• Paulo G. M. de Moura
  • 06 Outubro 2018

Prognosticar resultados eleitorais é uma tarefa difícil e arriscada. Conhecer teoria política, saber interpretar pesquisas de opinião e ter alguns anos de experiência sempre ajudam a qualificar o olhar do analista, mas há uma inevitável pitada de feeling que se agrega aos demais fatores para ajudar a explicar quando se acerta a linha de análise de uma eleição.

Segundo O Antagonista a consultoria Eurásia acaba de prognosticar em 20% as chances de Bolsonaro vencer no primeiro turno. A Arko Advice cravou 30%. Não gosto de expressar em percentuais essa probabilidade e não faço ideia como calculam isso, pois além das pesquisas há elementos qualitativos e subjetivos que influenciam minha linha de análise. Com base nesse ponto de vista, creio que “peguei essa eleição pelo rabo”, isto é, consegui captar a lógica de sua dinâmica. Por coerência com os argumentos publicados em meus artigos que avalio que há sim grandes probabilidades de Bolsonaro se tornar presidente no dia 7 de outubro de 2018. Perdoem-me as longas citações, mas elas poupam o leitor de ir aos links de cada artigo, a menos que queira lê-los na íntegra.

Em 05/07, no artigo intitulado “Uma eleição disruptiva” (http://emaconteudo.com.br/2018/07/05/uma-eleicao-disruptiva/), afirmei: “Quais são as novidades no cenário eleitoral: 1 – As mídias sociais deslocaram o poder das organizações tradicionais para as mãos de indivíduos e movimentos cívicos de novo tipo, que nada têm em comum com os ativistas e “movimentos sociais” do passado, todos cooptados pelo Estado ao longo dos 13 anos de governos petistas. (…) 2 – O PT é o segundo partido com maior acesso ao fundo eleitoral. Lula, segundo as pesquisas, pode alavancar Haddad como seu candidato ao patamar de 11%, acima de Ciro Gomes que pontua com cerca de 7%, e encostando em Marina, que não tem partido (a Rede é um gelatina que desanda na eleição), não tem fundo partidário e nem tempo de TV e não usa as mídias digitais de modo profissional. Todos esses fatores recomendam que não se deva menosprezar o potencial eleitoral do PT. 3 – Nos casos do Brexit, da eleição de Trump e do recente plebiscito sobre o acordo de paz com as FARC na Colômbia os eleitores fizeram questão de contrariar as “análises” predominantes na mídia, que é nitidamente enviesada à esquerda. Um eleitor com esse tipo de sentimento tende a manter distância e frieza diante da eleição, mas está atendo e crítico para escolher seu candidato na última hora, criando um movimento massivo e rápido de convergência em direção ao escolhido. Nesse contexto, o ativismo digital da rede real dos seguidores de Bolsonaro, cujo discurso está em sintonia com esse sentimento do eleitor é um ativo que nenhum dos demais competidores têm, ainda que contratem as melhores agências de publicidade para fazer suas campanhas nas mídias digitais em cima da hora, como não se deve fazer, mas, como estão fazendo. 4 – Jair Bolsonaro é o candidato que possui os maiores índices de engajamento nas mídias sociais. Seus 13% de manifestações espontâneas de voto nas pesquisas de todos os institutos constituem-se numa força organizada, monolítica e descentralizada mais poderosa de qualquer partido político. Bolsonaro vem operando bem, também, na dimensão tradicional da política (coligação com tempo de TV, articulação com parlamentares individualmente; alianças e articulações com evangélicos e outras forças sociais, conquista da confiança de setores do empresariado). Em janeiro desse ano eu mesmo aventei a hipótese de que Bolsonaro tivesse batido no seu teto e pudesse vir a cair nas pesquisas. Não foi o que aconteceu. As análises tradicionais partem do pressuposto de que, quando começar a campanha na TV, o candidato do centro (quem?) crescerá e Bolsonaro, devido ao seu discurso e postura, não apenas não crescerá em direção ao centro, como perderá parte dos eleitores no segmento que está além dos 13% de seu voto espontâneo. Todos os argumentos aqui listados sugerem que há grandes chances de esse tipo de análise dar com os burros n’água.”

