• Thorsten Polleit
  • 24 Novembro 2017

(Publicado originalmente em www.mises.org.br)

Com a ascensão do populismo nos países desenvolvidos, a globalização econômica caiu em descrédito. Cada vez mais pessoas estão rejeitando a globalização com o argumento de que ela não apenas é injusta como também representa a fonte de todos os males — sendo inclusive a fonte de crises econômicas e imigrações em massa.

Esse tipo de condenação generalizada e abrangente da globalização, porém, apresenta dois erros graves: ela não só é factualmente errada — a globalização econômica comprovadamente aumentou o padrão de vida da população mundial — como também é conceitualmente errada.

Existe o globalismo e existe a globalização. O globalismo é um conceito político. Já a globalização é um conceito econômico.

Globalização econômica
A globalização econômica significa "divisão do trabalho em nível mundial".

A população de cada país se especializa naquilo em que é boa, adquirindo assim uma vantagem comparativa em relação às outras: faço aquilo em que sou melhor que os outros e vendo para eles; e compro dos outros aquilo que eles fazem melhor do que eu. Todas essas transações econômicas devem ser feitas o mais livremente possível, sem a intervenção de governos na forma de tarifas protecionistas e de outras barreiras alfandegárias. (Veja aqui um exemplo prático).

A consequência deste arranjo foi, é e sempre será um aumento no padrão de vida de todos os envolvidos.

Hoje, nenhum país é capaz de viver em autarquia, produzindo absolutamente tudo de que sua população necessita para viver decentemente. Caso um país realmente tentasse produzir tudo o que consome, isso não apenas seria um monumental desperdício de recursos escassos, como também levaria a custos de produção e, consequentemente, preços exorbitantes, afetando drasticamente o padrão de vida da população.

Pense em uma simples camisa. Fabricada na Malásia utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, e tecido de Portugal, em seguida sendo vendida no varejo em Sidney, em Montreal e em várias cidades dos países em desenvolvimento (ao menos naqueles que são mais abertos ao comércio exterior), a camisa típica da atualidade é o produto dos esforços de diversas pessoas ao redor do mundo. E, notavelmente, o custo de uma camisa típica é equivalente aos rendimentos de apenas umas poucas horas de trabalho de um cidadão comum do mundo industrializado.

Obviamente, o que é verdadeiro para uma camisa vale também para incontáveis produtos disponíveis à venda nos países capitalistas modernos.

Como é possível que, atualmente, um trabalhador comum seja capaz de adquirir facilmente uma ampla variedade de bens e serviços, cuja produção requer os esforços coordenados de milhões de trabalhadores? A resposta é que cada um desses trabalhadores faz parte de um mercado tão vasto e abrangente, que faz com que seja vantajoso para muitos empreendedores e investidores ao redor do mundo organizarem operações de produção altamente especializadas, as quais são lucrativas somente porque o mercado para seus produtos é de escala global.

Esta especialização tanto do trabalho quanto da produção, ao longo de diferentes setores industriais ao redor do mundo, é exatamente o fenômeno da globalização econômica.

(Recentemente, um homem resolveu fabricar, do zero, um simples sanduíche. Ele plantou o trigo para fazer o pão, retirou o sal da água do mar, ordenhou uma vaca para fazer o queijo e a manteiga, matou uma galinha para retirar o filé de frango, fez o próprio picles e teve até de extrair o mel do favo. Seis meses e US$ 1.500 depois, o sanduíche ficou pronto. E, a julgar pela reação dele próprio, a qualidade do produto final foi medíocre).

O fato é que, hoje, nenhum país produz apenas para satisfazer suas próprias necessidades, mas também para atender a produtores e consumidores de outros países. E cada país se especializa naquilo que sabe fazer melhor.

A globalização econômica, com o livre comércio sendo seu componente natural, aumenta a produtividade de todos os envolvidos. E, consequentemente, aumenta também o padrão de vida de todos. Sem a globalização econômica, a pobreza neste planeta não teria sido reduzida com a intensidade em que foi nas últimas décadas.

Por fim, vale ressaltar que todo e qualquer indivíduo é, em si mesmo, um defensor árduo da globalização econômica, mesmo que ele não saiba disso. As pessoas acordam cedo e vão trabalhar exatamente para ganhar dinheiro e, com isso, poderem consumir o que quiserem. As pessoas trabalham e produzem para poder consumir produtos bons e baratos, independentemente de sua procedência. Eles podem ser oriundos de qualquer parte do mundo; o que interessa é que sejam bons e baratos. Isso é globalização econômica.

Impor obstáculos a esse consumo — isto é, restringir a globalização econômica — significa restringir a maneira como as pessoas trabalhadoras podem usufruir os frutos do seu trabalho. No mínimo, isso é imoral e anti-humano.

