E LEANDRO KARNAL ENCANTOU-SE COM BOULOS

 

Após assistir à entrevista de Guilherme Boulos no Roda Viva, Leandro Karnal retirou sua alma do armário, despiu-a do manto isentão e se apresentou como disposto a ponderar a possibilidade de votar no candidato do PSOL. Leia aqui.


Talvez pergunte o leitor: “E é proibido votar no PSOL?”. Respondo sem hesitar: Sim, é. Para alguém que pelo menos fala com jeito de quem pensa enquanto fala, a hipótese de votar num candidato como Boulos, de se encantar com discurso de qualquer comunista sobre desigualdades sociais é interdito. É embarcar, conscientemente, numa “roubada” cujos efeitos foram e continuam sendo muito mais danosos do que os causados pela “roubada” do nazismo. 


Quando morreu Fidel Castro, o líder do PSOL e das invasões urbanas mandou-se para Cuba. Foi render homenagens ao ditador comunista que cristalizou sufocou sua população na miséria e na deterioração de energias produtivas. Depois, deslocou-se até o extremo oeste da ilha, em Santiago de Cuba, para as cerimônias de sepultamento, de onde enviou um vídeo que pode ser assistido aqui. Nele, entre outras platitudes, afirmou que as homenagens prestadas a Fidel deixavam claro que, em Cuba, a revolução estava mais viva do que nunca... Dentro de sete meses essa revolução “mais viva do que nunca” completa 60 anos de ditadura.


 Boulos deve soluçar cada vez que se lembra do fim do comunismo no Leste Europeu após 72 anos de padecimentos impostos a uma parcela expressiva da população mundial. Na sofrida ilha caribenha, pelo jeito, ainda faltam uns 12 anos para que também o regime homicida e totalitário seja sepultado no panteão de Santiago de Cuba. A alguém com as aspirações intelectuais de Leandro Karnal não se pode atribuir ignorância em relação a esses fatos nem quanto à conduta delinquente de Boulos nas irresponsáveis ocupações de imóveis nos grandes centros urbanos do país.
 

  • 14 Maio 2018

NEM SE EU ESCREVER ISTO UM MILHÃO DE VEZES
 

Percival Puggina

 

Nem se eu escrever isto um milhão de vezes conseguirei produzir mínimo efeito sobre quantos foram convencidos, de tanto ouvir, que as gestões petistas acabaram com a miséria no país. Esse disparate foi tantas vezes repetido, e repetido por tantos, que nenhuma outra afirmação consegue espaço para ecoar no imaginário de uma parcela imensa da população.

 No entanto, após ouvir isto, novamente, como som de fundo de um vídeo, entoado por pequena multidão fardada de vermelho - “Quem tira o povo da miséria é o PT” - me senti na obrigação de transcrever alguns dados que, a rigor, são desnecessários a quem tenha olhos abertos para o que acontece em nossas ruas e, principalmente, na periferia das nossas cidades. Causa sofrimento saber que a Educação que ali chega, como regra, é da pior qualidade; que provavelmente sua vizinhança foi tomada pelo tráfico e que tantas crianças e adolescentes são por ele recrutados; que os problemas de saúde são agravados por motivos sanitários; e que tantos irmãos nossos se tornam cativos por dependência das mesmas mãos que politicamente os explora.

 Segundo o relatório Síntese dos Indicadores Sociais, divulgado pelo IBGE em dezembro do ano passado, com dados de 2016, o Brasil encerrou aquele ano com 24,8 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, com renda inferior a ¼ de salário mínimo por mês (R$ 220, à época). Isso significa que 12,1% da população brasileira era miserável segundo esse critério em que uma família de quatro pessoas só se encaixa na definição se tiver uma renda familiar inferior a R$ 880,00/mês. E tem mais: se considerarmos a renda per capita, ainda em 2016, com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, 44 milhões de pessoas recebiam menos de R$ 747 por mês.

Por fim, bons exemplos da possibilidade de as políticas de esquerda acabarem com a miséria podem ser observados em Cuba e Venezuela, justamente as duas maiores afeições políticas das lideranças left wing brasileiras.
 

