Stefano Silveira

10/02/2009
Sentindo os reflexos do desaquecimento global, a taxa de c?io brasileira encerrou o ano de 2008 em alta, com o d? valendo cerca de R$ 2,33. Mesmo assim, a desvaloriza? do Real n?foi suficiente para evitar que no primeiro m?de 2009, a balan?comercial brasileira apresentasse um saldo negativo de US$ 518 milh? algo que n?ocorria desde mar?de 2001, quando apresentou um d?ct de US$ 281 milh? Por?o motivo desta ocorr?ia n?foi o aumento das importa?s, pois as mesmas at?airam na compara? entre janeiro e o m?anterior (US$ 10,306 bilh?ante US$ 11,517 bilh?de dezembro de 2008 – queda de 10,51%), mas sim a diminui? das exporta?s (US$ 13,818 bilh?em dezembro contra US$ 9,788 bilh?em janeiro – queda de 29,16%). A redu? da taxa Selic na ?ma reuni?do Copom, quando a mesma caiu um ponto percentual e passou a valer 12,75% ao ano, tamb?n?remeteu ?evers?de tal quadro, devendo a ind?ia nacional no primeiro trimestre deste ano – a exemplo do ?mo trimestre de 2008, quando apresentou queda de 19,8% na compara? aos ?mos tr?meses de 2007 – continuar apresentando resultados desalentadores. Os n?os integralizados de dezembro, do setor secund?o brasileiro, apresentaram redu? em 12 das 14 regi?pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?ica (IBGE), com o ?ice nacional ficando em torno de -12,4%, transformando o referido ?ice no pior resultado mensal desde 1991, em plena vig?ia do Plano Collor. Na compara? com novembro, as retra?s foram registradas em Minas Gerais (-16,4%), na Bahia (-15,6%), em S?Paulo (-14,9%), no Paran?-11,3%), no Rio Grande do Sul (-10,0%), na regi?Nordeste (-8,9%), no Rio de Janeiro (-8,2%), no Esp?to Santo (-7,9%), em Santa Catarina (-7,5%), no Par?-6,7%), em Pernambuco (-5,7%) e no Cear?-4,1%). Somente no Amazonas (+0,9%) e em Goi?(+0,4%) foram verificadas altas na produ? industrial. Na rela? com dezembro de 2007, os n?os foram piores ainda, com retra? de 14,5%. Excetuando Goi? com aumento de 1,1%, todas as demais regi?apresentaram queda, com destaque ao Esp?to Santo (-29,6%), ?inas Gerais (-27,1%) e ao Rio Grande do Sul (-15,5%). No confronto entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, n?houve um resultado positivo qualquer em todas as regi?avaliadas. Os piores ?ices foram observados no Esp?to Santo (-21,7%), em Minas Gerais (-16,2%) e no Rio Grande do Sul (-10,3%). Se a leitura for remetida aos ?mos trimestres de 2007 e 2008, tr?estados apresentam ?ices positivos: Par?1,6%), Goi?(1,4%) e Paran?1,0%), enquanto a regi?Sudeste registrou queda substancial em tr?dos quatro estados: Esp?to Santo (-9,2%), Minas Gerais (-5,0%) e S?Paulo (-3,4%). Os n?os do sudeste do Pa?podem ser atribu?s ao fato da cadeia automotiva e de segmentos oriundos de commodities – como o min?o de ferro e a?– estarem entre as principais atividades industriais da regi? Mesmo que a maioria dos ?ices do setor secund?o brasileiro tenham apresentando queda no ?mo trimestre do ano passado, todas as regi?– exceto Santa Catarina, que devido aos impactos clim?cos que sofreu, fechou o exerc?o anual em baixa de 0,7% – apresentaram crescimento em 2008. Os mais fortes foram registrados no Paran?+8,6%), em Goi?(+8,5%), no Esp?to Santo e no Par?+5,6% em cada estado) e em S?Paulo (+5,3%), enquanto a m?a nacional foi de 3,1%. Dessa forma, o Rio Grande do Sul, com aumento de 2,5%, fixou-se abaixo do crescimento m?o brasileiro. Os n?os da ind?ia nacional apresentados neste estudo alcan? todo o ano passado. Com os recuos de 19,8% na compara? entre os ?mos trimestres de 2007 e 2008 e de 12,4% de dezembro ante novembro do ano passado – que remetaram a uma queda no n?l de emprego de 1,8% no mesmo per?o – mais que um crescimento sazonal, os produtores industriais esperam um maior incentivo governamental. Um bom exemplo ? publicado recentemente no Di?o Oficial da Uni?(DOU), que zerou a al?ota do Imposto de Renda com despesas com pesquisas de mercado, alugu? e arrendamentos de estandes e locais para exposi?s ou feiras, no exterior, abrangendo ainda promo?s e propagandas desses eventos, bem como a divulga? de destinos tur?icos brasileiros. Todavia, tais medidas, embora v?das, s?ainda incipientes, necessitando serem seguidas pela amplia? da infraestrutura (via acelera? das obras do PAC) e pela gera? de pol?cas desenvolvimentistas mais abrangentes, com uma maior abertura de linhas de cr?to, para compensar o fechamento do financiamento internacional, devido a crise econ?a vigente. Al?disso, o Pa?necessita aumentar o quanto antes sua participa? no com?io global, mesmo diante de um cen?o recessivo, aproveitando a t?da recupera? das commodities agr?las. ?preciso que o Brasil recupere o super?t comercial, baixe a taxa de juros, o spread banc?o e ao mesmo tempo consiga crescer de forma sustent?l. Este ? desafio atual. * Economista