Em 09/08, no artigo intitulado “O divórcio do eleitor de direita com o PSDB” (http://emaconteudo.com.br/2018/08/09/o-divorcio-do-eleitor-de-direita-com-o-psdb/), afirmei: “Para efeitos de análise, o que importa é que hoje o quadrante direito do espectro político está ocupado e com cara própria, seja através da candidatura de Bolsonaro, seja do Partido Novo ou das lideranças políticas de movimentos como o MBL que optaram por uma estratégia de ocupação de espaços dentro das legendas tradicionais. Ou seja, saíram todos debaixo do guarda-chuva do PSDB, partido em quem antes votavam exclusivamente por falta de opção mais à direita. Libertaram-se da incômoda situação de terem que votar num partido de centro-esquerda para evitar o mal maior representado pelo PT. (…) Aliado com o centrão e tendo conseguido a maior fatia do tempo de TV e do fundo partidário, Alckmin vende como trunfo o que pode ser uma enorme vulnerabilidade. Afinal sua aliança representa tudo o que o eleitorado brasileiro passou a rejeitar com os escândalos de corrupção. Ou seja, o PSDB atraiu para si os olhares desconfiados e descontentes não apenas do eleitorado ideologicamente de direita antes referido, mas da imensa maioria dos eleitores que manifestam rejeição à velha política e que hoje desaguam intenções de voto em Bolsonaro e no não-voto (abstenções, brancos, nulos e indefinidos). Esse é o produto que Alckmin representa. O esforço de seus marqueteiros consistirá em esconder tudo isso numa embalagem dourada e reluzente na tentativa de convencer esse eleitorado de que a mudança passa por não mudar nada. Muito tempo de TV pode ser tornar uma vulnerabilidade nesse contexto. Especialmente porque Alckmin não joga sozinho e porque há vida inteligente no campo adversário. E, também, porque nas mídias sociais o processo de desconstrução da imagem de uma figura pública acontece muitas vezes de forma espontânea através de memes e vídeos criativos e com alto poder de corrosão e viralização.”

Em 08/09, no artigo intitulado “Um outro Bolsonaro é possível?” (http://emaconteudo.com.br/2018/09/08/um-novo-bolsonaro-e-possivel/) , afirmei: “Na eleição de 2014, Marina Silva assumiu a candidatura presidencial após a morte de Eduardo Campos e em duas semanas saltou para o segundo lugar nas pesquisas em trajetória ascendente que poderia levá-la à vitória não fosse o ataque vil do PT acusando-a de tirar o prato de comida da mesa dos pobres se fosse eleita. A condição de Bolsonaro é politicamente mais favorável ainda a ele, pois ele mesmo é a vítima sobrevivente de um atentado e convalesce, mas recuperando aos poucos a possibilidade de falar ao povo direto do leito do hospital, como aliás arriscadamente já o fez. Dadas as circunstâncias, a lógica sugere que Bolsonaro cresça nas pesquisas, não sendo despropositado imaginar-se que se aproxime da possibilidade de vencer no primeiro turno.”

