenário político a possibilidade de Marina Silva ocupar o cargo supremo do executivo nacional. O que apresento nas próximas linhas é um apanhado histórico e crítico daquilo que penso ser, do ponto de vista teórico, a base do seu pensamento político e tomarei como ponto de partida o conceito de “ecoteologia” segundo as definições de Afonso Murad (ver. Revista Pistis Prax., Teol. Pastor., Curitiba, v. 1, n. 2, p. 277-297, jul./dez. 2009). Uma comparação entre o fanatismo ecológico no Brasil e o genocídio perpetrado pelo Khmer Vermelho no Camboja é a conclusão que faço no final.

Ecoteologia é, antes de tudo, um conceito revolucionário naquilo que se refere à teologia tradicional. Trata-se de um nova interpretação da mensagem divina que, desde a Gênese até o Apocalipse, modifica a ideia básica do projeto de salvação contida na mensagem dos profetas, de Jesus Cristo e, finalmente, dos apóstolos afirmando que a própria natureza e todos os seres que dela fazem parte serão salvos no fim dos tempos e no Segundo Advento. Nas palavras de Afonso Murad: “ o eixo temático da ecoteologia consiste na forma de compreender a relação entre criação, graça e pecado e entre encarnação, redenção e consumação, ou seja: a unidade e a interdependência dos elementos que constituem a experiência de salvação cristã e, no interior dessa reflexão, proclamar como todos os seres participam do projeto salvífico de Deus.” Diz o autor mais adiante que “naturalmente, isso tem impacto na percepção sobre o valor da materialidade”.

Naquilo que se refere à Marina Silva, o conteúdo escatológico do seu pensamento pode ser percebido em declarações como essa: "Hoje, todos nós sabemos que somos finitos como raça. E, além de não saber como lidar com a imprevisibilidade dos fenômenos climáticos, temos pouco tempo para aprender como fazê-lo.” Observe-se portanto que, ao participar simultaneamente do debate ecológico e da comunidade religiosa formada no Brasil pela “Assembleia de Deus”, a política transformou-se para Marina Silva e a sua “Rede” numa espécie de interface..num campo onde o “discurso da salvação” adquire aquilo que se convencionou recentemente chamar de “transversalidade” ou seja: pode pautar o debate sobre o “futuro desse mundo material” e daquilo que eventualmente poderá substituí-lo por ocasião do Apocalipse e do Segundo Advento.

O termo “Khmer Rouge”, (Khmer Vermelho em francês) foi cunhado pelo chefe de estado cambojano Norodom Sihanouk e foi mais tarde adotado pela comunidade anglófona. A expressão se referia, de uma forma pejorativa, a uma sucessão de partidos comunistas no Camboja que evoluíram para se tornar o Partido Comunista da Kampuchea (CPK) e mais tarde ao Partido do Kampuchea Democrático. A organização foi conhecida também como Partido Comunista Khmer e Exército Nacional do Kampuchea Democrático. Estima-se que o Khmer Vermelho tenha provocado através de execuções, torturas, trabalhos forçados e, sobretudo da fome, a morte de cerca de 5 milhões de cambojanos. Seus líderes principais chamavam-se de “irmãos” e tinham como meta transformar o país numa sociedade ABSOLUTAMENTE agrária (sem dúvida alguma uma proposta bastante “ecológica”) em que a economia deveria ser baseada no escambo e toda forma de “cultura tradicional” destruída para que o Camboja voltasse a um período (mais importante) dos séculos XIII ao XV em que era conhecido como Reino de Angkor. Não há dúvida, observem, que tratava-se então em 1975 quando o Khmer toma a cidade de Phnom Penh, de um projeto de “salvação nacional”.