Paulo Ricardo Cauduro de Oliveira

09/02/2009
Na?s do Terceiro Mundo como a nossa existem ?d?s. O Paquist??ma, a Indon?a ?utra, a Birm?a ?ais outra. Tem outras ainda, mas s?menos interessantes. Todas padecem de males parecidos com o nosso: desemprego, infra-estrutura deficiente, baixos ?ices de escolariza?, distribui? de renda prec?a etc., etc. O Brasil - em que pese o fato de haver aqui nascido o Criador - Deus ?rasileiro! - n??m caso ?o no mundo. ?ica no mundo ?ossa sempiterna tenta? de querer que os outros fa? o trabalho que nos compete. Se a coisa vai mal intra muros, a culpa s?de ser dos americanos. Se nosso sistema p?co de ensino ?noperante, a culpa s?de ser de quem nos USA. Se o pre?das commodities cai nos mercados internacionais ... bem, s?de ser por culpa dos americanos. Ah, esses americanos ... Nosso povo se esquece de que j?escobrimos, h?uito tempo, a receita para ficar no eterno subdesenvolvimento. Para isso fomos ing?os - no sentido de inventores, pioneiros, descobridores, inovadores - na descoberta da f?la que nos permitir?travessar gera?s sempre com os mesmos problemas e sempre sem nenhuma das solu?s. Tivemos uma ajudinha, talvez, do Per?ou, nos dias que hoje correm, do compa? Hugo Ch?z. ?de estadistas como eles que nos veio tamb?a ideologia. Como n?nos apetece fazer o trabalho que caberia a n?convidamos - aos solu? - a interven? da autoridade governamental, para que, em substitui? a n?fa?tudo aquilo que dev?os ter feito e nunca fizemos. O que ficamos devendo. Nossas defici?ias e frustra?s. Apercebendo-se disso, uma pequena s? de espertalh?toma nossos sentidos rogos e faz deles uma bandeira pol?ca, prometendo que agora as coisas v?mudar, ou J?o vem a?ou ainda este ?m governo que n?r?(sic) nem deixa robar (sic), como afirmou emocionado o companheiro Z?irceu em memor?l manifesta?. O fato ?ue, por nossa f?la infal?l, um governo cheio das mais nobres inten?s se instala no poder, jurando dar ao povo tudo aquilo que lhe falta. Sem fazer muitas perguntas, abre os cofres da na? e passa a distribuir caramingu?a torto e a direito e, quando o er?o se esvazia, lan?novos impostos para continuar a gastan?ou emite pap?, isto ?come?a tomar emprestado para continuar com o farrancho. (Lu?XVI, aquele cliente do Dr. Guillotin, tamb?fez isso. Foi bom enquanto durou). Com a press?formid?l dos pap? do governo sobre or?ento p?co e privado, a ?a solu? para tornar aquela massa de d?da atraente - e compensar a infla? e a desvaloriza? cambial da moeda brasileira da?ecorrente - ?elevar a taxa de juros. Sim porque, com toda essa fortuna desperdi?a diariamente pela autoridade p?ca federal, a moeda sofre, perdendo todos os dias sempre um pouquinho de seu valor. A contrata? de milhares de funcion?os, a corrup? desmedida, a abertura de novos gabinetes para os membros do Poder Legislativo federal, o alto custo previdenci?o do trabalho, as elevadas indeniza?s conferidas aos inimigos do regime militar, a tenta? de ser um pai-dos-pobres redivivo tamb?s?coisinhas que d?sua contribui? para empurrar as finan? p?cas nacionais sempre em dire? ao abismo. Como n?gostamos muito de despenhadeiros - salvo os francamente suicidas, que s?poucos - damos um jeitinho para ficarmos o mais poss?l a algumas polegadas da beira (very close to the edge), mas sem nos estatelarmos no perau l?mbaixo. ?a m?ca operada - muitas vezes a contragosto - pelo Banco Central do Brasil e que aparece, vez por outra, na sempiterna e t?esperada Ata do COPOM: a eleva? da taxa de juros. Temos a mais alta taxa de juros do mundo. Ela sufoca nossa produ? e nosso consumo. Ela machuca nosso n?l de emprego. Ela encarece os produtos brasileiros. Ela impede que o pov?tenha acesso ?coisas de que necessita. Ela sobrevaloriza indevidamente a moeda brasileira, dificultando nossas exporta?s. Ela distorce a matriz dos capitais internacionais que aqui aportam, conduzindo-os inevitavelmente ?specula?. Ela favorece a arbitrage e a bicicleta. Ela paralisa o Brasil. E queremos que ela continue assim. Com esse patamar elevad?imo dos juros mantemos a produ? artificialmente deprimida, deixamos de gerar riqueza, emprego e renda e deixamos tamb?de atender a um gigantesco p?co consumidor, principalmente o z?ovinho que muito teria a acrescentar a seus mis?imos haveres se ao menos lhe fosse dada essa chance. O pre?dos produtos - que embute essa imensa despesa financeira nos contratos de credi?o - tamb?sobe o tempo todo e o n?o de consumidores se mant?(de maneira artificial) sempre aqu?do patamar que poder?os facilmente alcan?. E havendo miser?is, carentes e necessitados, nossos rogos para uma constante interven? - gastadora - do governo permanece, cresce e se agiganta, levando a uma necessidade permanente de novas verbas e, com isso, reiniciando todo o famigerado ciclo outra vez. Voil?A?st?osso truque por detr?das cortinas. ?assim que ficamos em recess?permanente. N?porque um Banco Central cruel, desalmado e neoliberal s?nsa em enriquecer banqueiro, ou porque tem muita gente se aproveitando disso a?N? N??sso. Longe disso. ?porque um governo demag?o e populista - presuntivamente amigo do povo (talvez como o r?do Marat) - s?er saber de taxar, arrecadar e gastar, endividando-se at? colarinho, e seguir vida afora com essa gastan?desenfreada e in? como se o amanh??existisse. Se ainda estamos vivos e comendo, apesar de todos os pesares, foi porque, mais ou menos como tudo que ?eito no Brasil, o plano saiu faiado. N?alcan? seu final desiderato. N?riscou o Brasil do mapa. N?nos atirou na fossa negra da inadimpl?ia internacional. Foi essa incompet?ia - t?brasileira - na execu? da coisa toda que, afinal, nos salvou. Havia inimigos infiltrados em nossas trincheiras que deitaram a perder a empreitada. Nossos empres?os obstinados e recalcitrantes, deslembrados de tudo isso, continuaram teimosamente produzindo e empregando, pagando juros e impostos insuport?is, sem se importar com o fato de trabalharem 40% do tempo s?ra sustentar a roda da fortuna das taxas de juro, encargos e contribui?s, que s?zem reduzir-lhes a capacidade de investimento, sucesso e expans? Foram eles a constante cosmol?a que derrubou nossa equa?. O giro copernicano. Entrementes, Paquist? Birm?a e Indon?a comemoram nossa perman?ia em seu clube de esfrangalhados. V?at?os oferecer um cafezinho e nos dar uma rosa vermelha, com uma plaquinha de prata de presente. Comemorativa de nossos esfor?. Homenagem ?ecess?garantida pelas d?das que vir? E, como eu sou barriga fria, vou contar um segredinho que circulou por a?se continuarmos assim nos pr?os cinq?a anos, eles prometem nos jubilar e a??vamos pagar nem a mensalidade. N?? m?mo? Ser s? do clube dos falidos de graciol? Coisa de louco! D?ontade de cantar de peito inflado: “Dos filhos deste solo ?m?gentil” O clube da incompet?ia vai afinal ter seu s? remido. Vital?o. Recessivo por natureza e atrasado por decis? Imp?do. Soberano. Imponente.

