PÚBLICO ENOJADO
Diante de uma clara e indiscutível MÁ VONTADE que boa parte da chamada GRANDE MÍDIA nutre e propaga, de forma pra lá de dramática e escandalosa, sobre qualquer ação e/ou proposta defendida pelo atual governo presidido por Jair Bolsonaro, o que mais se vê, notadamente nas REDES SOCIAIS, é uma forte e fantástica reação de milhões de brasileiros que se declaram ENOJADOS com este tipo de JORNALISMO.
PROFISSIONAIS DA MÍDIA
Como o exército de profissionais da mídia que lutam desesperadamente contra as ações e/ou propostas do governo é imenso, coisa que por si só aumenta a convicção de milhões de leitores, ouvintes e telespectadores em geral, arrisco a dizer que a percepção que este movimento crescente proporciona, faz com que muitos brasileiros entendam que a profissão de JORNALISTA está cada dia mais identificada com a profissão de PUBLICITÁRIO.
Eis as definições de ambas as profissões e tirem suas eventuais dúvidas:
JORNALISTA
JORNALISTA é o profissional responsável pela APURAÇÃO, INVESTIGAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE NOTÍCIAS, REPORTAGENS, ENTREVISTAS OU DISTRIBUIÇÃO DE NOTÍCIAS OU OUTRA INFORMAÇÃO DE INTERESSE COLETIVO.
O trabalho jornalístico compreende tratamento -escrito, oral e visual- de informações, em quatro etapas: 1- PAUTA, onde são selecionados assuntos a serem abordados,; 2- APURAÇÃO, onde é feita a averiguação da informação e a credibilidade das fontes; 3- REDAÇÃO, quando é dado o devido tratamento à informação; e 4- EDIÇÃO, onde é que feita a organização do material para a mídia.
PUBLICITÁRIO
PUBLICITÁRIO é o profissional contratado para COMUNICAR A IMAGEM DE SEUS CLIENTES ATRAVÉS DE ESTRATÉGIAS ELABORADAS SOBRE TÉCNICAS E PESQUISAS. Como tal deve atuar dentro dos LIMITES PROPOSTOS PELO CONTRATANTE, o que inclui verba disponível e objetivos desejados. Um bom publicitário tem o dever de PERSUADIR e CONVENCER o consumidor a adquirir o que está sendo sugerido.
PERSUADIR E CONVENCER
Uma simples comparação entre as duas profissões é suficiente para entender o quanto boa parte dos JORNALISTAS está desempenhando o papel que até então era destinado aos PUBLICITÁRIOS. Observem que os LIMITES PROPOSTOS são constantemente definidos pelos CONTRATANTES, que tem como objetivo PERSUADIR e CONVENCER OS LEITORES, OUVINTES E TELESPECTADORES. Que tal?
* Em 11/09/2020. Este artigo foi publicado originalmente em pontocritico.com
Emergências sempre foram excelentes pretextos para erodir as salvaguardas da liberdade individual. Esse aviso feito por Hayek há muitos anos tornou-se bastante atual, com as pressões enormes, da parte de políticos astutos e de economistas com parafusos frouxos, para que o estado tome as rédeas da economia e afunde o pé no acelerador da máquina, em resposta aos efeitos devastadores da pandemia.
Todos conhecem a fábula atribuída a Esopo e recontada por La Fontaine, em que a lebre, sabendo-se mais rápida, desafia a tartaruga para uma corrida que acaba perdendo por excesso de confiança, já que, resolvendo dormir, não se dá conta de que a oponente aproxima-se perigosamente da linha de chegada. Quando acorda, assusta-se e começa a correr o mais depressa que pode, tentando a todo o custo, mas sem êxito, ultrapassar a adversária. Um velho e belo exemplo para as crianças, de exaltação à perseverança e de condenação da petulância.
Sempre que se configura algum contratempo relevante na economia, ressurgem narrativas fantásticas desse tipo, que demonstram incrível falta de conhecimento de como as coisas funcionam no mundo econômico: os surrados argumentos segundo os quais é melhor combater crises do porte da atual com a criação emergencial de demanda por parte do governo, na crença de que a oferta vai acompanhar esse crescimento e, assim, a economia vai sair do purgatório e ir direto para o céu.
