Roberto Fendt

01/04/2009
O governo anunciou que est?rorrogando a isen? de IPI para ve?los por mais tr?meses. Al?disso, anunciou tamb?que outras atividades econ?as ser?beneficiadas com redu?s de tributos, a?nclu? especialmente a constru? civil. Habituado a resmungar, dou a m??almat?: o governo agiu bem. Tanto a ind?ia automotiva como a constru? civil puxam os demais setores da economia—a siderurgia e o cimento, para citar apenas dois— e s?setores fortemente empregadores, considerados seus efeitos diretos e indiretos sobre o emprego. Justamente por ter dado a m??almat?, me pergunto at?ue ponto a li? foi aprendida pelo governo. Porque o simples an?o de uma redu? permanente na tributa? de todos os setores j?eria suficiente para p? economia brasileira de volta aos trilhos—sem a necessidade de reuni?do G-20 ou de qualquer outra medida complementar. O meu receio ?ue tenha ocorrido uma compreens?equivocada da recupera? da ind?ia automotiva; que o governo tenha pensado que na raiz do problema est?estoques excessivos e transit?s, em lugar de tributa? excessiva e permanente. Se assim for, como parece ser, retiro a m?da palmat?. Se ningu?aprendeu uma li? t?simples, t?evidente, que est? vista de todos, volto aos resmungos de sempre. J?embrando que tributar mais um bem de demanda t?inel?ica como o cigarro, para compensar a perda da arrecada? do IPI, apenas aumentar? “contrabando” de cigarros. At?uinta-feira, com novos resmungos. * Vice-presidente do IL

Ives Gandra Martins

01/04/2009
N?vejo como possa a Venezuela vir a integrar o Mercosul. A Venezuela n??ma democracia. Sua Constitui?, inspirada em professores espanh?da esquerda radical (CEPS) – n?por socialistas moderados –, pressup?penas dois poderes, sendo um real e outro ilus?. O poder real ? Executivo, que subjuga o Judici?o e o Legislativo, e o ilus? ? povo, sempre consultado por plebiscitos ou referendos gen?cos. Por outro lado, como n?h?mprensa livre – no m?mo , toleram-se certas manifesta?s da oposi?, logo cerceadas – o ilus? poder do povo ?enhum, pois fantasticamente manipul?l e manipulado pelo Executivo. Essa ? raz?pela qual o fanfarr?ditador do pa?irm? com seu rosto de orangotango imberbe – a natureza n?lhe foi generosa –, em histri?as manifesta?s, ataca seus opositores e vizinhos com virul?ia verbal, quase sempre seguida de efetiva viol?ia, como impedir com?os da oposi? nas ?mas elei?s, retirar poder das regi?onde foi derrotado, invadir portos que se encontram em ?as governadas pela oposi? – autorizado por seu acapachado Legislativo, o qual se curva, servilmente, a tudo o que pedir, tornando a antiga democracia venezuelana em ditadura t?ca de uma republiqueta sem perfil. Ora, o Mercosul exige que seus integrantes sejam verdadeiras democracias, raz?pela qual a Venezuela, enquanto governada pelo tiranete introdutor da ditadura bolivariana, de postura circense, n?poder?er admitida na Uni?Aduaneira criada pelo Tratado de Assun?. A Am?ca Latina passa por um per?o de not? e anacr?a esquerdiza?, no estilo da fracassada ditadura cubana, com restri?s crescentes aos direitos fundamentais. O genocida Fidel – no meu tempo chamado de Fidel Pared?astro, pelos milhares de fuzilamentos sem julgamento nos pared?da capital – continua idolatrado pela nova leva de med?res d?otas que come? a assumir governos latino-americanos. A democracia, pois, adoeceu, no continente, e Ch?z ?m dos propagadores da praga antidemocr?ca. O Senado brasileiro, que mereceu improp?os do verborreico e adiposo governante – ataques deste indiv?o deveriam ser considerados elogios – poder?egar autoriza? para que aquele pa?venha a aderir ao Mercosul enquanto n?for uma verdadeira democracia, mas sim uma ditadura disfar?a de democracia. Creio que deveria faz?o, pois se permitir a entrada desses nossos vizinhos, certamente estar?ornando mais inst?l o Mercosul, que j?assa por problemas moment?os s?os, sobre violentar seu estatuto que, repito, s?mite democracias. Por enquanto, as estrepolias deste ditadoreco, que provocou infla?, desabastecimento e descompassos sociais e econ?os em seu pa? s?problemas venezuelanos. O que se deve evitar ?ue se transformem em problemas para o Mercosul e para o Brasil. _________ * Artigo publicado noem 23/03/2009. * * Ives Gandra Martins ?dvogado tributarista, jurista, escritor e Professor Em?to da Universidade Mackenzie.

