Existem apenas quatro países com governos declaradamente marxistas-leninistas. Todos são governados por um partido comunista único ou hegemônico: China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba. O marxismo é uma teoria socioeconômica que postula basicamente a nacionalização de toda a economia, com vistas a eliminar os "donos" e a desaparecer a exploração a que estavam submetidos os seus trabalhadores. O leninismo é outra teoria, neste caso teoría política, que estabelece a necessidade de uma ditadura partidária nas sociedades marxistas para evitar o retorno dos proprietários e preservar os benefícios da nova sociedade sem "exploradores".
Assim, a união das duas teorías - marxista e leninista - conforma um sistema totalitário marxista-leninista, também chamado de comunista, porque o marxismo define esse objetivo a tais sociedades. Quando, dentro da sociedade chinesa marxista-leninista, o Partido Comunista decidiu eliminar a estatização e chamar os proprietários novamente para administrar toda a economia, de fato, materializou a morte do marxismo, mas manteve o leninismo para uso e abuso da ditadura política que havia sido estabelecida, precisamente, para evitar o retorno dos proprietários!
O promotor dessa reforma, Deng Xiaoping, se atribuiu a tarefa de justificar o injustificável: que a sociedade tenha violado o marxismo e continuado a ser marxista-leninista, e preservado o partido comunista. Cabe registrar aquí, sem entrar em detalhes, que os chineses possuem uma profusa literatura que justifica seu novo tipo de sociedade, capitalista na economia (assassinando o marxismo) e "comunista" na política (ditatorial). Como o capitalismo na economia os salvou da ruína, agora defendem tais "mudanças" apenas para conservar o poder.
O atual chefe do Partido Comunista chinês, Xi Jinping, emergiu como ideólogo e disseminador de tal esquema capitalista, misto com a ditadura comunista, e pretende estendê-lo aos países restantes (Cuba e Coreia do Norte, porque Vietnã já foi para esse esquema), onde ainda governam os partidos comunistas, a fim de manter a ditadura política. Quase resolvido o problema na Coreia do Norte, Xi agora enfatiza sua implementação em Cuba, para onde enviou o chefe vietnamita a dizer que essa é a única maneira de manter o poder.
No momento, os únicos países marxistas restantes são a Coreia do Norte e Cuba. O fracasso do marxismo, que a China constatou na década de 70 do século passado, materializa-se na Cuba castrista por uma economia absolutamente racionada de bens e serviços há mais de meio século e na Coréia do Norte, onde sucessivas faltas de alimentos matam de fome milhares de cidadãos. Portanto, não é irracional que os comunistas chineses insistam em convencer os norte-coreanos e os cubanos dos benefícios do capitalismo! As coisas na Coreia do Norte estão indo. Em Cuba permanece a incerteza.
Aparentemente, ao menos, o Partido Comunista Cubano decidiu ir para o capitalismo em sua economía, e isso revela seu fracasso econômico. Tendo fracassado o marxismo, não há justificativa para a ditadura leninista, que foi implementada precisamente para evitar "o retorno dos proprietários". Se estes, contraditoriamente, já estão sendo chamados à ilha para salvá-la, como se justifica a pura e simples ditadura política - Castrista ou Canelista?
* Traduzido do original em espanhol pelo editor do blog.
Tem algo de muito errado escondido em nosso país. Algo está passando despercebido frente a algumas "boas" notícias relacionadas a economia. Sim, o Brasil saiu da recessão. Sim, o Brasil está crescendo. Contudo, o ritmo do crescimento deveria ser bem mais intenso do que o que está sendo observado.