Em 29/08, no artigo intitulado “A eleição de 2018 e o efeito capote” (http://emaconteudo.com.br/2018/08/29/a-eleicao-2018-e-o-efeito-capote/), afirmei: “Tornou-se lugar comum afirmar que as pesquisas mostram um eleitorado desconectado do debate político. No entanto, o cenário político do país (corrupção, descrédito da classe política, falência do Estado, proeminência de candidatos a presidente percebidos como “antipolítica”), assim como, as manifestações de eleitores reveladas em pesquisas qualitativas sugerem que esse eleitorado do chamado “não-voto” está atento ao debate. É observador, crítico e está à procura de um nome. E, num determinado momento, vai escolher um candidato e convergir rapidamente e em massa para ele provocando um “efeito capote”. (…) Sob esse ponto de vista, não vejo como imaginar que Alckmin possa chegar ao segundo turno, pois, tal como o PT, o PSDB também encarna tudo aquilo que o eleitor rejeita. E piorou sua situação ao aliar-se ao centrão. O PSDB padece de hemorragia política e corre o risco de tornar-se irrelevante nessa eleição. Se esta análise está correta, e, de fato, acontecer o que chamamos aqui de “efeito capote”, a probabilidade maior é que o contingente de eleitores do bloco do “não-voto” migre para Bolsonaro e Amoêdo, não sendo descartável, a depender do tamanho da onda, que essa eleição se conclua em primeiro turno. Não é o mais provável, mas não é impossível. Havendo segundo turno, por coerência, o nome mais provável a ocupar a vaga no quadrante oposto é o do candidato de Lula.”

Em 15/09, no artigo intitulado “Espiral do silêncio e voto feminino em Bolsonaro (http://emaconteudo.com.br/2018/09/15/espiral-do-silencio-e-voto-feminino-em-bolsonaro/), afirmei: “Minha hipótese, em consonância com a análise que fiz em outro artigo (A eleição 2018 e o efeito capote – http://emaconteudo.com.br/2018/08/29/a-eleicao-2018-e-o-efeito-capote/) é a de que podemos estar em vias de testemunhar outra ruptura da espiral do silêncio em torno do voto em Bolsonaro e que, boa parte dessa virada virá do voto feminino no candidato. (…) Bolsonaro tem, entre as mulheres, um grupo organizado e politicamente mobilizado nas ruas e nas mídias sociais respeitável tanto pelo número como pela qualidade das ativistas que têm se pronunciado em vídeos nas redes em defesa do seu candidato. Assim como no comportamento de compra, as mulheres diferem dos homens na hora de definir suas escolhas políticas. Têm um estilo mais light, são menos impulsivas, mais cuidadosas e conservadoras, não são agressivas, argumentam racionalmente, analisam variáveis e possiblidades e pensam antes de escolher. Mas, no momento em que se decidem, passam a ser influenciadoras nos seus círculos de relacionamento. (…) O antipetismo é o maior partido do Brasil hoje e o crescimento de Haddad incentiva a migração do voto útil em Bolsonaro para impedir o perigo maior. Nessas horas quem quer tirar o PT busca o mais forte e capaz de fazer isso. Na guerra de rejeições a do Bolsonaro pode cair e a do PT, subir.”

Em 18/09, o artigo intitulado “O segundo turno já começou” (http://emaconteudo.com.br/2018/09/18/o-segundo-turno-ja-comecou/), afirmei: “Protegido pelo escudo da falsa candidatura de Lula, Haddad, então desconhecido, não carregava a carga da rejeição ao petismo. Assumindo a linha de frente após o veto do TSE à candidatura de Lula, Haddad começou a atrair o voto petista e, ao mesmo tempo, a rejeição ao petismo. Uma armadilha inescapável. Dessa forma confirmou-se também a possibilidade que antecipamos, de que essa eventual polarização favoreceria o voto útil à esquerda e à direita em direção aos dois polos mais fortes da disputa. Isso tornou a pregação precipitada do voto útil em outros candidatos um verdadeiro tiro no pé, pois, ao introduzirem o argumento no debate, catalisaram o deslocamento de eleitores antipetistas para Bolsonaro, o nome mais forte para impedir o mal maior. (…) Para entender-se como a coisa funciona, devemos olhar para o filme e não para a foto. Hoje, as duas tendências dominantes no tabuleiro da disputa são, por um lado, o crescimento da candidatura Haddad, mas também de sua rejeição, e, por outro, o crescimento da candidatura Bolsonaro e a redução da sua rejeição. As urnas sorriem para Bolsonaro e o segundo turno já começou. A possibilidade de sua vitória em primeiro turno tornou-se real. Já não está mais no radar. Está no horizonte.”

