Olavo de Carvalho

24/02/2009
20 de fevereiro de 2009 As festividades bilion?as em comemora? aos duzentos anos de nascimento de Charles Darwin tornam momentaneamente invis?is alguns fatos essenciais da vida e da obra desse homem de ci?ia. Desde logo, Darwin n?inventou a teoria da evolu?: encontrou-a pronta, sob a forma de doutrina esot?ca, na obra do seu pr?o av?rasmus Darwin, e como hip?e cient?ca em men?s inumer?is espalhadas nos livros de Arist?es, Sto. Agostinho, Sto. Tom?de Aquino e Goethe, entre outros. Tudo o que ele fez foi arriscar uma nova explica? para essa teoria – e a explica? estava errada. Ningu?mais, entre os autoproclamados disc?los de Darwin, acredita em “sele? natural”. A teoria da moda, o chamado “neodarwinismo”, proclama que, em vez de uma sele? misteriosamente orientada ao melhoramento das esp?es, tudo o que houve foram mudan? aleat?s. Que eu saiba, o mero acaso ?recisamente o contr?o de uma regularidade fundada em lei natural, racionalmente express?l. O darwinismo ?ma id? escorregadia e proteiforme, com a qual n?se pode discutir seriamente: t?logo espremido contra a parede por uma nova obje?, ele n?se defende – muda de identidade e sai cantando vit?. Muitas teorias idolatradas pelos modernos fazem isso, mas o darwinismo ? ?a que teve a cara de pau de transformar-se na sua contr?a e continuar proclamando que ainda ? mesma. Todos os celebrantes do ritual darwiniano, neodarwinistas inclusos, rejeitam como pseudocient?ca a teoria do “design inteligente”. Mas quem inventou essa teoria foi o pr?o Charles Darwin. Isso fica muito claro nos par?afos finais de A Origem das Esp?es, que na minha remota adolesc?ia li de cabo a rabo com um enorme encantamento e que fez de mim um darwinista, fan?co ao ponto de colocar o retrato do autor na parede do meu quarto, rodeado de dinossauros (s?ora compreendo que ele ?m deles). Agora, gra? ?mabilidade de um leitor, tomei conhecimento dos estudos desenvolvidos por John Angus Campbell sobre a “ret?a das ci?ias”. Ele estuda os livros cient?cos sob o ponto de vista da sua estrat?a de persuas? Num v?o fascinante que voc?podem ver em http://www.youtube.com/watch?v=_esXHcinOdA, ele demonstra que o “design inteligente” n??penas um complemento final da teoria darwinista, mas a sua premissa fundamental, espalhada discretamente por todo edif?o argumentativo de A Origem das Esp?es. O “design inteligente” ?portanto, a ?a parcela da teoria darwiniana que ainda tem defensores: e estes s?os piores inimigos do darwinismo. ?certamente um paradoxo que o inventor de uma explica? falsa para uma teoria preexistente seja celebrado como criador dessa teoria, por?um paradoxo ainda maior ?ue a premissa fundante da argumenta? darwiniana seja repelida como a nega? mesma do darwinismo. Puramente farsesco, no entanto, ? esfor?geral para camuflar a ideologia genocida que est?mbutida na pr?a l?a interna da teoria da evolu?. Quando os apologistas do cientista brit?co admitem a contragosto que a evolu? “foi usada” para legitimar o racismo e os assassinatos em massa, eles o fazem com monstruosa hipocrisia. O darwinismo ?enocida em si mesmo, desde a sua pr?a raiz. Ele n?teve de ser deformado por disc?los infi? para tornar-se algo que n?era. Leiam estes par?afos de Charles Darwin e digam com honestidade se o racismo e a apologia do genoc?o tiveram de ser enxertados a posteriori numa teoria inocente: “Em algum per?o futuro, n?muito distante se medido em s?los, as ra? civilizadas do homem v?certamente exterminar e substituir as ra? selvagens em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos... ser?sem d?a exterminados. A dist?ia entre o homem e seus parceiros inferiores ser?aior, pois mediar?ntre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o caucasiano, e algum macaco t?baixo quanto o babu?, em vez de, como agora, entre o negro ou o australiano e o gorila.” Imaginem, durante as elei?s americanas, a campanha de John McCain proclamar que Barack Hussein Obama estava mais pr?o do gorila do que o candidato republicano! Tem mais: “Olhando o mundo numa data n?muito distante, que incont?l n?o de ra? inferiores ter?ido eliminado pelas ra? civilizadas mais altas!” Para completar, um apelo expl?to ?iquida? dos indesej?is: “Entre os selvagens, os fracos de corpo ou mente s?logo eliminados; e os sobreviventes geralmente exibem um vigoroso estado de sa? N?civilizados, por nosso lado, fazemos o melhor que podemos para deter o processo de elimina?: constru?s asilos para os imbecis, os aleijados e os doentes; institu?s leis para proteger os pobres; e nossos m?cos empenham o m?mo da sua habilidade para salvar a vida de cada um at? ?mo momento... Assim os membros fracos da sociedade civilizada propagam a sua esp?e. Ningu?que tenha observado a cria? de animais dom?icos por?m d?a que isso deve ser altamente prejudicial ?a?humana. ?surpreendente ver o qu?rapidamente a falta de cuidados, ou os cuidados erroneamente conduzidos, levam ?egeneresc?ia de uma ra?dom?ica; mas, exceto no caso do pr?o ser humano, ningu?jamais foi ignorante ao ponto de permitir que seus piores animais se reproduzissem.” Notem bem: n?sou contra a hip?e evolucionista. Do que tenho observado at?oje, devo concluir que sou o ?o ser humano, no meu c?ulo de rela?s pr?as e distantes, que n?tem a menor id? de se a evolu? aconteceu ou n?aconteceu. Todo mundo tem alguma cren?a respeito, e parece disposto a matar e morrer por ela. Eu n?tenho nenhuma. No entanto, minha abstin?ia de opini?a respeito de uma quest?que considero insol? n?me pro? de notar a absurdidade das opini?de quem tenha alguma. H?uito tempo j?ompreendi que os cientistas s?ainda menos dignos de confian?do que os pol?cos, e os paradoxos da fama de Charles Darwin n?fazem sen?confirm?o. Meus instintos malignos impelem-me a pegar os darwinistas pela goela e perguntar-lhes: – Por que tanta onda em torno de Charles Darwin? Ele inventou o “design inteligente”, que voc?odeiam, e a sele? natural, que voc?dizem que ?alsa. Ele pregou abertamente o racismo e o genoc?o, que voc?dizem abominar. Para celebr?o, voc?t?de criar do nada um personagem fict?o que ? contr?o do que ele foi historicamente. N?v? que tudo isso ?ma palha?a?

