• Gilberto Simões Pires
  • 05 Maio 2017


Pelo que informam as pesquisas de opinião pública, mais da metade da população brasileira não tem ideia (ou não se preocupa com o assunto, infelizmente), de que entre as inúmeras e preocupantes INJUSTIÇAS SOCIAIS praticadas no nosso empobrecido país, a MAIOR (ou a MÃE de todas), sem comparação ( inclusive no mundo todo), está na nossa PREVIDÊNCIA SOCIAL.


CLASSES
Além da flagrante INJUSTIÇA que (repito pela enésima vez) representa a simples e nojenta existência de DUAS CLASSES DE BRASILEIROS, onde:
1- a PRIMEIRA CLASSE (minoria) é destinada apenas aos privilegiados servidores públicos, que se aposentam pela INTEGRALIDADE DOS SALÁRIOS; e,
2- a SEGUNDA CLASSE (maioria) destinada à ralé , ou INSS, que recebe, no máximo, R$ 5.579,00 (teto),
há uma outra, ainda mais estúpida e incompreensível: quem sustenta os privilegiados ocupantes da PRIMEIRA CLASSE é o povo, através de impostos cada vez mais altos. Pode?


POUCO INTERESSE
Pois, nem explicando isto de forma clara, fundamentada em números oficiais, o povo (GRANDE PREJUDICADO) não mostra grande interesse, pelo que revela a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Vejam que apenas 19% da população afirma estar por dentro do processo e alterações.


IMPOSTOS
É inegável que as DUAS CLASSES provocam constantes, e cada vez maiores, ROMBOS nas contas públicas, anualmente. Ora, DÉFICITS (ou ROMBOS) nas contas governamentais são cobertos por:
1- impostos à vista; e,
2- impostos a prazo, em forma de títulos públicos (endividamento).
Daí o tamanho da nossa CARGA TRIBUTARIA (quase 40% do PIB) e da nossa DÍVIDA PÚBLICA, que já chega a 76,85% do PIB. Que tal?


DÉFICITS
Ainda que muita gente não tenha ideia do assunto é preciso enfatizar que a PROPOSTA ORIGINAL da REFORMA (??) DA PREVIDÊNCIA, por ser tímida, não visava acabar com os DÉFICITS que se verificam de forma crescente em ambas as CLASSES.
Observem que:
1- em 2016, o rombo do INSS foi de R$ 149,7 bilhões ;
2- e o mega rombo da Previdência dos servidores públicos - da União, dos 26 estados, do DF e 2087 municípios mais ricos, com apenas 9,9 milhões de participantes (6,3 milhões de contribuintes e 3,6 milhões de beneficiários) gerou um déficit previdenciário da ordem de R$ 155,6 bilhões .


ORIGINAL EM QUÊ??
Agora, atenção: a PROPOSTA ORIGINAL (???), se aprovada, previa uma economia de R$ 800 BILHÕES EM 10 ANOS (ou seja R$ 80 BILHÕES POR ANO). Como o DÉFICIT (apenas da União) supera os R$ 300 bilhões/ano, a situação continuaria péssima.


MONSTRENGO
Pois, ainda mais atenção: as modificações que foram feitas até agora no texto original, que, pasmem, continua desagradando 71% dos brasileiros, a economia cai para menos de R$ 600 BILHÕES EM 10 ANOS (ou menos de R$ 60 BILHÕES/ANO).
Ora, se esta REFORMA passar ( que ainda está muito difícil) o Brasil continuaria mergulhado em ROMBOS CRESCENTES DA PREVIDÊNCIA e, principalmente, COMETENDO A MAIOR INJUSTIÇA SOCIAL jamais vista neste planeta. Tá bom assim?
 

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  • ACI Digital
  • 05 Maio 2017

 

A Santa Sé indicou que neste ano o seu concurso de temática humanista, o Prêmio das Pontifícias Academias, será todo sobre o latim.

O ganhador será escolhido pelo Papa Francisco e receberá mais de 21.400 dólares.

Por que a Igreja Católica se importa tanto em promover o latim? Por várias razões.

“No Vaticano, os documentos mais importantes emitidos pelo Papa e pela Santa Sé são escritos oficialmente em latim”;
Disse o secretário da Pontifícia Academia para o Latim, Pe. Roberto Spataro.

A isto se acrescenta que a versão padrão da Bíblia, chamada a Vulgata, também está escrita em latim.