Globalismo
Logo de início, é fácil ver que o globalismo — que também pode ser chamado de globalização política— não tem absolutamente nada a ver com a globalização econômica.

Globalização econômica significa livre comércio e livre mercado. Trata-se de um arranjo que não apenas não necessita da intervenção de governos e burocratas, como funciona muito melhor sem eles. Indo mais além, trata-se de um arranjo que surge naturalmente quando não há políticos e burocratas impondo obstáculos às transações humanas.

Já o globalismo é o exato oposto: trata-se de um arranjo que só existe por causa de políticos e burocratas. Seria impossível haver globalismo se não houvesse políticos e burocratas.

O globalismo é uma política internacionalista, implantada por burocratas, que vê o mundo inteiro como uma esfera propícia para sua influência política. O objetivo do globalismo é determinar, dirigir e controlar todas as relações entre os cidadãos de vários continentes por meio de intervenções e decretos autoritários.

Eis o argumento central do globalismo: lidar com os problemas cada vez mais complexos deste mundo — que vão desde crises econômicas até a proteção do ambiente — requer um processo centralizado de tomada de decisões, em nível mundial. Consequentemente, leis sociais e regulamentações econômicas devem ser "harmonizadas" ao redor do mundo por um corpo burocrático supranacional, com a imposição de legislações sociais uniformes e políticas específicas para cada setor da economia de cada país.

O estado-nação — na condição de representante soberano do povo — se tornou obsoleto e deve ser substituído por um poder político transnacional, globalmente ativo e imune aos desejos do povo.

Obviamente, a filosofia por trás dessa mentalidade é puramente socialista-coletivista.

Representa também o pilar da União Europeia (UE). Em última instância, o objetivo da UE é criar um super-estado europeu, no qual as nações-estado da Europa irão se dissolver como cubos de açúcar em uma xícara quente de chá. Foi majoritariamente disso que os britânicos quiseram fugir.

Ao menos para o futuro próximo, este sonho burocrático chegou ao fim. O desejo de impor uma uniformidade afundou em meio a uma dura e difícil realidade política e econômica. A UE está passando por mudanças radicais — culminando com a decisão dos britânicos de sair dela — e pode até mesmo entrar em colapso dependendo dos resultados eleitorais em alguns importantes países europeus (França, Holanda, Alemanha e possivelmente Itália) neste ano de 2017.

Com Donald Trump na presidência americana não há mais qualquer apoio intelectual dos EUA ao projeto de unificação européia. A mudança de poder e de direção em Washington diminuiu o poder de influência dos globalistas — o que permite alguma esperança de que a futura política externa americana seja menos agressiva em termos militares. Trump — ao contrário de seus antecessores — ao menos não parece querer impingir uma nova ordem mundial.

Por outro lado, os defensores da globalização econômica têm motivos para estar preocupados. O governo Trump vem ameaçando utilizar medidas protecionistas — majoritariamente na forma de tarifas de importação — para supostamente estimular o emprego e a produção nos EUA, mesmo com toda a teoria e realidade econômicas demonstrando que o efeito será o oposto.

Tamanha interferência na globalização econômica, o que representaria um retrocesso no tempo, não apenas seria um ataque à prosperidade, como também pode se degenerar em conflitos políticos, reacendendo antigas rixas e contendas. Não precisaria ser assim.

Para atacar e até mesmo aniquilar o globalismo não é necessário atacar e fazer retroceder a globalização econômica.

A globalização é Steve Jobs, Jeff Bezos e Michael Dell; o globalismo é George Soros, o CFR, a Comissão Trilateral, os Rockefeller, os Rothschilds e a ONU.

Conclusão
Ao passo que o globalismo representa o autoritarismo e a centralização do poder político em escala mundial, a globalização econômica — que nada mais é do que a divisão do trabalho e o livre comércio — representa a descentralização e a liberdade, promovendo uma produtiva e, ainda mais importante, pacífica cooperação além fronteiras.

A restrição à globalização econômica — ou seja, o protecionismo — nada mais é do que o medo dos incapazes perante a inteligência e as habilidades alheias. Tal postura, além de moralmente condenável, por ser covarde, é também extremamente perigosa. Como já alertava Bastiat, se, em vez de nos permitirmos os benefícios da livre concorrência e do livre comércio, começarmos a atuar incisivamente para impedir o progresso de outras nações, não deveríamos nos surpreender caso boa parte daquela inteligência e habilidade que combatemos por meio de tarifas e restrições de importações acabe se voltando contra nós no futuro, produzindo armas para guerras em vez de mais e melhores bens de consumo que eles querem e podem produzir, e os quais nós queremos voluntariamente consumir.

Como também disse Bastiat, quando bens param de cruzar fronteiras, os exércitos o fazem.

Por isso é de extrema importância preservarmos a globalização econômica.