Olavo de Carvalho

24/02/2009
19 de fevereiro de 2009 O estudo mais completo j?mpreendido sobre assassinatos em massa no mundo ? do professor de Ci?ia Pol?ca da Universidade do Hava?Rudolph J. Rummel, que lhe rendeu o Lifetime Achievement Award da American Political Science Association em 1999. O essencial da pesquisa ?esumido em Never Again: Ending War, Democide & Famine Through Democratic Freedom (Coral Springs, FL, Lumina Press, 2005), e os dados completos est?no site http://www.hawaii.edu/powerkills. Rummel substituiu ao conceito de “genoc?o”, que lhe parece muito vago, o de “democ?o”, com o qual designa especificamente a matan?de popula?s civis por iniciativa de governos. Resenhando os epis?s de democ?o documentados desde o s?lo III a.C. at? fim do s?lo XIX, ele chega a um total aproximado de 133.147.000 v?mas, destacando-se a?como supremos assassinos em massa, os imperadores chineses (33.519.000 mortos em 23 s?los) e os invasores mong?na Europa (29.927.000 mortos entre os s?los XIV e XV). Quando a pesquisa chega ao s?lo XX e entram em cena os governos revolucion?os, as taxas de assassinato em massa sofrem um upgrade formid?l, subindo para 262 milh?de mortos entre 1900 e 1999 – quase o dobro do que f?registrado em toda a hist? universal at?nt? Desses 262 milh? nem tudo, ?laro, foi obra de governos revolucion?os, mas a diferen?entre eles e seus concorrentes ?ignificativa. Todos os colonialismos somados (Inglaterra, Portugal, etc.) mataram 50 milh?de pessoas, das quais pelo menos 10 milh?foram assassinadas por um s?verno proverbialmente cruel, o do Rei Leopoldo da B?ica. O imp?o japon? por seu lado, matou aproximadamente 5 milh? quase todos na China. Vejam agora o desempenho dos governos revolucion?os: China, 76.702.000 mortos entre 1949 e 1987; URSS, 61.911.000 mortos entre 1917 e 1987; Alemanha nazista, 20.946.000 mortos entre 1933 e 1945; China nacionalista (Kuomintang) 10.075.000 mortos entre 1928 e 1949 (o Kuomintang, embora inimigo dos comunistas, era tamb?um governo revolucion?o, respons?l pela destrui? da mais antiga monarquia do mundo). 3 sete dezenas de milh?de v?mas do governo comunista chin?devem se acrescentar 3.468.000 civis assassinados pelo Partido Comunista de Mao Dzedong nas ?as sob o seu controle antes da tomada do poder sobre toda a China, o que eleva o desempenho do comunismo chin?a nada menos de 80 milh?de mortos – equivalente ?etade da popula? brasileira. Governos revolucion?os em ?as menores tamb?n?se sa?m t?mal, comparativamente ?od?ia de seus territ?s: Camboja, 2.035.000 mortos entre 1975 e 1979; Turquia, 1.883.000 mortos entre 1909 e 1918; Vietnam, 1.670.000 mortos entre 1945 e 1987 (quase o dobro do total de v?mas da guerra, que renderam aos EUA tantas cr?cas da m?a internacional); Pol?, 1.585.000 mortos entre 1945 e 1948; Paquist? 1.503.000 mortos entre 1958 e 1987; Iugosl?a sob o Marechal Tito (t?louvada como alternativa de “socialismo democr?co” ?rutalidade sovi?ca), 1.072.000 mortos entre 1944 e 1987; Cor? do Norte, 1.663.000 mortos entre 1948 e 1987; M?co, 1.417.000 mortos entre 1900 e 1920 (especialmente crist?). O total sobe a aproximadamente 205 milh?de mortos. Tudo ao longo de um s?culo. As duas guerras mundiais somadas mataram 60 milh?de pessoas, entre combatentes e civis. A Peste Negra, de 541 at?912, matou 102 milh? Nada, absolutamente nada no mundo se compara ao instinto mort?ro dos governos revolucion?os. A promessa de um “outro mundo poss?l” transformou-se no mais letal pesadelo que a humanidade j?iveu ao longo de toda a sua hist?. Arist?es j?izia que a ess?ia da trag?a pol?ca ?uando o perfeito se torna o inimigo do bom, mas ele se referia somente a casos individuais. Ele n?poderia prever que um dia sua defini? teria uma confirma? sangrenta em escala mundial, arrastando povos inteiros para os pelot?de fuzilamento, as c?ras de g?e a vala comum.