Carlos Brickmann, em www.jaymecopstein.com.br

01/04/2009
N?sejamos injustos: o presidente Lula, apesar do que disse, n??acista. ?casado com uma branca, loira, de olhos verdes, a quem chama de galega”. Apoiou a candidatura de uma branqu?ima loira de olhos azuis para a Prefeitura de S?Paulo, e a teve como ministra. (...) N?foi racismo, portanto, o que levou o presidente Lula a culpar gente branca, de olhos azuis”, pela crise. Foi o incontrol?l impulso de dizer besteira. (...)Besteira grossa, daquelas que nem d?ara bolar sozinho: pode ter certeza, houve a ajuda de assessores. H?etalhes em que o presidente Lula certamente n?pensou antes de sua frase desastrada. O presidente do Citigroup, por exemplo, est?onge de ter olhos azuis: Vikram Prandit ?ndiano. Os bancos japoneses, chineses e coreanos, atores importantes da crise, dificilmente teriam em seu comando brancos de olhos azuis. Portanto, n?t?nada com a crise. A prop?o, a crise se iniciou com a quebra da Fanny Mae, a gigantesca empresa hipotec?a americana. Seu presidente, Franklin Raines, ?egro. Ali? se Lula diz que nunca viu um ?o banqueiro negro, deveria ser apresentado a Franklin Raines. Ele foi t?poderoso quanto os maiores banqueiros. E valeria a pena: dizem que Raines ?ma pessoa fascinante e muito agrad?l.

Klauber Cristofen Pires

01/04/2009
Por duas vezes estive em Roraima. Na primeira vez, era o ano de 2004, outra no ano seguinte. Conheci a fronteira do Brasil com a Venezuela, Pacaraima, munic?o brasileiro, e Santa Helena de Uiar? do lado caribenho. beira da estrada, filas intermin?is de caminh?carregando cereais em dire? ao mundo, por via dos portos venezuelanos. Antes disso, a produ? do P?Industrial de Manaus j?omemorava os n?os das exporta?s por este canal rec?descoberto, com uma economia milion?a por onde sa? do pa?caminh?abarrotados de produtos com alto valor agregado, tais como concentrados de refrigerantes, produtos de higiene pessoal, e motocicletas. Boa Vista era uma capital em ebuli? e o estado de Roraima, o campe?em crescimento populacional, derivado de forte imigra? estimulada pelos bons ventos do agroneg?. Para quem n?conhece a geografia roraimense, a partir da capital, Boa Vista, a paisagem amaz?a cede lugar a suaves savanas, f?eis e naturalmente excelentes para o plantio. Todos os grandes conglomerados ligados ?rodu? rural estavam l?e instalando: lojas de insumos, avi? caminh? tratores e bancos, a trazer empregos de boa qualidade, gr? para o norte e divisas em d? para o pa? Diante deste quadro, certamente desconhecido de dez entre onze ministros, jaz agora uma fic? jur?ca chamada Estado de Roraima, um territ? ilhado ao norte, pela reserva Raposa/Serra do Sol, e ao sul, pela reserva Waimiri-Atroari. Somente imagine o leitor que estes ?ios gozam oficialmente do usufruto da Uni? mas na pr?ca, o que eles possuem ?uito mais do que uma propriedade, e mais at?o que uma autonomia, j?erto de uma soberania plena. Para se ter uma id?, o tr?ito pela BR Manaus – Boa Vista ?egulado por eles, que estipulam hor?o para entrar na reserva, sen?o pagamento de ped?o. De tudo o que Roraima significava em termos de Brasil, tudo o que sobrar?er?alguns quart? do ex?ito, alguns servi? p?cos indispens?is e um Banco do Brasil, para efetuar-lhes o pagamento. S? Muita ingenuidade dos senhores ministros pensar que o nosso territ? estar?eguro t?somente pelas nossas For? Armadas. A hist? mostra a qualquer estudante secundarista que o que legitima um ato de soberania ? plena ocupa? civil. Foi assim com o Acre, ent?boliviano, mas habitado pelos seringueiros brasileiros. No Par?a governadora Ana J? Carepa sistematicamente desobedece a todas as ordens judiciais de reintegra? de posse (atualmente, mais de cem!) h?ais de dois anos. Recentemente, foi denunciada pela Confedera? Nacional de Agricultura, pela iniciativa da senadora K?a Abreu (Dem-TO), que pediu a interven? federal no Estado. Ora, mas quem diria, tirando a raposa do galinheiro para colocar um lobo! O Par?enfim, consolidou-se como o laborat? de engenharia social do mundo. O Julgamento sobre a demarca? destas terras ter?m futuro nada abonador para a regi?Norte. Ao ch?a confian?de qualquer investidor. Quem plantava ou criava, ir?os poucos abandonar ou ser desapropriado. Terra de Ningu? * Bacharel em Ci?ias N?icas no Centro de Instru? Almirante Braz de Aguiar, em Bel? PA. T?ico da Receita Federal com cursos na ?a de planejamento, gest?p?ca e de licita?s e contratos administrativos. Em 2006, foi condecorado como Colaborador Em?to do Ex?ito, pelo Comando Militar da Amaz?. ?Editor do blog Libertatum.