Esse passe de mágica parece supor que a tartaruga – a oferta -, sabidamente mais lenta, desafie a lebre – a demanda –, reconhecidamente mais veloz e que não dorme, e sempre saia vencedora, como na fábula.
É óbvio que o objetivo de todos é o crescimento sustentado, caracterizado por um aumento contínuo da capacidade produtiva ou oferta. Ora, mas não se pode desconhecer que esse é necessariamente um processo de longo prazo, porque requer, primeiro, formação de poupança; segundo, transformação dessa poupança em investimentos e, por fim, um longo período de maturação dos projetos, até que se transformem em estoque efetivo de capital e, portanto, em produtos – mais bens e serviços nos mercados. Em outras palavras, a oferta é gigantescamente lenta por sua própria natureza. E tende a ser ainda mais vagarosa em um país em que são necessários meses para se obter autorização para abrir empresas, as cargas tributária e previdenciária são punitivas para o empreendedorismo e para a geração de empregos e as mudanças nas regras do jogo são frequentes.
Já a demanda, também por definição, é sempre mais veloz do que a oferta, porque resulta das políticas monetária, fiscal, cambial, salarial e de políticas de rendas, como os programas assistencialistas e o auxílio emergencial para amenizar os efeitos da pandemia. Basta, por exemplo, para usarmos a conhecida imagem de Milton Friedman, que o “helicóptero” do Banco Central despeje moeda sobre o país – como, aliás, vem fazendo - para que, mantida constante a relação entre consumo e poupança, consumidores e empresas aumentem imediatamente os seus gastos. Quando se trata de gastos públicos, a velocidade da demanda e os danos daí resultantes costumam ser maiores. Sim, a lebre estatal, quando se trata de gastar, especialmente o nosso dinheiro, é mais rápida do que o Hamilton.
É claro que em situações atípicas e desconhecidas como a deste ano, de choques expressivos de caráter mundial, que nasceram do travamento das cadeias de produção e que, portanto, vieram da oferta, mas que depois se propagaram pela demanda, há algum sentido em esperar que medidas emergenciais de estímulos a ambas produzam temporariamente algum oxigênio necessário para que a atividade econômica continue a respirar. Porém, quando deixam de ser emergenciais e se tornam rotineiras, essas ações de intervenção do estado na ordem econômica equivalem à suposição, falsa, de que a tartaruga vai sempre conseguir acompanhar a velocidade da lebre, do início ao fim da corrida e que vão cruzar a linha de chegada juntas, talvez até de mãos dadas.
São bastante preocupantes algumas propostas escalafobéticas que têm surgido desde que os brasileiros passaram a lavar as mãos com mais cuidado e a esfregá-las com álcool gel dezenas de vezes por dia. Refiro-me às sugestões de extinção do teto de gastos, de estender o período do auxílio emergencial e ao conto do vigário da “teoria monetária moderna”, que propõe a criação permanente de moeda e a abolição definitiva de qualquer preocupação com o equilíbrio fiscal e o endividamento interno. Extravagâncias desse tipo, quando partem de políticos – como, por exemplo, a daquele ministro que queria um novo “plano Marshall” - são compreensíveis, especialmente quando há eleições à vista, embora condenáveis. Mas, com toda a franqueza, economistas que sustentam “coisas” desse tipo, todas com séculos de fracassos constatados, mostram que seu problema não é de parafusos frouxos, é pior, bem pior, é de ausência completa de parafusos em suas cabeças...
É por isso que, no mundo inteiro, todas as tentativas de se combater inflações mediante políticas de estímulo à oferta e de promover “crescimento” por meio de aumento da demanda deram com os burros, cavalos e asnos n´água. Não há um solitário caso de êxito. O máximo que se consegue é um período de expansão efêmero, porque não é baseado em novos investimentos, mas em mera utilização de capacidade ociosa. Ao cabo de alguns meses, inevitavelmente, a tentativa de expulsar a natureza fracassa e a lebre ultrapassa a tartaruga, ou seja, surge um excesso de demanda que, também ao fim de algum tempo, se for alimentado por bancos centrais cujos diretores julguem equivocadamente que sua função é fixar taxas de juros “baixas” para promover o “crescimento”, resulta em inflação; e esta surge tão mais depressa quanto maiores forem as expectativas de que vai surgir.