Há, em toda história política brasileira, um gosto mórbido pelo messianismo..pelos projetos que, se não mergulharam o país em tantas revoluções armadas como em outras partes do mundo, ofereceram sempre “soluções esotéricas” e “mágicas” e que encantaram (e continuam encantando) o povo com seus “enviados divinos”. Marina Silva é mais um desses personagens que, de tempos em tempos, surge para dominar o inconsciente coletivo dos brasileiros. Ela substituiu Campos para apresentar-se como uma “ungida” capaz de encontrar o “meio termo entre Dilma e Aécio” e nos conduzir no caminho da “salvação” juntamente com todos os animais, plantas, rios e florestas da Amazônia Brasileira. Seu apelo é tão forte que faz com que todas os seus eventuais eleitores esqueçam os seus quase 23 anos de petismo, sua participação no governo desse regime criminoso e o atrevimento e a audácia de uma proposta que visa reinterpretar toda mensagem cristã sobre o outro mundo para ressuscitar toda mensagem revolucionária nesse aqui: só poderemos viver nesse mundo nos preparando para salvação no outro. Nessa salvação levaremos conosco os animais e toda floresta..Nossos “guias” são Marina Silva e os “irmãos da Rede”..Aproxima-se do Brasil a chegada do Khmer Verde.
* Médico

Porto Alegre, 27 de agosto de 2014.
 

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  • Antônio Augusto Mayer dos Santos
  • 27 Agosto 2014

 

Durante os embates eleitorais ou nas agendas de ocasião, as críticas ao modelo vigente são renovadas e a idéia da convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte para implementar a decantada reforma política é retomada como salvação da lavoura.

Ocorre que a par de inadequada e demasiadamente simplista, esta não é a solução apropriada para uma questão desta envergadura. Constituinte, convém lembrar, é procedimento de natureza excepcional que exige alguns pressupostos rigorosos e muito bem definidos que, por conta da normalidade democrática, estão ausentes do cenário brasileiro. Por outra, os principais temas que integrariam a reforma do sistema eleitoral e partidário vigentes já constam em dezenas projetos que tramitam no Parlamento, muitos dos quais em condições de votação. Além do que, conforme advertem renomados especialistas e estudiosos, uma Assembléia Nacional praticamente paralisa o Legislativo, hipótese que dispensa maiores digressões diante dos escassos índices de credibilidade que o Poder ostenta. Noutro giro, pelo fato de ser exclusiva, a Constituinte não disporia de poderes para legislar as matérias de hierarquia inferior, justamente aquelas que regulamentarim as novas regras constitucionais. Ora, isso além de frustrar a gênese da proposta, determinaria a necessidade de uma nova eleição, a qual, como se sabe, é suportada pelo poder público a partir dos impostos recolhidos pelos cidadãos.

No entanto, a impropriedade insuperável é de natureza técnica. Primeiro, porque a maioria dos itens da reforma política não ostenta envergadura constitucional. As alterações mais prementes recaem na legislação eleitoral e partidária, que são regras comuns. Depois, que Constituinte parcial visando matéria única é ação contraditória. Por fim, não há nada no texto constitucional que impeça a implementação dos aperfeiçoamentos que são necessários. A rigor, basta vontade política e senso de responsabilidade por parte das maiorias parlamentares para concluir processos legislativos pendentes.

Na prática, o que fomenta a propagação de retóricas salvacionistas e converte a reforma politica numa espécie de souvenir de campanha eleitoral embalado num apanhado de propostas superficiais travestido de populismo é a inércia congressual décadas a fio.

Já os candidatos que pregam a reforma nas suas campanhas eleitorais tem omitido que tecnicamente há uma interdependência entre vários itens (financiamento público de campanha é incompatível com a manutenção do Fundo Partidário; fidelidade partidária sem cláusula de barreira para o surgimento de partidos é impraticável, etc), que uma modificação integral jamais será executada, seja porque o Congresso Nacional é resistente e conservador, seja porque haveria um rompimento demasiadamente drástico nos canais de acesso ao poder ou porque algumas modificações são incompatíveis à realidade brasileira. E mais: no tocante à corrupção do voto, o eleitor não pode ser descartado da condição de partícipe.