Zenit.org

01/04/2009
PEQUIM, ter?feira, 31 de mar?de 2009 (ZENIT.org).- A pol?ca chinesa prendeu nas ?mas horas Dom Jia Zhiguo, bispo de Zhengding, segundo deu a conhecer hoje a ag?ia Asianews. A deten? coincide com a reuni? nestes dias no Vaticano, da Comiss?plen?a sobre a Igreja na China. Segundo revelou a mesma ag?ia, em um artigo assinado pelo seu diretor, Bernardo Cervellera, ontem, ?16h (hora local), cinco policiais entraram na casa do prelado e o levaram a um lugar desconhecido. Este fato, segundo Cervellera, sup?m golpe contra o intento da Santa S?e promover a reconcilia? entre ambas as comunidades cat?as, a oficial e a n?oficial. H?lguns meses, Dom Jia teria se reconciliado com o bispo oficial de Shijiazhuang, Dom Jang Taoran (que h?ouco retornou ?omunh?com Roma), convertendo-se em seu bispo auxiliar, a pedido da Santa S? Desde ent? os dois prelados haviam tido encontros pastorais para trabalhar juntos. Tendo sido isso descoberto pela Associa? Patri?a, ambos haviam sofrido pris?domiciliares para impedir estes encontros. Os cat?os locais temem pela sa?do bispo Jia (74 anos), muito enfraquecido por pris?anteriores, devidas ?egativa de fazer parte da Associa? Patri?a. Precisamente esta deten? aconteceu durante a reuni?da Comiss?sobre a Igreja na China, que estuda a aplica?tild e;o da carta do Papa aos cat?os chineses, na qual, por um lado, o Santo Padre pedia a reconcilia? entre as Igrejas oficial e n?oficial e, por outro, definia os objetivos e a estrutura da Associa? Patri?a como «incompat?is com a f?at?a».