Em 20/09, no artigo intitulado “Quem botar mais gente na rua será presidente” (http://emaconteudo.com.br/2018/09/20/quem-botar-mais-povo-na-rua-sera-presidente/), afirmei: Num contexto de polarização como o que vem se configurando, não é de todo improvável que o PT consiga mobilizar segmentos da esquerda dos grandes centros urbanos que temem um governo Bolsonaro. No entanto, as evidências empíricas demostram que mesmo nesse contexto, o poder de mobilização de Bolsonaro é muito, mas muito superior. Que evidências empíricas? Amparo-me em todo o processo de mobilização social que desembocou no movimento do impeachment de Dilma Rousseff e no poder de mobilização da base de Bolsonaro. (…) No campo oposto temos Bolsonaro. Desnecessário evidenciar seu poder de mobilização espontânea. Basta ver os vídeos de sua campanha anteriores ao atentado e seu poder de fogo imbatível, descentralizado e voluntário nas mídias sociais. Quem conhece os movimentos de rua que protagonizaram o impeachment sabe que hoje a esmagadora maioria das lideranças que puxaram aquelas mobilizações, exceto talvez pelo VPR que ainda resiste com Amoêdo, está com Bolsonaro. O MBL, que ensaiou voo solo, vem manobrando o leme gradualmente para aderir à onda Bolsonaro. Além dessa preferência por Bolsonaro entre os movimentos cívicos, há uma imensa massa de cidadãos comuns cuja mobilização espontânea vai muito além do alcance desses movimentos organizados. Por fim, no entorno desses, há o predominante sentimento antipetista que hoje, se constitui no “maior partido” do Brasil. Eis a locomotiva e seus vagões. Todas as condições estão dadas, portanto, para que a onda Bolsonaro que todos os institutos de pesquisa estão apontando se encontre com esse sentimento dominante formando o amálgama da vitória eleitoral amparada na maioria.”

Por fim, me perguntará o leitor, se todos esses prognósticos estão se confirmando, por que então a pesquisa independente por mim coordenada não registrou o “tsunami” pró-Bolsonaro que está em curso nesse momento e pode levá-lo a vencer no primeiro turno?

O campo da nossa pesquisa ocorreu entre 28/9 e 3/10, e coincide, na margem de erro, com as pesquisas Ibope e Datafolha que fizeram coleta de entrevistas em torno do dia 3/10. O gráfico da pesquisa da Ipespe/XP Investimentos que ilustra esse artigo, mostra claramente o capote começando após essa data. Portanto, o fenômeno do capote que previ com muita antecedência começou após o campo da nossa pesquisa.

Por fim, deixo aqui os links de dois posts de Felipe Martins, a quem considero um dos melhores analistas de pesquisas no Brasil hoje, em seu Twitter, comentando nossa pesquisa: (https://twitter.com/filgmartin/status/1047908639317643264) “Conheço os responsáveis pelo Instituto Amostra e sei que são pessoas honestas e muito competentes. Os números da pesquisa estão dentro do esperado para o intervalo da coleta de dados (de 28/09 a 03/10): eles nos dão a média da última semana mais do que o retrato do momento atual.” E (https://twitter.com/filgmartin/status/1047909784601726976) “A divulgação dessa pesquisa, contratada e realizada por pessoas independentes, é pedagógica e mostra que as pesquisas, mesmo com limitações, captam tendências e precisam ser consideradas em qualquer análise. A grande questão é que boas análises qualitativas alcançam mais longe.”
Subscrevo.

