Percival Puggina

12/03/2010
Não sei se o leitor já percebeu que os partidos políticos brasileiros estão se esfarelando no ralador da própria insignificância. Nestes dias que correm, por exemplo, celebram-se os mais exóticos enlaces. Sobre o balcão dos acordos nupciais, o setor público ? governo e administração ? é negociado como espólio dos vencedores. Vamos transacionar o que interessa: quem fica com o quê? Trata-se de um fenômeno nada recente, que, pouco a pouco, reduziu os partidos políticos brasileiros ao mínimo denominador comum que lhes resta ? sua função cartorial. Por força de lei, ninguém pode disputar eleição se não tiver filiação partidária. Ponto. Eis aí o que são nossos partidos. E eis aí tudo que eles são. Recordo que durante anos clamava-se pela fidelidade partidária como condição para que os legendas retomassem sua significação. Tratava-se, como sempre escrevi e disse, de uma campanha contra as consequências do fenômeno, promovida com total desconsideração pelas suas causas. Até o TSE e o STF acreditaram nessa. Instituíram, por conta própria, a fidelidade partidária. E os partidos? Melhoraram? Os maus políticos ergueram um milímetro seus padrões de conduta? A única coisa que talvez tenha acabado é a venda de filiação partidária, mas esse nunca foi o maior nem o melhor negócio nos nossos parlamentos. No Congresso Nacional vendem-se muito mais interesse público e votos do que mandatos. Uma das muitas expressões desse mesmo problema institucional se evidencia no fato de que a função própria dos partidos ? a agregação política de pessoas com as mesmas crenças, ideologias e valores ? acaba convergindo para outras forças existentes na sociedade. São os grupos de interesse, que, ao fim e ao cabo, compõem verdadeiras bancadas. E isso não é bom para a democracia nem para o bem comum. Mas é conseqüência inevitável da regra do jogo, da conjugação da eleição proporcional com o sistema de governo que adotamos. Nossa democracia está deixando de ser uma democracia por partidos para se tornar uma democracia por grupos de interesse. Enquanto não adotarmos uma regra melhor, superior, é preciso levar em conta que a atividade política deve ser exercida com ideais elevados e senso prático, dentro das regras estabelecidas. Há uma eleição em outubro deste ano e, diante desse pleito, como deve se orientar a força política do agronegócio? O agronegócio é um dos grupos de interesse articulados no país. O setor, que tem enorme peso na nossa vida econômica e social, enfrenta adversários que agem em total desrespeito ao Estado de Direito, com impressionante suporte no próprio Estado de Direito. Trata-se, obviamente, de uma inequação típica da esquizofrenia nacional: os fora da lei recebendo amparo institucional! Loucura pura. Situação demencial, que clama por corretivo político, jurídico e institucional. Diante disso, ainda que outras causas não existissem (e existem), justifica-se plenamente, por realismo e idealismo, a articulação política do agronegócio brasileiro em relação aos pleitos de 2010. Que a insanidade não afete o setor e não vá ele repetir erro anterior, indo bater à porta do hospício e entregando-se à gestão dos internos, como boa parte dele fez em 1998. * Publicado originalmente na revista Somando edição de março de 2010. _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Roldão Arruda - Estadão

08/03/2010
SEM-TERRA RECEBERAM DOIS ESTADOS DE SP O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) acaba de concluir um novo levantamento sobre a reforma agrária no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com os números oficiais, em sete anos foram assentadas 574,6 mil famílias, numa área de 46,7 milhões de hectares. Isso corresponde a quase duas vezes o território do Estado de São Paulo - com 24,8 milhões de hectares. Ainda de acordo com os dados oficiais, já encaminhados ao Palácio do Planalto, as realizações do atual governo representam 55% de tudo que foi feito na área da reforma agrária em 40 anos de existência do Incra. Na soma dos vários governos do período, 84,3 milhões de hectares já foram transformados em assentamentos rurais. Considerando que o Brasil tem aproximadamente 850 milhões de hectares, pode-se dizer que 10% do território foi para a reforma.