Vamos supor que a taxa de crescimento de longo prazo do PIB per capita brasileiro esteja ao redor de 1,7% ao ano. Isso implica numa taxa anual de crescimento do PIB ao redor de 2,5%. Em 2014 o PIB cresceu 0,1%, em 2015 caiu 3,8%, em 2016 caiu outros 3,6%, em 2017 cresceu 1%. Em outras palavras, estamos mais de 15% abaixo da trajetória de longo prazo. Num cenário assim, a taxa de crescimento do PIB deveria ser bem mais alta. Notem que número significativo de analistas preveem um crescimento de 2,8% para 2018, e de 3% para 2019. Caso tais valores se confirmem, ao final de 2019 estaríamos ainda abaixo do PIB de 2014, e continuaríamos mais de 15% abaixo de nossa trajetória de longo prazo.
O normal seria a economia brasileira estar se recuperando a taxas bem mais rápidas. Se isso não está ocorrendo é porque algum problema bem sério está sendo desconsiderado nas análises. Será que nossa já baixa taxa de crescimento de longo prazo ficou pior ainda? Será que os desastres microeconômicos da administração petista derrubaram ainda mais nossa já estagnada produtividade? Será que a dívida pública, aliada a nossa péssima situação fiscal, está tendo efeitos deletérios bem mais sérios do que estamos notando?
Tem algo de muito sério acontecendo no subterrâneo de nossa economia que não está recebendo a devida atenção. Em minha opinião, são dois os culpados:
1) o estrago microeconômico das políticas econômicas do PT é bem mais sério do que parece. Tudo leva a crer em severos problemas de má alocação de investimentos (a famosa política de escolha de setores e de campeões levados a cabo pelo BNDES e pelo governo petista). Ao investir em setores pouco capazes de competir (tal como os vultosos investimentos no setor naval ou nas péssimas escolhas de investimentos da Petrobras) não só foram "queimados" importantes recursos, pior que isso: a própria manutenção desse investimento implica em novos e custosos desembolsos. Por exemplo, por pior que tenha sido investir em estádios para a Copa do Mundo, ainda assim foi pior ainda colocar bilhões de reais na Refinaria Abreu e Lima ou no complexo Comperj. Quem poderia imaginar que investir em estádios seria a menos pior das ideias petistas?; e
2) A delicada situação fiscal da União, estados e municípios pode estar assustando bem mais do que os jornais levam a crer. São vários os problemas que nos levam a ter severas dúvidas sobre a sustentabilidade da trajetória fiscal atual.
Em resumo, o Brasil precisa de grandes reformas macroeconômicas e microeconômicas. Reformas que coloquem nossa trajetória fiscal num patamar aceitável. Nesse sentido, a reforma da previdência é um primeiro passo urgente. Mas muito mais precisa ser feito no lado fiscal: revisão das desonerações tributárias, revisão dos subsídios governamentais, ampla política de privatização e concessões, reforma administrativa, e freio no crescimento constante dos gastos públicos, são objetivos a serem perseguidos. Pelo lado da produtividade, temos que aprovar medidas que recoloquem o Brasil no caminho do crescimento sustentável. Nesse sentido, abrir a economia, modernizar a legislação trabalhista, simplificar a tributação, valorização e proteção efetiva da propriedade privada, reduzir drasticamente a burocracia, diminuir o volume do crédito direcionado, aprovar o cadastro positivo, e várias outras medidas precisam ser urgentemente implementadas em nosso país.
* Doutor em Economia e advogado.
**Publicado originalmente em http://bdadolfo.blogspot.pt/
A Venezuela foi o primeiro país sul-americano a conquistar sua independência da Espanha, em 1813, pelas mãos de Simon Bolívar. Em 1922, descobriu-se a primeira grande jazida de petróleo, na cidade de Zulia. Em seis anos, aquele país já era o segundo maior produtor de petróleo do mundo, atrás apenas dos EUA. Durante a segunda grande guerra, foi o maior fornecedor de óleo bruto aos americanos. Em 1945, produzia mais petróleo que todos os países do Oriente Médio juntos. Em 1950, apresentava o quarto maior PIB per capita do planeta. A Venezuela era duas vezes mais rica que o Chile, quatro vezes mais rica que o Japão e doze vezes mais que a China. Em 1960, junto com Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait, fundou a OPEP. Em 1990, os venezuelanos eram, na média, um povo rico. Contudo, bolsões de miséria ainda persistiam, como de resto em todos os países da América Latina.