Carlos Alberto Di Franco

09/02/2009
Em recente entrevista ?evista ?oca, o senador Dem?nes Torres (DEM-GO) teve a coragem de romper o mon?o politicamente correto que tem dominado a tramita? do projeto de lei que cria cotas para negros e ?ios nas universidades federais. Segundo o senador goiano, esse ?m projeto com grande potencial de dividir a sociedade brasileira. A partir do momento em que n?ogarmos uns contra os outros e passarmos a rotular aqueles que ter?mais direito a frequentar uma universidade p?ca por causa de ra? n?amos deixar de ser brasileiros. Seremos negros, pardos, brancos, mamelucos, bugres, mas n?seremos mais brasileiros. O tema ?ol?co. Deve, portanto, ser discutido com profundidade e respeito ?iversidade de opini? N?? que tem acontecido. O patrulhamento ?anto que muito parlamentar tem medo de arranhar a pr?a imagem, sublinha Torres. Muitos t?medo de aparecer em p?co contra o movimento negro e ser tachados de racistas, embora n?sejam. Est?urgindo, de forma acelerada, uma nova democracia totalit?a e ditatorial, que pretende espoliar milh?de cidad? do direito fundamental de opinar, elemento essencial da democracia. Se a ditadura politicamente correta constrange senadores da Rep?ca, n?pode, por ?o, acuar jornalistas e reda?s. O primeiro mandamento do jornalismo de qualidade ? independ?ia. N?podemos sucumbir ?press?dos lobbies direitistas, esquerdistas, homossexuais ou raciais. O Brasil eliminou a censura. E s? um desvio pior que o controle governamental da informa?: a autocensura. Para o jornalismo n?h?etos, tabus e proibi?s. Informar ?m dever ?co. N?Somos Racistas: uma rea? aos que querem nos transformar numa na? bicolor (Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2006) ? t?lo de um livro do jornalista Ali Kamel. A obra, s?a e bem documentada, ilumina o debate. Mostra o outro lado da discuss?sobre as pol?cas compensat?s ou a?s afirmativas para remir a pobreza que, supostamente, castiga a popula? negra. Kamel, diretor-executivo de Jornalismo da Rede Globo de Televis?e ex-aluno do Instituto de Filosofia e Ci?ias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ?ma alma de rep?r. Por isso, questiona pretensas unanimidades. Fustigado pela sua intui? jornal?ica, flagrou um denominador comum nos diversos projetos instituindo cotas raciais: a divis?do Brasil em duas cores, os brancos e os n?brancos, com os n?brancos sendo considerados todos negros. A miscigena?, riqueza maior da nossa cultura, evaporou nos rarefeitos laborat?s dos legisladores. Certo dia, comenta Kamel, caiu a ficha: para as estat?icas, negros eram todos aqueles que n?eram brancos. (....) Pior: uma na? de brancos e negros onde os brancos oprimem os negros. Outro susto: aquele pa?n?era o meu. Do espanto nasceu a reflex? O desvio come?na d?da de 1950, pela a? da escola de Florestan Fernandes, da qual participava Fernando Henrique Cardoso. Para o autor, FHC presidente foi sempre seguidor do jovem soci?o Fernando Henrique. Convencido de que a raz?da desigualdade ? racismo dos brancos, FHC foi, de fato, o grande mentor das pol?cas de prefer?ia racial. Lula, com sua obsess?populista, embarcou com tudo na canoa das cotas raciais. O Brasil, como todos vivenciamos, nunca foi um pa?racista. Tem, infelizmente, pessoas racistas. A cultura nacional, no entanto, sempre foi uma ode ?iscigena?. As pol?cas compensat?s, certamente movidas pela melhor das inten?s, produzir?um efeito perverso: despertar?o ? racial e n?conseguir?cauterizar a ferida da desigualdade. Esgrimindo argumentos convincentes, o jornalista mostra que os desn?is salariais entre brancos e negros n?t?fundamento racista: ganham menos sempre os que t?menos escolaridade. Os mecanismos sociais de exclus?t?como v?mas os pobres, sejam brancos, negros, pardos, amarelos ou ?ios. E o principal mecanismo de reprodu? da pobreza ? educa? p?ca de baixa qualidade. S?vestimentos maci? em educa? podem erradicar a pobreza. ?preciso fugir da miragem do assistencialismo. Tire o dinheiro do programa social e o pobre voltar? ser pobre, caso tenha sa? da pobreza gra? ao assistencialismo. E o pior: num pa?pobre como o nosso, cada centavo que deixa de ir para a educa? contribui para a manuten? dos pobres na vida tr?ca que levam, adverte o autor. Numa primeira reflex? nada mais justo do que dar aos negros a oportunidade de ingressar num curso superior. Mas, quando examinamos o tema com profundidade, vemos que n?se trata de uma provid?ia t?justa quanto parece. Ao tentar corrigir a injusti?que, historicamente, marcou milh?de brasileiros, cria-se um universit?o de segunda classe, que n?ter?hegado ?niversidade por seus m?tos. Ademais, ao privilegiar etnias, a lei discrimina outros jovens brasileiros pobres que n?se enquadram no perfil racial artificialmente desenhado pelo legislador. Oculta-se a verdadeira raiz da injusti? a baix?ima qualidade do ensino. Os negros brasileiros n?precisam de favor. Precisam apenas de ter acesso a um ensino b?co de qualidade, que lhes permita disputar de igual para igual com gente de toda cor. Imp?e um debate mais s?o. Uma discuss?livre das ataduras do patrulhamento ideol?o. Afinal, caro leitor, o que est?m jogo ? pr?a identidade cultural do nosso pa? * Diretor do Master em Jornalismo (www.masteremjornalismo.org.br), professor de ?ica e doutor em Comunica? pela Universidade de Navarra, ?iretor da Di Franco - Consultoria em Estrat?a de M?a (www.consultoradifranco.com) E-mail: difranco@iics.org.br