* Economista-chefe da empresa Degussa e co-fundador da firma de investimentos Polleit & Riechert Investment Management LLP. Professor honorário da Frankfurt School of Finance & Management.
 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 21 Novembro 2017

DOIS NOVOS E EXCELENTES NOMES PARA PRESIDENTE


VITRINE

No editorial de ontem mencionei que o tabuleiro eleitoral visando as Eleições 2018 está em fase de formação pelos mais diversos partidos. Todos, certamente, ávidos por colocarem na vitrine, o quanto antes, seus pré-candidatos para que possam ser apreciados, ou não, pelos eleitores.


PARA PRESIDENTE

Além do safadíssimo ex-presidente Lula Petista e o militar Jair Bolsonaro, do PEN, que anteciparam suas pré-candidaturas a presidente no início de 2017 (ou antes), no último final de semana foi a vez do Partido NOVO anunciar o nome do administrador João Amoêdo; do PSC, que confirmou o economista -liberal- Paulo Rabello de Castro (atual presidente do BNDES); do PODEMOS, que definiu o senador Álvaro Dias; e do PCdoB, com a comunista Manuela D'Àvila.

 

SALUTAR

Até agora, entre os candidatos já definidos, a lista revela nomes de excelentes pré-candidatos que nunca participaram de pleitos eleitorais. Isto, no meu entender é pra lá de salutar, e como tal precisa ser levado em boa conta pelos eleitores. Principalmente aqueles que se dizem enojados com os políticos de carreira.


DOIS EXCELENTES NOMES

Pois, para o meu severo gosto, desde já, entre os pré-candidatos acima informados, os que mais me agradam são: o João Amoêdo, do NOVO, e Paulo Rabello de Castro, do PSC. Atenção ao importante detalhe: ambos, além de excelentes nomes, devidamente atestados pelos currículos que apresentam, concorrem pela primeira vez nas suas vidas. Prestem, portanto, bastante atenção nestes dois excelentes nomes.

NINGUÉM GOVERNA SOZINHO

Entretanto, sempre é bom lembrar que as Eleições 2018 não se restringem apenas à escolha do presidente. Tão importante quanto é a escolha do governador, do deputado estadual, do deputado federal e do senador. Não esqueçam que nenhum pretendente ao cargo do Executivo consegue governar sem a colaboração dos eleitos ao Legislativo.

COMBINADO!

Na medida em que estivermos nos aproximando do importante Pleito de 2018, com o propósito de fornecer algum auxílio aos leitores-eleitores, desde já me proponho a apontar os nomes dos melhores candidatos, tanto para o Executivo quanto Legislativo. Detalhe: só merecerão destaque os candidatos que nada tem de POPULISTAS, ou seja, só falam, com coragem e determinação, as mais puras VERDADES. Combinado!  

*Publicado originalmente em www.pontocritico.com

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  • Carlos I.S. Azambuja
  • 21 Novembro 2017


É interessante notar o que os principais membros da Bilderberg tiveram a dizer sobre o Grupo. David Rockefeller escreve que "as reuniões de Bilderberg devem induzir visões apocalípticas de banqueiros internacionais onipotentes que planejam com funcionários do governo sem escrúpulos para impor esquemas astutos em um mundo ignorante e desavisado" (Rockefeller, pp. 410-1). Denis Healey escreve que "na América foram atacados como um plano de esquerda para subverter os Estados Unidos, na Europa como um plano capitalista para minar o socialismo" (Healey, p.196).

Na verdade, todas as afirmações acima são corretas, com exceção da idéia estranha - sem dúvida o produto dos esforços de direção socialista - que as atividades do Grupo de alguma forma "prejudicam o socialismo". A verdade é que o Grupo Bilderberg foi uma operação socialista desde o início: de todas as contas, Bilderberg foi criada pelo socialista polonês Joseph Retinger, que foi um colaborador próximo da Fabian Society.

Com sede em Londres, Retinger havia se encarregado de coordenar os ministros estrangeiros de vários governos europeus - no exílio durante a guerra. Após a guerra, foi nomeado secretário-geral de várias organizações que promovem projetos socialistas como a Liga Independente para Cooperação Européia (ILEC) e a Liga Européia para Cooperação Econômica (ELEC). Essas organizações foram financiadas por David Astor e interesses associados e se tornaram a força motriz do movimento por uma Europa unida (Ratiu, 2012).