Percival Puggina

23/02/2009
S?rome de Estocolmo ? nome atribu? a um fen?o psicol?o diagnosticado, pela primeira vez, ap?m assalto com sequestro ocorrido na capital sueca nos anos 70. Ao longo do per?o de cativeiro, que durou seis dias, os ref? desenvolveram, em rela? aos sequestradores, uma rela? afetiva que acabou interferindo, at?esmo, na acuidade de seus depoimentos como v?mas e testemunhas do crime. Tal s?rome, em s?ese, resulta de uma opera? mental inconsciente, gerada com o objetivo de proteger a psique, mediante a ilus?de que n?h?m perigo real na situa? a que o sequestrado fica exposto. Desde muito tempo, observando certos atores na cena pol?ca brasileira, percebo que id?ico fen?o se manifesta entre eles. Trata-se de um apego emocional que n?se dirige a pessoas, mas a certos per?os hist?os em que estiveram envolvidos, ainda que tais per?os tenham sido de sofrimento e de anomalia institucional. Os tempos n?lhes foram bons, mas esses senhores e senhoras estruturaram suas biografias sobre as dificuldades do momento. Boa parte da esquerda brasileira, por exemplo, demonstra, por atitudes, o quanto era feliz e n?sabia nos anos que ela mesma denominou “de chumbo”. A agita? e a propaganda lhes concederam uma aura de vanguarda dos direitos humanos, liberdades p?cas e justi?social (embora muitos tenham pegado em armas para lutar por um comunismo que ?em tudo, o contr?o disso). Um pouco mais de fantasia e uma persistente repeti? convenceram a muitos de que haviam sido a encarna? do bem na luta contra o mal. Na elei? da “abertura pol?ca”, o PMDB (esquerda da ?ca e primeiro benefici?o daquele momento hist?o) elegeu, sozinho, a maioria do Congresso e todos os governadores estaduais, ?xce? de Sergipe. Foi uma das mais contundentes vit?s eleitorais da vida republicana, seguida de um fracasso com raras exce?s no subseq?e exerc?o do poder. Decorridas mais de duas d?das, muitos l?res nacionais do PMDB padecem a nostalgia e vivem do dividendo que lhes ficou daqueles tempos. Trazem-nos permanentemente ?em? de quem os escuta, n?como advert?ia, mas por saudade, mesmo, e por falta de m?tos posteriores. O PT surgiu nesse per?o, como for?pol?ca ?squerda da esquerda. Longe do trono, acabou tomando para si os dividendos da disputa anterior ?ua pr?a exist?ia. Foi mestre nessa apropria?. Era inevit?l que chegasse ao poder. Chegou. E foi o que se viu. E ? que se v? Hoje, amplos segmentos do partido tornam vis?l a saudade que sentem daqueles anos iniciais em que eram felizes e n?sabiam. Viviam na alva pureza dos ideais e n?sujavam as vestes com a poeira e com o barro do poder. H?ma parcela do PT, radicada no Rio Grande do Sul, que viveu seu per?o de ouro na oposi? ao governo de Ant? Britto. Foram anos terr?is na pol?ca estadual, quando s?r falta de h?to (n?de vontade), as for? em confronto n?pegaram em armas. ?io para provocar a explos??ue n?faltou. Os ga?s se dividiram entre petistas e antipetistas. N?por acaso, na elei? seguinte, o partido elegeu o governador e suas maiores bancadas no Congresso e na Assembl? Legislativa. E foi o que se viu. Restou a nostalgia do per?o em que, ao seu comando, a milit?ia ganhava as ruas com bandeiras vermelhas e as carregava com fervor religioso e ? fundamentalista. Nesse fervor e nesse ? muitos eram felizes e n?sabiam. Turbul?ias que, curiosamente, deixaram saudades... Esse sentimento, essa peculiar S?rome de Estocolmo, se exibe em surtos peri?os, como acaba de acontecer nos epis?s que envolveram o ex-deputado C?r Busatto. ?uma enfermidade e tem diagn?co conhecido. Revista Voto, edi? de fevereiro/2009

Agência Estado

22/02/2009
Por Mari?ela Gallucci Bras?a - O Supremo Tribunal Federal (STF) vai emendar a folga do carnaval. O presidente do STF, Gilmar Mendes, n?marcou para a pr?a semana as tradicionais sess?plen?as de julgamento de quarta e quinta-feira. O feriado termina na ter? A folga prolongada ser?ozada tr?semanas depois de os ministros terem voltado de f?as de 40 dias. Do dia 20 de dezembro a 1º de fevereiro, o tribunal funcionou apenas em esquema de plant?para despacho de pedidos urgentes. Houve um revezamento entre Gilmar Mendes e o vice, Cezar Peluso, no comando do plant? De acordo com a assessoria do STF, nunca s?realizadas sess?de julgamentos na Quartas-feira de Cinzas. Tamb??ma tradi? n?ter sess?no dia seguinte, quinta-feira. Essa sess?de quinta, afirma a assessoria, ser?ompensada em outro dia. As informa?s s?do jornal O Estado de S. Paulo.