Foi aí que, em 1998, surgia um "Salvador da Pátria" que iria acabar com a pobreza do povo: Hugo Chávez. A partir de 1999 e durante os próximos dez anos, os aumentos do preço mundial do petróleo fizeram de Hugo Chávez um homem muito poderoso e multibilionário, que chegou a influenciar diretamente vários países latino-americanos e até mesmo outros continentes, com suas doações de óleo em troca de "serviços" - apoio a sua revolução bolivariana. A PDVSA, estatal do petróleo venezuelana, foi precisamente o instrumento de que Chávez se utilizou para a construção do "seu mundo". Como uma "vaca leiteira", a empresa foi usada com propósitos político-ideológicos, mas também para o luxo e a riqueza do núcleo duro do chavismo.
Em 1999, Chavez e Fidel Castro assinaram um acordo, pelo qual a Venezuela remeteria 53 mil barris de petróleo diários para Cuba, em troca do envio de 12 mil "médicos" cubanos para a Venezuela. Essas remessas de petróleo chegaram a 100 mil barris diários, mais que o consumo de toda a ilha caribenha, sendo que Fidel vendia o excedente para outros países (atualmente há cerca de 60 mil cubanos na Venezuela, controlando desde a segurança do presidente Maduro, até as forças armadas e de inteligência). Chávez entregou aos cubanos toda a emissão de passaportes e demais documentos de identificação. Além disso, deixou de investir dinheiro no seu país, para comprar bilhões de dólares em títulos da dívida de países amigos, como Cuba, Argentina, Bolívia e Equador.
O ditador venezuelano, no seu delírio proto-comunista, estatizou todos os setores da agricultura, que foram relegados ao abandono, assim como fábricas de alimentos, supermercados, redes de rádio e TV. A maioria fechou. O resultado disso foi que, em menos de uma década de chavismo, a proporção de alimentos produzidos na Venezuela caiu mais de 60%. A partir de 2008, a importação de itens básicos, como remédios e alimentos, foi terceirizada para empresas estatais cubanas, como Alimport, CubaControl e Surimport, que cobram altas taxas de intermediação. Mais uma forma de financiar a ditadura cubana. No final de 2013, os preços do petróleo começaram a cair, levando a Venezuela a atrasar seus compromissos internacionais.
A partir de 2014, com a posse de Maduro em função da morte de Chávez, a destruição daquele país se acelerou. A inflação chegou a 700%, e o índice de desabastecimento chega a ser superior a 80%. Em 2017, a inflação chegou a 2.616%, a maior do planeta. Entre 2015 e 2016, 74% da população perdeu 8 quilos ou mais, em função da fome. No final de 2016, 93,3% dos venezuelanos não tinham como cobrir as despesas com alimentação para garantir uma dieta mínima de 2000 calorias. As pessoas passaram a abandonar seus animais de estimação nas ruas, porque não tinham mais como lhes comprar ração. Esses animais passaram a ser caçador e abatidos para servirem de alimento à população faminta. Nem os animais dos zoológicos foram poupados, bem como os famosos pombos que habitavam as centenas de praças chamadas Simon Bolívar em todo o país. Em 2017, a Venezuela teve de aumentar drasticamente sua importação de petróleo, devido ao sucateamento da PDVSA, cuja direção havia sido entregue aos "cumpanhêros" dos sindicatos.
