Percival Puggina

23/02/2009
S?rome de Estocolmo ? nome atribu? a um fen?o psicol?o diagnosticado, pela primeira vez, ap?m assalto com sequestro ocorrido na capital sueca nos anos 70. Ao longo do per?o de cativeiro, que durou seis dias, os ref? desenvolveram, em rela? aos sequestradores, uma rela? afetiva que acabou interferindo, at?esmo, na acuidade de seus depoimentos como v?mas e testemunhas do crime. Tal s?rome, em s?ese, resulta de uma opera? mental inconsciente, gerada com o objetivo de proteger a psique, mediante a ilus?de que n?h?m perigo real na situa? a que o sequestrado fica exposto. Desde muito tempo, observando certos atores na cena pol?ca brasileira, percebo que id?ico fen?o se manifesta entre eles. Trata-se de um apego emocional que n?se dirige a pessoas, mas a certos per?os hist?os em que estiveram envolvidos, ainda que tais per?os tenham sido de sofrimento e de anomalia institucional. Os tempos n?lhes foram bons, mas esses senhores e senhoras estruturaram suas biografias sobre as dificuldades do momento. Boa parte da esquerda brasileira, por exemplo, demonstra, por atitudes, o quanto era feliz e n?sabia nos anos que ela mesma denominou “de chumbo”. A agita? e a propaganda lhes concederam uma aura de vanguarda dos direitos humanos, liberdades p?cas e justi?social (embora muitos tenham pegado em armas para lutar por um comunismo que ?em tudo, o contr?o disso). Um pouco mais de fantasia e uma persistente repeti? convenceram a muitos de que haviam sido a encarna? do bem na luta contra o mal. Na elei? da “abertura pol?ca”, o PMDB (esquerda da ?ca e primeiro benefici?o daquele momento hist?o) elegeu, sozinho, a maioria do Congresso e todos os governadores estaduais, ?xce? de Sergipe. Foi uma das mais contundentes vit?s eleitorais da vida republicana, seguida de um fracasso com raras exce?s no subseq?e exerc?o do poder. Decorridas mais de duas d?das, muitos l?res nacionais do PMDB padecem a nostalgia e vivem do dividendo que lhes ficou daqueles tempos. Trazem-nos permanentemente ?em? de quem os escuta, n?como advert?ia, mas por saudade, mesmo, e por falta de m?tos posteriores. O PT surgiu nesse per?o, como for?pol?ca ?squerda da esquerda. Longe do trono, acabou tomando para si os dividendos da disputa anterior ?ua pr?a exist?ia. Foi mestre nessa apropria?. Era inevit?l que chegasse ao poder. Chegou. E foi o que se viu. E ? que se v? Hoje, amplos segmentos do partido tornam vis?l a saudade que sentem daqueles anos iniciais em que eram felizes e n?sabiam. Viviam na alva pureza dos ideais e n?sujavam as vestes com a poeira e com o barro do poder. H?ma parcela do PT, radicada no Rio Grande do Sul, que viveu seu per?o de ouro na oposi? ao governo de Ant? Britto. Foram anos terr?is na pol?ca estadual, quando s?r falta de h?to (n?de vontade), as for? em confronto n?pegaram em armas. ?io para provocar a explos??ue n?faltou. Os ga?s se dividiram entre petistas e antipetistas. N?por acaso, na elei? seguinte, o partido elegeu o governador e suas maiores bancadas no Congresso e na Assembl? Legislativa. E foi o que se viu. Restou a nostalgia do per?o em que, ao seu comando, a milit?ia ganhava as ruas com bandeiras vermelhas e as carregava com fervor religioso e ? fundamentalista. Nesse fervor e nesse ? muitos eram felizes e n?sabiam. Turbul?ias que, curiosamente, deixaram saudades... Esse sentimento, essa peculiar S?rome de Estocolmo, se exibe em surtos peri?os, como acaba de acontecer nos epis?s que envolveram o ex-deputado C?r Busatto. ?uma enfermidade e tem diagn?co conhecido. Revista Voto, edi? de fevereiro/2009

Agência Estado

22/02/2009
Por Mari?ela Gallucci Bras?a - O Supremo Tribunal Federal (STF) vai emendar a folga do carnaval. O presidente do STF, Gilmar Mendes, n?marcou para a pr?a semana as tradicionais sess?plen?as de julgamento de quarta e quinta-feira. O feriado termina na ter? A folga prolongada ser?ozada tr?semanas depois de os ministros terem voltado de f?as de 40 dias. Do dia 20 de dezembro a 1º de fevereiro, o tribunal funcionou apenas em esquema de plant?para despacho de pedidos urgentes. Houve um revezamento entre Gilmar Mendes e o vice, Cezar Peluso, no comando do plant? De acordo com a assessoria do STF, nunca s?realizadas sess?de julgamentos na Quartas-feira de Cinzas. Tamb??ma tradi? n?ter sess?no dia seguinte, quinta-feira. Essa sess?de quinta, afirma a assessoria, ser?ompensada em outro dia. As informa?s s?do jornal O Estado de S. Paulo.