Além desta razão muito prática, disse o sacerdote:
É através do latim que é possível estar em contato com o vasto patrimônio da Igreja ao longo dos séculos;
É “descobrir que esta mesma linguagem foi durante muito tempo o meio do diálogo entre fé e razão”.
O Prêmio 2017 das Pontifícias Academias é patrocinado pelo Pontifício Conselho para a Cultura e a Pontifícia Academia para o Latim, fundada pelo Papa Bento XVI em 2012 através do Motu proprio Latina Lingua.

Este Motu proprio assegura a importância do estudo e da preservação do latim, mas de modo único.
“O Papa Bento quis inspirar a Igreja universal para que não esqueça que o latim é a chave de um imenso tesouro de sabedoria e conhecimento”, disse Spataro.
Em 1962, João XXIII emitiu a Constituição Apostólica Veterum Sapientia, na qual;
“Declarou solenemente” que o latim tem três características distintas;
Que fazem desta antiga língua a “legítima língua para a Igreja Católica Romana”, disse Spataro.

Assim como a Igreja é por natureza “católica” ou “universal”, a língua latina também é internacional, não pertence a um país ou local;

E como já não é uma língua viva, também é imutável.

Isto “torna-o perfeito para avaliações dogmáticas e litúrgicas, pois tal atividade intelectual requer uma linguagem lúcida que não causa ambiguidade na expressão.
É bonito e elegante e a Igreja sempre é amante das artes e da cultura”, explicou o sacerdote.

Organizado anualmente pelo Pontifício Conselho para a Cultura, o Prêmio 2017 das Pontifícias Academias é construído em torno de dois temas:
As propostas metodológicas para o ensino do latim contemporâneo e a recepção do latim cristão antigo entre as épocas medievais e modernas.
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  • Maria Lucia Victor Barbosa
  • 05 Maio 2017



Em 5 de dezembro de 2016, durante o 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, em Brasília, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia afirmou que “a sociedade precisa acreditar no Poder Judiciário para que não faça justiça com as próprias mãos”.

Seria ideal concordar com a ministra, mas a questão é que justiça se faz através do cumprimento das leis o que não é comum no Brasil. Geralmente ocorrem opiniões pessoais, interpretações esdrúxulas das leis, julgamentos políticos e sai livre quem tem recursos financeiros para pagar bons advogados. Acrescente-se a lentidão da justiça, notadamente do STF.

Exceção se faça ao juiz Sérgio Moro, que apoiado no trabalho de promotores e da Polícia Federal tem prendido provisoriamente e depois sentenciado donos das maiores empreiteiras do país, altos executivos dos governos petista, políticos, ou seja, “presos ilustres”, como disse o próprio juiz. Algo inédito no Brasil e sem alongamento de prazos que levam à prescrição dos crimes.

Depois do ministro Joaquim Barbosa, que pôs na cadeia figurões petistas e demais personagens ligadas ao “mensalão”, o juiz Moro faz de modo impressionante a diferença no país da impunidade, dos direitos humanos só para bandidos, que parece ainda seguir o costume do tempo das colônias espanholas quando se dizia: “La ley se acata, pero non se cumple”.

A atuação de Moro na operação Lava Jato não pode atingir o grande número de deputados e senadores envolvidos em crimes variados porque tais parlamentares desfrutam de foro privilegiado e só podem ser julgados pelo STF de conhecida morosidade, onde falta entrosamento entre os ministros e sobram atitudes incoerentes e impróprias a guardiães da Constituição. Nesse último caso recorde-se o espetáculo deprimente dos então presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-Al) e do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, quando estes rasgaram a Constituição para que os direitos políticos de Dilma Rousseff fossem preservados mesmo tendo sido ela cassada.

É verdade que uma comissão do Senado aprovou nesta semana uma emenda que põe fim ao foro privilegiado. Se depois de transitar nosplenários do Senado e da Câmara se tornar definitiva, políticos eleitos serão julgados por juízes de primeira instância e não pelo STF. Entretanto, já apareceu uma pegadinha: cogita-se no Congresso que o político só poderá ser julgado em seu domicílio eleitoral e não onde o crime ocorreu. Isso facilita as coisas, pois pode haver eventual pressão sobre o juiz local.

Realmente, há sempre a possibilidade de escapar quando se é poderoso. Afinal, no Brasil o crime compensa e os honestos é que são penalizados com a burocracia infernal, com cobranças absurdas e rigorosas, com dificuldades de toda espécie.