O envolvimento de figuras líderes do mundo financeiro mostra que Bilderberg foi de fato a criação de interesses financeiros. Só que esses interesses não eram "capitalistas" senão socialistas . David Astor, que se tornou um membro, era um líder do grupo pro-socialista Milner. Outros principais financiadores que participaram das reuniões de Bilderberg da primeira conferência (1954) foram os antigos socialistas de Fabiano David e Nelson Rockefeller; Joseph E. Johnson, presidente do Conselho de Relações Econômicas dos Rockefeller (CFR) e presidente da Fundação Carnegie Controlada pela Rockefeller para a Paz Internacional; e Dean Rusk, diretor da CFR, diretor da Fundação Rockefeller, co-presidente do Bilderberg e (desde 1961) secretário de Estado democrata. O único tipo de capitalista foi o presidente do Grupo, o Príncipe Bernhard dos Países Baixos. No entanto, ele foi controlado por Retinger que, como ex-membro dos serviços de inteligência, detinha informações sobre a vida privada de Bernhard (de Villemarest, p.15) e o escolheu claramente para cobrir a trilha socialista.

Do lado político, também, o Grupo era dominado por socialistas como Denis Healey e Hugh Gaitskell, da comissão executiva da Fabian Society. Healey também foi membro e mais tarde presidente do Comitê Consultivo do Gabinete Internacional Fabian, bem como o conselheiro da Casa Chatham (RIIA). Seu colega "conservador" no comitê de direção de Bilderberg foi Reginald ("Reggie") Maudling, Secretário Econômico do Tesouro de Churchill, que havia sido um dos principais defensores do programa de nacionalização do Trabalho. Os membros franceses incluíram Guy Mollet, vice-presidente da Internacional Socialista controlada por Fabian, líder da Secção Francesa do Partido Internacional Socialista (mais tarde socialista) (SFIO) que mais tarde se tornou primeiro-ministro da França e seu assistente Jacques Piette, da Comitê executivo da SFIO.

A Sociedade Fabiana ocupou uma posição dominante na cena socialista internacional, não só através de suas estreitas ligações com os Rockefeller e outros poderosos aliados americanos, mas também graças ao fato de que foi uma das poucas organizações socialistas na Europa a permanecerem intactas pela ocupação alemã . Esta posição única permitiu lançar a Internacional Socialista após a guerra e foi claramente refletida no Grupo Bilderberg.

Igualmente clara é a relação entre os principais socialistas fabianos e os interesses financeiros envolvidos. Enquanto Retinger estava no pagamento de David Astor, como já se observou, Healey e Gaitskell desfrutaram de favores, como excursões estrangeiras pagas por organizações controladas por Rockefeller (os associados de longa data da Astors), a saber, a Fundação Ford, a Fundação Rockefeller e a CIA . Os interesses de Rothschild também não foram ausentes do comitê de direção de Bilderberg. Eles foram fortemente representados por figuras como Sir Evelyn de Rothschild, do NM Rothschild & Sons, em Londres, e seu primo Edmond de Rothschild, chefe do grupo de banca privada Edmond de Rothschild Group com filiais em Paris e Genebra.

David Rockefeller afirma que o grupo Bilderberg discute questões importantes "sem chegar ao consenso". Healey, que achou as conferências de Bilderberg "mais valiosas", explica que o valor real de tais reuniões é "nos contatos pessoais fora da sala de conferências". os contatos levam a outros lugares onde o consenso é indiscutivelmente alcançado. Foi nas reuniões de Bilderberg que David Rockefeller conheceu o presidente do Royal Dutch Petroleum, John Loudon, que ele nomeou presidente do Comitê Consultivo Internacional do Chase Bank (IAC) no final da década de 1960. As oportunidades para chegar a um consenso também são fornecidas por reuniões anuais da Comissão Trilateral, outra operação de Rothschild-Rockefeller que, para o prazer expresso de Rockefeller, é um " colaborador vigoroso e efetivo na cena mundial " (Rockefeller, pág. 418, ênfase adicionada).

A principal função do Grupo Bilderberg, então, parece ser a de um fórum preliminar para reuniões trilaterais e eventos relacionados. No entanto, isso não quer dizer que as conferências de Bilderberg sejam meras conversas. Eles produziram projetos favorecidos pelos interesses financeiros internacionais acima mencionados, como o Tratado de Roma de 1957, que criou a Comunidade Econômica Européia (CEE) também conhecido como "Mercado Comum" (Aldrich, p.221) e continua a ser um importante local onde projetos similares levando ao governo mundial são discutidos sem a participação ou o conhecimento do público em geral.

O papel do Grupo Bilderberg no impulso do governo mundial foi confirmado pelo líder Fabian Healey, co-fundador da Internacional Socialista e Bilderberg, que admitiu que o grupo pretendia alcançar uma "governança global unida" (Birrell, 2013).

À luz dos fatos acima mencionados, a identidade dos objetivos da Sociedade Fabiana representada pela Internacional Socialista e partidos como o Trabalho, por um lado, e os objetivos dos interesses financeiros internacionais representados pela ONU e Bilderberg, por outro lado, se tornam indiscutível (Ratiu, 2012).