Juan López Linares

09/02/2009
Um blog incomum porque o criador est?adicado no Brasil, mas sua fam?a vive em Cuba, inclusive um filho com 10 anos que ele ainda n?pode conhecer...

Juan López Linares

09/02/2009
Ir e Vir a Cuba para Cubanos “n?Terroristas” Confesso que ainda n?sei como fui identificado na minha ?ma visita ao consulado cubano em S?Paulo. Depois de uma estadia na sala de espera, sem ter visto ningu?conhecido, nem mostrado qualquer documento, o c?l apareceu chamando-me de Juan Carlos, e me convidou a passar a uma sala privada. Teve at? gentileza de me convidar para tomar ?a ou caf? Em um tom pausado, mas relativamente inc?o, o c?l explicou que tinha aprovado minha solicita? de habilita? do passaporte, a qual me permitiria viajar a Cuba por um m?e poderia ser prorrog?l por mais outro, pr?o novo tramite migrat? dentro de Cuba. Segundo ele, a aprova? deve-se a minha n?participa? de atividades terroristas contra o governo cubano. Enfatizou que n?era para amea?, mas a habilita? do passaporte “?ma coisa que se ganha” e que “?ma prerrogativa do governo cubano retir?a em qualquer momento”. O c?l convidou-me a expressar minhas opini? manifestou a sua vontade de conversar e at?e viajar para fora da cidade de S?Paulo caso fosse preciso, se n?ficasse muito longe, se corrigiu no final. Como prova palp?l dessa vontade deu-me um dos seus cart?de visita. Esta foi ?uinta (1, 2, 3, 4 e 5) vez que solicitei formalmente ao consulado cubano em S?Paulo o direito de viajar para Cuba. As quatro anteriores foram negadas sem mesmo ter recebido um documento oficial onde me fossem explicados os motivos da rejei?. Desta vez eu nem queria ter ido ao consulado em S?Paulo. Segundo as informa?s encontradas na Internet, os tr?tes podem ser feitos via correio pagando uma taxa adicional de 60 Reais por “procedimentos n?presenciais”. Outros cubanos, de fato, utilizaram este caminho pagando todos os custos associados, mas sem maiores problemas. Por? em uma troca de e-mails com o consulado, ficou expl?to que minha presen?f?ca era desejada. Diante da insist?ia do c?l em me ouvir n?pude me omitir. Comecei falando que eu queria realmente ir a Cuba, que eu tenho um filho em Cuba que celebra seu d?mo anivers?o este ano e que eu ainda n?pude abra?. Ato seguido, recordei ao c?l, e a outra funcionaria cubana do setor de atendimento que se incorporou no meio da conversa, que o governo cubano viola sistematicamente o artigo 13 da Declara? Universal dos Direitos Humanos (http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm): 1) Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua resid?ia no interior de um Estado. 2) Toda a pessoa tem o direito de abandonar o pa?em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu pa? Lembrei ainda que no meu caso tinha sido violado tamb?o artigo 10 da Conven? sobre dos Direitos da Crian?(http://boes.org/un/porun-c.html): 1) Nos termos da obriga? decorrente para os Estados Partes ao abrigo do n.º 1 do artigo 9.º, todos os pedidos formulados por uma crian?ou por seus pais para entrar num Estado Parte ou para o deixar, com o fim de reunifica? familiar, s?considerados pelos Estados Partes de forma positiva, com humanidade e dilig?ia. Os Estados Partes garantem, al?disso, que a apresenta? de um tal pedido n?determinar?onseq?ias adversas para os seus autores ou para os membros das suas fam?as. 2) Uma crian?cujos pais residem em diferentes Estados Partes tem o direito de manter, salvo circunst?ias excepcionais, rela?s pessoais e contactos directos regulares com ambos. Para esse efeito, e nos termos da obriga? que decorre para os Estados Partes ao abrigo do n.º 2 do artigo 9.º, os Estados Partes respeitam o direito da crian?e de seus pais de deixar qualquer pa? incluindo o seu, e de regressar ao seu pr?o pa? O direito de deixar um pa?s?de ser objecto de restri?s que, sendo previstas na lei, constituam disposi?s necess?as para proteger a seguran?nacional, a ordem p?ca, a sa?ou moral p?cas, ou os direitos e liberdades de outrem, e se mostrem compat?is com os outros direitos reconhecidos na presente Conven?. Fiquei surpreso pelo fato de o governo cubano me considerar agora como “n?terrorista”, contrariando a opini?do ex-embaixador de Cuba no Brasil Jorge Lezcano P?z. Podem conferir carta de Lezcano ao Senador Suplicy e minha resposta em http://espanol.geocities.com/pruebasjuan/. Quis saber quais eram os crit?os para a retirada da “habilita?” e a funcionaria respondeu que eram “a manuten? da ordem interna de Cuba”. Repliquei que esse argumento era muito gen?co, que detalhasse que significava de fato isso. A resposta foi o silencio. Perguntei ainda como ficarei sabendo caso minha “habilita?” seja cancelada, mas novamente n?tive resposta. Acrescentei que n?estava, nem estou disposto, a autocensura em troca da “habilita?” ou qualquer outra “regalia” do governo cubano. Mesmo assim, ap?agar 300 Reais pela prorroga? bianual, colocaram um papelzinho extra no meu passaporte cubano que supostamente me permitir?ntrar e sair de Cuba. Na minha infelicidade pela conversa no consulado cubano esqueci agradecer pela “coragem” de n?terem simplesmente negado mais uma vez minha “habilita?”. Meu filho em Cuba deve estar aprendendo na escola sobre o desterro cruel que os colonizadores espanh?impuseram ao her?acional cubano Jos?art?Por? n?forma parte do curr?lo escolar ensinar que a ditadura cubana atual continua com a mesma pr?ca.