Percival Puggina

07/03/2010
Tenho um casal de amigos que gostou tanto do filme ?Lula o filho do Brasil? que já foi assisti-lo quatro vezes. Hein? Mentira minha? Tem razão. Estou apenas demonstrando o completo desencontro do filme com as expectativas de seus personagens, protagonistas e produtores. A única plateia que bateu palmas para a obra de Fábio Barreto foi a que compareceu à sua pré-estreia, um seleto cordão de ? como direi? ? parceiros, cativados pelos cheques dos contratos ou pelos contracheques funcionais. Pois eis que na contramão daqueles aplausos e das reverências dos blogs de esquerda, quando chegou aos cinemas ? quase quatrocentas salas decoradas para recebê-lo ? o filme travou. Travou miseravelmente. Deu apagão na sala de projeção. Após dois meses nas telas, ainda estava longe do milhão de espectadores. No fim de semana de 28/02 (veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura de 1º de março), menos de quinhentas pessoas assistiram a película, que despencava como pedra, em irreversível parábola descendente. Para quem antevia um estouro de bilheteria, produzido por um público entre cinco e 16 milhões de fãs, o filme é um esférico e lustroso fracasso. Olhando assim, pelo alto, de avião, até parece obra do PAC, não é mesmo? Empacou, não funcionou, custou caro, foi cercado de imensa publicidade, recebeu calorosos aplausos dos companheiros, pretendia ampliar o prestígio de Lula e foi concebido em tom de puxa-saquismo. Mas não é obra do PAC, não! Tem tudo para ser, mas não é. Não é do PAC e não tem mãe. Alguém dirá que não faz sentido ironizar o insucesso do filme. Acontece que ?Lula, o filho do Brasil? encaixou-se na perspectiva política e eleitoral de 2010. Esperava-se que o ato de assisti-lo se constituísse em reverência litúrgica. E confiava-se em que os fiéis assistentes deixariam as salas de exibição decididos a obedecer cegamente seu pastor. Ora, quem se farda para o jogo político e entra em campo pode fazer gol e pode levar gol. Então ironizo. Em qualquer lugar do mundo, um fracasso de bilheteria arde no bolso de quem investiu no espetáculo. No Brasil, as coisas não são assim. Quando um filme chega aos cinemas todo mundo já ganhou dinheiro através dos benefícios que, a título de incentivo à cultura, retiram recursos diretamente do erário. Não recuso importância à cultura (quando o bem ou produto realmente tem valor cultural). Mas quando os pacientes do SUS se empilham em beliches nos corredores, quando a sociedade padece nas mãos da criminalidade e quando a educação anda um passo atrás da ignorância, creio que a escala das prioridades aponta outros rumos para esses recursos. Não vejo sentido em que o sucesso financeiro de um filme não dependa da aceitação do público, mas da coleta de incentivos fiscais. A bem da verdade, esclareça-se: não foi assim com ?Lula o filho do Brasil?. A obra de Fábio Barreto, por motivos óbvios, não usou esse mecanismo. Seria difícil explicar a concessão de estímulo fiscal para um filme de louvação ao presidente da República, em pleno exercício do mandato e em ano eleitoral. A grana foi buscada junto a empresas altamente conscientes de suas responsabilidades com a arte e a cultura nacional, animadas por irresistível desejo de contribuir com quotas da ordem de R$ 1 milhão (Revista Época fev/2009) para que Barreto promovesse um personagem que, só por acaso, é o dono do caixa do país. Mas convenhamos, deu no mesmo que se fosse coisa da Lei de Incentivo à Cultura. Ao fim e ao cabo, de uma forma ou de outra, o dinheiro sai do mesmíssimo lugar. E a Campanha da Fraternidade está convencida de que o Brasil é assim por causa da economia de mercado. _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Percival Puggina