* Este artigo é baseado no Capítulo 2, "The Fabian Conspiracy", de The Milner-Fabian Conspiracy de Ioan Ratiu).

** Carlos I. S. Azambuja é Historiador
*** Publicado originalmente no Alerta Total
   

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  • Marcos Whittaker, em MSM
  • 19 Novembro 2017

(Publicado originalmente em www.midiasemmascara.org)

 


Passado mais de um ano da realização do Jogos Olímpicos Rio 2016, faço um balanço do que vi e do que vejo hoje em dia, do tal celebrado “legado”. Abundam as reportagens sobre o abandono de instalações olímpicas, caos e corrupção na segurança pública do Rio de Janeiro, escândalos dentro e fora do comitê olímpico com a suspeita da compra de votos pelas cidades sede e as denúncias dos casos de doping da equipe russa desde os anos 60 (na época não apenas russa, mas soviética), manchando o espírito olímpico e colocando em cheque a integridade da instituição, seus membros e dos custos de produção do evento. Problemas que mais se parecem com um padrão infinito de geometria fractal ou com a Hidra de Lerna: corta-se uma cabeça, surgem duas novas em seu lugar. A mídia, principalmente a chamada mainstream, se farta e ordenha o quanto pode cada um dos tópicos acima. Minha indignação e estranhamento hoje em dia, como cidadão já anestesiado com tanta desgraça, vem não do que é noticiado, mas do que não o é.

Trabalhei durante o Revezamento da Tocha Olímpica Rio 2016, percorrendo o Brasil inteiro em uma caravana gigante com diferentes equipes dedicadas ao sucesso da missão de levar o fogo olímpico aos quatro cantos do país. Missão cumprida (e comprida!) e a tocha foi entregue sem nunca ter sido apagada, apesar das inúmeras tentativas em vários protestos ao longo da jornada. À noite, as equipes se encontravam durante o jantar, geralmente nos próprios hotéis onde estávamos hospedados. Era um momento de congraçamento e também de assistir os telejornais, arrancando gritos, gargalhadas e aplausos quando um de nós era flagrado nas matérias jornalísticas transmitidas para todo o Brasil e o mundo. Os meios de comunicação, dependendo de sua vertente política (declarada ou não), davam a ênfase que lhes convinham ao evento, muitos apoiando, outros detratando a passagem da tocha que indiscutivelmente despertava emoções variadas por onde percorreu.

Além das inúmeras amizades que se sedimentaram ou nasceram dentro das equipes que compunham o comboio (Patrocinadores, Cerimônias Cariocas, Polícias Militares Estaduais, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal, etc), ou das belezas naturais já alardeadas desde Pero Vaz de Caminha, algo que saltou aos olhos de vários companheiros de viagem foi a presença do MST – Movimento dos Sem-Terra – por todo o Brasil. Bandeiras vermelhas, algumas novas em folha, outras muitas vezes improvisadas com um pedaço de pau e camisetas velhas do MST, eram avistadas na beira da estrada. Gradualmente o número de bandeiras se intensificava, um sinal de que poucos quilômetros à frente havia algum acampamento.

O comboio passou por inúmeros acampamentos, todos praticamente vazios, invariavelmente com apenas dois ou três homens conversando entre si (nunca vi mulheres, crianças ou animais). Todos os acampamentos, pelo menos os que pude ver, têm uma disposição peculiar: não avançam mais que algo em torno de cinquenta metros adentro dos terrenos em que se encontram, sendo a aparente preferência deles construí-los ao longo de rodovias, margeando os dois lados da mesma por cinquenta, duzentos, trezentos metros, dependendo do tamanho do acampamento. Barracos, paupérrimos, muitas vezes feitos de lona e papelão, suscitavam comentários entristecidos em nossos veículos e nos rádios do comboio sobre as condições precárias em que era possível se viver, e sobre como isso é admissível em um país rico como o Brasil. Muitas vezes, a expressão no olhar de nossos companheiros de viagem e o silêncio dentro de nossos carros, micro-ônibus e caminhões era mais perturbador que qualquer comentário. O cenário era desolador, similar ou pior aos documentados em fotos e filmes da crise de 1929 ou da Segunda Guerra Mundial. O único fato que destoava da paisagem eram uma ou duas pick-ups razoavelmente novas (Hylux, Amarok e similares) frequentemente, mas não sempre, estacionadas em uma das extremidades dos acampamentos. Talvez de alguma forma as pick-ups fossem o ganha-pão deles. Ou como transportavam as pessoas, mesmo sendo uma infração no Código Nacional de Trânsito transportar pessoas em uma caçamba aberta, “quem liga para ‘pontos na carteira’ ou uma multa quando o que se está em jogo é a sobrevivência?” – ponderei.

