A proibição das doações de empresas em campanhas eleitorais pelo STF, a pedido da OAB petista e com comemoração carnavalesca pelo PT e PSOL, é um golpe contra a democracia. Um golpe bolivariano aplicado para manter no poder quem já tem o poder. E o pior: com cara de algo legítimo, constitucional.
Não há país livre no mundo onde uma patuscada destas aconteça. Não existe eleição sem financiamento.
Criar limites, aprimorar as regras e dar transparência às doações é uma coisa. Criminalizar duramente quem desrespeitar as regras também. Mas proibir empresas que estão legalmente constituídas gerando empregos, renda e desenvolvimento de doar alegando que isso gera corrupção é raso, surreal, um atentado contra a liberdade. Seria como proibir o automóvel porque o Brasil é campeão mundial de mortes no trânsito.
Para quem não sabe, 95% das empresas brasileiras são micro e pequenas. E apenas 20 dentre as maiores empresas nacionais respondem por mais de 50% das doações para os grandes partidos. Portanto, o problema não são as doações e sim a distorção, que sempre pode ser corrigida. Ao invés de se jogar a água do banho fora, se jogou a água, a bacia e a criança junto.
Os espertos bolivarianos, apanhados no maior esquema de roubo de dinheiro da história brasileira, inventaram um discurso redentor, valeram-se da mídia amestrada para pautar o que é a verdade deles, conseguiram fazer as pessoas ingênuas repetirem que o "financiamento privado é a causa da corrupção" no país, e contaram com o STF ideológico de Toffoli e Lewandowski para colocar o cabresto. Bye bye democracia. Bem-vindo caixa dois bolivariano. Em breve as contas nos paraísos fiscais serão movimentadas para perpetuar a turma vermelha.
E mais. Ainda que eu não soubesse nada sobre o que foi discutido, pelo simples fato de PT e PSOL comemorarem como final de Copa do Mundo esta proibição tosca, é sinal de que não é bom para o país.
Ou o Congresso derruba essa porcaria fazendo uma emenda constitucional que permita a doação privada ou tratem de colocar uma estatueta do pixuleco no altar de casa. Mas não deixem a carteira por perto.
(foto: pres. do STF Ricardo Lewandowski, presidente Dilma Rousseff e o pres. da OAB Marcus Vinícius Coêlho em animado convescote mês passado no Alvorada)
* Jornalista
Governo agiu como a cigarra na fábula de Esopo. Não se preocupou com as despesas na época das vacas gordas.
No fim da década de 70, no auge da crise econômica nos Estados Unidos, o ex-presidente Ronald Reagan afirmou: “Recessão é quando o seu vizinho perde o emprego. Depressão é quando você perde o seu. E a recuperação econômica só virá quando Jimmy Carter perder o dele”. Neste momento, é possível associar a frase de Reagan à atual conjuntura política e econômica que o país atravessa.
O encaminhamento ao Congresso Nacional de Orçamento com déficit primário (excluídas receitas e despesas financeiras) de R$ 30,5 bilhões foi a confissão da incapacidade do governo de manter um superávit primário capaz de evitar a explosão da dívida pública. A consequência do “rombo sincero” foi o rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor’s. Assim, o jeito foi mudar o discurso e prometer transformar o déficit em superávit. Afinal, coerência não é mesmo uma marca do atual governo.
No fim do mês passado, por exemplo, a presidente da República afirmou que as dificuldades econômicas em 2014 só ficaram evidentes entre novembro e dezembro, ou seja, após as eleições. A mesma ladainha faz parte da defesa do governo no caso das pedaladas, ao considerar que naquela época o comportamento da economia era “imprevisível”. Balela!
Se assim fosse, todos os analistas não governistas seriam videntes, pois desde 2013 a crise já era amplamente comentada, bem como as mágicas para maquiar os resultados fiscais. A ponto de a candidata ter anunciado em setembro, antes mesmo do primeiro turno, que Mantega não seria ministro em eventual segundo mandato. A esse respeito, se os ministros do Tribunal de Contas da União tiverem — como devem ter — vergonha na cara, irão reprovar tecnicamente as contas de 2014 da presidente. Posteriormente, caberá ao Congresso julgar se o parecer do TCU será ou não a fagulha do impeachment.