Miriam Leitão

22/02/2009
O Brasil j?eve todo tipo de chefe da Casa Civil. T?ico, intrometido, articulador, discreto, conspirador, totalit?o. Desta vez temos um novo tipo: candidato. O presidente Lula diz que a inaugura? de obras pela ministra Dilma Rousseff faz parte das fun?s de chefe da Casa Civil. N?faz. Gerente n?inaugura, n?sobe em palanque, n?discursa: administra. Ela quer inaugurar obra inconclusa, cada etapa de cada projeto e at?edra fundamental; porque ?andidata. N?fosse, faria visitas aos canteiros de obras para acompanhar, verificar, como gerente. Como ?andidata, em qualquer visita ?rmado um palanque e convocada uma claque. Isso ?ampanha pol?ca. A intelig?ia alheia n?deve ser agredida com tentativas de se provar o contr?o. ?leg?ma a aspira? da ministra Dilma Rousseff de concorrer ?resid?ia. Aqui neste espa? escrevi, desde que ela foi nomeada, que a ministra n?era um quadro t?ico. Ela sempre foi uma militante e tem se esfor?o para adquirir compet?ias administrativas. Sua aspira? agora ?al?de leg?ma, previs?l, j?ue outros potenciais concorrentes se enfraqueceram. O que n??orreto ?sar a m?ina p?ca para fazer campanha, dizendo que est?m fun? governamental. A reuni?dos prefeitos foi eleitoreira, seja o que for que o governo diga em contr?o. Gastou-se dinheiro p?co, sete vezes mais do que o admitido, para reunir os poss?is cabos eleitorais de 2010. Na Europa, houve uma reuni?de 700 prefeitos e saiu um acordo de ades?ao protocolo 20-20-20 da Uni?Europeia: 20% de redu? de emiss?de carbono, 20% de energia alternativa e 20% de efici?ia energ?ca at?020. Eles perseguir?essas metas em seus munic?os. Nos Estados Unidos, houve uma reuni?de prefeitos que tamb?terminou com consenso de estudar a ado? do modelo clim?co europeu. Da nossa reuni? os prefeitos sa?m com fotos tiradas com bonecos do presidente Lula e da ministra Dilma e d?das previdenci?as roladas. Eles ouviram muitos discursos, viram o presidente divulgar um dado errado sobre o analfabetismo de um estado administrado por um concorrente pol?co e assistiram aos ensaios eleitorais de Dilma Rousseff. Em 2009 n?haver?lei?, mas h?ma perigosa crise global para ser enfrentada. Os administradores p?cos devem, com seriedade, cuidar da crise econ?a para revert?a. Ningu?ganha com a crise: n?? fracasso de um pensamento econ?o advers?o, como pensa a ministra Dilma. Seja o que for que aconte? j?orreu a ideia de que o estado deva controlar os meios de produ?. N?deu certo, n?funcionou. Que o diga a China, que continua querendo que o Brasil conclua o reconhecimento de que ela ?ma economia de mercado. O PSDB fala em pr?as. ?imo. Esse ?m bom h?to pol?co, como acabamos de ver nos EUA. Fortalece os partidos e divulga as ideias dos pr?andidatos quando ?ma prim?a bem feita. Quando s?oficializadas, funcionam melhor. ?preciso definir as regras e fazer uma prim?a formal. Para isso, o TSE teria que permitir prim?as abertas, em vez da jurisprud?ia de pr?as fechadas que d?todo o poder ?conven?s. O presidente Lula estranhou que o governador Jos?erra v?iajar sem ter obra para inaugurar. Mostra que acredita que a obra ? ?bi perfeito. O PSDB tem que oficializar sua consulta ?bases. N?procurar pretexto, como o governo faz. A maneira como a ministra Dilma foi escolhida pr?andidata do PT lembra o modelo pol?co do deda?que vigorava no M?co na ?ca do PRI. At??aiu em desuso. O deda?era o costume de o presidente anunciar que candidato o partido teria. O PT nunca fez uma pr?a como a que vimos entre Hillary Clinton e Barack Obama. A disputa entre Lula e o suposto pr?andidato Eduardo Suplicy foi para ingl?ver. O candidato sempre foi Lula em todas as elei?s do PT porque ele era o ?o nome que unia o partido. Isso n??ransfer?l. Em vez de trabalhar para que sua candidata suba nas pesquisas e vire fato consumado, o presidente deveria querer a escolha democr?ca que fortalecesse o petismo. O contr?o s?rtalece o lulismo, que n??m partido, ?ovimento personalista. A vantagem das prim?as seria treinar Dilma Rousseff no palanque, na disputa pelo eleitor, nas press?dos debates. Ela nunca viveu situa?s de disputa pol?ca. Essa habilidade n?se adquire em cirurgia. O PSDB vive sempre sob a suposta divis?dos grupos pr?anti-Serra. As pr?as ajudariam a acabar com o mito ou oficializ?o. Os governadores Jos?erra e A?o Neves t? tamb? a ambi? leg?ma de disputar a Presid?ia. O partido tem um pat?co hist?o de decis?tomadas entre quatro paredes ou nos quatro lugares de uma mesa de restaurante. O desafio para todos ser?eparar o que ??ina p?ca e o que ?isputa partid?a interna. O Brasil j?ndou demais no desvio, tem sido muito tolerante com irregularidades. ?hora de um manual de conduta, respeitado por todos os poss?is contendores desta primeira fase da disputa presidencial de 2010.