Quando viajamos para a Europa no final do ano, colocamos roupas pesadas em nossas malas, mas, se nosso destino é o Nordeste, escolhemos vestimentas leves. Da mesma forma, quando os agentes econômicos esperam - pela falta de coordenação entre as políticas fiscal e monetária - inflação no futuro, passam a agir defensivamente: quem vende aumenta imediatamente os seus preços, na esperança de ganhar mais e quem compra aceita pagar preços mais elevados hoje porque receia ter que pagar ainda mais caro amanhã. É um fenômeno magistralmente analisado por Mises e outros expoentes da Escola Austríaca desde o início do século XX e estudado rigorosamente na mainstream economics por Robert Lucas e os economistas da Escola de Expectativas Racionais, a partir dos anos 70, em que, pela ação humana racional dos indivíduos e empresas, o futuro, em uma tentativa de defesa dos agentes econômicos, é antecipado para o presente.
Que tal dizer isso de outro jeito? Teorias estrambóticas que propõem a “permanência da emergência”, que são mais apropriadas para estantes de ficção científica do que para as seções de Economia em livrarias e bibliotecas, entre muitas outras falácias, não dão importância aos fatos de que:
1. recuperação de uma crise é um alho e crescimento sustentado é um bugalho;
2. a inflação deve, sim senhor, ser uma preocupação permanente; e
3. basta observar o comportamento dos indicadores de oferta monetária para concluir que a inflação já está acontecendo há tempos e que a adoção de suas sugestões implicará a explosão da inflação de preços (que eles, equivocadamente, interpretam como sendo a inflação).
As reformas liberais, especialmente a administrativa, a tributária, a modernização das instituições para desobstruir as atividades econômicas privadas, a abertura econômica, as desestatizações, a desburocratização, a busca por maior produtividade e outras são urgentes, para que caiam gastos dispensáveis do Estado e, portanto, a relação dívida interna/PIB volte a cair, como já estava acontecendo antes da pandemia e a taxa de juros permaneça em níveis baixos, a tartaruga fique mais veloz, a lebre não precise lá na frente parar para esperar a tartaruga e a economia possa crescer sem ameaça de inflação.
*Em setembro 2020
**Publicado originalmente em https://www.ubirataniorio.org/index.php/artigo-do-mes/406-set-2020-lebres-tartarugas-parafusos-frouxos-e-o-conto-do-vigario-da-emergencia-permanente (blog do autor)
***O autor é doutor em Economia pela FGV
A vantagem é mantra no Brasil. Estar sempre à frente, não importa o preço. Levar alguma vantagem, por menor que seja. Perguntamo-nos se isso, algum dia, mudará em nosso país. Entendemos que muitos, como nós, pensam no assunto. Tentando entendê-lo. De onde terá vindo. Por que isso ocorre. Se é intrínseco ao brasileiro. Se nunca será perdido. E que pode explicar o subdesenvolvimento e a draga em que o país se encontra moralmente.
Talvez até seja, coisa vinda lá de trás, e que ficou enraizada em nossos costumes, não havendo mais como desencavar. De nossa parte entendemos que sim.
Ou quem sabe culpa da estratosférica carga tributária, com elevadíssimos impostos em cada mercadoria, dos mais altos do mundo absolutamente. Bem como em termos relativos com relação à renda per capita e salários pagos. Mas isso é relativamente novo.
Vemos nossos representantes públicos esquecendo-se de quem os elegeu. E a quem devem se reportar. E tratando os eleitores e não eleitores desta nação como objetos. Bem como os objetos da nação como cosa nostra, sempre se levando vantagem em cima de todos.
"Ó pátria amada, idolatrada, salve! Salve!". Por favor salve-nos.
Cada um de nós faz a mesma coisa em qualquer lugar, e podemos ver isso diuturnamente no nosso trânsito. E podemos constatar o mesmo em estádios de futebol. Em filas. E onde mais se quiser procurar. O fato é farto em exemplos.