Adivinhem qual é o maior fornecedor de óleo à Venezuela? Sim, o "grande satã" norte-americano. Segundo Ricardo Haussman, da Universidade de Harvard, a tragédia venezuelana eclipsa qualquer outra da história dos Estados Unidos, Europa Ocidental e do resto da América Latina. Isso sem contar que a Venezuela se tornou um narco-estado, sendo a maior exportadora da cocaína das FARC e da Bolívia para os cartéis de drogas mexicanos e do norte da África. Chávez (enquanto vivo), Maduro, Cabello e toda a cúpula militar venezuelana esteve ou está envolvida com o narcotráfico. Em 2015, dois sobrinhos de Maduro foram presos no Haiti por agentes da DEA americana quando tentavam vender 800 kg de cocaína. Essa é uma breve história de como um psicopata criminoso e seus asseclas conseguiram em menos de 20 anos arruinar um dos países mais promissores da América Latina, com sua utopia socialista.
P.S. Todas as informações acima foram retiradas do livro "HUGO CHÁVEZ, O ESPECTRO", do jornalista brasileiro Leonardo Coutinho, cuja leitura eu muito recomendo.
*Publicado originalmente no Facebook do autor.
Estava relendo “A Morte de Ivan Ilitch” quando recebi a notícia da morte do pequeno Alfie. A célebre novela de Tolstói conta a história de um homem que às portas da morte descobre que sua vida foi inteiramente vazia e destituída de sentido. Ivan Ilitch é juiz numa província russa; morre aos 45 anos de idade, após sofrer um acidente doméstico e desenvolver uma doença que os médicos jamais saberiam qual foi. O menino britânico tinha uma doença rara, de difícil tratamento. A diferença é que a morte de Ivan Ilitch pareceu sem sentido a todos que o rodeavam: família, amigos, colegasde trabalho. Já a morte de Alfie contém uma mensagem que jamais esqueceremos, e que ele levará para a eternidade.
Ivan Ilitch morre como peça de um imenso aparato estatal que, de sua época para os nossos dias, só fez crescer e fortalecer-se. Alfie morre vítima dessa máquina de controle social, fria e desumana, que se considera imensamente superior aos vínculos verdadeiros entre as pessoas, especialmente o vínculo entre pais e filhos.
Ivan Ilitch talvez tenha sido salvo no último instante, como o Bom Ladrão, ao contemplar a luz divina. Alfie agora, com toda certeza, está na presença deDeus, como mártir de uma civilização doente e desesperada. Ivan Ilitch morreu diante da frieza de seus familiares e amigos, que só pensavam na herança e nos cargos que se abririam com a sua morte. Alfie morre cercado pelo amor dos pais e de milhões de cristãos em todo o mundo, que rezaram e lutaram por sua salvação.
Alfie morre para mostrar o que os donos do poder global pretendem fazer com todos aqueles que se coloquem como obstáculos para seus planos de“justiça social”, “diversidade”, “empoderamento” e “igualdade”. Morre como vítima da ideologia da morte, da estupidez materialista e da arrogância pseudocientífica. Morre como nós morreremos, se nada fizermos.
A exemplo de milhões de vítimas que nem sequer tiveram o direito denascer, o destino de Alfie seria desaparecer anônimo. Mas a máquina coletivista também se engana — e Alfie teimou em nascer, para desespero dos ideólogos. A correção dessa “falha” do sistema foi dada pela justiça britânica: passar o pátrio poder ao hospital e desligar as máquinas que mantinham a criança viva.
No entanto, inesperadamente, o menino que deveria morrer em questão deminutos acabou sobrevivendo vários dias. Esses poucos dias em que Alfie continuou entre nós têm mais sentido do que a vida inteira daqueles que o condenaram à morte.
“A morte de um indivíduo é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”, disse Josef Stálin, responsável por mais de 20 milhões de mortes na terrade Ivan Ilitch. Um mundo que se conforma com a morte programada de um menino acabará por se conformar com a eutanásia da humanidade. Assim como a luz vista por Ivan Ilitch, a tragédia de Alfie é um sinal que Deus enviou para nós.