Percival Puggina

22/02/2009
Suspeito que a conex?em 4 megas n?est?e ligando ao mundo com velocidade compat?l. A disserta? de Lula sobre a crise da economia mundial, expectorada em evento do Sebrae no dia 4 de fevereiro, s?ora chegou ao meu e-mail. De duas uma: ou voltamos aos tempos das dilig?ias ou meus fornecedores de insumo informativos entraram na moda das f?as coletivas. Seja como for, o grande guru de Garanhuns viveu momento de copiosa inspira? perante aquele audit? do Sebrae, repleto de empres?os. Voc?abe que quando a economia andou bem e o emprego cresceu, Lula desfilou como pai dos rec?empregados, esperan?dos desempregados e provedor dos sem maior interesse nisso. As vagas criadas nada tinham a ver com as empresas, seus acionistas, seus empres?os, sua disposi? para o investimento e sua criatividade. Os empregos nasciam das m? dadivosas do presidente. Agora que a vaca, o boi, o touro e o terneiro foram para o brejo, os culpados pelo desemprego s?os empreendedores. E Lula desfila pelo pa?a cobrar solu?s criativas desses sanguessugas da mais valia, incapazes de coisas t?elementares quanto pagar a folha de pessoal sem faturamento. Pois eis que o presidente subiu nas tamancas e resolveu lecionar sobre a crise de 1929. Disse ele: Temos que reconhecer que a situa? ?elicada, que essa crise ?ossivelmente maior que a crise de 1929 e temos que reconhecer que o Roosevelt s?nseguiu resolver a crise de 29 por causa da 2ª Guerra Mundial. Como n?queremos guerra, queremos paz, n?amos ter que ter mais ousadia, mais sinceridade, mais intelig?ia, por que eu n?admito que uma guerra, para resolver um problema econ?o, tenha seis milh?de mortos (Estad?Online, 04/02/2009). Decida o leitor sobre o que ?ior nesse bai?do pernambucano doido, se o atropelo da hist? ou se o completo desalinho dos argumentos. Eu guardo em meu site (www.puggina.org) um colar, t?longo quando precioso e bem humorado das p?las de nosso presidente. Tendo colecionado todas ou quase todas, posso afirmar que desta vez Lula se superou. O discurso, certamente acolhido com prolongados aplausos por uma plat? contagiada pela basbaquice (esse tro?quando vem de cima pega), justificaria um motim da intelig?ia, da imprensa e da academia nacional. No entanto, como mencionei no in?o do texto, s?i topar com alguma repercuss?do fato, duas semanas mais tarde, simultaneamente com not?as sobre o baixo desempenho de nossos estudantes nas provas do Enem. Quer?os o qu? Por fim, a bem da verdade, reconhe?se que o presidente, sobre os pr?os disparates, arranca uma conclus?correta: n?ser?reciso matar seis milh?de judeus nem promover uma guerra para resolver a atual crise da economia mundial. Isso ele n?admite. Ufa!