Assim, se numa abordagem preliminar e superficial a tese da Constituinte exclusiva se revela simpática ou sedutora perante as multidões de eleitores em desalento, na prática, a mesma corresponde a um procedimento impróprio, contraproducente e oneroso. A reforma política é uma expectativa da cidadania que depende exclusivamente do Congresso Nacional restaurar a sua missão precípua: legislar de acordo com a Constituição vigente.

* Advogado eleitoralista
 

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  • Luiz Carlos da Cunha
  • 27 Agosto 2014


As cenas assustadoras ocorridas no presídio de Cascavel, não são incomuns em nosso sistema carcerário: o desafio alarmante à lei e o desamparo de seus agentes. Incendiar colchões, depredar, matar comparsas, torturar carcereiros são atentados cíclicos em nosso sistema carcerário. Os condenados, quase sempre, flagrados em plano de fuga, revoltam-se e desafiam a justiça. Apossados dos prédios, subjugam os carcereiros, exigem melhor comida e instalações, mais visitas intimas! Desprezados os prejuízos materiais e humanos, ora dos comparsas, ora dos funcionários do estado, procedem-se negociações entre os insurgentes e os representantes da lei. Em pé de desigualdade, onde os criminosos ditam as exigências ao poder público.

Adota-se o chamado processo de negociação entre a lei e o crime como se fossem entes igualitários no desempenho funcional e social de cada um. As negociações sempre conduzidas pela política da tolerância, onde os juízes togados parlamentam com os infringentes da lei, com a naturalidade de uma troca de idéias entre amigos. É o que cognominam “direitos humanos”. No caso o juiz que negociou, ao dar por encerrada a “negociação”, aceitou deixar sob o guante dos criminosos os funcionários do estado que cumpriam seu dever em defesa da sociedade. Torturados e ameaçados de morte, permaneceram reféns até o estado cumprir as exigências dos criminosos. Indiferente aos presos degolados e aos reféns indefesos, o juiz concluiu que “tudo terminou bem”! E os danos físicos e morais infringidos aos carcereiros e suas famílias no exercício da função pública? E os prejuízos materiais? Não são considerados pela autoridade? Destaque-se que os criminosos exibiam os funcionários de mãos amarradas e cutucados à ponta de faca, sob ameaça de morte.

Qual o dever da policia nesta situação? Proteger seu agente. Eliminar o criminoso. Um tiro certeiro avisaria de pronto aos amotinados, a decisão legal e prioritária do estado em defender seus agentes. Cada desfecho com a vitória do crime, mais estimulo às rebeliões. Eis um assunto que exige a manifestação dos presidenciáveis. Trata-se de política de segurança, de Código penal, de prioridade da cidadania ante a audácia do crime organizado.
 

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  • Jorge Hernández Fonseca
  • 25 Agosto 2014

 

A corajosa e beligerante carta que o opositor político cubano Jorge Luis García Pérez, “Antúnez”, recentemente direcionou a Raúl Castro, veio preencher um longo vazio no panorama da oposição política cubana. A carta coloca no centro das discussões a validade da luta opositora como alternativa ao governo na ilha após a desaparição física dos irmãos Castro, tenham eles encabeçado a transição ao capitalismo, ou não.

Já poucos acreditam que a solução do chamado “problema cubano” virá de uma deposição súbita da ditadura atualmente no poder. É a solução biológica que tem ocupado um primeiro plano, seja por uma inércia natural, seja pela forma como a ditadura tem-se defendido dos perigos associados às mudança num regime que tem se mostrado incompetente em levar comida à mesa dos cubanos.

Tudo parece indicar que as já iniciadas conversações com a União Europeia - e as que logo começarão com os EUA - marcarão os rumos que guiarão tíbios câmbios políticos dentro da ilha. A solução deixará nos lutadores democráticos cubanos um sabor amargo ao constatar que um novo “Tratado de Paris” está próximo, e lhes fornece poucas possibilidades de participar, mesmo que apenas insinuando soluções associadas aos anseios democráticos, ante uma população cubana entediada e indiferente com o futuro do país face às contínuas frustrações dos últimos 55 anos. Os culpados marcarão o ritmo das reformas econômicas, possibilitando, isso sim, participar da “pinhata” toda solução capitalista que se agregue. Contanto que não se fale de política.