* Paulo G. M. de Moura – Cientista Político
 

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  • Paulo Eneas
  • 04 Outubro 2018

 

O andamento e o desfecho das mais importantes eleições da história recente do País irão jogar por terra muitas teses alarmistas e catastrofistas que foram sendo apresentadas ao público desde o ano passado. Teses essas que sempre foram contestadas pelo Crítica Nacional, pois todas elas sem exceção partiam de pressupostos errados de análise política e induziam o público a uma percepção errônea da realidade política brasileira de momento.

O principais propagadores dessas teses alarmistas e catastrofistas são figuras públicas conhecidas das redes sociais, e têm entre si um denominador comum: são todos adversários políticos medíocres de Jair Bolsonaro, caluniadores de Olavo de Carvalho e, mais recentemente, detratores do General Hamilton Mourão. Todos têm em comum também o fato de terem errado todas as previsões que fizeram sobre o cenário político nacional. Dentre as principais teses alarmistas e catastrofistas que foram derrubadas, estão:
a) O STF vai cassar o mandato de Bolsonaro e ele não poderá ser candidato
Sempre contestamos essa tese pelo simples fato ela ignorar o que a então pré-candidatura de Jair Bolsonaro representava e o que ela representa hoje.

b) Lula não vai ser preso nunca
Os catastrofistas supostamente de direita sempre fazem coro com os comunistas, atribuindo ao hoje presidiário petista um poder e uma força política que ele já há muito não tem, como sempre apontamos em nossos artigos e transmissões ao vivo, nos quais descrevemos o presidiário petista como um cachorro morto.

c) Lula vai ser solto
A hipotética soltura do chefe criminoso petista foi anunciada inúmeras vezes esse ano, especialmente durante os dias que antecediam o julgamento de recursos no STF. Nós sempre dissemos que isso jamais iria acontecer, como de fato nunca aconteceu.

d) Lula vai ser candidato
Também aqui os catastrofistas supostamente de direita repetiram o coro com os comunistas, anunciando a candidatura e a vitória inevitável do criminoso petista. E também aqui sempre dissemos que ele não seria candidato em hipótese alguma.

e) As Forças Armadas estão aparelhadas pelos comunistas e nada irão fazer
Afirmação recorrente e quase diária dos catastrofistas, demonstrando completa ignorância sobre o processo político em andamento no País. O Crítica Nacional, por sua vez, sempre afirmou e demonstrou que as Forças Armadas, sem arredar um milímetro de suas atribuições institucionais, têm sido as fiadoras da nossa ainda capenga democracia, bem como fiadoras do processo de transição gradual do poder político para a direita conservadora, que será concluído ano que vem com a posse de Jair Bolsonaro na presidência.

f) Jair Bolsonaro vai ser derrotado nos debates com os demais candidatos
Jamais endossamos essa tese, pois jamais subestimamos a inteligência e a capacidade política do líder incontestável da Nação, como mostramos no artigo Inteligência Política, publicado em fevereiro desse ano. E também sempre dissemos que estas eleições seriam marcadas pela quebra dos chamados paradigmas eleitorais até aqui tidos como absolutos, assim como ocorreu com Donald Trump nas eleições americanas. Jair Bolsonaro não apenas saiu-se bem nos debates em que pôde participar, como deixou de joelhos bancadas de jornalistas esquerdistas da Rede Globo e de outros veículos.

g) As eleições serão a fachada para um golpe comunista
Essa tolice foi repetida incessantemente por anões de uma pseudo-ciência política que usam unicamente seus devaneios como método e instrumento de análise. O único golpe comunista anunciado por desinformantes desse porte e estatura diminutas é aquele existente em seu arremedo de pensamento, e lá permanecerá.

h) As eleições serão fraudadas pelas urnas eletrônicas
Trata-se do erro que resume todos os erros anteriores, pois parte do pressuposto tolo e ingênuo de que a fraude depende unicamente do meio material para ser instrumentalizada, e ignora as circunstâncias e relações de força política que possibilitem ou não executá-la. São estas últimas que são determinantes para uma fraude, independentemente do meio material de votação. De nossa parte, sempre entendemos que as circunstâncias e relações de força política hoje dificultam enormemente a realização de uma fraude em escala nacional.