Revista 30 Dias

21/02/2009
Entrevista com Emmanuel III Delly, Patriarca dos Caldeus de Giovanni Cubeddu Antes de poder se preparar para o Advento, Emmanuel III Delly teve de viajar muito. Por muitos motivos. O S?do, alguns tratamentos m?cos adiados h?empo, visitas pastorais ?numerosas comunidades cald?s na Europa e nos Estados Unidos. H?inco longos anos – desde dezembro de 2003 – que foi eleito patriarca da Babil? dos Caldeus. Cinco anos com a guerra em casa. E em Bagd?iu, viveu e testemunhou os sofrimentos do povo iraquiano e entre estes a persegui? aos crist?, que nos momentos decisivos reexplode pontualmente (assim foi em outubro, nos dias do S?do), mas continua tamb?quando n??ot?a. No Iraque, onde a guerra levou tamb??ersegui?, o Patriarca n?se arrisca a declara?s de primeira p?na. Como iraquiano e como pastor da maior comunidade crist?o pa? Sua Beatitude Delly, criado cardeal por Bento XVI em novembro de 2007, exprime cotidianamente o seu testemunho. E nos deixa imaginar, sem recriminar, toda a realidade (do mart?o) por tr?da prud?ia. Beatitude, o que o ?mo S?do, sobre a Palavra de Deus, trouxe de bom? EMMANUEL III DELLY: No Iraque n?h?ma fam?a, uma s?ue n?tenha em casa um exemplar da Sagrada Escritura, a Palavra do Senhor. Podemos fazer mais alguma coisa? Procurar viver esta Palavra, encarn?a na nossa vida, como Nossa Senhora fez indo visitar Isabel para servi-la e mostrar a caridade fraterna. Podemos l?a. Conhec?a n??uficiente, mas pode ajudar. Por isso, se poss?l, todos os dias, ao menos ?oite antes de dormir, ao inv?de passar duas, tr?horas na frente da televis? os pais abram o Evangelho e leiam a Palavra do Senhor aos seus filhos. At?s crian? pequenas ouvir?e, passo a passo, colocar?em pr?ca a Palavra de Deus na sua vida cotidiana. Assim o Senhor nos aben?r?e nos dar?s Suas gra?, nos ajudar? mostrar?s caminhos que levam ao bem. Enquanto o senhor se encontrava em Roma, tamb?nos dias seguintes, particularmente em Mosul, foram retomadas as viol?ias sect?as contra os crist?. DELLY: N?apenas contra os crist?… As not?as que chegam do Iraque n?s?boas para nenhum iraquiano. Quando n?se sabe de onde vem o mal, procura-se encontrar a origem, mas n?se encontra, e ent?fica-se sempre em ?ia, sempre triste. Isso acontece aos meus compatriotas. No Iraque n?se passa um dia sem uma desgra? Para mim o sol nunca se p?em que eu tivesse ouvido uma m?ot?a ou encontrado um problema relacionado ao bem do Iraque, n?somente o dos crist?. N?acontece apenas em Mosul. DELLY: O que aconteceu aos crist? de Mosul acontece h?empos em outras localidades, simplesmente desta vez causou um pouco mais de barulho. Muitos tiveram que deixar suas pr?as casas, levados pelo medo ou por outras raz?mais concretas… Viram seus vizinhos fugirem para o norte, e os seguiram deixando a cidade. Certamente alguma coisa n?est?erta… Mas o qu?A culpa ?e algumas pessoas que n?creem em Deus, n?s?mu?manos nem crist?, n?t?outras cren? al?de seus pr?os interesses e amea? todos os que possuem alguma coisa ou um pouco de dinheiro. Imp?lhes de deixarem suas casas e irem embora, e passando de carro pelas ruas gritam: “N?comprem estas casas, n?s teremos gr?s!”. E isso assustou os crist?, que fogem… DELLY: Geralmente os crist? iraquianos s?pessoas que vivem do seu pr?o suor e com um certo n?l de bem-estar (e agradecemos ao Senhor porque trabalham…). Por isso muitos foram embora especialmente quando viram que alguns deles foram mortos. Por quem? N?sabemos isso. Eu n?acuso ningu? Muitos dizem que as for? estrangeiras s?respons?is, mas eu repito para mim mesmo: “?poss?l que os estrangeiros saibam que o fulano ou sicrano tem um bom n?l de vida, e que mora naquela exata casa se n?conta com um guia iraquiano?”. Portanto eu desaprovo tamb?os meus irm? iraquianos e pe?lhes que se respeitem. O senhor acredita que a pol?ca interna do pa?poder?er a for? num futuro pr?o, de resolver os problemas? Ou ser?empre necess?o uma autoridade externa? DELLY: A situa? n??st?l, portanto n?creio que se possa falar de uma “pol?ca interna”. Por?existe a caridade e o amor fraterno. O Senhor nos ensinou a amarmos uns aos outros: esta ? nossa pol?ca, a pol?ca dos crist?, que exorto para amarem-se e perdoarem-se reciprocamente, tamb?pelo pr?o bem do pa? E para que sejam fi? antes de tudo ao Senhor e depois aos irm?, de diferentes origens, com os quais devemos conviver pacificamente. Esta ? nossa pol?ca, n?temos outra pol?ca interna ou externa. Os que tentam criar agita?s n?s?verdadeiros iraquianos nem homens que amam a pr?a p?ia, e muito menos pensam na vontade do Senhor. Um partido crist?organizado, de minoria, o que poderia fazer? DELLY: Infelizmente cada partido busca seus pr?os interesses. Antes de tudo o de afirmar que ?elhor do que os outros, e isso n?me agrada. Devemos, ao inv? formar um s?artido fiel ??ia”, ou seja, implantar entre n? caridade fraterna, sermos unidos e trabalhar com um s?ra? para todos os nossos irm? iraquianos. E devemos motivar tamb?os compatriotas que est?no exterior para que coloquem em pr?ca esta pol?ca: resumindo, devemos fazer todo o poss?l para o bem da nossa na?. O senhor continua a encontrar autoridades de governo e l?res religiosos. DELLY: Fiz um apelo, antes de tudo, aos respons?is pol?cos, que podem realmente mudar alguma coisa no pa? Do Presidente da Rep?ca ao Presidente do Conselho dos