28/02/2010
Entristece-me o fato de a CNBB jamais esclarecer que ela não é a Igreja Católica. A CNBB é um ente burocrático, um órgão de apoio, de auxílio aos bispos. No entanto, o silêncio sobre sua verdadeira natureza faz com que, entendida como ?a? Igreja Católica (algo infinitamente superior ao que a CNBB de fato é), ela se misture e nivele a outras organizações da sociedade (OAB, ABI, CUT, MST, etc. e tal). É uma pena. A minha consternação se agrava, contudo, pela reiteração de certos equívocos que ficam bem nítidos na atual Campanha da Fraternidade. Um deles está na confusão entre os campos da Economia e da Política. Os documentos da CNBB são useiros e vezeiros em misturar essas duas esferas da atividade humana, atribuindo à primeira aquilo que é próprio da segunda. Como consequência, pretendem conferir aos agentes econômicos obrigações inerentes às instituições políticas. Trata-se de uma desatenção ao próprio pensamento católico, que reconhece a autonomia das duas esferas. De um sistema econômico se espera que produza, ao máximo de suas possibilidades, riqueza, desenvolvimento, postos de trabalho, tributos e renda, ou seja, condições materiais para a melhoria dos padrões de vida da sociedade. É o que pede a Campanha da Fraternidade de 2010? Não. Ela, enquanto aponta idolatrias e excessos que todos condenam, quer que o sistema econômico nacional, priorizando a partilha e a solidariedade, rejeite as exigências do mercado, do consumo e do lucro. E gere empregos e tributos com penitência e oração? Toda consciência bem formada se revolta com as tragédias da pobreza material, feitas de analfabetismo, baixo nível educacional e cultural, más condições habitacionais e sanitárias, abandono dos aposentados. Feitas também por corrupção, esbanjamentos, mordomias, absurdos desníveis na remuneração do serviço público e maus governos. Não é com a superação desses embaraços que venceremos a miséria e os desníveis sociais? Pois é tudo campo da Política! Miséria e desníveis sociais são temas para os poderes públicos, que se apropriam de 40% do PIB nacional! As justas preocupações com partilha e solidariedade deveriam focar, principalmente, essa brutal ruptura com o Princípio da Subsidiariedade. É grave erro da Campanha não dizer que os problemas do Brasil são muito mais políticos do que econômicos. Muito mais institucionais do que empresariais. Bons governos, com boas políticas, enfrentam essas dificuldades valendo-se da competente operação do setor privado. Outro erro, ainda, está na influência marxista que se derrama sobre boa parte dos documentos da CNBB. Neles, o pobre, o pobre do Evangelho, sob influxo da mais do que reprovada Teologia da Libertação (TL), vira excluído. E fica subentendido que o excluído está excluído porque o incluído não o quer dentro. Assim, o apelo evangélico à caridade se converte em luta de classe. E saiba leitor, que Bento XVI, ainda agora, no dia 5 de dezembro, olho no olho, advertiu os bispos brasileiros do Sul III e IV contra ?os princípios enganadores da TL? e para ?o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas?. Será preciso dizer mais? ZERO HORA, 28/02/2010

Percival Puggina

27/02/2010
NOVAS GREVES DE FOME EM CUBA Cristina Azevedo Amorte do preso político Orlando Zapata Tamayo após uma greve de fome de quase três meses provocou uma espécie de efeito dominó entre a dissidência cubana. Além do psicólogo Guillermo Fariñas, que na noite de quinta-feira parou de ingerir alimentos e mesmo água, quatro presos políticos aderiram ontem ao movimento. Havia ainda informações de mais quatro a seis pessoas iniciando uma greve de fome nas prisões de Holguín e Canaleta. Fariñas pede a libertação de 25 presos políticos que se encontram com a saúde bastante deteriorada. Mas parte dos dissidentes vê com preocupação sua atitude, e a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional entrou ontem em contato com as famílias dos presos pedindo que os demovessem da ideia. - Tememos que a adesão entre os presos aumente. Achamos que o governo não vai ouvir os apelos. Esse é um ato desesperado. Eles são inocentes e estão presos há sete anos - contou Elizardo Sánchez, presidente da comissão, por telefone, de Havana. - Presos comuns também podem acabar aderindo.