*Publicado originalmente no facebook do autor, em https://www.facebook.com/profile.php?id=100001948569452&fref=mentions
Na quarta-feira, 25, assisti o programa Profissão Repórter, na TV Globo. Esta interessante edição mostrou muita coisa sobre o funcionamento das MÁFIAS DAS MILÍCIAS que, sabidamente, atuam nos morros do Rio de Janeiro de forma aberta e transparente, sem serem incomodadas.
FORMAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
As cenas e entrevistas do PROFISSÃO REPÓRTER não escondem que as MILÍCIAS CARIOCAS são formadas e administradas por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciários e militares (fora de serviço ou mesmo na ativa), que vivem da extorsão da população e da exploração clandestina de gás, televisão a cabo, máquinas caça-níqueis, crédito pessoal, imóveis, transporte por vans, etc.
O GOVERNO PRATICA CRIMES MAIS GRAVES
Pois, ainda que os MAFIOSOS pratiquem uma flagrante ilegalidade (crime), uma vez que em caso de necessidade de consumo de qualquer item desta imensa lita de serviços os moradores dos morros se obrigam a comprar somente das MILÍCIAS, o que precisa ficar bem claro é que o governo comete CRIMES muito graves e maiores.
ENTREGAM O QUE VENDEM
Pelo que vi, a reportagem deixou isto muito claro, as MILÍCIAS ainda que não se possa negar que praticam atividades ilegais e/ou criminosas, o fato é que realmente entregam os serviços que oferecem e/ou vendem. Mais: a preços relativamente módicos, bem de acordo, aliás, com a capacidade financeira dos consumidores.
GOVERNO NÃO ENTREGA
O mesmo, infelizmente, não pode ser dito quanto à prestação dos (pretensos) serviços prestados pelo GOVERNO. Todos pagam e ninguém recebe. Começando pela SEGURANÇA, que no RJ, além de extremamente cara para os pagadores de impostos, simplesmente não existe. Ora, como se sabe, algo que não existe não tem como ser entregue.
COBRANÇA COMPULSÓRIA
O mais nojento é que o GOVERNO impõe a COBRANÇA COMPULSÓRIA, com preços nada módicos, por serviços que se obriga -constitucionalmente- a fornecer e mesmo assim não o faz. E quando faz é de uma qualidade vil, como também é o caso da EDUCAÇÃO E DA JUSTIÇA. Pode?
*Publicado originalmente em pontocritico.com
Nota do Editor: publicado por solicitação do autor, que se declara conhecedor dos fatos.
Observa-se no noticiário recente e freqüente a menção a um possível episódio que teria ocorrido em 18 de julho de 1969, no Rio de Janeiro, referente ao ex-Governador de São Paulo Adhemar de Barros.
Vencidos à época pelas forças da ordem contra o que se convencionou chamar brandamente de ação política armada que, na verdade, se identificava como agrupamentos marginais dispostos à prática de graves delitos, sob a justificativa da ação política, divulgaram eles, amplamente esse episódio à época e fizeram com que o mesmo, passasse a ser aceito como verdadeiro.
Respeitados os que nutriam sentimentos ideológicos e de resgate ou conquista dos melhores resultados para a sociedade brasileira, a verdade é que os grupos VPR, Colina e outros transformaram-se em bandos que atentavam contra a ordem pública, a vida e a segurança das pessoas.
Teriam eles certamente que se louvar na máxima maquiavélica de que os fins justificavam os meios, para assim usufruírem de uma certa aura de revolucionários contra a “opressão dos poderosos”.
Razão pela qual a história da “A Ação Grande ou o Roubo do Cofre de Adhemar” que circula na Internet ( http://www.ternuma.com.br/adhemar.htm) é realmente inverídica porque o cofre não era e nunca fora de sua propriedade.
É indispensável registrar o que vamos relatar e que precisa ganhar destaque e ser divulgado pois é a realidade do que ocorreu.
Em janeiro de 1966, Djair Ribeiro da Costa e o subscritor, eram respectivamente o Chefe e o Sub-Chefe da Casa Civil do Governador do Estado de São Paulo Adhemar de Barros com quem mantinham estreitos laços de amizade, que prosseguiram até o seu desaparecimento em março de 1969.