Ministros, aos ministros, aos chefes de partidos, ao pr?o Ali al-Sistani, grande aiatol?iita. E tamb?repasso o mesmo apelo a todos os chefes pol?cos do mundo, que at?gora n?fizeram muito: ouvem as not?as do Iraque, lamentam, mas n?fazem nada sen?dizer-nos belas palavras; depois, cada um volta ?ua pr?a casa e se esquecem de n?Por que n?falam aos nossos respons?is no Iraque, ao chefe da Casa Branca, a outros l?res potentes que poderiam influenciar? Eu continuo a fazer apelo a todos, dentro e fora do Iraque. O senhor citou o xiita Ali al-Sistani. O senhor sabe qual ? dimens?da influ?ia do Ir?ara garantir a estabiliza? pac?ca no Iraque? DELLY: Falo com os l?res sem me preocupar se s?xiitas ou sunitas. Aproximo-me deles como iraquiano, por amor ??ia e aos nosso irm? iraquianos que temos em comum, n?como xiitas pertencentes a uma pot?ia estrangeira. E ?or esta raz? eu creio, que todos me respeitam e me recebem sem problemas, ou v?ao meu encontro para dar ou pedir conselhos. Sabem que n?sou partid?o de ningu? No Iraque se diz: “A n? nossa p?ia, todo o resto ao Senhor”. N?importa que o meu vizinho seja mu?mano ou crist? xiita ou sunita; isso diz respeito a ele, ?m assunto entre o Senhor e ele. Tudo que fa?e o motivo pelo qual trabalho ?ela fidelidade ??ia. Que rela?s o senhor manteve com a di?ora iraquiana e com os crist? que foram embora? DELLY: Gostaria que os iraquianos da di?ora voltassem em p?ia. Mas se n?podem, se a di?ora tornou-se para eles a segunda p?ia, ent?fiquem onde est? Para o bem deles e do pa?no qual se encontram agora e tamb?para o bem de sua p?ia. Por? gostaria que voltassem… N?queremos que o Oriente fique sem crist?, este Oriente que o Senhor tanto amou. Foi ali que viveu e n?queremos que essas terras esvaziem-se do cristianismo por culpa de alguns. Ainda h? vontade pol?ca de transferir os crist?, por motivos de seguran? para algumas “zonas francas” do pa? DELLY: Que eu saiba, todos os respons?is, a partir do presidente e do primeiro-ministro, gostariam que os crist? permanecessem no pa?porque s?a for?do Iraque. De acordo com as estat?icas os crist? s?apenas tr?ou quatro por cento da popula?, mas n??erdade… Significam muito mais porque tamb?a qualidade conta, e os nossos crist? iraquianos s?instru?s, de boa vontade para fazer o bem, e conhecem o mundo fora do pa? Por isso aquele “tr?ou quatro por cento”, mesmo sendo um n?o pequeno, na realidade n?identifica uma minoria, porque se refere a pessoas que est?no Iraque desde antes da chegada do Isl?Origin?os do pa? n?imigrantes. O que significou para o patriarca viver cinco anos de guerra e de persegui?? DELLY: ?uma coisa natural, n?devemos nos maravilhar. Nosso Senhor passou tr?anos fazendo o bem aos seus compatriotas, dando-lhes o p? curando os doentes, e embora tivessem gritado ?ua passagem no Domingo de Ramos: “Hosana, hosana!”, na sexta-feira seguinte todos repetiram “Deve ser crucificado!”. Assim ? vida! O homem esquece logo, n?ao inv? devemos sempre fazer o bem, seguir o exemplo de Nosso Senhor, seguir as pegadas que deixou caminhando. Como ele subiu ao G?ta, suportando tudo, mas depois ressuscitou, assim tamb?n?evemos passar pelo mesmo caminho de sofrimentos, cr?cas, maltratamentos, mas com a certeza de que no final teremos a ressurrei? e a vit?. Nos Estados Unidos h?ma nova administra?. O senhor quer comentar a prop?o? DELLY: N? essas coisas n?me dizem respeito… Por?estou contente com os nossos crist?, que s?realmente s?os na f?apesar das dificuldades nas quais se encontram hoje. O senhor quer contar algum epis? a respeito? DELLY: Posso apenas dizer que s?realmente devotos, t?f?conhecem seus deveres religiosos e os cumprem facilmente, apesar das dificuldades, apesar do medo. Todos os domingos levam seus filhos ?issa, e isso ?uito bom. ?verdade, a situa? n???l, pois algumas vezes as escolas s?amea?as; ent?muitos n?mandam mais seus filhos temendo seq?ros ou mortes. Ent?os grupos de violentos contra crist? continuam a operar? DELLY: Trata-se de fan?cos que agem por interesse pr?o… Mas quando o governo fica sabendo eles param. O nosso governo ?ndependente, apesar de ser xiita procura fazer o bem tamb?aos crist?, para ganhar respeito e elogios, n?as suspeitas. Como eu dizia nunca ouvimos falar de um decreto contra os crist? por serem crist?, ao menos at?gora. Os xiitas defendem os crist?. Dizem que ?reciso ajud?os e que ?reciso dar-lhes trabalho, porque fazem parte do Iraque e o Iraque n?pode viver sem crist?. Por?h?s que se preocupam apenas com seus pr?os interesses, algumas fac?s mu?manas… A Constitui? iraquiana mant?a sharia como fonte de direito. DELLY: Mas nem todos concordam com o texto da Constitui?, mesmo entre os mu?manos. Ainda h?ma possibilidade da reforma do texto constitucional? DELLY: H?inda muitas quest?abertas com rela? ?onstitui?: a liberdade religiosa, que, por exemplo, n?existe. A Constitui? se baseia no Alcor? que n?pode ser contradito por nenhuma lei, enquanto as fontes do direito poderiam ser muitas, porque existem outras religi? Quem dera este fosse o nosso ?o problema… Quantos conselhos arrebatadores ou interesseiros sobre como resolv?os os senhor j?eve ser recebido… DELLY: Do tempo que morei em Roma, como estudante seminarista, recordo de um meu professor que explicava o que ? filosofia: “?a ci?ia com a qual, ou sem a qual, o homem permanece tal e qual”.