Percival Puggina

27/02/2010
Senhores, Na condição de fiel leigo, atuante em movimentos da nossa Igreja Católica, levo a essa nobre Congregação a minha inconformidade perante o que vem acontecendo na Conferência dos Bispos do Brasil. Os fatos não são estranhos ao conhecimento de Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Falando aos bispos brasileiros do Sul III e IV, em visita ad limina, no dia 5 de Dezembro do ano passado, ele usou palavras muito claras ao adverti-los contra ?os princípios enganadores da Teologia da Libertação? e para ?o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas?. Pois bem, nestes dias quaresmais, está em curso uma nova Campanha da Fraternidade, desta feita ecumênica, sob cujas sombras brilham citações evangélicas e sob cujas luzes se insinuam leituras marxistas da realidade social brasileira, afinadas com aquela reprovada subteologia. Soma-se a tais distorções, na Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, um profundo desconhecimento das autonomias inerentes a duas esferas da atividade humana ? a da economia e a da política. Assumindo critérios de interpretação próprios do marxismo, ela busca atribuir à economia de mercado tarefas que são próprias da política ? esta sim, responsável pelos principais fatores que dão causa à miséria e às profundas desigualdades sociais do nosso país: analfabetismo, baixo nível intelectual, péssimo sistema educacional, deficiências culturais, má distribuição de renda, políticas monetárias, desníveis salariais do setor público, apropriação de 40% do PIB nacional pelo Estado, corrupção, descontrole do gasto público, bem como mordomias, luxos e prodigalidades custeados com recursos dos contribuintes. Não, não é a economia de mercado que dá causa aos problemas sociais brasileiros. É da má política e da inadequação de nossas instituições que tais males derivam. Muito conviria a essa Congregação conhecer o desconforto e a rejeição suscitada pela atual Campanha, que, de modo solerte, confunde idolatria com economia de mercado e recua em relação à Doutrina Social da Igreja quando propõe vagos modelos ?alternativos? de organização da atividade econômica ?que privilegiem a solidariedade e a partilha?, sem nada explicitar concretamente ou apontando para instrumentos consagrados há mais de um século (como o cooperativismo em harmonia com a economia de mercado) ou, ainda, para o retorno às fracassadas experiências do socialismo. E, por outro viés, silencia sobre a firme orientação que o Santo Padre João Paulo II explicitou com tanta clareza nos nºs 41 e 42 da Centesimus Annus. É preciso atentar para a gravidade da situação. A totalidade da opinião pública e da imprensa brasileira confunde a CNBB com ?a? Igreja. Quando alguém se manifesta nessa organização, seja o presidente, seja um assessor, as manchetes falam em manifestação ?da? Igreja. A Campanha da Fraternidade é ?da? Igreja. Seus temas e seus lemas também são vistos assim. Jamais, alguém da estrutura da organização faz a necessária distinção e esclarecimento, estimulando uma fusão e uma confusão que, ao que se infere, bem lhes convém. Não bastasse furtar a riqueza espiritual da Quaresma para fazer dela um tempo de polêmica e radicalização política e ideológica, envolvendo o ano litúrgico em questões temporais e políticas desviadas da sã doutrina e da orientação pontifícia, a CNBB acaba de providenciar aos leigos brasileiros uma nova surpresa. Periodicamente, a assessoria da instituição (o mesmo grupo de assessores que fornece a carne, os ossos, as cartilagens e o animus de seus documentos oficiais) emite ?Análises de conjuntura?. São textos que, se despidos dos eventuais recursos ao léxico religioso, poderiam constituir editoriais do Granma. Vêm, é verdade, com a observação de que não constituem ?opinião oficial da entidade?. Mas são acolhidas no site da CNBB, redigidas no seu estilo e pisam nas mesmas areias movediças por onde andam muitos de seus textos oficiais e oficiosos. Agora, em plena efervescência das contestações à CFE de 2010, a mais recente ?Análise de conjuntura? sugere, claramente, a continuidade do governo Lula, através da pessoa indicada por ele para o suceder, posto que a eleição do oposicionista José Serra representaria ?o retorno da política neoliberal anteriormente efetivada por Fernando Henrique Cardoso, dialogando com os interesses do empresariado nacional e do capital internacional?. O assunto trouxe a CNBB novamente ao noticiário, com ela arrastando ?a? Igreja Católica para o torvelinho do debate político e para as matérias de opinião. Esse não é o campo próprio da Igreja. Mas, repita-se, o ingresso da CNBB e de suas pastorais nesse jogo, com tal fardamento ideológico, não é novidade na cena brasileira. A CNBB e a maior parte de suas pastorais, seus documentos oficiais e não oficiais, sempre serviram às partidas disputadas pelo Partido dos Trabalhadores e pelas organizações da sociedade por ele lideradas. Mudam a música, mas não a letra. A identificação é tanta que a imprensa brasileira surpreendeu-se quando a CNBB veio a público reprovar certos preceitos do decreto presidencial que instituiu o Plano Nacional de Direitos Humanos, nos últimos dias do ano passado. A coisa soou como arrufos entre parceiros. É uma pena. E penso que esteja a demandar uma atitude da Santa Sé para coibir abusos e desvios que tumultuam a vida da Igreja em nosso país, espalhando entre os fiéis a rebelião, a divisão, o dissenso, a ofensa e anarquia tão precisamente apontadas por nosso querido pontífice Bento XVI. Os problemas criados ?na? e ?pela? CNBB só se resolverão com uma total remodelação das estruturas de sua burocracia funcional e com a substituição dos atuais assessores. Eles evidenciam ter com seus vínculos ideológicos um compromisso muito superior do que com as angústias pastorais das dioceses. E arrastam a imagem da Igreja por esses descaminhos. Em união de fé e amor ao Cristo Redentor. Percival Puggina Arquiteto, empresário e escritor em Porto Alegre, Brasil. E-mail: puggina@puggina.org

