AINDA A MANIPULAÇÃO NO NOTICIÁRIO
Percival Puggina
Fiquei cerca de três semanas fora do Brasil, sem contato com a mídia tradicional, mas ligado nas redes sociais. Estou estarrecido com o que percebo! Ontem mesmo, gravei um vídeo que pode ser assistido aqui. Mas quero enfatizar um pouco mais .
É fácil entender o quanto deve ser penoso para o jornalismo comprometido com o movimento revolucionário lidar com a prisão de seu guru político, aquele sem o qual toda a esquerda entra em dispneia. No entanto, jornalismo não pode ser um cardápio de informações onde o profissional escolhe segundo seu gosto ou conveniência. E o que vejo é exatamente isso.
Lula está preso há um mês. Durante esse período, as únicas alterações na rotina nacional – imaginem só! – são proporcionadas por um grupo de desocupados nas proximidades da carceragem e pela presença de alguns visitantes tentando autorização para chegar até ele.
No meu ponto de vista, esse é o fato do mês. Ou não? Toda a bazófia que antecedeu a ordem de prisão, toda a exaltação emocional que o lulismo tentou construir, todo o discurso de ódio, toda a encenação que marcou a presença de Lula na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, todo o destempero dos destemperados resultou em nada. E isso está longe de ser convenientemente analisado e destacado pela mídia convencional.
A mesma imprensa que acolhe e divulga as manifestações de Adolfo Pérez Esquivel em favor de Lula se esquece de dizer que o ilustre argentino “defensor dos direitos humanos” é macaco de auditório das ditaduras homicidas de Cuba e Venezuela, um hipócrita sempre disponível para defender seus camaradas em apuros. Por que silenciam sobre isso? Por que não dizem que a “militância” solidária para o coro do bom dia matinal ao ex-presidente é um grupo de infelizes que habitualmente vai para onde mandam, desde que disponibilizem comida, bebida e uma “ajuda de custo”?