Maria Lucia Victor Barbosa

21/02/2009
Finalmente a oposi? se mexeu. Entrou com a? junto ao TSE contra a campanha antecipada da ministra Dilma Rousseff. A ministra, que come?parecer uma r?ica do seu cabo eleitoral, o presidente da Rep?ca, retrucou como este fez em sua campanha de reelei?, que a oposi? tenta “interditar” o governo, “judicializar as obras porque n?t?projeto”. O governador Jos?erra, potencial candidato do PSDB ?resid?ia da Rep?ca, por sua vez afirmou com rela? ?obras do PAC, “que apesar de toda propaganda, 70% dos investimentos realizados no Brasil, n?s?feitos pelo governo federal”. Na verdade, Lula da Silva, a vinte meses das elei?s, faz o que gosta: campanha. Quando n?est?iajando est?o palanque, sempre acompanhado por sua candidata e no “p?to” populista desaparece o lulinha paz e amor. Gritos, xingamentos, espasmos, rosto congestionado e rubro, ressurge o alterado l?r sindicalista que joga fora a compostura, o terno Armani e deita fala? atropelando o idioma para del?o da plat?, especialmente, a dos seus redutos nordestinos, onde funcionam melhor as bolsas-esmola, nova modalidade de compra de votos. Vilma, com chamam os nordestinos, ??do PAC, esse amontoado confuso de projetos e inten?s, de obras feitas e por fazer. Lula ? pai dos pobres. Par perfeito e divinizado que se entrega ao povo crian?que gosta de tutela, que quer que as coisas mudem desde que n?precise fazer for? Assim, pai e m? Lula e Dilma, se inserem na tradi? paternalista implantada desde nossos tempos coloniais. Juntos empolgam especialmente os pobres que precisam de algu?que fale por eles, tome conta deles, cobre benef?os por eles. N?se duvide, pois, que Dilma Rousseff consiga chegar l?Rosto renovado apenas n?ir?jud?a, mas um bom marqueteiro pode transformar, pelo menos temporariamente, a m?zangada, autorit?a e r?ida em m?carinhosa, engra?a como o pai. Quem sabe ela pode vir adotar em seu discurso um “menas” aqui, um “Ponto G” ali, e, porque n? um “sifu” acol?j?ue esse linguajar vai se tornando oficial e politicamente correto. O que parecia imposs?l faz pouco tempo pode se realizar: “Vilma” ser eleita. Afinal, Inaugurando at?scola do tempo de JK e pintura em meio-fio, o pai beneficia sua sucessora com um poder que nenhum advers?o sonha possuir. Ao mesmo tempo, ela ? garantia de continuidade do PT, que entranhado na m?ina estatal seguir?irando as engrenagens do poder. Contudo, a miss?priorit?a da m?ser? de preparar a volta gloriosa do pai, em 2014. Isto se ele n?quiser o 3º mandato ou lan? outro candidato se achar que a m?n?se tornou Nossa Senhora Vilma. Dia 15 passado, num festivo domingo, Hugo Ch?z obteve finalmente o que queria. Atrav?de referendo, 54 % dos eleitores venezuelanos, contra 46%, consagraram o projeto pol?co do Mussolini latino-americano de se eternizar no poder. Ele conseguiu a revolu? sem tiro, o golpe de Estado constitucional, a democracia desp?a. Inova?s dos novos tempos. Naturalmente, n?lhe faltou o uso da viol?ia: n?autorizou com?os da oposi?, dissolveu passeatas dos estudantes com for?policial, amedrontou opositores com suas mil?as fascist?s, amea? funcion?os p?cos, enquanto agradava os pobres, benefici?os das “missiones”, programas assistencialistas e eleitoreiros equivalentes as bolsas-esmola ou bolsas-voto do governo Lula da Silva. Vitorioso, em que pesem as p?imas condi?s da economia venezuelana e a queda abrupta dos pre? do petr?, ?a riqueza do pa? Ch?z declarou que “est?ssumindo a vanguarda da Am?ca Latina”. Na verdade, ele tem seguidores na Bol?a, no Equador e na Nicar?a. De Fidel Castro parece se sentir sucessor. Sua aproxima? com Cristina Kirchner ?vidente. Ch?z lidera tamb?o Brasil? Se a pergunta pode parecer descabida e ferir os brios p?ios, recorde-se que Lula da Silva sempre fez campanha para o companheiro Ch?z, o chama de democrata, faz coro com ele contra os Estados Unidos, enquanto coloca o pa?de joelhos perante os chavistas Evo Morales e Rafael Correa, al?de se acocorar diante do governo argentino. Ademais, em mat?a de estrat?a eleitoral, a usada por Lula da Silva ?em alguns aspectos, muito parecida com a do companheiro da boina vermelha: amplo uso do Tesouro nacional e da m?ina estatal, compra de votos atrav?das bolsas-esmola e propaganda enganosa intensiva de fazer inveja a Hitler. Dif?l enfrentar tal poderio. Al?do mais, exceto vozes isoladas, n?existem reais oposi?s no Brasil. Portanto, ?e se perguntar: ser?ue estamos nos encaminhando para uma ditadura disfar?a de democracia? N?seria conveniente, que os 16% enviassem um SOS a Justi?Eleitoral? Afinal, a democracia ainda ? melhor forma de governo. * Soci?a.

O Globo

21/02/2009
BRAS?IA. Ex-colega de Dilma Rousseff na luta armada contra a ditadura, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que a chefe da Casa Civil teria desempenhado papel de pouco destaque na organiza? clandestina VAR-Palmares, da qual ambos participaram no fim dos anos 60. Presa e torturada pela repress? Dilma j?elatou sua participa? no grupo. Em entrevista publicada da edi? deste m?da revista Playboy, Minc disse que a pr?andidata do PT ?ucess?do presidente Lula n?participou da mais conhecida a? da organiza?: levar US$2,6 milh?de um cofre do ex-governador paulista Adhemar de Barros, em julho de 1969. Minc estava entre os militantes que invadiram a casa de Anna Capriglione, suposta amante do governador, em Santa Teresa. - Posso falar com tranquilidade que ela n?participou dessa a?. Eu garanto - disse o ministro. Perguntado se Dilma liderava a organiza?, o ministro disse que os relatos sobre a atua? dela s?exagerados: - Realmente n??erdade. Numa certa ?ca n?omos do mesmo grupo, mas ela n?tinha nenhuma proemin?ia. Como ela ?ma pessoa important?ima, fala-se qualquer coisa sobre ela, que teve participa? em determinadas a?s, e realmente isso n?aconteceu. Em pelo menos tr?ocasi? Dilma afirmou n?ter participado do assalto ao cofre. Fonte: O Globo