Por fim, recomendamos ao leitor do Crítica Nacional que ainda eventualmente acompanha e segue os proponentes desses teses catastrofistas derrotadas que pergunte a esses proponentes o que eles entendem por credibilidade e seriedade na análise e previsão de cenários políticos, uma vez que esses proponentes erraram tudo, sem exceção, que eles têm afirmado desde o ano passado. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews

* Publicado originalmente no excelente www.criticanacional.com.br

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  • Jorge Hernández Fonseca
  • 03 Outubro 2018

                                   Nota do editor: Oposição cubana acompanha com grande interesse o momento eleitoral brasileiro.

As eleições brasileiras estão caminhando para uma polarização direita-esquerda na segunda rodada eleitoral. A esquerda do gigante sul-americano é representada por Fernando Hadad e a direita por Jair Bolsonaro. A estratégia da esquerda é dirigida desde a prisão por Lula da Silva e dentro do PT, quem muito provavelmente da as cartas e administra o dinheiro desviado é José Dirceu.

Dirceu é um homem dos serviços de inteligência cubanos, que na época passou por cirurgia plástica em Havana, para ser despachado com uma identidade falsa para o Brasil, com o objetivo de espionar para Cuba na época. Derrotada a ditadura militar brasileira, Dirceu recebeu desde Havana a ordem de –usando agora sua identidade verdadera-- se aproximar de Lula Da Silva e assim, foi dos militantes fundadores do Partido do Trabalho, PT, visando controlar o jogo dentro do partido, para ser um futuro candidato a presidente do PT primeiro y do Brasil finalmente. Em paralelo, Cuba preparou, junto com Dirceu, o venezuelano Nicolás Maduro, para um papel semelhante na Venezuela, ou seja, aproximar-se de Hugo Chávez para se tornar seu homem de confiança, como ele fez, ate que finalmente foi seu substituto na presidencia.

Dirceu PT, já era presidente do partido quando Lula ganhou a eleição de 2002. Ele foi nomeado Ministro da Casa Civil, segundo homem no governo. Imediatamente criou o chamado esquema do "mensualão", destinado a desviar dinheiro do Estado Brasileiro para comprar as vontades dos congressistas, com a finalidade de conquistar "associados", entregando um suculento dinheiro "mensal", o qual converteu ao Dirceu no centro do poder do primeiro governo Lula.

Descoberto o esquema de Dirceu, ele e seus cúmplices foram processados e condenados por corrupção (Lula isentou-se da culpa, hipocritamente) e Dirceu foi preso. Como o PT continuava no poder, Dirceu foi rapidamente libertado e criou um outro esquema, o da Petrobrás, no qual desviou cerca de 30 bilhões de dólares que foram "perdidos" dos cofres públicos. Ele foi novamente preso e condenado a mais de 30 anos de prisão, mas, por obra e graça dos "amigos" ele está novamente na rua e agora, nesta eleicao, dando as cartas.

O plano de Cuba e Dirceu é financiar o PT nas eleições atuais (ha muito dinheiro roubado) com vistas a, como ele disse ao jornal "El País", "tomar o poder, que é diferente de ganhar eleições".
(https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/01/politica/1538422024_108394.html). Então, o dilema brasileiro resume-se numa escolha entre a direita brasileira e um homem que vai ser comandado pelo "controle remoto" desde Cuba --José Dirceu-- como fez a ilha com Nicolas Maduro depois da morte de Hugo Chávez, operado e morto em e por Havana.