Na verdade, o governo agiu como a cigarra na fábula de Esopo. Não se preocupou com as despesas na época das vacas gordas e só o fez este ano, quando a receita definhou, e o país perdeu o selo de bom pagador. Após a presidente dizer na semana passada que não havia mais o que cortar, reuniu-se no último fim de semana com as suas dezenas de ministros para definir os cortes adicionais anunciados ontem. Para entregar o superávit de 0,7% do PIB em 2016, o governo achou aproximadamente R$ 65 bilhões, reduzindo despesas em R$ 26 bilhões e criando/ajustando/aumentando impostos em cerca de R$ 40 bilhões. A maior parcela será obtida com a volta da malfadada CPMF, com alíquota de 0,2%, para gerar arrecadação de R$ 32 bilhões. Vale lembrar que este é o “imposto” de que a presidente dizia não gostar.
De fato, as despesas discricionárias (não impostas por lei ou pela Constituição) o governo já vem cortando. Nos oito primeiros meses deste ano, o montante pago equivale ao do mesmo período em 2013, em valores nominais, sem correção pela inflação. A tesoura atinge, infelizmente, os investimentos (obras e aquisição de equipamentos) e os gastos sociais. Nos investimentos, por exemplo, os dispêndios de janeiro a agosto de 2015 foram, em valores reais, 45% inferiores aos de 2014. Os subsídios para reduzir as prestações do Minha Casa Minha Vida já são quase R$ 4 bilhões menores do que os de 2014 nos mesmos oito meses. Enquanto isso, o Legislativo aprovou aumentos salariais generosos e ampliou gastos previdenciários. Na ótica dos deputados e senadores, quem pariu o déficit que o embale.
O governo, enfraquecido, age como uma biruta de aeroporto no meio do vendaval político. Ainda não informou detalhes sobre a redução dos 39 ministérios e sobre o possível corte de milhares dos mais de cem mil cargos, funções de confiança e gratificações, especialmente os de Direção e Assessoramento Superior (DAS), que aumentaram em mais de quatro mil de 2002 para cá. Na verdade, grande parte das medidas ontem anunciadas depende do Congresso Nacional. Assim sendo, senti falta de propostas ao Legislativo para estabelecer, por exemplo, a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria das futuras gerações, bem como para desvincular o piso da Previdência do salário-mínimo.
Enfim, a presidente Dilma está jogando as suas últimas cartas. A dificuldade será aprovar no Congresso o que propõe e convencer a sociedade a dividir com o governo o custo do desequilíbrio das contas públicas gerado pela irresponsabilidade fiscal ocorrida nos últimos anos e pela corrupção.
Tal como nos EUA, na década de 70, com a recessão econômica, muitos brasileiros estão perdendo os seus empregos. Cuide do seu, presidente!
* Economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas
A bandeira parece estar a meio-pau no Altar da Pátria. Quem morreu? Morreu o Brasil, de morte matada. O principal autor do crime chama-se Partido dos Trabalhadores e está no poder há 13 anos. Enquanto o PT continuar por lá, encastelado em Brasília, protegido pelo Muro da Falta de Vergonha, o País não voltará à vida.
A única esperança do País é que Dilma e o PT abandonem definitivamente o poder. Aconteça isso ou não, o Pixuleco virá para Londrina. Vamos recebê-lo com todas as honras.
Ouso dizer que hoje, depois da Bandeira e do Hino Nacional, o Pixuleco é o símbolo que melhor representa o estado de alma do povo brasileiro. O Pixuleco está cheio de ar – e nós estamos cheios do PT. O Pixuleco está vestido de presidiário – e nós ainda estamos presos ao PT. O Pixuleco é aplaudido por onde passa – ao contrário do personagem retratado e seus apoiadores, que não podem andam na rua sem ser vaiados.