O mesmo constatamos quando a questão é a solidariedade, o amor, o carinho, a disponibilidade. Até nisso alguns, às vezes (sic) aproveitam-se para tirar vantagem. Nem parece que "teus risonhos lindos campos têm mais flores; nossos bosques têm mais vida, nossa vida no teu seio mais amores". Mais amores (sic).
E quanto àquilo que realmente deveria interessar a todos, para o deleite geral de cada brasileiro e melhoria de seu bem-estar físico e econômico, que é a questão econômica, a justiça e a liberdade? Nada. Apenas os governos das diversas esferas levando vantagem em tudo, muitas vezes para proveito próprio, como se povo e governo fossem distantes e de esferas diferentes. De outras galáxias.
E os prezados e caríssimos cidadãos, motivação de qualquer ato. Como está seu consumo? Não se dá muita atenção a isso, aceitando-se tudo. Sabe-se lá de que razões a razão se vale.
Quanto a essa questão física e econômica, cada cidadão deveria, pelo menos, gostar um pouco mais de si próprio, e defender melhor seus direitos. O cidadão tem que ser o fim de qualquer coisa, e não ter simplesmente um fim. (sic).
Não podemos entender o que se espera, por exemplo, para o povo impor a sua vontade sobre um crescimento econômico adequado e que favoreça a todos. Levando a todos um bem-estar geral e melhorando as condições de vida de cada um. Parecem todos dormentes. E já há muito tempo.
Seria bom entender porque este estilo de levar vantagem não merece a atenção de todos, ou pelo menos dos que poderiam fazê-la servir a todos.
Seria, conquanto se desejasse, uma forma de se eliminar o levar vantagem em tudo. Já que todos teriam tudo ou quase tudo. Até porque, cada um estaria ocupado e preocupado em melhorar o que pudesse, servindo a todos.
Povo desta nação grande, unidos será impossível não fazer desse país uma grande nação. Basta querer. Basta lutar. Basta trabalhar nesse sentido. Basta dar um basta a tudo o que não se deseja mais. Basta..... É a hora da Primavera Brasileira.
Ajude a fazer com que não somente os preços sejam internacionais, mas que os salários, os ganhos, sejam internacionais. Ajude a fazer parte das nossas vidas o bônus e não apenas o ônus. Que, aliás, é praticamente só o que acontece neste canto do planeta.
Vista a indumentária da razão. Use o veículo do crescimento, seja atropelado por ele como temos sido atropelados pelos acontecimentos de todas as lógicas. Em que mal conseguimos acompanhar os acontecimentos em face da velocidade do surgimento de novos fatos a cada instante.
Façamos com que isso ocorra na economia e na nossa vida. De modo que mal consigamos acompanhar a velocidade dos novos fatos positivos que melhoram a nossa.
Vamos lá. Esta é a melhor forma de se levar vantagem em tudo. Porque esse é um direito nosso. Levar vantagem por motivos gloriosos, e não escusos.
Brasil, não continues "deitado em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo". Nem tampouco esqueças que "um filho teu não foge a luta".
Brasil, viva "um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança que à terra desce". Faça desta uma "terra adorada, entre outras mil".
Ouça novamente das "margens plácidas de um povo heróico um brado retumbante", e solte também seu brado.
Justifique lá na frente, no hino, a "paz no futuro e glória no passado", pois o final da frase nunca se viu.
Aristóteles: Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito.
Einstein: A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.
* Artigo publicado originalmente em Jornal Diário do Comércio, da ACSP, em 28/05/2009.
* * Samir Keedi é economista e consultor
"Já podeis, da Pátria filhos, ver contente a mãe gentil. Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil". A música desta letra compôs o Príncipe que nos deu a liberdade. Sim, sou monarquista desde que me dou por gente. Já no primário minha admiração pela Casa Real de Orleans e Bragança ganhava força e hoje, estou convencido, tivesse o País permanecido no regime imperial e nossa evolução política teria outra cara. Às vezes me pergunto, por que o Exército teve que prestar este único desserviço à nação? Sim porque, com exceção desse desatino, não fosse a Força Terrestre, de quando em vez, cumprir sua missão de poder moderador, este que lhe foi outorgado pelos dois imperadores, e já teríamos soçobrado há muito tempo pelo despreparo, incapacidade e incúria da grande maioria da classe política republicana.