Jorge Hernández Fonseca

08/02/2009
From: Ciudadanodesegunda@Cubaquesufre.com.cu To: Fidel_Castro@Cubaqueoprime.com.cu Sent: Domingo, 8 de Febrero de 2009 Subject: “¡Ese Obama!” Comandante: Mucha calma. Yo s?ue es del co?’su madre eso de que lo’jamericanos hayan elegido a un negro como presidente de lo’jestado sunidos, pero que les vamos a hacer. Tiene que cogerlo con calma. Seguramente ellos lo hicieron pa’darle en la cabeza a Ud., as?ue no se deje provocar, mire que sus cagaleras pueden empeorar y ahora debe cuidarse. Esos gringos son del car?Sin embargo, Ud. no debe estar escribiendo una reflexi?ontra Obama cada 5 minutos, porque la’gente va’pensar que la tiene cogida con el hombre. De contra que nuestro proceso revolucionario no le ha dado chances a los negros, ni en el partido ni en el gobierno, escribir as?ontra Obama pudiera ser considerado racismo, si es que Ud. no encuentra algo m?fuerte ‘pa’echarle con el rayo’. Por otro la’o, la’gente por all?uera est?iciendo que Ud. aprovecha que Ra?nda por Rusia tomando Vodka abraza’o a sus antiguos compa?s sovi?cos de la vieja guardia bolchevique (Ra?iene como medio siglo de atraso) y que Ud. usa su ausencia pa’perjudicar las relaciones que todos saben sus generales quieren hacer con Obama. Pero tenga paciencia. Comenzar a machacar a Obama por bober?, le resta ese prestigio que Ud. ha sabido ganarse con su obra en Cuba. No es to’el mundo que puede convertir una isla preciosa y productiva en una banda de holgazanes (seg?l peri?o Granma) pero que en compensaci?aman a su revoluci? adoran a su Comandante en Jefe. Lo’jotros d? le?ue el comemierda de Alarc?e hab?atrevido a contradecirlo respecto a Obama. Parece que no entiende bien lo que Ud. escribe y en vez de atacar a Obama, se pas?’el tiempo ensalz?olo. Yo no entend?ien; o Alarc?one la de arena cuando Ud. pone la de cal, o es un est?o que lo que quiere es contradecirlo. Una cosa es que Ud. no deba pasarse el tiempo atacando a Obama y otra es que el cabez?o defienda. Le?na carta que el cura Jos?onrado le hizo a Ra?idiendo cambios. Ese cura es un falto de respeto con el proceso revolucionario porque el texto de la carta se las trae. S?ue le hizo una primera carta a Ud., hace 15 a? y el primer “baun” lo fue a dar en case’lcarajo. Vamos a ver que hace Ra?on esa papa caliente, porque fue el primero que habl? cambios y lo que hace el padre Conrado es record?elo. ¡Que clase’cura! Ahora Comandante, mucho cuida’o con la Mafia de Miami, mire que anda regando por ah?ue no es lo mismo “Ud. coger pa’l traj?a Obama, diciendo que su padre no es tan horrado, para impedir que Ra?oma carta en el asunto” que “Obama apoyar el asunto de la carta del padre Conrado y pedirle a Ra?ue lo coja pa’l traj?a Ud.” ¡Cuidado con ese tiro por la culata! Su v?ima. Ciudadano de Segunda.