E falando em escapar, os ministros da 2ª Turma, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, contrariando o voto dos ministros Edson Fachin e Celso de Mello libertaram o grande amigo de Lula, José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PP, João Cláudio Genu, ambos condenados por Moro. Mantiveram em prisão domiciliar o lobista Fernando Moura e Eike Batista foi para casa com a ajuda providencial do ministro Gilmar Mendes.

A decisão dos três ministros, diferente do entendimento de seus pares da 1ª Turma, baseia-se na opinião de que a pena só pode começar a partir da condenação em segunda instância. Naturalmente, eles ignoram que 34% da população carcerária presa preventivamente apodrece em calabouços pelo país afora. Será que Toffoli, Mendes e Lewandowski pretendem também libertar tais encarcerados na medida em que todos são iguais perante a lei? Isso parece fora de cogitação na medida em que eles não são ilustres, não possuem um exército de advogados bem pagos nem influência política.

Contudo, um outro tipo de “igualdade” continua a favorecer figurões da Lava Jato e, assim, José Dirceu, outrora homem forte do governo Lula, inventor do mensalão, “capitão do time” de mafiosos, acusado de vários crimes foi solto no dia 2 de abril por decisão de Mendes, Toffoli e Lewandowski, que abriram caminho para o fim da Operação Lava Jato.

Na brecha do modus operandi liberou geral a defesa de Antonio Palocci enviou ao STF pedido de sua libertação, negado em decisão liminar – provisória – pelo ministro Edson Fachin, que decidiu enviar o parecer final para plenário do STF. Resta aguardar a deliberação dos 11 ministros a ser feita, não sabe quando, com longos discursos em “juridiquês” incompreensíveis ao comum dos mortais.

De todo modo, o que já ocorreu no STF indica a dificuldade de se aceitar a exortação da ministra Cármen Lúcia, pois não há como acreditar no Poder judiciário. Diante de tal insegurança jurídica não passamos de um país sem respeito às leis, portanto, sem futuro e sem esperança.

* Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

 

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  • Luiz Gonzaga Coelho
  • 03 Maio 2017

 

O economista Luiz Gonzaga Coelho, diretor-geral do Hospital SOS Cárdio, com experiência internacional na área da saúde, enviou uma carta ao secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner. Merece leitura e reflexão.

“Compartilho com a necessidade de ouvir a população e os trabalhadores, seus anseios e suas preocupações referentes às reformas trabalhistas e tributárias em curso neste momento. Todavia, incentivar e mobilizar os cristãos a ‘suportar’ coletivos (sindicatos e funcionários público) não é dar ouvidos aos trabalhadores e ao nosso povo. Hoje, somos um país medíocre (sim, pois uma nação que permite que quase 70 mil pessoas, em sua maioria jovens, sejam assassinados por ano não merece um outro adjetivo), e esta mediocridade é o resultado de uma educação que nunca incentivou a geração de riquezas e o respeito ao indivíduo, fazendo-nos um país pobre, com coletivos pobres, e destruindo todas as nossas possibilidades de crescimento.

Todos os nossos governantes, e de quase todos os partidos políticos que nos regeram nos últimos 30 anos, por pressão dos sindicatos e de um discurso ‘politicamente correto’ criaram estes monstros que são nossas estruturas e legislações tributárias, previdenciárias e trabalhistas, que sem uma reforma abrangente e geral, nunca teremos paz social.

Temos um Estado inchado, onde somente 49 milhões de trabalhadores estão formalizados, e destes, 10 milhões são funcionários do governo (não geradores de riquezas) para uma população de 206 milhões... não há necessidade de ser um expert em economia para constatar que esta equação não fecha. Quando abrimos os olhos para tentar entender o porquê deste resultado, constatamos que nossa legislação tributária impede a geração de riquezas, que a legislação trabalhista bloqueia a criação de empregos e do aumento dos salários, e por fim, que o nosso sistema de previdência, como não incentiva a geração de empregos e de riquezas, destrói as contas públicas e nos engessa, aumentando ainda mais os juros e inibindo toda e qualquer iniciativa de melhorar nosso país.