Percival Puggina

27/02/2010
UM DOS CINCO MAIORES HIPÓCRITAS DE 2009 Lula foi apontado, no jornal espanhol El país como um dos cinco maiores hipócritas de 2009. Ele perdeu para os banqueiros, para Tony Blair, os galãs do Partido Republicano dos Estados Unidos, e para os magistrados britânicos que deram ordem de prisão a Tzipi Livni. E explica, assim a escolha de ?Lula da Silva?: El presidente de Brasil ha declarado que Hugo Chávez es el mejor presidente de Venezuela en 100 años. Pero nunca hemos oído a Lula decir algo sobre las conductas autoritarias de su amigo venezolano. Sí lo hemos visto, en cambio, atacando furiosamente las recientes elecciones en Honduras. Lo hizo la misma semana que recibió con honores a Mahmud Ahmadineyad, cuya victoria electoral también es cuestionada. ¿Qué tienen las elecciones en Irán que no tuvieron las de Honduras? Un enorme fraude, muertes, torturas y la brutal represión ordenada por el Gobierno de Ahmadineyad. El afable líder brasileño aún no parece haberse enterado.

Percival Puggina

21/02/2010
Durante recente debate no Senado Federal, após ouvir críticas de oposicionistas ao comportamento da ministra Dilma Rousseff, a senadora Cerys Slhessarenko pediu um aparte para dizer que aquelas afirmações feitas pelos senadores compunham um quadro de discriminação à mulher. Pus-me a pensar. A confusão entre costumes e moral é das mais nocivas que se possa conceber. Pessoas tolas, observando que existem diferentes costumes, concluem que a moral ?è móbile qual piuma al vento?. Salta aos olhos que isso leva diretamente ao relativismo e à imoralidade absoluta. Pois o aparte da senadora nos sugere um exemplo que ilumina bem essa realidade: ainda que centenas de milhões de mulheres, ou mesmo que bilhões de mulheres, em inúmeras sociedades, vivam sob regras de violência e submissão, isso não torna tais preceitos moralmente aceitáveis. Assim também com a escravidão por motivos de raça ou de dominação política. Assim também com as condições de trabalho na China, embora atraiam como luzes as mariposas da indústria transnacional. Tais práticas são costumeiras por lá, podem até ser legais, mas são imorais. O Fórum Social Mundial deveria fazer passeata contra o comunismo chinês. Em resumo: moral e costumes são coisas distintas e quem discrimina a mulher afronta a humanidade toda. Por isso, a discriminação à ministra Dilma Rousseff me irrita. Homens e mulheres têm iguais direitos políticos e não há sentido algum em tratar Serra e Ciro, de um modo por serem homens e a ministra de outro modo por ser mulher. Isso não é justo! Todos são pré-candidatos a presidência da República e credores de equidade, ora essa. E a ministra, meu caro leitor, vem sendo discriminada em proporções que já excederam os limites do escândalo. Sim, porque discriminação positiva também é discriminação, se me faço entender. Vocês pensavam no quê? Discriminação positiva se faz com os portadores de deficiências, o que não parece ser o caso. Uma coisa é a cortesia dispensada às mulheres pelos homens bem educados. Ela faz parte das boas maneiras que convêm ao trato social. Ceder-lhes lugar, abrir-lhes as portas para que passem, levantar-nos quando se aproximam da mesa onde estamos, é apenas boa educação. Não é discriminação. Outra coisa é, no processo político, dispensar-se à candidata regalias e facilidades que não se conferem aos demais. Outra coisa, ainda, é, num ato da Petrobrás onde o ministro responsável é o Edson Lobão, reservar toda a cena para a ministra da Casa Civil. O que está ela fazendo ali? E note-se que vem sendo privilegiada assim em tudo, em relação a todos, em toda parte. De tanto que viaja sem ter por que, ela já não sabe mais onde está, nem fazendo o quê. Embarcam-na em todos os voos, erguem-na em todos os palanques, dão-lhe a palavra em todos os discursos, proclamam-na genitora do PAC, convidam-na para madrinha de todos os navios e mãe de todas as obras cuja execução depende de dinheiro que ainda não ganhamos. Isso é tão errado quanto agir como se a ministra não existisse e privilegiar a exposição de José Serra à imprensa. Mas se isso acontecesse!... No entanto, a ministra está em toda a mídia, que a exibe como se ela estivesse vendendo espaço publicitário. Ou será que está? E o Serra, onde está? De uma hora para outra, tudo que se faz ou que se promete no Brasil é obra do PAC. E é obra com mãe. Bom, eu estou terminando de escrever um livro e quero deixar bem claro que ele não é obra do PAC. Já passou da hora, do dia e do mês para uma ação firme do Ministério Público Federal, da Justiça Eleitoral e até do Tribunal de Contas da União contra essa escancarada, abusiva e desrespeitosa campanha feita com recursos públicos em favor da discriminadíssima candidata do presidente Lula. Queremos direitos iguais para todos os competidores, ora bolas! _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Percival Puggina

13/02/2010
Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?