Miriam Leitão

22/02/2009
O Brasil j?eve todo tipo de chefe da Casa Civil. T?ico, intrometido, articulador, discreto, conspirador, totalit?o. Desta vez temos um novo tipo: candidato. O presidente Lula diz que a inaugura? de obras pela ministra Dilma Rousseff faz parte das fun?s de chefe da Casa Civil. N?faz. Gerente n?inaugura, n?sobe em palanque, n?discursa: administra. Ela quer inaugurar obra inconclusa, cada etapa de cada projeto e at?edra fundamental; porque ?andidata. N?fosse, faria visitas aos canteiros de obras para acompanhar, verificar, como gerente. Como ?andidata, em qualquer visita ?rmado um palanque e convocada uma claque. Isso ?ampanha pol?ca. A intelig?ia alheia n?deve ser agredida com tentativas de se provar o contr?o. ?leg?ma a aspira? da ministra Dilma Rousseff de concorrer ?resid?ia. Aqui neste espa? escrevi, desde que ela foi nomeada, que a ministra n?era um quadro t?ico. Ela sempre foi uma militante e tem se esfor?o para adquirir compet?ias administrativas. Sua aspira? agora ?al?de leg?ma, previs?l, j?ue outros potenciais concorrentes se enfraqueceram. O que n??orreto ?sar a m?ina p?ca para fazer campanha, dizendo que est?m fun? governamental. A reuni?dos prefeitos foi eleitoreira, seja o que for que o governo diga em contr?o. Gastou-se dinheiro p?co, sete vezes mais do que o admitido, para reunir os poss?is cabos eleitorais de 2010. Na Europa, houve uma reuni?de 700 prefeitos e saiu um acordo de ades?ao protocolo 20-20-20 da Uni?Europeia: 20% de redu? de emiss?de carbono, 20% de energia alternativa e 20% de efici?ia energ?ca at?020. Eles perseguir?essas metas em seus munic?os. Nos Estados Unidos, houve uma reuni?de prefeitos que tamb?terminou com consenso de estudar a ado? do modelo clim?co europeu. Da nossa reuni? os prefeitos sa?m com fotos tiradas com bonecos do presidente Lula e da ministra Dilma e d?das previdenci?as roladas. Eles ouviram muitos discursos, viram o presidente divulgar um dado errado sobre o analfabetismo de um estado administrado por um concorrente pol?co e assistiram aos ensaios eleitorais de Dilma Rousseff. Em 2009 n?haver?lei?, mas h?ma perigosa crise global para ser enfrentada. Os administradores p?cos devem, com seriedade, cuidar da crise econ?a para revert?a. Ningu?ganha com a crise: n?? fracasso de um pensamento econ?o advers?o, como pensa a ministra Dilma. Seja o que for que aconte? j?orreu a ideia de que o estado deva controlar os meios de produ?. N?deu certo, n?funcionou. Que o diga a China, que continua querendo que o Brasil conclua o reconhecimento de que ela ?ma economia de mercado. O PSDB fala em pr?as. ?imo. Esse ?m bom h?to pol?co, como acabamos de ver nos EUA. Fortalece os partidos e divulga as ideias dos pr?andidatos quando ?ma prim?a bem feita. Quando s?oficializadas, funcionam melhor. ?preciso definir as regras e fazer uma prim?a formal. Para isso, o TSE teria que permitir prim?as abertas, em vez da jurisprud?ia de pr?as fechadas que d?todo o poder ?conven?s. O presidente Lula estranhou que o governador Jos?erra v?iajar sem ter obra para inaugurar. Mostra que acredita que a obra ? ?bi perfeito. O PSDB tem que oficializar sua consulta ?bases. N?procurar pretexto, como o governo faz. A maneira como a ministra Dilma foi escolhida pr?andidata do PT lembra o modelo pol?co do deda?que vigorava no M?co na ?ca do PRI. At??aiu em desuso. O deda?era o costume de o presidente anunciar que candidato o partido teria. O PT nunca fez uma pr?a como a que vimos entre Hillary Clinton e Barack Obama. A disputa entre Lula e o suposto pr?andidato Eduardo Suplicy foi para ingl?ver. O candidato sempre foi Lula em todas as elei?s do PT porque ele era o ?o nome que unia o partido. Isso n??ransfer?l. Em vez de trabalhar para que sua candidata suba nas pesquisas e vire fato consumado, o presidente deveria querer a escolha democr?ca que fortalecesse o petismo. O contr?o s?rtalece o lulismo, que n??m partido, ?ovimento personalista. A vantagem das prim?as seria treinar Dilma Rousseff no palanque, na disputa pelo eleitor, nas press?dos debates. Ela nunca viveu situa?s de disputa pol?ca. Essa habilidade n?se adquire em cirurgia. O PSDB vive sempre sob a suposta divis?dos grupos pr?anti-Serra. As pr?as ajudariam a acabar com o mito ou oficializ?o. Os governadores Jos?erra e A?o Neves t? tamb? a ambi? leg?ma de disputar a Presid?ia. O partido tem um pat?co hist?o de decis?tomadas entre quatro paredes ou nos quatro lugares de uma mesa de restaurante. O desafio para todos ser?eparar o que ??ina p?ca e o que ?isputa partid?a interna. O Brasil j?ndou demais no desvio, tem sido muito tolerante com irregularidades. ?hora de um manual de conduta, respeitado por todos os poss?is contendores desta primeira fase da disputa presidencial de 2010.