Percorríamos quatro, cinco, seis cidades por dia em uma jornada que começava às 5 da manhã e se estendia por até dezoito horas. Muita adrenalina, mas muito cansaço. Ou melhor, muito cansaço, mas mais adrenalina ainda. Ao passar pelas primeiras cidades perto de acampamentos, muitas vezes indagávamos sobre os integrantes do MST. Afinal de contas, onde estavam aquelas pessoas sofridas que até então só conhecíamos pelo filtro da mídia? Mesmo na correria (literal) da tocha entrando e saindo das cidades, patrocinadores distribuindo brindes para a população que prestigiava o evento e nós de olho no GPS e no relógio, a curiosidade era grande e muitas vezes insistíamos para descobrir se estavam trabalhando em alguma fazenda que havia sido invadida. A resposta típica era uma risadinha, seguida de uma coçadinha na cabeça e desconversavam. Quando tive a sorte de encontrar alguém mais disposto a falar sobre o assunto rapidamente “aprendemos” que o termo certo não era “invadida” e sim “ocupada”. “É que falar ‘invadida’ pega mal, né?” – nas palavras do próprio homem. Revelou ainda, sem se aguentar e em meio a risadas, com uma inocência Mazzaropiana de um verdadeiro Jeca Tatu: “Ô, seus bobo [sic]! Aquilo lá é igual PROJAC, é tudo falso. Esse povo mora tudo [sic] no IBIS (cadeia de hotéis).” E continuou: “Dia de protesto, passa o ‘coordenador do protesto’ com alguns ônibus aqui, dá vinte ou trinta reais para cada um e a ordem é fechar a estrada até mandar parar [sic]”. Para quem não conhece a sigla, o PROJAC era o nome dado aos estúdios da Rede Globo de Televisão, onde são construídas cidades cenográficas. Não posso afirmar se o que foi dito é verdade ou não, mas posso afirmar que, a naturalidade daquele homem humilde descrevendo a situação era tão grande que a cara de duas gurias da equipe da tocha olímpica foi ao chão. Se aquilo era um teatro, sabe-se lá por que razão, o Jeca Tatu da vida real era tão convincente que colocaria Fernanda Montenegro ou Antônio Fagundes no chinelo na arte de representar.

A viagem continuou e as relações se estreitaram. Os homens e mulheres de uniforme das forças policiais tornaram-se amigos e revelaram-se bem mais humanos do que são retratados na maioria das coberturas jornalísticas. Durante as refeições, todas realizadas em grupo, ou reunidos para uma merecida cerveja após nosso extenuante expediente, ouvíamos suas aventuras, muitas perigosas, outras inusitadas e engraçadas. Ao passarmos por estados que fazem fronteira com os países vizinhos, o assunto envolvendo casos de tráfico de drogas e armas era recorrente. Além dos relatos policiais, a impressão que nossas fronteiras são mais furadas que um queijo suíço se confirmou na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Brasil, à Ciudad del Este, no Paraguai. Vários integrantes de nossa caravana olímpica se animaram a fazer compras e, dentre eletrônicos, perfumes e equipamento esportivo, alguns relatos de amigos me chamaram a atenção, quando mencionaram a facilidade em se adquirir armas de fogo, munição e acessórios bélicos. O que chocou os amigos, que creio eu não terem comprado nada do tipo, foi a ausência absoluta da exigência de documentação ou pré-requisitos para adquirir uma arma de fogo no país vizinho, bem como do trânsito livre sem a exigência de qualquer documento para deixar ou sair do país. A verdade é uma só: seria impossível, com base nos recursos e contingente observados na região e descritos pelos colegas de farda, revistar todos os veículos que atravessam a ponte. A pá de cal em qualquer ilusão de controle da entrada de armas no Brasil reside no fato dos próprios comerciantes do Paraguai oferecerem a “comodidade” de entregar armas, munições e acessórios no endereço do comprador, geralmente hotéis em Foz do Iguaçu. Dessa forma, o comprador não corre o risco, se é que há algum, de ser pego atravessando a fronteira e ser enquadrado como traficante internacional de armas de acordo com o Código Penal brasileiro.

Após tomar conhecimento do fato, averiguei junto a colegas das Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal se eles tinham conhecimento de tal situação. A resposta, além de afirmativa, foi mais longe. Relatos e intercâmbio entre as inteligências das polícias facilitados atualmente pelas redes sociais e aplicativos de mensagens como o whatsapp,indicam que caminhões com contrabando de madeira, motosserras, drogas, armas e munições entrando e saindo do Brasil são muito frequentes, e é impossível prever o volume do tráfico ilegal que tem sucesso com base no que é apreendido. Para cada caminhão apreendido com contrabando ilegal, quantos outros passam pelos postos de controle alfandegário ou da Polícia Rodoviária Federal sem serem sequer parados? 10? 100? 1000? Sabe-se, entretanto, que muitos caminhões com armas e drogas apreendidos tinham como destino acampamentos do MST. A aquisição e a posse de armas são, em termos práticos, proibidas no Brasil. Pode-se dizer, munido de malabarismo retórico, que não são “proibidas”, mas “proibitivas”. Ou seja, são acessíveis a quem é “amigo do Rei-Estado” que emite (ou não) as autorizações exigidas pela lei, e ainda deve-se ter recursos financeiros para pagar pela burocracia e pelo equipamento (arma e munição) em si, que por ser rara, é cara. A outra opção é a de quem se propõe a andar à margem da lei, seja tal indivíduo um bandido com óbvias intenções criminosas ou um pai de família, disposto a proteger sua família e propriedade, ainda que marginalizado pela lei.