Luiz Eduardo Rocha Paiva

08/02/2009
A Estrat?a Nacional de Defesa (END), trabalho presidido pelo Ministro da Defesa e coordenado pela Secretaria de Assuntos Estrat?cos, entrou em vigor em dezembro de 2008. Ela supre a lacuna existente entre a Pol?ca de Defesa Nacional (PDN), ?ual se alinha, e a Estrat?a Militar de Defesa, que deve ser revisada para conformar-se ?ND. Os dois primeiros documentos s?de ?ito nacional, enquanto o terceiro ?ais afeto ao campo militar, embora n?exclusivamente. A END, sabiamente, avalizou muito do que j?onstava nos planejamentos das For? Armadas – estrat?as, programas e objetivos – em grande parte paralisados por falta de recursos. Louve-se a manuten? do servi?militar obrigat? e a proposta de um servi?civil ao qual, a meu ver, deveriam concorrer cidad? e cidad?formados nos cursos t?icos e superiores do ensino p?co, pagos com os nossos impostos. O maior m?to da END est?o envolvimento dos diversos setores da na?, particularmente do Poder Executivo, nas a?s estrat?cas que a colocam em execu?. Estas s?a?s voltadas para retomar o desenvolvimento tecnol?o com autonomia, ressuscitar a ind?ia nacional de defesa, implantar o planejamento da mobiliza? nacional, ampliar a participa? do meio acad?co, e de institutos afins, nos assuntos de defesa e, ainda, para compatibilizar a infraestrutura do Pa?com as necessidades da defesa nacional. Para ser coerente com a PDN, a END n?caracteriza claramente as amea? priorit?as ao Brasil, por consider?as, equivocadamente, difusas. As que realmente comprometem a soberania e integridade territorial referem-se ?maz? e ao Atl?ico Sul. O ?o ator que pode concretiz?as s?os EUA, isoladamente ou em uma coaliz? sendo perfeitamente conhecidos o vulto do poder militar e a forma como ?mpregado, amea?do de bloqueio, ocupa? ou bombardeio ?as sens?is da infraestrutura, a fim de pressionar o governo a aceitar imposi?s em qualquer ponto do territ?. N?h?ecessidade de dar nome aos atores, que podem ser designados como “uma pot?ia ou uma coaliz?de pot?ias”. Se a na? n?se conscientizar da magnitude da amea?n?vai apoiar o emprego dos recursos para a redu? do desn?l de poder que nos afeta a seguran? H?ma estrat?a internacional t?ta, de longo prazo e por meio de a?s sucessivas, para impor a soberania compartilhada na Amaz?, que se intensificou no in?o dos anos 90, por press?em todos os campos do poder. Segue um princ?o de Sun Tzu que diz ser “a gl? suprema vencer o inimigo sem lutar”. Algu?duvida que, assim como os recursos e a posi? geoestrat?ca do Oriente M?o, da sia Central e dos Balc?atraem as grandes pot?ias, a Amaz? n?est?endo alvo da proje? de poder daquelas na?s? A na? n?pode se iludir e crer que, ante aquela amea? basta o simples aumento do poder militar. Somente a ocupa? racional com preserva?, o desenvolvimento sustent?l, a integra? do ind?na e a integra? da regi?ao Pa?neutralizar?tal amea?e isto n?depende apenas do poder militar. O maior desafio ?ND n?foi sua elabora?, mas ser? implanta?, pois ?uito comum estrat?as brilhantemente planejadas morrerem em gavetas, ao n?serem executadas ou perderem a impuls?por falta de apoio pol?co. Estrat?as de defesa visam a fazer frente a conflitos que podem ocorrer em m?o ou longo prazo. Pa?s sem vis?de futuro, em que as lideran? s?m compromisso com a pr?a elei?, e n?com a na?, desistem de projetos que n?rendam votos. Este ? retrato do Brasil a partir dos anos 90, portanto, temo pelo sucesso da END. O governo n?estabeleceu uma parcela fixa do or?ento capaz de viabilizar o reaparelhamento das For? Armadas e, se n?o fizer, a END ser?ais uma iniciativa “pr?ngl?ver”. Por outro lado, um princ?o fundamental ?oa condu? do Estado ? da coer?ia entre suas pol?cas e estrat?as e as a?s que efetivamente adota. N?? que ocorre no Brasil no que concerne ?maz?. Ao mesmo tempo em que se estabelecem pol?cas e estrat?as onde a regi??estacada como prioridade de defesa, e enquanto algumas lideran? bravateiam, no estilo populista, dizendo “A Amaz? ?ossa”, as a?s dos governos comprometem a soberania e a integridade territorial na regi? O Brasil curva-se a press?internacionais na demarca? de terras ind?nas (TI), verdadeiros “cavalos de tr?. O Pa?tem, hoje, soberania apenas nominal sobre algumas dessas TI, pois as decis?que toma neste tema camuflam interesses estrangeiros que nos s?impostos. O Brasil perdeu a altivez e a coragem para enfrentar conflitos no campo pol?co e estrat?co e aceita imposi?s, com preju? futuro da seguran?nacional, em troca de interesses imediatos, particularmente nas negocia?s relacionadas com o com?io exterior. Em nossa lideran? pontificam administradores, economistas e comerciantes, mas faltam estadistas. Eis, ent? a nossa grande vulnerabilidade, imposs?l de ser compensada apenas com o poder militar, por mais forte que seja. O desfecho da demarca? da TI Raposa Serra do Sol no STF, que poderia contrariar interesses alien?nas, revelou a inger?ia internacional nas diversas a?s do pr?ipe herdeiro da coroa brit?ca, de ONGs europ?s e da ONU, que enviou um representante, coincidentemente, na semana em que o Ministro relator daria seu parecer sobre a quest? As gera?s futuras pagar?o pre?pela omiss?da sociedade, que n?cobra uma postura patri?a e altiva de suas lideran?. Quem conhece a hist? da China no s?lo XIX deve se preocupar com o que pode acontecer ao Brasil. Quem n?a conhece pergunte ?r?Bretanha, aos EUA, Alemanha, Jap?e a outras pot?ias o que fizeram ?ele pa?para impor seus interesses. (*) Comandou a Escola de Comando e Estado-Maior do Ex?ito (2004-2006).