Percival Puggina

22/02/2009
Suspeito que a conex?em 4 megas n?est?e ligando ao mundo com velocidade compat?l. A disserta? de Lula sobre a crise da economia mundial, expectorada em evento do Sebrae no dia 4 de fevereiro, s?ora chegou ao meu e-mail. De duas uma: ou voltamos aos tempos das dilig?ias ou meus fornecedores de insumo informativos entraram na moda das f?as coletivas. Seja como for, o grande guru de Garanhuns viveu momento de copiosa inspira? perante aquele audit? do Sebrae, repleto de empres?os. Voc?abe que quando a economia andou bem e o emprego cresceu, Lula desfilou como pai dos rec?empregados, esperan?dos desempregados e provedor dos sem maior interesse nisso. As vagas criadas nada tinham a ver com as empresas, seus acionistas, seus empres?os, sua disposi? para o investimento e sua criatividade. Os empregos nasciam das m? dadivosas do presidente. Agora que a vaca, o boi, o touro e o terneiro foram para o brejo, os culpados pelo desemprego s?os empreendedores. E Lula desfila pelo pa?a cobrar solu?s criativas desses sanguessugas da mais valia, incapazes de coisas t?elementares quanto pagar a folha de pessoal sem faturamento. Pois eis que o presidente subiu nas tamancas e resolveu lecionar sobre a crise de 1929. Disse ele: Temos que reconhecer que a situa? ?elicada, que essa crise ?ossivelmente maior que a crise de 1929 e temos que reconhecer que o Roosevelt s?nseguiu resolver a crise de 29 por causa da 2ª Guerra Mundial. Como n?queremos guerra, queremos paz, n?amos ter que ter mais ousadia, mais sinceridade, mais intelig?ia, por que eu n?admito que uma guerra, para resolver um problema econ?o, tenha seis milh?de mortos (Estad?Online, 04/02/2009). Decida o leitor sobre o que ?ior nesse bai?do pernambucano doido, se o atropelo da hist? ou se o completo desalinho dos argumentos. Eu guardo em meu site (www.puggina.org) um colar, t?longo quando precioso e bem humorado das p?las de nosso presidente. Tendo colecionado todas ou quase todas, posso afirmar que desta vez Lula se superou. O discurso, certamente acolhido com prolongados aplausos por uma plat? contagiada pela basbaquice (esse tro?quando vem de cima pega), justificaria um motim da intelig?ia, da imprensa e da academia nacional. No entanto, como mencionei no in?o do texto, s?i topar com alguma repercuss?do fato, duas semanas mais tarde, simultaneamente com not?as sobre o baixo desempenho de nossos estudantes nas provas do Enem. Quer?os o qu? Por fim, a bem da verdade, reconhe?se que o presidente, sobre os pr?os disparates, arranca uma conclus?correta: n?ser?reciso matar seis milh?de judeus nem promover uma guerra para resolver a atual crise da economia mundial. Isso ele n?admite. Ufa!