Percival Puggina

01/04/2009
Antes de tudo, fiquem entendidos dois pontos: 1º) como todo ser realmente humano sou contra a tortura, seja qual for o lado ideol?o maltratado pelos tarados que a aplicam ou permitem; e 2º) n?percebo justificativa para que o enfrentamento ?esquerdas armadas nos anos 60 e 70 do s?lo passado demandasse duas d?das de governos autorit?os. Interessado na hist? daquele per?o, ouvi falar e busquei assistir o document?o H?ules 56. Trata-se de um longa, do diretor S?io Da-Rin, composto por entrevistas, grava?s de ?ca e uma esp?e de coletiva desenrolada numa mesa de bar. Os participantes s?remanescentes dos sequestradores do embaixador norte-americano em 1969 e do grupo despachado para o M?co, por exig?ia deles, a bordo da aeronave que d?ome ao filme. Entre outros, dep? com a perspectiva que lhes permitiu um afastamento que j?hega a quatro d?das, Franklin Martins, Vladimir Palmeira, Jos?irceu, Fl?o Tavares e Paulo de Tarso Venceslau. Eu assistira antes “O que ?sso companheiro?”, no qual Fernando Gabeira assume participa? importante no sequestro. Em H?ules 56 ele some. Por qu?O diretor, ap? estreia em 2006, explicou que Gabeira fora “soldado raso” na opera? e jamais teria participado n?houvessem os l?res escolhido para ref? a casa onde ele morava. Em outras palavras: O que ?sso, companheiro Gabeira? Vai procurar tua turminha... Do conjunto da obra (H?ules 56 ?m bom filme), conclu?ue, hoje, a maior parte dos protagonistas considera o seq?ro e a luta armada como equ?cos que estimularam o endurecimento e a continuidade do regime. Escolheram esse caminho por descrerem do jogo democr?co (numa de suas falas, contudo, Fl?o Tavares, que comparece ao filme em r?das entrevistas, se mostra satisfeito por n?se haver retra?, como certos pol?cos da ?ca). Eram militantes, dispostos a morrer pela revolu? que julgavam estar fazendo, e sobre cuja exist?ia real, pelo que pude presumir, n?t?mais tanta certeza. Foi exatamente a?ue nasceu a observa? registrada no t?lo deste artigo: do que escapamos! Imagine, leitor, se, em vez de senhores de meia idade, reflexivos, derrotados mas orgulhosos dos seus ?etos juvenis como se apresentam no filme, eles tivessem sido vitoriosos, e chegassem ao poder, como desejavam, na esteira do que realizara Fidel partindo de Sierra Maestra. O que teriam implantado no Brasil? Totalitarismo marxista-leninista, expropria?s, tribunais revolucion?os e execu? de conservadores, liberais, burgueses, latifundi?os, empres?os, direitistas. E mais, partido ?o e total absor? da comunica? social pelo Estado. Era o que na ?ca se chamava “democracia popular”, regime adotado pelas refer?ias da esquerda mundial. N?estarei indo longe demais? N? Assista ao filme e ouvir?ladimir Palmeira elogiar o chefe do sequestro, Virg?o Gomes da Silva, por lhes ter dito: “Se houver algum problema que, por desobedi?ia a uma ordem minha ou vacila?, coloque em risco a opera?, n?pensem que vou esperar um tribunal revolucion?o. Eu executo na hora”. Quem trata assim os companheiros, como proceder?om os advers?os? Noutra passagem, os entrevistados respondem ?eguinte quest? caso as exig?ias n?fossem atendidas pelo governo, o embaixador seria executado? Foi un?me a confirma?. Palmeira ilustra que essa mesma pergunta lhe fora feita no interrogat? posterior ?ua pris? Resposta: “Teria executado, sim; eu cumpro ordens”. E os cavalheiros, ex-revolucion?os, em volta da mesa do bar, riram com ele. Franklin Martins riu mais alto do que todos. E eu ri em casa, feliz por nos termos livrado de seus planos na hora certa. Revista Voto, edi? de mar?de 2009