Nas altas esferas da ditadura cubana também se nota o esgotamento natural de mais de meio século de “batalhas” supostamente vitoriosas, mas, sem comida para o sofrido povo da ilha, cuja esperança se cifra na emigração a todo custo. Os serviços de inteligência cubanos, tanto dentro de Cuba como fora dela, continuam seu trabalho com razoável sucesso. Têm conseguido dividir as Damas de Branco; dos principais opositores cada vez se fala menos; no exílio de Miami tudo transcorre numa longa espera ante o avanço das missões culturais da ditadura, que tomam por assalto o último bastião declaradamente opositor.

Nas altas esferas norte-americanas nota-se igualmente o cansaço pelos anos de tensão, nos quais o poderoso do norte tem deixado à ditadura castrista “se cozer na sua própria salsa” dentro de uma sociedade cada vez mais miserável econômica e socialmente, mas, com uma contrapartida política cada vez mais estendida em toda América Latina, onde tem encontrado padrinhos, financiamento, abrigo e muito eco político.

Nestes momentos é natural que EUA aspirem a normalizar a situação “especial” das relações com Cuba, tendo constatado que, em primeiro lugar, o castrismo - enquanto perdia a guerra de guerrilhas em toda Latino-américa - ganhava em paralelo a guerra civil cubana dos anos sessenta do século passado, que se estendeu até meados dos anos setenta com um saldo de quase 10 mil cubanos fuzilados e centenas de milhares de jovens cubanos condenados a longas penas de prisão. Nos decênios seguintes, prosseguiu a intervenção castrista na América Latina, no plano civil, político, ajudando a eleger presidentes pró-castristas em vários países da região. Esse trabalho chega ate nossos dias na forma de um grupo importante de nações da órbita castrista que exercem pressão sobre EUA para a normalização com Havana.

Por outro lado, nota-se dentro dos Estados Unidos uma tendência forte para hierarquizar a estabilidade dentro de Cuba, muito por cima da pura derrota da ditadura, por três razões que se conjugam. Em primeiro lugar, os atuais procedimentos em Cuba denotam de maneira explícita uma auto-derrota da ideologia marxista, deixando um saldo leninista de ditadura que somente afeta os cubanos, que podem/devem resolver isso a médio prazo. Em segundo lugar, uma desestabilização política dentro da ilha, ou um vácuo do poder castrista atual, ocasionaria uma desagradável “explosão balseira”, o pior pesadelo atual para os governantes norte-americanos, que apenas começam a emergir de uma forte crise econômica. Em terceiro lugar, a oposição política cubana não tem podido (sabido, conseguido) posicionar-se como uma opção real de poder aos olhos dos EUA, com uma força tal que permita controlar a possível influência narcotraficante que muito provavelmente caia sobre a ilha se houver um vácuo de poder associado a dissolução dos atuais corpos armados da ditadura, que até o momento tem garantido um status de convivência “aceitável” para os EUA.

É evidente que estes interesses norte-americanos - ademais totalmente legítimos desde o ponto de vista de sua própria nação - primarão nas conversações que se aproximam. A grande incógnita para os cubanos democratas é se outros interesses norte-americanos, também comuns aos do povo de Cuba, como a eliminação do foco de anti-norte-americanismo que representa o castrismo, ou o estabelecimento de um regime democrático a 90 milhas de suas costas, escolhido em eleições livres e supervisionadas, o que também significaria estabilidade dentro da ilha, estaria na agenda das conversações que se aproximam.

A grande pergunta é: devemos os cubanos aguardar pelo desenvolvimento dos acontecimentos, ou ser proativos nas propostas ante as instâncias da União Europeia e dos EUA para instituir uma sociedade democrática dentro de Cuba?

 http://www.cubalibredigital.com
 

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