Os dois primeiros mandatos de Lula deveriam ter sido seguidos pela candidatura de José Dirceu, mas, ele já estava na cadeia, e sua substituta, Dilma Rousseff, fez as coisas tão mal que estragou os planos de eternização do PT no poder, coisa que pretendem nesta elição. Agora o plano é quase perfeito: desacreditar um homem que é muito satanizado e eleger um fantoche para fazer o assalto ao poder que Dirceu prometeu em entrevista ao "El País" e implantar em Brasil o esquema de governo chavista, semelhante ao que foi feito pelo seu ex-companheiro de estudos en Cuba, Nicolas Maduro.

O Brasil está a tempo de desviar o curso do seu desastre potencial hacia a pobreza generalizada do socialismo do século 21, que atualmente é Cuba, Nicarágua e Venezuela. Não há outras alternativas nas condições atuais da situacao brasileira: a direita imperfeita, mas democrática, ou o socialismo empobrecedor e eterno de José Dirceu.


Artigos deste autor podem ser encontrados em http://www.cubalibredigital.com, onde o texto foi publicado originalmente.
 

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  • Harley Wanzeller, magistrado
  • 03 Outubro 2018

 

Oh Zé,
Desce desse muro. Pula!
Para direita ou esquerda, tanto faz.
Só não me apraz ver-te aí,
Sentado onde jaz um ignorante
Ruminando idiotice própria de quem não se conhece.
De quem não sabe a que veio,
Nem mesmo onde está.

Oh Zé,
Desce desse muro!
Escolhe o caminho duro, e ele te dará algo.
Te fará homem, Zé...
Dará sentido a essa vida medíocre e ignóbil que escolheste levar.
Esses passos trarão ciência de tudo.
Te apresentarão o mundo que existe fora do bar.
Talvez, até mesmo retornes ao lar, Zé.
Quem sabe?
Quem sabe um dia te tornes alguém além do ninguém que és.
Sabe-se lá...
Mas torço por ti.
Para que desças desse muro,
E saindo do escuro,
Escolhas tuas convicções.

Escolhe, Zé!
Aceita logo o lado.
Para esquerda ou direita, não importa.
Me importa, sim, teu voto,
Pois padeço em tuas pífias reflexões.
E minhas decisões vão ao esgoto quando confrontadas com as tuas visões.
Por sermos iguais, Zé,

Acabo pagando a conta que fizeste.

Antes pagasse a conta do bar, quando alguns níqueis resolvem.
Sofreria menos...

Para, Zé!
Que queres com isso?
Maltratar?
Apunhalar?
Tua incúria me fere a alma, e me torna cara a segunda-feira.
Meu corpo padece no cansaço do trabalho,
E o país sendo entregue a ti e aos teus,
Que nada querem além de um trago a mais,
Uma cachaça a mais,
Uma noite a mais,
Uma ilusão a mais...

Toma tento, Zé!
Escolhe o teu lado e pula.
Para direita ou esquerda,
Tanto faz.
Urge que saias do muro,
E busques a paz que só a cultura pode guarnecer.
Me encantaria ver-te crescer e não mais vender teu voto por um pedaço de corrupção.
Te perdoo todo prejuízo que sofro.
Até mesmo o atentado contra a nação.
Mas te peço, como irmão.
Desce logo Zé,
Vira homem,
Larga de ser Mané!

Harley Wanzeller (25.01.2018)
 

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  • Ives Gandra da Silva Martins
  • 02 Outubro 2018

 

                                                                                                                                   Soneto da poética política, enviado pelo amigo Ives.

 

Quando um povo não vê o populismo

E acredita em promessas de assaltantes;

Quando governos levam para o abismo

Os sonhos que se fazem mais distantes;

 

Quando presos comandam dirigentes

Do crime organizado e da política,

Na condução não sendo diferentes

Sem terem da nação nenhuma crítica;

 

Quando o ganho ilegal é sempre ganho

Dos eleitores tendo um grande apoio

E o querer ao Brasil parece estranho,

Pois se troca o bom trigo pelo joio;

 

Vai se perdendo aos poucos a esperança

E o mal dos que são maus, no tempo, avança.