Tibiriçá Ramaglio

31/03/2009
No domingo, 29 de mar? espiando o Caderno 2 de O Estado de S. Paulo, me detive numa resenha de Ricardo L?as sobre a mais recente publica? de obra de Slavoj Zizek no Brasil. Zizek ?m dubl?e fil?o que se dedica a escrever paneg?cos a Mao Ts?ung e at? Robespierre, o que evidencia sua paix?pelas pol?cas de exterm?o e dispensa outros coment?os. O pr?o L?as, apesar de rematado usu?o do ? dos intelectuais, faz restri?s a Zizek, afirmando que ele ? tipo de intelectual que n?deve ser pesado livro a livro, pois escreve alguns intrigantes e l?os e outros precipitados e inconsequentes, entre os quais, ali? L?as inclui o elogio a Mao. Entretanto, fique claro de que n?se trata de uma quest?de moral. O resenhista n?condena Zizek pela ades?ao totalitarismo criminoso, mas pelo fato de, com seu proselitismo, oferecer muni?, de grosso calibre, para o conservadorismo que, infelizmente, est?rescendo de novo no Brasil. Note-se que esse ? mesmo argumento que o petista Valter Pomar deu para defender sua posi? contr?a ao reingresso de Del? Soares no PT. Note-se tamb?que do infelizmente de L?as pode-se colher um fato significativo: pelo crescimento do conservadorismo, o resenhista provavelmente alude ao sucesso de p?co de Luiz Felipe Pond?de Jo?Pereira Coutinho, de Dem?io Magnoli e, last but not least, de Reinaldo Azevedo. (Deveria estar inclu? na alus?o sucesso da excelente revista Dicta & Contradicta). Isso ?om, pois mostra que o quarteto de articulistas anda deixando a esquerda em polvorosa: o monop? esquerdista da opini?no Brasil foi colocado em xeque, afinal, no ?ito da m?a impressa (para n?falar da internet, onde j??refer?ia obrigat? o site pioneiro de Olavo de Carvalho, bem como os de Percival Puggina e Heitor de Paola, o M?a Sem M?ara, e um sem n?o de blogs - entre os quais me orgulho de poder incluir o meu Observat? de Piratininga). Mas a esquerda ?ssim: se n?pode censurar, lamenta-se quando v?eu pensamento questionado. Se isso n??uficiente para mostrar a id? de democracia que essa gente tem, um outro exemplo bastante significativo chegou tamb?neste fim de semana ao meu conhecimento. A cole? Revolu?s do S?lo 20, publicada pela Editora Unesp, da Universidade Estadual Paulista, sob a dire? da historiadora Em?a Viotti da Costa. Seria inaceit?l que a editora de uma universidade p?ca bancasse a edi? de uma cole? dedicada a esse tema, n?se soubesse o que vai pela cabe?da intelektualidade brasileira, em seus gulags acad?cos. A cole? que pretensamente visa expor o assunto com objetividade, pelo prisma hist?o-sociol?o, ?a verdade composta de obras que fazem a apologia ou o elogio dos processos revolucion?os, com o intuito exclusivo de promover uma cultura ou mentalidade revolucion?a. Quem s?os autores dos livros? Na apresenta?, Viotti da Costa diz que os autores foram selecionados entre historiadores, cientistas sociais e jornalistas, norte-americanos e brasileiros, de posi?s pol?cas diversas, cobrindo um espectro que vai do centro at? esquerda. Al?da evidente exclus?do pensamento de direita, por centro deve-se entender, de fato, a esquerda norte-americana, que comp? cole? pelo simples fato de que a organizadora at?ecentemente pontificava na universidade de Yale. Ou seja, os autores foram selecionados de acordo com seu relacionamento pessoal com a organizadora da cole?. De resto, que objetividade e imparcialidade podem ter o leninista Daniel Aar?Reis Filho para tratar da Revolu? Russa e o mao?a Wladimir Pomar para discorrer sobre a Revolu? Chinesa? Creio que se pode resumir o projeto intelectual dessa gente assim: partido ?o e pensamento ?o. Ou n? http://observatoriodepiratininga.blogspot.com