Vamos saudar o Pixuleco. Cada viva ao Lula inflado é uma forma de desinflar o ego do ex-presidente. Cada aparição do boneco 13-171 simboliza a desaparição do nosso dinheiro no ralo da incompetência, do estelionato e da corrupção do governo. Cada lufada de ar dentro do Pixuleco é um sopro de esperança para em nossa combalida democracia.
Eu queria encontrar o criador do Pixuleco; trata-se de um visionário, merece um prêmio! Nunca 12 mil reais foram tão bem gastos na história deste país. Nunca tantos vibraram tanto com um só boneco. Quem poderia imaginar que um simples brinquedo tamanho família iria desnortear tanto os marqueteiros do poder petista?
Uma petista ensandecida esfaqueou o Pixuleco. Outros juraram retalhá-lo em mil pedaços. O prefeito de São Paulo quis proibi-lo com base na Lei Cidade Limpa (não na Lei Ficha Limpa). Como é que os militantes podem ser tão burros? A cada golpe, a cada facada, a cada tentativa de censura, o Pixuleco renascerá e se multiplicará nas mais variadas formas – até o dia, bendito dia, em que o PT desistir de mandar em nossas vidas. Esse dia está chegando.
Então eu contarei ao meu filho a história do boneco que ajudou o Brasil a renascer
No teatro da vida a farsa se faz presente. A hipocrisia, a mentira, a simulação, a impostura, a bajulação sempre ajudaram os vencedores da batalha da existência, sobretudo, os dotados de retórica capaz de iludir e convencer.
Na política, palco máximo da simulação, a farsa conta com o poderoso auxílio da propaganda que se sofisticou e se disseminou a través dos meios de comunicação, especialmente, os televisivos. Porém, a culminância da hipocrisia e do cinismo chegou ao Brasil a bordo do governo petista, na medida em que marqueteiros habilidosos esculpiram uma falsa imagem de Lula da Silva apresentado como proletário pobrezinho, vítima da sociedade de classes e depois, num passe de mágica, o transformaram em estadista.
Na verdade, Lula é um semianalfabeto que de pobre não tem nada, um populista ambicioso e sem escrúpulos que venceu pela sorte e não pelo valor. Na quarta tentativa ele chegou à presidência da República na medida em que sua fala vulgar, rudimentar, grotesca, circense provocou o sentimento de identidade tão caro às massas.
Disse alguém que “a vida é a tragédia das escolhas”. A maioria dos brasileiros escolheu Lula duas vezes. E depois mais duas quando ele logrou colocar em seu lugar o chamado poste. E não foram somente os pobres que o escolheram o salvador da pátria, chancelando a tragédia que ocorre agora no Brasil. Brahma ou Barba chegou também lá montado no apoio dos que ele finge amaldiçoar como elites, ou seja, banqueiros, empreiteiros, grandes empresários.
E a classe média, que a petista Marilena Chauí diz odiar, composta por intelectuais, artistas, profissionais liberais, professores, estudantes universitários compuseram o teor de fé da seita PT. Jactando-se de seu socialismo requentado, falso, atrasado, tão comum na América Latina por conta da dor de cotovelo que se tem dos Estados Unidos, a classe média erigiu Lula ao altar da pátria e o adorou.
Brahma ainda teve apoio de parte da Igreja católica, das tradicionais ramificações petistas sustentados pelo partido como a CUT, o MST, UNE e de outros ditos movimentos sociais, além de conquistar a adesão de instituições como a OAB.
Impressiona também o fortalecimento do PT através do apoio constante e fiel do PSDB, especialmente de Fernando Henrique Cardoso. Nunca houve oposição ao PT nem nunca haverá por parte dos peessedebistas. É tanta a devoção dos tucanos com relação a Lula da Silva, que melhor fariam dissolvendo seu partido e entrando para o PT.