 

* Ex-presidente da Academia Paulista de Letras.

SP. 30/09/2018

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 01 Outubro 2018

 

A partir de hoje, a maioria dos eleitores de todo o Brasil deixa de contar os dias que nos separam das Eleições/2018. Ou seja, até o próximo domingo, 7 de outubro, a contagem, regressiva, passa a ser por horas faltantes até o momento da confirmação do voto nas (pouco confiáveis) urnas eletrônicas.
 

ESCLARECIMENTOS
Até lá, de forma incansável, sigo escrevendo editoriais com o propósito de contribuir com esclarecimentos que julgo importantes e necessários para que os eleitores cumpram bem o DIREITO DE VOTAR nos políticos que podem tirar o Brasil do atoleiro.

BRETE FISCAL SEM PRECEDENTES
Mais do que sabido, independente da visão obtida de qualquer um dos pontos cardeais, o Brasil está envolvido num astronômico BRETE FISCAL, sem precedentes. E neste vasto horizonte de inúmeras encrencas que precisam ser enfrentadas com urgência, o maior de todos é o ROMBO CRÔNICO das CONTAS da PREVIDÊNCIA (1ª e 2ª CLASSES).

STEPHEN KANITZ
Pois, neste final de semana, enquanto lia o blog do mestre em Administração, Stephen Kanitz, me deparei com o seguinte texto, que esclarece a importante relação CAUSA/EFEITO da encrenca chamada PREVIDÊNCIA SOCIAL. Eis o que diz Kanitz:

Fico abismado com a ignorância desses professores que saem a campo dizendo que não há déficit na Previdência.
E dos jornalistas que os entrevistam.
A Previdência começou deficitária desde o primeiro ano de vida.

A lei Eloy Chaves de 1923 concedeu de imediato aposentadorias a todos que tivessem 50 anos de idade, justamente os velhos que nada haviam contribuído.
"Art. 12. Aposentadoria ao empregado ou operário que tenha prestado, pelo menos, 30 anos de serviço e tenha 50 anos de idade."

Daí o déficit inicial da Previdência, por incluir quem não havia contribuído um único centavo.

Déficit que somente foi se agravando ano após ano.
No ano seguinte, milhares de velhos que haviam contribuído somente um ano também se aposentaram com salários integrais.

E assim por diante, até chegarmos ao déficit atual de R$ 560 bilhões por ano.

Déficit previsível desde 1923.

Déficit escondido por todos os nossos Ministros da Fazenda.
Déficit que somarão um total R$ 15 trilhões nos próximos 30 anos, por baixo.

E tem imbecil que ainda acha que os aposentados atuais não têm um problema.

O de provavelmente morrerem de fome porque essa dívida é impagável, e portanto não será paga.

Em vez de nossas contribuições serem investidas por 30 anos, para que tivéssemos recursos financeiros para arcar com essa previsível obrigação no futuro, nossos Ministros da Fazenda as usaram para "cobrir o déficit".

Em vez de investir em empresas e debêntures de longo prazo.
Por isso nossos juros são estratosféricos.

 

DUAS PREVIDÊNCIAS

Ora, todos os eleitores que até agora se mantém dispostos a votar em candidatos POPULISTAS, notadamente PT, PDT, PSOL, PSTU, PCdoB, etc., precisam entender de uma vez por todas que a simples existência de-DUAS- PREVIDÊNCIAS (INSS e SERVIDORES PÚBLICOS) representa o que há de mais injusto, criminoso e indecente no mundo todo.

DISCURSO LAMENTÁVEL

Portanto, mais do que nunca é necessário que se leve o máximo de esclarecimentos aos eleitores para que não se deixem levar pelo discurso lamentável dos candidatos POPULISTAS, principalmente Fernando Haddad, do PT, (que está bem cotado nas pesquisas) que simplesmente abominam a necessidade de uma REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Pode?

 

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