Demétrio Magnoli

08/02/2009
O Senado logo retomar? debate do projeto de lei de cotas raciais nas universidades e escolas t?icas federais, que pode tornar-se a primeira lei racial da nossa hist?. Diferentes pesquisas evidenciam que ampla maioria dos brasileiros, de todas as cores, rejeita a introdu? da ra?na lei. Mas o projeto, que passou na C?ra dos Deputados sem voto em plen?o, por acordo de lideran?, tem grandes possibilidades de ser aprovado no Senado. Como explicar o paradoxo que faz a maioria parlamentar deliberar contra a vontade da maioria dos eleitores? H?antes de tudo, um desvio que n??xclusivo de nosso sistema pol?co. Os parlamentares temem contrariar os grupos de press?organizados mais do que temem frustrar as expectativas da maioria desorganizada. Corpora?s, movimentos sociais e ONGs atuam como m?inas eleitorais, impulsionando ou destruindo candidaturas. Os interesses da maioria, por sua natureza difusa, podem ser contrariados com menor risco. Se o Estado brasileiro criar, oficialmente, castas de cidad? separadas pela cor da pele, isso ser?m triunfo das ONGs racialistas e uma derrota da vontade popular. N?existe no Brasil um movimento negro em nenhum sentido leg?mo da palavra. As ONGs racialistas quase nada representam, al?dos interesses e ideologias de seus pr?os ativistas. Mas elas recebem, todos os anos, milh?de d?es da Funda? Ford e se incrustaram no interior do Estado, dispondo do aparelho de uma secretaria especial da Presid?ia e do controle de postos-chave nos Minist?os da Educa? e da Sa? Os dirigentes de tais grupos formam uma elite advent?a, estruturada em redes nas universidades e institui?s internacionais, que se reclamam porta-vozes de uma ra? Eles usar?o termo racista como insulto destinado a marcar a ferro todos os que insistem em defender o princ?o da igualdade perante a lei. Eis o que temem deputados e senadores. A ci?ia a servi?da expans?imperial europeia inventou a ra?no s?lo 19. A ci?ia do p?uerra a desinventou, provando que a cor da pele ?ma adapta? evolutiva superficial a n?is diferentes de exposi? ?uz solar. Mas a quest?de saber se a ra?existe n?pode ser solucionada em definitivo pelos cientistas, pois o Estado tem o poder de fabricar ra? na esfera pol?ca. Nos EUA e na frica do Sul, leis raciais incutiram na sociedade a no? de que uma fronteira natural divide as pessoas em grupos fechados. Leis raciais supostamente voltadas para o bem n?s? sob esse aspecto crucial, diferentes de leis raciais voltadas para o mal. Umas e outras ensinam ?pessoas que seus direitos est?ligados ?ua cor da pele - e que seus interesses objetivos solicitam a solidariedade de ra? A lei que tramita no Senado pouco afetar?s mais ricos, mas dividir?s alunos de escolas p?cas em dois conjuntos raciais com interesses opostos. Na hora em que os filhos dos trabalhadores n?puderem mais olhar uns aos outros como irm? e colegas, ter?mergido um Brasil diferente daquele que conhecemos. Mas a nossa elite pol?ca n?vislumbra esse risco, pois interpreta a Na? pelas lentes do preconceito de classe. A maioria dos parlamentares n?nutre entusiasmo pelo projeto de cotas raciais, mas est?isposta a contribuir com a indiferen?para sua aprova?. Eles enxergam as leis raciais como esmolas concedidas aos pedintes, moedinhas in?s entregues a meninos na rua, um pre?quase simb?o que se paga para comprar gratid? Coisa de preto - ?ssim que, silenciosamente, avaliam os projetos apresentados sob a c?ca justificativa de fazer justi?social por interm?o da oficializa? da ra? Mas n?se trata, a rigor, de preconceito racial: o preto, no caso, funciona como sin?o de pobre, na mais pura tradi? senhorial brasileira. Juntamente com o temor dos grupos de interesse, as leis de ra?beneficiam-se dessa avers?benevolente ao princ?o da igualdade. H?ais de um ano foi aprovado em comiss?um projeto de lei, de autoria do senador Dem?nes Torres (DEM-GO), que determina a implanta? de tempo integral nas escolas p?cas de ensino fundamental. Mas a maioria governista n?permite que o projeto siga para vota?, alegando que custaria cerca de R$ 20 bilh?anuais, pouco menos que o dobro do Bolsa-Fam?a. Parece muito, mas representaria apenas 1,6% do Or?ento da Uni?- algo como um aumento inferior a 15% nos repasses federais para Estados e munic?os. ?um valor relevante, por?perfeitamente vi?l se a deflagra? de uma revolu? qualitativa no ensino p?co figurasse, de fato, como prioridade nacional. Entretanto, nossa elite pol?ca parece preferir enfeitar com cotas raciais a ordem in?a que relega a maioria dos jovens, de todas as cores, a escolas arruinadas. O antrop?o Kabengele Munanga, um arauto das pol?cas de ra? justificou do seguinte modo a necessidade das cotas raciais: Muitos acham que o caminho para corrigir as desigualdades sociais seria uma pol?ca universalista, baseada na melhoria da escola p?ca, o que tornaria todos os cidad? brasileiros capazes de competir. Mas isso ?m discurso para manter o status quo, porque enquanto se diz isso nada ?eito. A afirma? ?ma esfinge que pede para ser decifrada. Munanga sugere ser favor?l ?ol?ca universalista de melhoria da escola p?ca, mas, simultaneamente, qualifica tal demanda como um discurso para manter o status quo, pois na pr?ca nada ?eito. Ent? utilizando-se de uma pervers?l?a, n?reivindica que se fa?a pol?ca universalista, mas a sua substitui? por uma pol?ca diferencialista destinada a distribuir direitos segundo a cor da pele. ?que no Congresso, enquanto ele diz isso, os parlamentares que compartilham sua ideologia racialista ajudam a bloquear o projeto universalista do tempo integral. ?oci?o e doutor em Geografia Humana pela USP.