Além deste fato, o trabalhador (aquele que trabalha) está muito mais próximo da empresa que ele trabalha do que seu sindicato. Ele sabe que somente o aumento da oferta de empregos lhe garantirá salário mais alto. O Brasil sempre (e aqui eu incluo a Igreja e a mim também) subestimou os brasileiros, achando que devemos pensar, escolher, defender, sustentar, sem nunca oferecer os verdadeiros instrumentos para que o povo possa crescer de forma ordenada e pelas próprias capacidades.

A Igreja, com sua sabedoria e abrangência global, deveria realizar um verdadeiro comparativo entre todas as nações e assim mostrar aos fiéis que a paz social reina nas nações livres e liberais, sobretudo nas nações com Estado pequeno. O que mais me desola é o fato de que a Igreja de hoje venha a público defender coletivos e ideologias que por onde passaram destruíram os valores cristãos e seus povos (vide Venezuela, Cuba, Coreia do Norte etc.).

Quando uma escola jesuíta, como é o caso do Colégio Catarinense de Florianópolis, por mando do episcopado, fecha para “a greve” e que incentiva os alunos e professores a se manifestar “contra as reformas” sem abrir um espaço para discussão “não ideológica” fazendo representar todos os lados e opiniões, ela está usurpando a missão de geradora de conhecimento e de educação.

Por fim, sou cristão, católico apostólico romano, aplico e pratico os valores cristãos, e por isso manifesto aqui a minha visão de que a Igreja está tomando um caminho que já foi comprovado que não nos levará a lugar algum... Não estamos mais nos anos 1970.

Atenciosamente, Luiz Gonzaga Coelho
 

NOTA DO EDITOR:  O autor é diretor da SOS Cardio em Caxias do Sul

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  • Luiz Carlos Da Cunha
  • 02 Maio 2017


Previdência, do latim praevidentia, quer dizer ver antes, prevenir. O significado de Previdência Social retrata o estabelecimento de um sistema coletivo de amparo futuro, na velhice. A resistência aos necessários ajustes na idade da aposentadoria, em proporção à longevidade, e as dezenas de fatores peculiares subjetivos a cada país, PIB, tradição, cultura, etc, concentra-se nas classes menos instruídas, pesando a geral deficiência no raciocínio matemático.

Estabelecer limites de idade de contribuição e usufruto justo do contribuinte,dentro da média estatística de vida, é uma equação de n incógnitas, que não pode ser resolvida por incendiários de ônibus ou bloqueadores de ruas. Outros países bem mais instruídos que nós – França, Alemanha, Grécia – enfrentando igual problema, foram sacudidos por reações parecidas, não chegaram ao vandalismo. Vandalismo rotineiro no Brasil atual.

A proporção de idosos, beneficiados da medicina, sanidade urbana, alimentação, aumenta com a longevidade, e encolhe o número de jovens contribuintes da previdência necessário para sustentá-los. Ser previdente é sinal de inteligência e precaução; ao revés, ser imprevidente demonstra incapacidade de prever o perigo. O ser humano adquiriu a capacidade de perceber e medir a conseqüência de seus atos, na distância proporcional a seu conhecimento e capacidade cerebral; é o que o distingue dos outros animais. Se não há previdência, domina a imprevidência; e esta leva certamente ao desastre.

A demografia é um fator de inarredável ponderação no conjunto de índices coligidos que devem participar das opções dos governantes no trato da Previdência. Recorro a Giovanni Papini, e seu Gog – livro saboroso, mordaz e irônico – que a seu modo alertava os governos sobre a imprevidência nos primeiros anos do século XX. Numa ilha isolada no Pacífico, uma lei de controle populacional garantia o equilíbrio frente ao limite de recursos alimentares. A cada nascimento que ultrapassasse o limite legal da população, impunha-se a morte do mais velho como necessária a manter a lei de conservação coletiva. Era a previdência extrema resultante da imprevidência anterior dominante.
 

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  • Pedro Henrique Mancini de Azevedo
  • 01 Maio 2017



"Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos." (Mario Vargas Llosa)

Foi mais do mesmo. Se alguém ainda tinha dúvidas de como seria a tal greve geral programada para a última sexta-feira, dia 28/04, esse alguém não foi eu. Cantei a pedra falando que o protesto iria ser como o de crianças birrentas quando não conseguem o que querem e foi exatamente isso que aconteceu. Vimos um bando de vândalos fechando ruas, quebrando propriedades privadas e públicas só para chamar a atenção da população. E por quais motivos? Eles alegam os mais nobres, mas no fundo sabemos que são os mais ardilosos.