Folha de São Paulo

30/03/2009
MARTA SALOMON Sem placa na porta, uma sala no centro comercial de Bras?a abriga, desde 2006, a discreta sede do Itac (Instituto T?ico de Estudos Agr?os e Cooperativismo). Criado ap?s principais bra? jur?cos do MST tornarem-se alvo de investiga?s por desvio de recursos, o instituto conquistou, no ano seguinte, a lideran?na capta? de verbas federais entre entidades que prestam servi? a sem-terra e assentados, ao receber mais de R$ 4 milh? Ao lado de outras 42 entidades que receberam dinheiro em parcerias com o governo, o Itac ?omandado por pessoas vinculadas ao movimento dos sem-terra. Seus dirigentes -Paulo Ueti e Gustavo Moura- aparecem como representantes oficiais do MST no Di?o Oficial da Uni? O rastreamento dos v?ulos, feito pela ONG Contas Abertas e pela Folha, mostra que o repasse de verbas a entidades ligadas ao movimento desde 2003 se aproxima dos R$ 152 milh? O valor ?ais de tr?vezes maior que os n?os conhecidos at?qui das transfer?ias feitas a quatro entidades associadas aos sem-terra -e dos quais o TCU (Tribunal de Contas da Uni? busca reaver R$ 22 milh?supostamente desviados em uma d?da. Aos 25 anos, o MST nunca existiu juridicamente, n?tem registro na Receita, n?pode fazer conv?os com a Uni?nem receber verbas diretamente. Por participar de invas?de terras e pr?os, tamb?estaria impedido de receber dinheiro do contribuinte. Diferentemente do que afirmou o governo ap?s recentes invas?e as cr?cas por descumprimento da lei lan?as pelo presidente do Supremo, Gilmar Mendes, os repasses continuam ocorrendo. Eles beneficiam entidades menos visadas, como a Cepatec, prima-irm?a Anca (Associa? Nacional de Coopera? Agr?la), que teve os bens bloqueados. Na soma dos dois ?mos anos, os repasses j?ltrapassam aqueles feitos nos dois primeiros anos de mandato de Lula (2003-2004): foram R$ 42 milh?para 34 entidades contra R$ 37 milh?para 26. No per?o do governo Lula, 2005 registrou o maior volume de pagamentos ao grupo de entidades ligadas ao movimento, justamente o ano da CPI da Terra e de investiga?s no TCU apontarem o relacionamento. Em menos de dois meses e meio, pagamentos feitos em 2009 a entidades cujos dirigentes mant?v?ulos com o MST somavam, at? ?mo dia 13, R$ 6,5 milh? segundo o Siafi (sistema de acompanhamento de gastos da Uni?. Essas s?entidades privadas cujos respons?is pelos conv?os t?rela? direta com o MST, os repasses podem ser ainda maiores e ?reciso investigar se os recursos foram aplicados de forma leg?ma, avalia o economista Gil Castelo Branco, do Contas Abertas. Dos 925 conv?os firmados por ?os da Uni?com 43 ONGs com v?ulos com o MST, 114 est?inadimplentes. Nos ?mos anos, a Anca, o mais conhecido bra?do MST, ao lado da Concrab (Confedera? das Cooperativas de Reforma Agr?a), perdeu espa?na capta? de verbas p?cas. Em 2007, o lugar foi assumido pelo Itac. Desde o ano passado, a lideran??cupada pela Cotrasc (Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agr?a de Santa Catarina), quinta colocada no ranking dos repasses no per?o do governo Lula. sua frente, em terceiro lugar, destaca-se a Copetec (Cooperativa de Presta? de Servi? T?icos do Rio Grande do Sul). Por meio de um ?o conv?o, o Incra (Instituto Nacional de Coloniza? e Reforma Agr?a) pagou R$ 8,3 milh?por alternativas vi?l [sic] para a solu? de problemas b?cos da sociedade brasileira, segundo justificativa lan?a no Siafi. lvaro Dellatorre, respons?l pela Copetec, diz que o dinheiro s?i repassado mediante a presta? de contas de servi? de assist?ia t?ica e apoio na execu? de linhas de cr?to do governo aos assentados, al?de laudos de vistoria encomendados pelo Incra. ?que misturam, falam que ?epasse para o MST porque a entidade ?igada ao movimento, mas s?coisas diferentes, afirmou Dellatorre. Transfer?ia Logo depois de a Anca perder terreno na capta? de recursos, a respons?l legal por parte de seus conv?os, Gislei Siqueira Knierim, foi transferida para a Cepatec (Centro de Forma? e Pesquisa), listada entre as dez entidades que mais receberam verbas federais no governo Lula: R$ 5,8 milh? Com sede em S?Paulo, a entidade usou termos agora considerados inadequados pelo governo para justificar o conv?o com o Incra, que bancou reuni?e distribui? de cartilhas para assentados: Apesar do compromisso do governo brasileiro com a quest? h?etores da sociedade, sobretudo o latif?o, que n?veem os ganhos coletivos da reforma, sen?suas pr?as perdas, engajadas em maquina?s pol?cas e jur?cas para barrar a luta dos trabalhadores. Localizada pela Folha no escrit? do MST em Bras?a, Gislei preferiu se calar sobre a atividade da entidade. Eu j?ui procuradora [da Cepatec], mas n?sou mais, disse. Ela teve o nome mencionado no relat? final da CPI da Terra por ter supostamente desviado R$ 19,5 mil de um dos conv?os assinados com a Uni? quando era representante da Anca. H?r?semanas, a entidade teve os bens bloqueados.