Ernesto Hernández Busto

07/02/2009
February 2nd, 2009 · 12:55 am He visto algunas im?nes de esa gente otras veces, en esas cr?as que aparecen a cada rato en los peri?os o en la television. Gritos, coros, saltitos, una especie de infantilismo sazonado con las mismas consignas de hace 20 a? Los he visto antes, pero no tan de cerca. Como cualquier cubano que haya tenido que padecer las gesticulaciones pol?cas del castrismo en carne propia, huyo de las manifestaciones como de la peste. Pero la de hoy me ha regalado una gran alegr?que cre?irrecuperable, y una ronquera que me durar?oda la semana. Vamos subiendo por Paseo de Gracia, avisados de que los “contramanifestantes” han llegado primero y se han colocado en el mismo lugar que figura en nuestro permiso. Llegamos antes de la hora prevista, pero ellos siempre llegan primero. Tienen el celo del obcecado, la obediencia concentracionaria del militante. Mientras que nosotros vemos la protesta como una obligaci?oral, no exenta de sentido del humor y diversi?el otro bando tiene la ventaja del entrenamiento previo en la “misi? carteles, banderolas, energ?y odio, mucho odio. As?ue cuando faltan quince minutos para las 12, somos apenas una veintena, en la esquina de Paseo de Gracia con Diputaci?y todo parece indicar que habr?ncontronazo. Ante nuestro reclamo (“nosotros tenemos permiso y ellos no”), los Mossos de Escuadra nos explican que intentar desalojar a los castristas ser?problem?co, y nos piden que consideremos la opci?e compartir espacio; ellos garantizar?la seguridad con el cord?olicial. Y lo hacen, de manera impecable, pese a las numerosas provocaciones. La prensa tambi?ha llegado temprano. Son bastantes, cosa que me sorprende, porque el d?est?luvioso y lo nuestro es el tipo de noticia que siempre queda oculta por “problem?ca”. En Madrid, el lleno de la Plaza del Sol bajo la nevada es una garant?de que todos los medios tendr?que referirse a la “manifestaci?nticastrista de Aguirre”, que es el reduccionismo m?com?Pero ac?as garant? son pocas: los medios se desviven por ser imparciales, y m?cuando del lado de los castristas hay varios se?s que se sientan en el Parlamento de Catalunya. Desplegamos la pancarta horizontal con el lema de la manifestaci?y avanzamos hasta donde los Mossos nos permiten. Ellos son m?y tienen entusiasmo, pero no contaban con nuestro meg?no, de mejor calidad que el suyo. As?ue empieza un toma y daca de consignas, con algunos de los mejores momentos de la jornada. Coro contra coro, porque con esta gente no se puede dialogar —aunque varios de nuestro bando lo intentan, que conste. Ellos nos dicen “mercenarios”, y nosotros les decimos que el consulado les paga “con putas y con viajes”. Ellos dicen “Patria o muerte” y nosotros ripostamos “Patria y vida”. Hablan del bloqueo, y nosotros tambi?mencionamos el bloqueo de los Castro sobre las libertades del pueblo cubano; sueltan aquello de “Qu?iene Fidel”, y la respuesta es obvia: “Demencia senil”. El c?l se asoma al balc?on su c?ra, y nosotros le regalamos un lema espont?o que alguien ha tenido la magn?ca idea de traer impreso en un simple A4: “S?me la foto/Yo no tengo miedo”. Parece que ellos ser?muchos m? pero en realidad apenas empiezan a llegar los de nuestro bando. Media hora despu?ya pasamos el centenar (he hecho un conteo rigurosos, pues siempre me quejo de las noticias en las que el n?o de asistentos oscila como un p?ulo ideol?o). Todo el que llega quiere el meg?no. Y se lo damos. Todo el mundo tiene ganas de gritar: hay un ex preso pol?co, una se? del barrio alto, una estudiante acabada de llegar, gente con ni?y perros, varios que vienen desde Andorra, catalanes orgullosos con sus senyeras, blogueros, escritores… Todo el que quiso gritar, grit? el resultado fue un bando con m?nervio y entusiasmo que los del mon?o sonsonete “Cuba va”, “Acu?ate de Gir?(¡!), “Vivan los Cinco H?es”. (Tambi?nos acusaron de “traficantes”, pero esa parte no la entendi?die.) Cuando agarro el meg?no grito que esos que se dicen antifranquistas y enarbolan la bandera de la Rep?ca deber? avergonzarse de apoyar una dictadura. Luego los invito a cantar “La Internacional” y a mostrar una banderola con un Lenin punz?ue hab?asomado t?damente media hora antes. Son orgullosamente comunistas, y se saben la letra. Pero lo de Lenin parece que ya es demasiado, as?ue lo esconden, para nuestra decepci? A la 13.30 nos vence el hambre y nos largamos entre risas. Contentos de ser libres, agradecidos con todos los catalanes, espa?s y cubanos que no han dudado a la hora de pararse a nuestro lado. Ojal?ue muy pronto en La Habana los cubanos puedan gritar como nosotros lo hemos hecho hoy. Mientras, ah?a nuestro aviso al c?l Cala?acost?ese, que fue la primera, pero no ser?a ?ma. Y la pr?a vez seguro que seremos m? Ernesto Hern?ez Busto Barcelona Foto: EFE.