O MST tem acampamentos estrategicamente posicionados como peças de xadrez por todo o Brasil, e por algumas vezes foi citado por lideranças políticas como sendo um “exército”. Qualquer site de buscas apontará matérias divulgadas na mídia com as palavras-chave “contrabando”, “armas” e “drogas” orbitando o MST. Contrabando é uma violação da lei. Drogas também, e convertem-se em dinheiro. Armas traduzem-se em poder. Uma tríade perigosa e nociva à sociedade.

Como diz o famoso adágio: Ter cérebro é obrigatório, usá-lo é opcional.

Convido-os à uma reflexão com base no que vi e no relato de amigos e do “povo de verdade”, não de pessoas fictícias que o marketing ou a mídia em geral, salvo raras exceções, colocam diante de vossos olhos. 2018 já bate à porta e a temperatura social e política tende a subir, e muito, com as eleições gerais. Meu legado olímpico foi o de retirar uma venda que me impedia de ver a realidade, ou ao menos um recorte dela, sem intermediários. Se tu, caro leitor, acompanhastes até aqui essa mera exposição de fatos que mais se parece um quadro surrealista de Dali com pitadas rodriguianas de um “Óbvio Ululante” mais contemporâneo que nunca, pergunto: a chama olímpica se apagou ao término dos jogos, como é de praxe, mas pode-se ignorar que o MST – Movimento dos Sem-Terra, em tese, pode ter o contingente e o poderio bélico para “colocar fogo” em todo o Brasil?

O MST e principalmente seus dirigentes são a “não-notícia” que só ganha o noticiário quando já é tarde demais para alguns. Ruim será quando for tarde demais para todos.

Esperemos o melhor, mas preparemo-nos para o pior.

 

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  • Editorial Estadão
  • 19 Novembro 2017

 

Deliberadamente ignorando o fato de que a economia brasileira começa a reconquistar a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros e, consequentemente, a dar sinais claros de recuperação, a presidente cassada Dilma Rousseff continua gastando o dinheiro do contribuinte para divulgar no exterior mentiras sobre o Brasil. Em Berlim, em entrevista à Deutsche Welle, Dilma perseverou na tentativa de denunciar o “golpe” de que foi vítima e despejou mais um amontoado de inverdades, como a de que por aqui “as crises só se aprofundam”, e de sandices, como a de que a elite brasileira está empenhada em inviabilizar a candidatura presidencial de Lula para, “aí, vender o pré-sal”.

Todo ex-presidente da República tem direito de manter, à custa dos cofres públicos, uma equipe de assessores e seguranças, bem como os deslocamentos da equipe no País ou no exterior. No primeiro semestre deste ano, com viagens à Suíça, França, Estados Unidos, Espanha, Itália, Argentina e México – às quais se soma, agora, a visita a Berlim –, a equipe de Dilma já havia custado ao Tesouro mais de meio milhão de reais, o triplo do que gastaram, juntos, no mesmo período, todos os outros ex-chefes de governo. Questionada, a assessoria da ex-presidente informou que “nenhuma pressão fará com que a presidenta eleita Dilma Rousseff deixe de viajar, interrompa as denúncias sobre o golpe de Estado ocorrido em 2016 e as perversas e nefastas consequências que se abatem sobre a população brasileira”. Se em seu país Dilma tem o caradurismo de sustentar essa versão deturpada da realidade, não surpreende que ela propague escandalosas mentiras no exterior, para um público que acompanha – quando acompanha – a distância os acontecimentos no Brasil. É mais um desserviço que, agora por revanchismo, a presidente cassada presta a seu país.

Confrontada, na entrevista, com questões duras sobre seu comportamento na Presidência da República e após o impeachment, Dilma perseverou na velha tática lulopetista de usar o ataque como defesa: “Alegaram que o impeachment ia resolver a crise econômica, mas essas crises só se aprofundam. O atual presidente usurpador já foi denunciado duas vezes, e o senador Aécio Neves também, ambos enfrentam provas cabais e gravações. Mas essas duas pessoas continuam em seus cargos, enquanto outras duas (ela própria e Lula) são acusadas apenas por terem sido presidentes”. Vale destacar: “Apenas por terem sido presidentes”.