Revista 30 Dias

21/02/2009
Entrevista com Emmanuel III Delly, Patriarca dos Caldeus de Giovanni Cubeddu Antes de poder se preparar para o Advento, Emmanuel III Delly teve de viajar muito. Por muitos motivos. O S?do, alguns tratamentos m?cos adiados h?empo, visitas pastorais ?numerosas comunidades cald?s na Europa e nos Estados Unidos. H?inco longos anos – desde dezembro de 2003 – que foi eleito patriarca da Babil? dos Caldeus. Cinco anos com a guerra em casa. E em Bagd?iu, viveu e testemunhou os sofrimentos do povo iraquiano e entre estes a persegui? aos crist?, que nos momentos decisivos reexplode pontualmente (assim foi em outubro, nos dias do S?do), mas continua tamb?quando n??ot?a. No Iraque, onde a guerra levou tamb??ersegui?, o Patriarca n?se arrisca a declara?s de primeira p?na. Como iraquiano e como pastor da maior comunidade crist?o pa? Sua Beatitude Delly, criado cardeal por Bento XVI em novembro de 2007, exprime cotidianamente o seu testemunho. E nos deixa imaginar, sem recriminar, toda a realidade (do mart?o) por tr?da prud?ia. Beatitude, o que o ?mo S?do, sobre a Palavra de Deus, trouxe de bom? EMMANUEL III DELLY: No Iraque n?h?ma fam?a, uma s?ue n?tenha em casa um exemplar da Sagrada Escritura, a Palavra do Senhor. Podemos fazer mais alguma coisa? Procurar viver esta Palavra, encarn?a na nossa vida, como Nossa Senhora fez indo visitar Isabel para servi-la e mostrar a caridade fraterna. Podemos l?a. Conhec?a n??uficiente, mas pode ajudar. Por isso, se poss?l, todos os dias, ao menos ?oite antes de dormir, ao inv?de passar duas, tr?horas na frente da televis? os pais abram o Evangelho e leiam a Palavra do Senhor aos seus filhos. At?s crian? pequenas ouvir?e, passo a passo, colocar?em pr?ca a Palavra de Deus na sua vida cotidiana. Assim o Senhor nos aben?r?e nos dar?s Suas gra?, nos ajudar? mostrar?s caminhos que levam ao bem. Enquanto o senhor se encontrava em Roma, tamb?nos dias seguintes, particularmente em Mosul, foram retomadas as viol?ias sect?as contra os crist?. DELLY: N?apenas contra os crist?… As not?as que chegam do Iraque n?s?boas para nenhum iraquiano. Quando n?se sabe de onde vem o mal, procura-se encontrar a origem, mas n?se encontra, e ent?fica-se sempre em ?ia, sempre triste. Isso acontece aos meus compatriotas. No Iraque n?se passa um dia sem uma desgra? Para mim o sol nunca se p?em que eu tivesse ouvido uma m?ot?a ou encontrado um problema relacionado ao bem do Iraque, n?somente o dos crist?. N?acontece apenas em Mosul. DELLY: O que aconteceu aos crist? de Mosul acontece h?empos em outras localidades, simplesmente desta vez causou um pouco mais de barulho. Muitos tiveram que deixar suas pr?as casas, levados pelo medo ou por outras raz?mais concretas… Viram seus vizinhos fugirem para o norte, e os seguiram deixando a cidade. Certamente alguma coisa n?est?erta… Mas o qu?A culpa ?e algumas pessoas que n?creem em Deus, n?s?mu?manos nem crist?, n?t?outras cren? al?de seus pr?os interesses e amea? todos os que possuem alguma coisa ou um pouco de dinheiro. Imp?lhes de deixarem suas casas e irem embora, e passando de carro pelas ruas gritam: “N?comprem estas casas, n?s teremos gr?s!”. E isso assustou os crist?, que fogem… DELLY: Geralmente os crist? iraquianos s?pessoas que vivem do seu pr?o suor e com um certo n?l de bem-estar (e agradecemos ao Senhor porque trabalham…). Por isso muitos foram embora especialmente quando viram que alguns deles foram mortos. Por quem? N?sabemos isso. Eu n?acuso ningu? Muitos dizem que as for? estrangeiras s?respons?is, mas eu repito para mim mesmo: “?poss?l que os estrangeiros saibam que o fulano ou sicrano tem um bom n?l de vida, e que mora naquela exata casa se n?conta com um guia iraquiano?”. Portanto eu desaprovo tamb?os meus irm? iraquianos e pe?lhes que se respeitem. O senhor acredita que a pol?ca interna do pa?poder?er a for? num futuro pr?o, de resolver os problemas? Ou ser?empre necess?o uma autoridade externa? DELLY: A situa? n??st?l, portanto n?creio que se possa falar de uma “pol?ca interna”. Por?existe a caridade e o amor fraterno. O Senhor nos ensinou a amarmos uns aos outros: esta ? nossa pol?ca, a pol?ca dos crist?, que exorto para amarem-se e perdoarem-se reciprocamente, tamb?pelo pr?o bem do pa? E para que sejam fi? antes de tudo ao Senhor e depois aos irm?, de diferentes origens, com os quais devemos conviver pacificamente. Esta ? nossa pol?ca, n?temos outra pol?ca interna ou externa. Os que tentam criar agita?s n?s?verdadeiros iraquianos nem homens que amam a pr?a p?ia, e muito menos pensam na vontade do Senhor. Um partido crist?organizado, de minoria, o que poderia fazer? DELLY: Infelizmente cada partido busca seus pr?os interesses. Antes de tudo o de afirmar que ?elhor do que os outros, e isso n?me agrada. Devemos, ao inv? formar um s?artido fiel ??ia”, ou seja, implantar entre n? caridade fraterna, sermos unidos e trabalhar com um s?ra? para todos os nossos irm? iraquianos. E devemos motivar tamb?os compatriotas que est?no exterior para que coloquem em pr?ca esta pol?ca: resumindo, devemos fazer todo o poss?l para o bem da nossa na?. O senhor continua a encontrar autoridades de governo e l?res religiosos. DELLY: Fiz um apelo, antes de tudo, aos respons?is pol?cos, que podem realmente mudar alguma coisa no pa? Do Presidente da Rep?ca ao Presidente do Conselho dos