  • 09 Maio 2018

AINDA A MANIPULAÇÃO NO NOTICIÁRIO

 

Percival Puggina

 

Fiquei cerca de três semanas fora do Brasil, sem contato com a mídia tradicional, mas ligado nas redes sociais. Estou estarrecido com o que percebo! Ontem mesmo, gravei um vídeo que pode ser assistido aqui. Mas quero enfatizar um pouco mais .

É fácil entender o quanto deve ser penoso para o jornalismo comprometido com o movimento revolucionário lidar com a prisão de seu guru político, aquele sem o qual toda a esquerda entra em dispneia. No entanto, jornalismo não pode ser um cardápio de informações onde o profissional escolhe segundo seu gosto ou conveniência. E o que vejo é exatamente isso.

Lula está preso há um mês. Durante esse período, as únicas alterações na rotina nacional – imaginem só! – são proporcionadas por um grupo de desocupados nas proximidades da carceragem e pela presença de alguns visitantes tentando autorização para chegar até ele.

No meu ponto de vista, esse é o fato do mês. Ou não? Toda a bazófia que antecedeu a ordem de prisão, toda a exaltação emocional que o lulismo tentou construir, todo o discurso de ódio, toda a encenação que marcou a presença de Lula na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, todo o destempero dos destemperados resultou em nada. E isso está longe de ser convenientemente analisado e destacado pela mídia convencional. 

A mesma imprensa que acolhe e divulga as manifestações de Adolfo Pérez Esquivel em favor de Lula se esquece de dizer que o ilustre argentino “defensor dos direitos humanos” é macaco de auditório das ditaduras homicidas de Cuba e Venezuela, um hipócrita sempre disponível para defender seus camaradas em apuros. Por que silenciam sobre isso? Por que não dizem que a “militância” solidária para o coro do bom dia matinal ao ex-presidente é um grupo de infelizes que habitualmente vai para onde mandam, desde que disponibilizem comida, bebida e uma “ajuda de custo”?
 

  • 06 Maio 2018

O PRÉDIO DA PF, A INVASÃO, O INCÊNDIO, TEMER, AS VAIAS E AS CULPAS

Percival Puggina

 São impressionantes as cenas do incêndio, seguido de desabamento do prédio da PF invadido em São Paulo. Em questão de segundos, tudo no chão. E um número indeterminado de vítimas porque o caráter irregular da invasão torna informal os acessos e a presença no imóvel. Fala-se em quatro dezenas de possíveis vítimas fatais.

 O que aconteceu em tão grandes proporções num centro urbano, já ocorreu em invasões horizontais e já poderia ter havido em muitos outros imóveis, Brasil afora. E se repetirá, caso providências não sejam adotadas. Os primeiros invasores chegam acompanhados de políticos, falam em “ocupação”, em “função social” e em “direitos humanos”. Imediatamente forma-se um círculo de proteção com apoio de setores da mídia, motivando a opinião pública a rejeitar as reintegrações de posse e as desocupações com intervenção da autoridade policial. E lá estão os políticos dos partidos de esquerda, discursando sobre a desumanidade do ato.

 O prédio que caiu era prédio público, portanto, nas palavras do próprio presidente Temer quando visitou o local, havia, ali, uma “situação complicada”. Entendo o presidente, no vocabulário nacional, se é “público” não é de ninguém e, sendo de ninguém, quem assumiria a bronca de providenciar a retirada dos invasores?

Resultado: o raio político caiu na cabeça do presidente, duas vezes. Primeiro por haver consentido com aquela situação que todos, agora, reconhecem irregular... Segundo porque, estando, coincidentemente, em São Paulo, sentiu-se na obrigação de comparecer ao local do sinistro, onde foi muito mal recebido, como era de se esperar. Os políticos influentes no local se encarregaram de ensinar aquele pobre povo a rejeitar o presidente mesmo quando ele anuncia que o governo prestará assistência às vítimas.

Não há registro de presença no local dos conhecidos líderes de invasões. Nem dos dirigentes partidários que as estimulam. Menos ainda dos corretores desses enclaves, que se beneficiam financeiramente das locações que ali ocorrem.