Érico Valduga, em Periscópio

30/03/2009
Representantes de Coredes reclamaram que n?houve discuss?de op?s para aliviar a crise econ?a no encontro de sexta-feira, na Assembleia. O encontro foi chamado de audi?ia p?ca para “discuss?de alternativas para enfrentar os efeitos da crise mundial no Rio Grande do Sul”, mas o que aconteceu sexta-feira, na Assembleia Legislativa, deu raz?a representantes de Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento) presentes, que se sentiram usados como figurantes de uma PACada, destinada a promover Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula ?ua sucess? muito mais do que a discutir op?s para manter a economia estadual em ritmo que sustente os n?is de emprego. Os portais do dia e os jornais impressos do s?do sugeriram que a impress?deles foi correta, pois at? que a chefe da Casa Civil n?disse foi manchete: “Dilma anuncia novas medidas contra crise”. Quais? O texto n?traz nem uma, pois ela n?as adiantou, e ainda afirmou que n?podia dar “garantias antecipadas” sobre elas. N?houve discuss?de op?s para enfrentar a crise, mas alguns oradores se arriscaram a dar sugest? Foi o caso do presidente da Fiergs, Paulo Tigre, ao expor uma “preocupa? pr?ca” do setor industrial: “A interlocu? do Executivo (federal) em quest?emergenciais deve ocorrer em um s?nto receptor, e a Casa Civil, que j?em exercendo essa fun?, poderia ser formalizada como esse canal de interatividade”. Os interlocutores do setor, na hierarquia do poder, s?os ministros da Fazenda e do Planejamento. Ali? naquele dia foi confirmada a nomea? do dirigente para o conselho de Administra? do BNDES. Deve ser consequ?ia da interlocu? a que ele se referiu. Mas, mesmo sem a prometida discuss? dona Dilma voltou ?ras?a munida de propostas, divididas em sugest?nas ?as federal e estadual, que teriam sido formuladas nos encontros que o Legislativo promoveu em Caxias do Sul, N?Me-Toque e Pelotas. E a?ercebe-se o dedo, muito mais do que uma impress?digital, da Oposi? na sua elabora?, pois, enquanto reivindica-se da Uni?quest?gerais e vagas, do tipo “esfor?para a redu? das taxas banc?as”, do Estado exige-se, como na “compensa? imediata e integral dos cr?tos de ICMS devidos aos exportadores”. As duas rela?s est?abaixo, prezados leitores. EconomiaPal?o Piratini Reivindica?s ao governo do Estado: Reformula? do Simples Ga?, retomando as al?otas vigentes at?ulho de 2007; compensa? imediata e integral dos cr?tos de ICMS devidos aos exportadores; dilata? dos prazos de recolhimento do ICMS; isen? de ICMS sobre as m?inas e equipamentos agr?las que se enquadram no Programa Mais Alimento, do governo federal; concess?de Fundopem para empresas agroindustriais, condicionada ?rodu? de mat?a-prima; e direcionamento de maiores investimentos e financiamentos para a produ? por parte dos bancos oficiais. EconomiaPal?o do Planalto Reivindica?s ?ni? Redu? das taxas de juros para um d?to e maior esfor?para a diminui? das taxas banc?as; estender o benef?o do IPI, cedido para as montadoras, aos fabricantes de implementos agr?las e isen? de impostos sobre as m?inas e equipamentos agr?las que se enquadram no Programa Mais Alimento, do governo federal; redu? dos pre? do ? diesel; altera? da Medida Provis? nº 449, que veda a compensa? dos d?tos relativos ?ntecipa? mensal por estimativa do Imposto sobre Renda da Pessoa Jur?ca e da Contribui? Social sobre o Lucro L?ido apurados na forma do art. 20 da Lei nº 9.340/96; aprova? da Reforma Tribut?a, garantindo a redu? da carga fiscal sobre a produ?; agiliza? dos investimentos em habita? e infraestrutura; direcionamento de maiores investimentos e financiamentos por parte dos bancos oficiais para a produ?; manuten? do imposto de importa? de vinhos do Chile, Argentina e Uruguai, com t?ino previsto para 2010/2011; e adequa? da legisla? ambiental ?diferentes realidades e atividades econ?as.