Essa proeminente figura da política nacional, líder reconhecido de grande visão administrativa nas sucessivas gestões no Governo do Estado de São Paulo, foi também vítima de permanente campanha de calúnias, injúrias e difamações, nas mesmas proporções de suas inegáveis qualidades.
Assim é que ao ter seus direitos políticos cassados, em 06 de junho de 1966, pelo mesmo Movimento que triunfou em 1964, ao qual emprestou seu valioso e imprescindível apoio, mais se estreitaram as relações de conhecimento dos fatos pelos seus auxiliares já mencionados, que exerceram ao longo do Governo Adhemar de Barros, diferentes cargos e funções públicas.
E foi pelo relato pessoal do amigo e companheiro Djair Ribeiro da Costa que vim a tomar conhecimento, por volta de 1970 e, em detalhes, dos fatos que estou narrando, uma vez que este continuou a trabalhar com Adhemar, mesmo depois de seu afastamento da vida pública até sua morte.
Se fosse possível nos dias de hoje buscar o “Boletim de Ocorrência” dos fatos relacionados ao chamado “Roubo do Cofre de Adhemar” poderíamos verificar que na realidade ele pertencia a dona Ana Gimol Benchimol Capriglione que nele guardava algumas jóias, objetos pessoais e valores em moeda estrangeira num total de cerca de US$ 120.000 (cento e vinte mil dólares) segundo me lembro bem de ter-me relatado Djair Ribeiro da Costa.
Nada portanto que guardasse qualquer relação com a fantasiosa quantia divulgada, que jamais existiu e só foi inventada para , de um lado, tentar desmoralizar o líder político e destacado apoiador do “ Movimento de 31 de março” e, por outro, para encobrir Ações Expropriatórias de altas quantias a exemplo da notícia divulgada recente e coincidentemente pelo jornal O Estado de S. Paulo do dia 17/05/2008 que relata o assalto ao Banco Andrade Arnaud, praticado pelo mesmo grupo, na rua Visconde da Gávea, no Rio de Janeiro, cerca de quatro meses antes do mencionado assalto ao cofre de dona Ana.
A verdade no entanto é outra, o próprio sobrinho da vítima, dona Ana Gimol Benchimol Capriglione, de nome Gustavo Buarque Schiller, já falecido, que fôra criado e residiu por muitos anos na casa de seu tio Aarão Burlamarqui Benchimol, irmão da dona Ana, teria sido o principal protagonista e artífice do cenário fabricado com a estória relatada da Ação, conforme o registro no site já referido.
É importante destacar que à época em que se deu o referido roubo do cofre de dona Ana, a mesma senhora estava residindo exatamente na casa de seu irmão Aarão, a quem solicitara por empréstimo, enquanto a sua residência encontrava-se em reforma. Portanto, no mesmo imóvel em que morara e fora criado seu sobrinho Gustavo Buarque Schiller. Conclui-se que o espaço daquela residência, seus móveis e pertences eram conhecidos do jovem Schiller, o qual, tinha livre acesso ao lugar.
Mediante esse esclarecimento, espero que o julgamento de Adhemar, nesse caso, conforme veiculado pelo referido site e amplamente divulgado na mídia nacional seja revisto, restabelecendo a verdade ao seu lugar devido, pois os fatos são outros e foram distorcidos por quem queria aparecer naqueles dias conturbados e sujeitos a qualquer tipo de interpretação e versão, sem a análise rigorosa do ocorrido que está na raíz da correta apresentação do que verdadeiramente ficou gravado nos anais históricos do período.
O mais deplorável é que, ainda hoje, por absoluta ignorância ou maldosa ingerência de interesses espúrios à nação brasileira, alguns indivíduos se utilizem dos fatos relatados, sem aquilatar sua fonte e veracidade.
* Aposentado ECA/USP