Ministros, aos ministros, aos chefes de partidos, ao pr?o Ali al-Sistani, grande aiatol?iita. E tamb?repasso o mesmo apelo a todos os chefes pol?cos do mundo, que at?gora n?fizeram muito: ouvem as not?as do Iraque, lamentam, mas n?fazem nada sen?dizer-nos belas palavras; depois, cada um volta ?ua pr?a casa e se esquecem de n?Por que n?falam aos nossos respons?is no Iraque, ao chefe da Casa Branca, a outros l?res potentes que poderiam influenciar? Eu continuo a fazer apelo a todos, dentro e fora do Iraque. O senhor citou o xiita Ali al-Sistani. O senhor sabe qual ? dimens?da influ?ia do Ir?ara garantir a estabiliza? pac?ca no Iraque? DELLY: Falo com os l?res sem me preocupar se s?xiitas ou sunitas. Aproximo-me deles como iraquiano, por amor ??ia e aos nosso irm? iraquianos que temos em comum, n?como xiitas pertencentes a uma pot?ia estrangeira. E ?or esta raz? eu creio, que todos me respeitam e me recebem sem problemas, ou v?ao meu encontro para dar ou pedir conselhos. Sabem que n?sou partid?o de ningu? No Iraque se diz: “A n? nossa p?ia, todo o resto ao Senhor”. N?importa que o meu vizinho seja mu?mano ou crist? xiita ou sunita; isso diz respeito a ele, ?m assunto entre o Senhor e ele. Tudo que fa?e o motivo pelo qual trabalho ?ela fidelidade ??ia. Que rela?s o senhor manteve com a di?ora iraquiana e com os crist? que foram embora? DELLY: Gostaria que os iraquianos da di?ora voltassem em p?ia. Mas se n?podem, se a di?ora tornou-se para eles a segunda p?ia, ent?fiquem onde est? Para o bem deles e do pa?no qual se encontram agora e tamb?para o bem de sua p?ia. Por? gostaria que voltassem… N?queremos que o Oriente fique sem crist?, este Oriente que o Senhor tanto amou. Foi ali que viveu e n?queremos que essas terras esvaziem-se do cristianismo por culpa de alguns. Ainda h? vontade pol?ca de transferir os crist?, por motivos de seguran? para algumas “zonas francas” do pa? DELLY: Que eu saiba, todos os respons?is, a partir do presidente e do primeiro-ministro, gostariam que os crist? permanecessem no pa?porque s?a for?do Iraque. De acordo com as estat?icas os crist? s?apenas tr?ou quatro por cento da popula?, mas n??erdade… Significam muito mais porque tamb?a qualidade conta, e os nossos crist? iraquianos s?instru?s, de boa vontade para fazer o bem, e conhecem o mundo fora do pa? Por isso aquele “tr?ou quatro por cento”, mesmo sendo um n?o pequeno, na realidade n?identifica uma minoria, porque se refere a pessoas que est?no Iraque desde antes da chegada do Isl?Origin?os do pa? n?imigrantes. O que significou para o patriarca viver cinco anos de guerra e de persegui?? DELLY: ?uma coisa natural, n?devemos nos maravilhar. Nosso Senhor passou tr?anos fazendo o bem aos seus compatriotas, dando-lhes o p? curando os doentes, e embora tivessem gritado ?ua passagem no Domingo de Ramos: “Hosana, hosana!”, na sexta-feira seguinte todos repetiram “Deve ser crucificado!”. Assim ? vida! O homem esquece logo, n?ao inv? devemos sempre fazer o bem, seguir o exemplo de Nosso Senhor, seguir as pegadas que deixou caminhando. Como ele subiu ao G?ta, suportando tudo, mas depois ressuscitou, assim tamb?n?evemos passar pelo mesmo caminho de sofrimentos, cr?cas, maltratamentos, mas com a certeza de que no final teremos a ressurrei? e a vit?. Nos Estados Unidos h?ma nova administra?. O senhor quer comentar a prop?o? DELLY: N? essas coisas n?me dizem respeito… Por?estou contente com os nossos crist?, que s?realmente s?os na f?apesar das dificuldades nas quais se encontram hoje. O senhor quer contar algum epis? a respeito? DELLY: Posso apenas dizer que s?realmente devotos, t?f?conhecem seus deveres religiosos e os cumprem facilmente, apesar das dificuldades, apesar do medo. Todos os domingos levam seus filhos ?issa, e isso ?uito bom. ?verdade, a situa? n???l, pois algumas vezes as escolas s?amea?as; ent?muitos n?mandam mais seus filhos temendo seq?ros ou mortes. Ent?os grupos de violentos contra crist? continuam a operar? DELLY: Trata-se de fan?cos que agem por interesse pr?o… Mas quando o governo fica sabendo eles param. O nosso governo ?ndependente, apesar de ser xiita procura fazer o bem tamb?aos crist?, para ganhar respeito e elogios, n?as suspeitas. Como eu dizia nunca ouvimos falar de um decreto contra os crist? por serem crist?, ao menos at?gora. Os xiitas defendem os crist?. Dizem que ?reciso ajud?os e que ?reciso dar-lhes trabalho, porque fazem parte do Iraque e o Iraque n?pode viver sem crist?. Por?h?s que se preocupam apenas com seus pr?os interesses, algumas fac?s mu?manas… A Constitui? iraquiana mant?a sharia como fonte de direito. DELLY: Mas nem todos concordam com o texto da Constitui?, mesmo entre os mu?manos. Ainda h?ma possibilidade da reforma do texto constitucional? DELLY: H?inda muitas quest?abertas com rela? ?onstitui?: a liberdade religiosa, que, por exemplo, n?existe. A Constitui? se baseia no Alcor? que n?pode ser contradito por nenhuma lei, enquanto as fontes do direito poderiam ser muitas, porque existem outras religi? Quem dera este fosse o nosso ?o problema… Quantos conselhos arrebatadores ou interesseiros sobre como resolv?os os senhor j?eve ser recebido… DELLY: Do tempo que morei em Roma, como estudante seminarista, recordo de um meu professor que explicava o que ? filosofia: “?a ci?ia com a qual, ou sem a qual, o homem permanece tal e qual”.