Se os gritos entoados durante as manifestações eram de perda de direitos trabalhistas, na prática os gritos que estufavam seus peitos eram de perda de tetas trabalhistas. Nenhuma entidade organizadora da manifestação estava ali para reivindicar direitos trabalhistas. Aliás, eles jamais estiveram em alguma manifestação por esse motivo. A verdadeira demanda desses grupelhos organizados sempre foi e sempre será de perder o direito de ganhar dinheiro sem fazer nada. E com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical isso inevitavelmente irá ocorrer.

Seria chover no molhado a essa altura do campeonato falar que a reforma trabalhista não retira nenhum direito trabalhista. Mas e daí também se tirasse? Qual seria o grande crime? O grande crime seria, diria o pelego tapado, que nossos salários estariam nas mãos dos empresários. Ok, deixe-me ver se entendi. Então quer dizer que os salários ficarem nas mãos dos empresários, o que é completamente falso, é ruim; mas ficar nas mãos dos nossos maravilhosos políticos é ótimo? Essa mesma classe política que nos rouba na entrada e na saída? É nas mãos dessaclasse que o nosso dinheiro está bem empregado? Sim, porque mais da metade do seu salário e dos seus "benefícios" vão justamente para sustentar todas as mordomias imorais e privilégios legais de políticos e seus apaniguados.

E como falei antes, é uma falácia achar que nosso dinheiro ficaria nas mãos dos empresários. Mas para não ficar no achismo vamos fazer as contas. Imaginemos um funcionário que ganha R$5.000. Este funcionário custa a empresa cerca de R$7.650 (sem vale refeição e plano de saúde), mas só vê R$4.000 ao fim do mês. Neste caso, em um ano o funcionário receberá (com férias e 13º) R$56.000. Só que este mesmo funcionário custará a empresa R$107.100! Não precisa ser nenhum gênio para se perceber que nenhum dos lados está saindo vencedor nessa história. Logo, não seria nada difícil que em posse desses números, funcionário e patrão façam um acordo que seja vantajoso para ambos os lados. Que tal fechar em R$80.000 ao ano? Parece difícil essa situação? Impensável? Pois é assim que funcionários de países como os EUA negociam seus salários.

Daí vejo um "intelectual" de esquerda falando: "se o trabalhador não consegue nem negociar uma greve, como irá negociar seu salário?" É, até porque são duas coisas bem similares, não é verdade? Em uma eu quero ganhar sem trabalhar e na outra eu quero ganhar com o que produzo. Tem razão, são situações exatamente iguais!

Em tempo, me desculpem a sinceridade, mas uma pessoa que não sabe negociar nem seu próprio salário, que é o seu ganha-pão, não sabe negociar nada. Uma pessoa assim só pode ser mentalmente incapaz. Sendo assim, sinto informar que negociação salarial é o menor dos seus problemas; você precisa de uma ajuda médica urgente. Alguns já até acharam o remédio, se chama socialismo.

O pior de tudo é que essas pessoas falam em negociação salarial como se fosse uma aberração e que os trabalhadores que estão sob o regime CLT não negociassem salários. Falo isso por experiência própria, que quando era escravo dessa praga celetista tive que negociar salários emtodas as empresas que passei. E adivinhem só. Sempre ficava abaixo do que eu pedia. Foi quando abandonei o regime celetista que pude ver a maravilha que é uma livre negociação, pois foi aí que percebi que cada valor colocado por mim (contratado) na mesa de negociação não representava um valor dobrado para o contratante.

Desta forma, quem quiser continuar sendo extorquido por sindicatos e políticos, fiquem a vontade. A reforma prevê a manutenção dos seus famosos direitos trabalhistas e deixa a opção de contribuição para sindicatos. Mas por favor, não obriguem a todos a seguirem o mesmo raciocínio, tampouco achem que vocês tem procuração para falar em nosso nome. Acreditem, existe inteligência fora da esquerda também, sabiam?

Por isso, espero ansiosamente que essa reforma trabalhista seja aprovada, pois ela é um começo – tímido, mas é um começo. Da mesma forma, espero que futuramente uma reforma mais profunda permita que as pessoas possam abandonar de vez a CLT sem ficarem na ilegalidade. Quem quiser continuar com a CLT, que continue; quem não quiser, sai. É imprescindível que exista essa possibilidade de escolha, pois como podemos ver, algumas pessoas gostam da laranja, já as outras...
 

 


 

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