Dilma aproveitou a entrevista também para revelar-se magnânima em relação a uma questão que classificou de “relevante”: “Não acho que perdoar golpista é perdoar o PMDB e o PSDB. Acho que perdoar golpista é perdoar aquela pessoa que bateu panela achando que estava salvando o Brasil, e que depois se deu conta de que não estava. Uma hora nós vamos ter que nos reencontrar. Uma parte do Brasil se equivocou. Agora, isso não significa perdão àqueles que planejaram e executaram o golpe. Você tem uma porção de pessoas que foram às ruas e que estavam completamente equivocadas. Mas você não vai chegar para elas e falar ‘nós vamos te perseguir’. Precisamos criar um clima de reencontro, entende? Não vai ser um clima vingativo, não pode ser isso”.

Com uma sonora gargalhada, Dilma rebateu na entrevista a pergunta sobre se não seria o momento de abrir espaço para novas lideranças, especialmente de esquerda: “Isso se chama ‘como tirar o Lula da parada’. Tá entendendo?”. E após desqualificar todos os nomes que, à exceção de Lula, surgem como candidatos potenciais à Presidência da República, a senhora Rousseff pretendeu liquidar o assunto com uma tirada de graça menos que duvidosa: “Sabe o que eu acho que é novo? Esse foi um pensamento que tive depois do caso do William Waack. Você sabe o que é coisa de preto? O PT é coisa de preto. O Lula é coisa de preto. Nós somos coisa de preto. Eu sou uma coisa de preto”. O que se pode dizer é que um despautério desses é, definitivamente, coisa de Dilma.

 

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  • Alexandre Garcia
  • 17 Novembro 2017


 

Estou em Lisboa, onde acaba de se realizar o Web Summit. Recolhi dele uma constatação: “Esta será a melhor ou a pior coisa que alguma vez acontecerá à humanidade.” No programa de semana passada na GNews, um de meus convidados, promotor de Justiça, lembrou que não há censura legal, pois é proibida pela Constituição, mas a censura da própria sociedade, através das redes sociais. A definição de censura, no Aurélio, não se fixa apenas em proibição; é também repressão, crítica, condenação. O dicionário não inclui no verbete xingamentos, ofensas, violência verbal ou física. Essas reações são incivilizadas, mas não são piores que o aproveitamento político-ideológico disfarçado de censura crítica normal, construtiva. Estão fazendo uso das redes para impor idéias totalitárias e para tentar tolher liberdades individuais, como a de opinião e a de expressão. A idéia é intimidar os mais fracos.

Com as câmeras dos celulares, ninguém mais está só; a vida privada é uma raridade; podem filmar qualquer situação e expor nas redes. Ou guardar para a ocasião oportuna. Se houver má intenção, você pode ser filmado tomando cerveja, e depois filmado na direção de um carro, ainda que não seja no mesmo dia. A edição nas redes sociais pode mostrar que você dirige depois de beber. Se for celebridade, pode ser condenado ao apedrejamento digital. Com isso, pessoas que deveriam ser livres, são permanentemente vigiadas, como no 1984, de George Orwell, em que o Big Brother(irmão mais velho) é o olho que tudo vê.

Também é uma espécie de justiceiro, esse olho do celular que vai para as redes. Várias histórias de famosos estão vindo à tona agora. Kevin Spacey perdeu contrato com a série House of Cards por ter sido acusado de assediar meninos. Ed Westwick, galã da turma jovem, foi alvo de duas atrizes que postaram que foram estupradas por ele. John Travolta também foi acusado de estupro. Harvey Weinstein (produtor de filme) também acusado de assédio por atrizes, assim como Ben Affleck. Serve para intimidar quem pensa que é dono. Em Goiás, há pouco, um jovem matou uma estudante com onze tiros, na sala de aula, porque ela ousara não aceitar seu assédio.

           A novidade pode defender padrões éticos, de civilidade, de respeito às leis. E pode também promover calúnias, perseguições e injustiças. Pode ser usada por partidos políticos, ideologias e seus militantes, contra os que odeiam. Pode vir cheia de preconceitos. Pode trazer absurdos, como considerar homofóbico o Noé bíblico, porque só recolheu casais na arca - nenhuma dupla. Mas onde estaria o equilíbrio, a justiça, a verdade? Nos fatos. Fatos sem alterações, sem edições, sem falsificações. E é preciso não esquecer que entre os direitos e garantias individuais da Constituição, está o inciso X do artigo 5: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. E “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.” Há covardes se escondendo no anonimato da rede, onde só se encorajam escondidos no anonimato da máscara digital e assim confessam fraqueza e medo do seu alvo.

* Publicado originalmente em http://www.sonoticias.com.br
 

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