Maria Lucia Victor Barbosa

21/02/2009
Finalmente a oposi? se mexeu. Entrou com a? junto ao TSE contra a campanha antecipada da ministra Dilma Rousseff. A ministra, que come?parecer uma r?ica do seu cabo eleitoral, o presidente da Rep?ca, retrucou como este fez em sua campanha de reelei?, que a oposi? tenta “interditar” o governo, “judicializar as obras porque n?t?projeto”. O governador Jos?erra, potencial candidato do PSDB ?resid?ia da Rep?ca, por sua vez afirmou com rela? ?obras do PAC, “que apesar de toda propaganda, 70% dos investimentos realizados no Brasil, n?s?feitos pelo governo federal”. Na verdade, Lula da Silva, a vinte meses das elei?s, faz o que gosta: campanha. Quando n?est?iajando est?o palanque, sempre acompanhado por sua candidata e no “p?to” populista desaparece o lulinha paz e amor. Gritos, xingamentos, espasmos, rosto congestionado e rubro, ressurge o alterado l?r sindicalista que joga fora a compostura, o terno Armani e deita fala? atropelando o idioma para del?o da plat?, especialmente, a dos seus redutos nordestinos, onde funcionam melhor as bolsas-esmola, nova modalidade de compra de votos. Vilma, com chamam os nordestinos, ??do PAC, esse amontoado confuso de projetos e inten?s, de obras feitas e por fazer. Lula ? pai dos pobres. Par perfeito e divinizado que se entrega ao povo crian?que gosta de tutela, que quer que as coisas mudem desde que n?precise fazer for? Assim, pai e m? Lula e Dilma, se inserem na tradi? paternalista implantada desde nossos tempos coloniais. Juntos empolgam especialmente os pobres que precisam de algu?que fale por eles, tome conta deles, cobre benef?os por eles. N?se duvide, pois, que Dilma Rousseff consiga chegar l?Rosto renovado apenas n?ir?jud?a, mas um bom marqueteiro pode transformar, pelo menos temporariamente, a m?zangada, autorit?a e r?ida em m?carinhosa, engra?a como o pai. Quem sabe ela pode vir adotar em seu discurso um “menas” aqui, um “Ponto G” ali, e, porque n? um “sifu” acol?j?ue esse linguajar vai se tornando oficial e politicamente correto. O que parecia imposs?l faz pouco tempo pode se realizar: “Vilma” ser eleita. Afinal, Inaugurando at?scola do tempo de JK e pintura em meio-fio, o pai beneficia sua sucessora com um poder que nenhum advers?o sonha possuir. Ao mesmo tempo, ela ? garantia de continuidade do PT, que entranhado na m?ina estatal seguir?irando as engrenagens do poder. Contudo, a miss?priorit?a da m?ser? de preparar a volta gloriosa do pai, em 2014. Isto se ele n?quiser o 3º mandato ou lan? outro candidato se achar que a m?n?se tornou Nossa Senhora Vilma. Dia 15 passado, num festivo domingo, Hugo Ch?z obteve finalmente o que queria. Atrav?de referendo, 54 % dos eleitores venezuelanos, contra 46%, consagraram o projeto pol?co do Mussolini latino-americano de se eternizar no poder. Ele conseguiu a revolu? sem tiro, o golpe de Estado constitucional, a democracia desp?a. Inova?s dos novos tempos. Naturalmente, n?lhe faltou o uso da viol?ia: n?autorizou com?os da oposi?, dissolveu passeatas dos estudantes com for?policial, amedrontou opositores com suas mil?as fascist?s, amea? funcion?os p?cos, enquanto agradava os pobres, benefici?os das “missiones”, programas assistencialistas e eleitoreiros equivalentes as bolsas-esmola ou bolsas-voto do governo Lula da Silva. Vitorioso, em que pesem as p?imas condi?s da economia venezuelana e a queda abrupta dos pre? do petr?, ?a riqueza do pa? Ch?z declarou que “est?ssumindo a vanguarda da Am?ca Latina”. Na verdade, ele tem seguidores na Bol?a, no Equador e na Nicar?a. De Fidel Castro parece se sentir sucessor. Sua aproxima? com Cristina Kirchner ?vidente. Ch?z lidera tamb?o Brasil? Se a pergunta pode parecer descabida e ferir os brios p?ios, recorde-se que Lula da Silva sempre fez campanha para o companheiro Ch?z, o chama de democrata, faz coro com ele contra os Estados Unidos, enquanto coloca o pa?de joelhos perante os chavistas Evo Morales e Rafael Correa, al?de se acocorar diante do governo argentino. Ademais, em mat?a de estrat?a eleitoral, a usada por Lula da Silva ?em alguns aspectos, muito parecida com a do companheiro da boina vermelha: amplo uso do Tesouro nacional e da m?ina estatal, compra de votos atrav?das bolsas-esmola e propaganda enganosa intensiva de fazer inveja a Hitler. Dif?l enfrentar tal poderio. Al?do mais, exceto vozes isoladas, n?existem reais oposi?s no Brasil. Portanto, ?e se perguntar: ser?ue estamos nos encaminhando para uma ditadura disfar?a de democracia? N?seria conveniente, que os 16% enviassem um SOS a Justi?Eleitoral? Afinal, a democracia ainda ? melhor forma de governo. * Soci?a.

O Globo

21/02/2009
BRAS?IA. Ex-colega de Dilma Rousseff na luta armada contra a ditadura, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que a chefe da Casa Civil teria desempenhado papel de pouco destaque na organiza? clandestina VAR-Palmares, da qual ambos participaram no fim dos anos 60. Presa e torturada pela repress? Dilma j?elatou sua participa? no grupo. Em entrevista publicada da edi? deste m?da revista Playboy, Minc disse que a pr?andidata do PT ?ucess?do presidente Lula n?participou da mais conhecida a? da organiza?: levar US$2,6 milh?de um cofre do ex-governador paulista Adhemar de Barros, em julho de 1969. Minc estava entre os militantes que invadiram a casa de Anna Capriglione, suposta amante do governador, em Santa Teresa. - Posso falar com tranquilidade que ela n?participou dessa a?. Eu garanto - disse o ministro. Perguntado se Dilma liderava a organiza?, o ministro disse que os relatos sobre a atua? dela s?exagerados: - Realmente n??erdade. Numa certa ?ca n?omos do mesmo grupo, mas ela n?tinha nenhuma proemin?ia. Como ela ?ma pessoa important?ima, fala-se qualquer coisa sobre ela, que teve participa? em determinadas a?s, e realmente isso n?aconteceu. Em pelo menos tr?ocasi? Dilma afirmou n?ter participado do assalto ao cofre. Fonte: O Globo