Não preciso mencionar as muitas causas individuais e sociais da situação dos invasores. Não preciso falar das oportunidades que não tiveram, das escolhas que não puderam fazer nem das que objetivamente fizeram. Os invasores e as vítimas fatais são os politraumatizados da opressão. Opressão dos maus políticos que jogaram o país na corrupção e dos que politizam suas desgraças; e dos que deles se valem para formar os “exércitos” urbanos e rurais de seus devaneios revolucionários.

Só não me venham dizer que os responsáveis por essa situação estão no setor produtivo da economia nacional.
 

  • 02 Maio 2018

PORTO ALEGRE NAMORA COM O ATRASO
 

Percival Puggina

 

Há uma avenida atravessada como espinho na garganta de alguns porto-alegrenses. Chama-se, desde a inauguração, Avenida Castelo Branco, em homenagem ao general Humberto de Alencar Castelo Branco, presidente do Brasil eleito pelo Congresso Nacional no dia 11 de abril de 1964 para um mandato de menos de três anos. Coube-lhe substituir o presidente João Goulart, que abandonara o cargo e se retirara para o Uruguai. Castelo Branco foi eleito com 361 votos contra 72 abstenções, 3 votos dados ao general Juarez Távora e 2 votos ao ex-presidente, também general, Eurico Gaspar Dutra.


Castelo Branco virou nome de avenida em Porto Alegre. E assim ficou até que em 2014, dois vereadores do PSOL resolveram que o nome daquela via pública lhes tirava o sono, ofendia sua devoção à democracia e deveria ser alterado. Avenida da Legalidade e da Democracia lhes caía bem melhor além de atrair, no plenário, os devotos de Brizola no PDT e no PTB, além de vereadores dos demais partidos de esquerda. Resultado da votação: dos 36 vereadores, 21 aprovaram a mudança...


Tudo certo, só que tudo errado. Para alterações de nomes de ruas, a Lei Orgânica exige quorum qualificado de 24 votos. Mesmo assim, o presidente petista, proclamou o resultado. O projeto seguiu para sanção do prefeito (o ex-petista José Fortunati) que diante das pressões, silenciou e a Câmara promulgou a lei. Os vereadores que se opunham à alteração ingressaram com mandado de segurança e, finalmente, o assunto foi decidido pela Terceira Turma do TJ/RS: o general volta às placas.


E daí, perguntará o leitor? Daí três coisas. Primeira, Castelo Branco dirigiu um governo autoritário, mas não foi um ditador; eleito pelo Congresso (prática vigente em quase todas as melhores democracias), cumpriu o seu mandato e foi para casa. Segunda, os que queriam mudar o nome da avenida que leva seu nome defendem todas as ditaduras de esquerda, no tempo presente e no tempo passado. Terceira, impressiona saber que tantos vereadores continuem apegados ideologicamente ao brizolismo, ao esquerdismo e ao populismo. Os 21 votos que essa lei obteve em 2014 ajudam a entender o atraso da capital gaúcha.

 

  • 28 Abril 2018

SURPRESA! BRASIL TOMA CALOTE DE R$ 1,3 BILHÃO DE MOÇAMBIQUE E VENEZUELA


Percival Puggina

 

 Era preciso ser muito vigarista para financiar tais empreendimentos, e era preciso ser muito tolo para espalhar a versão de que negócios seriam benéficos ao Brasil.


 Venezuela e Moçambique (dois países com governos comunistas) deixaram de pagar ao BNDES e ao Crédit Suisse a bagatela de R$ 1,5 bilhão referente ao financiamento de obras feitas por empreiteiras brasileiras naqueles países. Em ambas, a exemplo de outras, Lula andou “encantando” platéias locais com inspiradas conferências sobre o imenso bem prestado por ele ao Brasil e aos pobres do mundo. Entre estes últimos os acionistas das grandes empreiteiras nacionais.


 Diante do calote, trata o governo brasileiro de conseguir do Congresso aprovação para incluir R$ 1.3 bi no Orçamento para que o fundo garantidor das exportações pague esse valor às duas instituições financeiras...


 Resumo das negociatas: ganharam as empreiteiras, ganharam os bancos, ganharam os corruptores e ganharam os corruptos. E nós pagamos a conta. E há quem julgue que o Lula deve ser solto.
 

  • 27 Abril 2018