Arnaldo Jabor

21/02/2009
O Globo - 17/02/2009 Agora...tentem explicar este quadro que Jarbas sintetiza com a clara luz de sua entrevista para um pobre homem analfabeto que descola 150 reais por m?do Bolsa Fam?a... Estamos anestesiados diante da vida pol?ca do pa? A entrevista de Jarbas Vasconcelos na revista Veja desta semana ?ma rara ilha de verdade neste mar de mentiras em que naufragamos. Precis?mos dessas palavras indignadas que denunciam a rede de mediocridade pol?ca e de desagrega? de poderes que assola o pa? do Congresso ao Executivo. De dentro de casa, Jarbas berrou: O PMDB ?orrupto!. E mostrou como esse partido nos manipula, sob o guarda-chuva do marketing populista de Lula. O que Jarbas Vasconcelos atacou j?ra voz corrente entre jornalistas, inclusive o pobre diabo que vos fala. Mas sua explos??eg?ma e incontest?l, vinda de um dos fundadores do MDB, depois transformado nesta anomalia comandada pelo Sarney, que ? l?r sereno e h?l da manuten? do atraso em nossas vidas. Duvidam? V?a S?Lu?para entender o que fez esse homem com seu jaquet?impec?l h?0 anos no poder daquele estado. Jarbas aponta: A moraliza? e a renova? s?incompat?is com a figura do senador Sarney, (...) que vai transformar o pa?em um grande Maranh? Mais que um partido, o PMDB atual ? sintoma alarmante de nossa doen?secular. Era preciso que um homem de estatura pol?ca abrisse a boca finalmente, neste pa?com a oposi? acovardada diante do ibope de Lula. Estamos aceitando a paralisia mental que se instalou no pa? sob a demagogia oportunista deste governo. O gesto de Jarbas ?mportante justamente por ser intempestivo, romanticamente bruto, direto, sem interesses e vaselinas. ?mais que uma entrevista - ?m manifesto do eu-sozinho, um ato hist?o (se ?ue ainda sobra algo hist?o na pol?ca morna de hoje). E n?se trata de um artigo de den?a moral ou de clamor por pureza: ?m retrato de como alian? esp?s e a corrup? revolucion?a deformaram a pr?a cara da pol?ca brasileira. Com suas alian? e nega?, o governo do PT desmoralizou o esc?alo! Lula revalidou os velhos v?os do pa? abrindo as portas para corruptos e clientelistas, em nome de uma governabilidade que nada governa, impedido pela conveni?ia e pelos interesses de seus aliados. ?como ser apoiado por uma m?a para combater o mal das m?as. Jarbas n?tem medo de ser chamado de reacion?o pelo pov?ou pelos intelectuais que ainda vivem com o conceito de esquerda entranhado em seus c?bros, como um tumor inoper?l. Essa palavra esquerda ainda ? ? dos intelectuais e santificaqualquer discurso oportunista. Na mitologia brasileira, Lula continua o s?olo do povo que chegou ao poder. A origem quase crist?esse mito de oper?o salvador, de um Get? do ABC, d?he uma aura intoc?l. Poucos t?coragem de desmentir esse dogma, como a virgindade de Nossa Senhora. A ?ma vez que vimos verdades nuas foi quando Roberto Jefferson, legitimado por sua carteirinha de espertalh? botou os bolchevistas malucos para correr. Depois disso, chegou o lulo-sindicalismo, ou o peleguismo desconstrutivo, que empregou mais de cem mil e aumentou os gastos federais de custeio em 128 por cento. O lulismo esvazia nossa indigna?, nossa vontade de cr?ca, de oposi?. Para ser contra o que, se ele ? favor de tudo, dependendo de com quem est?alando - banqueiros ou desvalidos? Ele p?ualquer chap?- ?cum?co, todas as religi?podem ador?o. Ele ostenta uma arrog?ia simp?ca e carism?ca que nos anestesia e que, na m?a, cria uma sensa? de normalidade sinistra, mas que, para quem tem olhos, parece a calmaria de uma tempestade que vir?ara o pr?o governante. Herdeiro da sensata organiza? macroecon?a de FH, que, gra? a Deus, o Palocci manteve (apesar dos ataques bolchevistas dos Dirceus da vida), Lula surfou seis anos na bolha bendita da economia internacional, mas n?aproveitou para fazer coisa alguma nova ou reformista. Lula tem a espantosa destreza de nos dar a impress?de que tudo vai bem, de que qualquer critica ?ontra ele ou o Brasil. Como disse Jarbas em sua entrevista, o governo do PT deixou a ?ca de lado e n?fez reformas essenciais, nem nada para a infraestrutura, e o PAC n?passa de um amontoado de projetos velhos reunidos em pacote eleitoreiro (...), e o Bolsa Fam?a, que ? maior programa oficial de compra de votos do mundo, n?tem compromisso algum com a educa? ou com a forma? de quadros para o trabalho. A ?a revolu? que deveria ser feita no Brasil seria o enxugamento de um Estado que come a na?, com gastos crescentes, inchado de privil?os, um Estado que s?m para investir 0,9% do PIB. A tentativa de moderniza? que FH tentou foi renegada pelo governo do PT. Lula fortaleceu o patrimonialismo das velhas oligarquias, e o PAC ?ma reforma cosm?ca, como a pl?ica da Dilma, que ele quer eleger para voltar depois, em 2014. O ?o projeto do governo ? pr?o Lula. Em cima dos 84% de aprova? popular, nada o comove. S? comove consigo mesmo. Lula se apropriou de nossa tradicional cordialidade corrupta para esvaziar resist?ias. Assim, ele revitalizou o PMDB - o partido que vai decidir nosso futuro! Hoje, n?temos nem governo nem oposi? - apenas um teatro em que protagonistas e figurantes s?o PMDB. E no meio disso tudo: o Lula, um messias sem programa, messias de si mesmo. Oitenta e quatro por cento do povo apoia um governo que acha progressista e renovador, quando na verdade ?ltraconservador e regressista. Nem o PT ele poupou para conservar a si mesmo. O PMDB ?ua tropa de choque, seu talib?olenga e malandro. Agora...tentem explicar este quadro que Jarbas sintetiza com a clara luz de sua entrevista para um pobre homem analfabeto que descola 150 reais por m?do Bolsa Fam?a... Vivemos um grande autoengano.