A tragédia das escolhas fortaleceu tanto Lula e seu partido que ele se imaginou capaz de fazer o que bem quisesse. Assim, veio a enxurrada de erros na economia, a gastança exacerbada, a corrupção desenfreada. E no primeiro mandato da criatura, com Lula presidente de fato, foi o tempo em que ele caprichou no amassar do pão amargo que os brasileiros agora engolem a custo e que se tornará mais tóxico daqui para frente com o aumento da inflação, da inadimplência, do desemprego, dos juros, do dólar.
Como não há governo que aguente quando a economia vai mal, movimentos populares espontâneos têm ido às ruas para pedir a saída da governanta. Parece que só agora foi notada sua total incompetência, sua fala incoerente como se ela tivesse enorme dificuldade de raciocinar, o que indica absoluta inaptidão para o cargo presidencial, aliás, para quaisquer cargos até os mais simples.
O PT quebrou o Brasil e o abismo se abre aos nossos pés, prenunciando uma via-crúcis ainda mais dolorosa com o rebaixamento do Brasil pela Agência de classificação de risco Standard & Poors. Perdemos o grau de investimento e outras agências deverão fazer o mesmo com graves consequências para nossa já combalida economia.
Diante do descalabro já existem 17 pedidos de impeachment de Rousseff na Câmara e o mais expressivo é o do ex-militante petista, Hélio Bicudo. O PSDB, vergonhosamente, covardemente, se omite, se esconde, vacila e deixa para o PMDB resolver a questão.
Enquanto isso, diabolicamente Lula vai amassando o pão. Começou a atacar a criatura e se ela cair, ai de quem a substituir. Será massacrado pela única coisa que o PT sabe fazer bem: uma oposição violenta, raivosa, intimidadora, boçal. Desse modo, Lula imagina poder voltar em 2018, consolidando seu poder e o do PT.
Resta saber se o povo aprendeu a dura lição ou se seguirá sem medo de ser infeliz rumo ao Socialismo do Século 21, da Venezuela, como quer o Foro de São Paulo. O tempo dirá.
* Socióloga.
Só pessoas prodigiosamente incultas podem ter alguma dificuldade de compreender que uma eleição presidencial com apuração secreta, sem transparência nenhuma, é inválida em si mesma.
Vamos falar o português claro: Aquele que não dá o melhor de si para adquirir conhecimento e aprimorar-se intelectualmente não tem nenhum direito de opinar em público sobre o que quer que seja. Nem sua fé religiosa, nem suas virtudes morais, se existem, nem os cargos que porventura ocupe, nem o prestígio de que talvez desfrute em tais ou quais ambientes lhe conferem esse direito. Discussão pública não é mera troca de opiniões pessoais, nem torneio de auto-imagens embelezadas: é eminentemente intercâmbio de altos valores culturais válidos para toda uma comunidade humana considerada na totalidade da sua herança histórica e não só num momento e lugar. O direito de cada um à atenção pública é proporcional ao seu esforço de dialogar com essa herança, de falar em nome dela e de lhe acrescentar, com as palavras que dirige à audiência, alguma contribuição significativa. O resto, por "bem intencionado" que pareça, é presunção vaidosa e vigarice. Todos os males do Brasil provêm da ignorância desses princípios. Políticos, empresários, juízes, generais e clérigos incultos, desprezadores do conhecimento e usurpadores do seu prestígio, são os culpados de tudo o que está acontecendo de mau neste país, e que, se esses charlatães não forem expelidos da vida pública, continuarão aumentando, com ou sem PT, com ou sem "impeachment", com ou sem "intervenção militar", com ou sem Smartmatic, com ou sem Mensalão e Petrolão. Desprezo pelo conhecimento e amor à fama que dele usurpa mediante o uso de chavões e macaquices são os pecados originais da "classe falante" no Brasil.