Tibiriçá Ramaglio

21/02/2009
Num editorial intitulado Limites a Chavez, de 17 de fevereiro, a Folha de S. Paulo se referiu ao regime militar brasileiro (1964-1985) como ditabranda. Ao l?o pela primeira vez n?me dei conta da import?ia da op? do jornal. S? medida em que, no Painel do Leitor, vi a rea? furibunda dos leitores, de certos leitores em especial, percebi que estava diante de um acontecimento hist?o. Desde seu ocaso, o regime militar tem sido apresentado pela historiografia como um regime ditatorial fascista, que se imp?o pa? com genocida brutalidade, por duas d?das. Acontece que em nada se aproxima da verdade essa historiografia produzida ?pressas com o intuito de servir a objetivos pol?cos. Se o regime militar teve (e inquestionavelmente teve) car?r ditatorial, por outro lado ele apresentou diversas caracter?icas que o distanciavam de uma ditadura estrito senso, a come? pela altern?ia dos generais na presid?ia da Rep?ca. Mal e mal, havia um Congresso em funcionamento e certos casu?os que beneficiavam os interesses do Executivo n?podem ser atribu?s nem aos militares, nem ao nosso passado, como bem sabem os reeleitos Fernando Henrique Cardoso e Luiz In?o Lula da Silva. Al?disso, o Judici?o tamb?n?se rendeu por completo ao Executivo e, segundo alguns historiadores, foi o funcionamento desse poder que conteve a intensidade da viol?ia aos inimigos do regime. Enfim, como ponderou a pr?a Folha, na compara? com outros regimes instalados na regi?no per?o, a ditadura brasileira apresentou n?is baixos de viol?ia pol?ca e institucional. Gostaria de acrescentar que minha adolesc?ia decorreu nos governos Geisel e Figueiredo. Foi nesses anos que eu me aproximei do marxismo (mea culpa, mea culpa, mea massima culpa...). A repress?era terr?l? Lembro-me de que na livraria Avan? na Rua Aurora, entre a rua do Arouche e a Vieira de Carvalho, vendiam-se livremente obras como Di?o de uma campanha na Bol?a, de Che Guevara, e Esquerdismo, doen?infantil do comunismo, de L?n, apenas para mencionar dois t?los bastante significativos. A maioria dos professores de humanidades que tive no colegial eram marxistas ou simpatizantes. Ensinavam que a luta de classes era a imperatriz da Hist? e que n?havia intelig?ia fora dos horizontes da esquerda. Ou ader?os ?erdade e embarc?mos no bonde da Hist? ou nos transformar?os em empedernidos burgueses, lacaios do imperialismo norte-americano, caretas, babacas, etc., etc.. Isso tudo era dito ?claras e, ali? sem o m?mo de pudor. Em outras palavras, a dita era mesmo branda para a esmagadora maioria dos brasileiros, inclusive os de esquerda que n?estavam empenhados na derrubada do regime por meios violentos. Quando entrei na USP, em 1976, o movimento estudantil j?stava a todo vapor e n?soube de nenhum colega meu que tenha sido perseguido ou preso, salvo no brev?imo epis? da invas?da PUC. Pois bem, espero que usar o neologismo ditabranda assinale o come?de uma mudan?de paradigma nos estudos hist?os, cujos objetivos sejam resgatar a verdade e interpretar corretamente os fatos. Que isso ajude a impedir a generosa distribui? de bolsas-ditadura com o dinheiro do contribuinte e retire dos partid?os da ditadura do proletariado o discurso de que combateram em prol da democracia. Seu modelo de democracia ? Gulag. A Folha merece efusivos cumprimentos por ter empregado o ditabranda, mas os merece ainda mais pela resposta corajosa que deu ?uribunda rea? de duas figurinhas carimbadas da intelequitualidade paulista, os companheiros F?o Konder Comparato e Maria Vit? Benevides. Fa?quest?de transcrev?a: A Folha respeita a opini?de leitores que discordam da qualifica? aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifesta?s acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras p?cas que at?oje n?expressaram rep? a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua indigna? ?bviamente c?ca e mentirosa.. Comparato, Benevides, Joel Rufino dos Santos, Gofredo da Silva Telles J?r... E v?os outros que ainda n?se manifestaram, como Jos?irceu, Dilma Rousseff, Marta Suplicy, Lula, Marco Aur?o Garcia, Jos?eno?, Tarso Genro, Luciana Genro, Helo? Helena, Dirceu Travesso, enfim, a ra?toda. Parafraseando ningu?menos do que Leonel Brizola, eu chamaria a toda essa cambada de... filhotes da ditabranda! http://observatoriodepiratininga.blogspot.com