Só o homem de cultura pode julgar as coisas na escala da humanidade, da História, da civilização. Os outros seguem apenas a moda do momento, criada ela própria por jornalistas incultos e professores analfabetos, e destinada a desfazer-se em pó à primeira mudança da direção do vento. A cultura pessoal é a condição primeira e indispensável do julgamento objetivo. A incultura aprisiona as almas na subjetividade do grupo, a forma mais extrema do provincianismo mental.
Vou lhes dar alguns exemplos de desastres nacionais causados diretamente pela incultura dos personagens envolvidos.
Só pessoas prodigiosamente incultas podem ter alguma dificuldade de compreender que uma eleição presidencial com apuração secreta, sem transparência nenhuma, é inválida em si mesma, independentemente de fraudes pontuais terem ocorrido ou não. O número de jumentos togados e cretinos de cinco estrelas que, mesmo opondo-se ao governo, raciocinam segundo a premissa de que a Sra. Dilma Rousseff foi eleita democraticamente em eleições legítimas, premissa que lhes parece tão auto-evidente que não precisa sequer ser discutida, basta para mostrar que o estado de calamidade política e econômica em que se encontra o país vem precedido de uma calamidade intelectual indescritível, abjeta, inaceitável sob todos os aspectos.
Quando na década de 90 os militares aceitaram e até pediram a criação do “Ministério da Defesa”, foi sob a alegação de que nas grandes democracias era assim, de que só republiquetas tinham ministérios militares. Respondi várias vezes que isso era raciocinar com base no desejo de fazer boa figura, e não no exame sério da situação local, onde a criação desse órgão maldito só serviria para aumentar o poder dos comunistas. Mil vezes o Brasil já pagou caro pela mania de macaquear as bonitezas estrangeiras em vez de fazer o que a situação objetiva exige. Esse caso foi só mais um da longa série. Mesmo agora, quando a minha previsão se cumpriu da maneira mais patente e ostensiva, ainda não apareceu nenhum militar honrado o bastante para confessar sua incapacidade de relacionar a estrutura administrativa do Estado com a disputa política substantiva. Continuam teimando que a idéia foi boa, apenas, infelizmente, estragada pelo advento dos comunistas ao poder – como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra, como se fosse tudo uma soma fortuita de coincidências, como se a demolição do prestígio militar não fosse um item constante e fundamental da política esquerdista no país e como se, já no governo FHC, a criação do Ministério não fosse concebida como um santo remédio, com aparência legalíssima, para quebrar a espinha dos militares. Um dos traços mais característicos da incultura brasileira, já assinalado por escritores e cientistas políticos desde a fundação da República pelo menos, é a subserviência mecânica a modelos estrangeiros copiados sem nenhum critério.
Numa sociedade culturalmente atrofiada, a coisa mais inevitável é que todas as correntes de opinião que aparecem na discussão pública sejam apenas cópias ou reflexos de modelos impostos, desde o exterior, por lobbies e grupos de pressão que têm seus próprios objetivos globais e não estão nem um pouco interessados no bem-estar do nosso povo. Cada “formador de opinião” é aí um boneco de ventríloquo, repetidor de slogans e chavões que não traduzem em nada os problemas reais do país e que, no fim das contas, só servem para aumentar prodigiosamente a confusão mental reinante.
Como é possível que, num país onde cinqüenta por cento dos universitários são reconhecidamente analfabetos funcionais e os alunos dos cursos secundários tiram sistematicamente os últimos lugares nos testes internacionais, o currículo acadêmico de um professor continue sendo aceito como prova inquestionável de competência? Não deveria ser justamente o oposto? Não deveria ser um indício quase infalível de que, ressalvadas umas poucas exceções, o portador dessa folha de realizações é muito provavelmente, por média estatística, apenas um incompetente protegido por interesses corporativos? Terá sido revogado o “pelos frutos os conhecereis”? A interproteção mafiosa de carreiristas semi-analfabetos unidos por ambições grupais e partidárias tornou-se critério de qualificação intelectual?
Não é mesmo um sinal, já não digo de mera incultura, mas de positiva debilidade mental, que os mesmos apologistas do establishment universitário fossem os primeiros a apontar como mérito imarcessível do candidato Luís Ignácio Lula da Silva, em duas eleições, a sua total carência de quaisquer estudos formais ou informais? Não chegava a prodigiosa incultura do personagem a ser louvada como sinal de alguma sabedoria infusa? Todo sujeito que, à exigência de conhecimento, opõe o louvor evangélico aos “simples”, é um charlatão. Jesus prometeu aos “simples” um lugar no paraíso, não um palanque ou uma cátedra na Terra.
Publicado no Diário do Comércio.
http://olavodecarvalho.org
(Publicado originalmente no blog Diário do Poder, (Brasília), em 12/09/2015.)
Pretendo abordar um assunto prioritário que precisa ser resolvido nestes próximos dias, sob pena da história do Brasil ficar de tal forma maculada que as possíveis ações políticas futuras, redentoras da atual anarquia, serão comprometidas. Trata-se de homenagear uma virtude: a honra de um povo. Tal constatação é fato determinante para a vida de cada um em particular e para a sociedade brasileira como um todo, a não ser que aceitemos a possibilidade de viver numa sociedade de canalhas, amoral por definição.
A constância do deboche e da ofensa ética perversa não podem mais continuar a passar despercebidas da população sem que surjam gestos legais, efetivos e radicais, de repudio à atual conjuntura.
Não podemos aceitar cidadãos e cidadãs, com problemas a serem resolvidos pela justiça, já indiciados e denunciados, na direção do país à frente dos poderes da Republica. É impensável e inaceitável. Não há como ser condescendente com estes fatos. Acredito que o que nos resta, como um farol indicando o rumo a ser seguido para a preservação da democracia, é o Poder Judiciário.
Não há mais duvidas de que a Presidente vai ter de deixar o cargo em breve: ou pela ação do Superior Tribunal Eleitoral, ou pelo esperado parecer do TCU a ser apreciado pela Câmara Federal.
No entanto, o que não pode acontecer é que o processo legal, na Câmara dos Deputados, seja conduzido pelo Deputado Cunha, Presidente da Casa, já denunciado pelo Poder Judiciário. Seria um escárnio para com a nação: – um suspeito de corrupção presidir o julgamento de outra pessoa também suspeita de corrupção administrativa e de ter faltado com a verdade para com o povo que a elegeu. Isto não existe, é demais, não pode acontecer – e os parlamentares, irresponsáveis e incompetentes na sua maioria, não se movimentam sequer para protegerem a honra e a dignidade da Pátria, constantemente ultrajada, impedindo este inaceitável procedimento.
Todos os denunciados que ocupam cargos como o de Presidente da Câmara de Deputados e do Senado Federal, Deputados e Senadores, Ministros, por uma questão de simples decência, de dignidade, devem, (já deviam ter feito), se licenciar até que sejam julgados. Se forem absolvidos voltam.
Não é possível aceitar que a atual dramática crise política, seja conduzida por conchavos, compromissos de apoio futuros, numa nojenta articulação de mentes canalhas e amorais, se sobrepondo aos interesses da pátria que exige que a honra seja a primeira virtude a ser cortejada por todos, em quaisquer situações. A grave e complicada crise econômica e social não encontrará solução com a participação deste bando de suspeitos, de denunciados, de idiotas e irresponsáveis.
Nós, cidadãos e cidadãs, honrados, pacientes e ordeiros, exigimos que isto aconteça já. As próximas eleições estão muito distantes no tempo - não há como esperar em face da gravidade da crise que nos assola. Esperamos que os parlamentares providenciem, de imediato, o que for necessário para que as leis e os valores morais da nação prevaleçam.
Nós, o povo, não agüentamos mais tanto desrespeito e deboche. Basta. Parem de nos ofender e provocar.
Eurico de Andrade Neves Borba, 75, aposentado, escritor, ex professor e ex Vice Reitor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, um dos fundadores do PSDB em 1988, mora em Ana Rech, Caxias do Sul.