Ah, mas as elites seriam sempre do mesmo naipe. Por favor, não podemos comparar o patriotismo daqueles políticos que compunham os antigos partidos, conservador e liberal, que se notabilizaram a partir do Segundo Império, com o naipe "de segunda" da maioria dos congressistas que compuseram o poder legislativo a partir de 1889, desde há muito integrando agremiações sem nenhuma unidade de doutrina, fato que vem se agravando acentuadamente até os dias atuais. Isto sem falar nas benesses de um regime parlamentarista que estaria vigorando, semelhante ao britânico, em constante aperfeiçoamento, sem nenhuma solução de continuidade. Virou moda questionar o caráter do príncipe que proclamou a independência. Falam da sua virilidade intempestiva, nada a favor nem contra. Cada um com suas qualidades e defeitos. Kennedy também fez o que fez e nenhum americano deixou de admirá-lo pelo que representou para o país deles. Ora bolas! O filho de D. João VI nos declarou livres, leves e soltos. Por que não tê-lo em alta conta? É dele a canção de guerra que emoldura os versos sentidos de Evaristo da Veiga no Hino da independência: -"Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil."
Que ninguém duvide, nosso príncipe morreria por nós. "Os grilhões que nos forjava da perfídia astuto ardil... Houve mão mais poderosa, zombou deles o Brasil." Na atualidade, aonde se escondeu a mão mais poderosa que poderia fazer o País zombar dos que nos ameaçam, dentro e fora do nosso território, valendo-se da máscara ardilosa de uma paranoia ecológico/climática selvagem, plena de astutas intenções? Aonde se escondeu a coragem, a força e a fé dos principais e maiores responsáveis pela forja de uma capacidade defensiva definitiva que trouxesse tranquilidade para o povo indefeso desta Terra de Santa Cruz? Aonde foi parar o nosso Imperador Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim? Por que nos está a faltar o monarca de tantos nomes, patriota sem par dos dias de negros horizontes?
"Não temais ímpias falanges que apresentam face hostil. Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil." Mas, e o Duque de Caxias? Nosso condestável, o "pacificador" da gente brasileira, o general vitorioso na guerra e na paz, tem gente que o acusa de genocídio. Somos obrigados a conviver com esta desmistificação injusta, descabida, perversamente criminosa de alguns facínoras que se dizem intelectuais. É o cúmulo! Não fosse este lídimo representante da nobreza e teríamos sucumbido entre as "ímpias falanges que apresentavam a face hostil" do separatismo. E o grande Barão do Rio Branco que, mesmo como diplomata, sempre defendeu o sábio "princípio da nação armada? Sim, só Deus pode aquilatar o quanto a nacionalidade deve a estes varões do Império, verdadeiras muralhas de uma soberania plena que hoje não existe mais.
Mas a família real também nos deu o Conde D'EU, um príncipe consorte mal falado injustamente, mas que soube levar a bom termo a fase final da campanha no Paraguai. Nosso segundo imperador nos galardoou com uma princesa que assinou a "Lei Áurea" de emancipação dos escravos. Quanta nobreza, quanto amor por esta terra do Brasil, todavia, também, quanta injustiça, degredado que foi pelos seus súditos, mal agradecidos ante a grandeza de um império unitário, herdado e respeitado pela quantidade de pequenos países que nos rodeiam. Mas nosso monarca, ainda assim, fez questão de levar um travesseiro com terra brasileira para descansar sua real cabeça quando morresse.
"Parabéns, ó brasileiro, já com garbo varonil. Do universo entre as nações resplandece a do Brasil." Garbo que não se garante! Que ninguém duvide, estamos nos deixando ultrapassar pela chamada "nova ordem mundial". Será que nos dias atuais resplandece mesmo? Como se pode resplandecer no contexto das nações quando se abdica do legítimo pleno direito de defesa? Não, em absoluto, decididamente, não foi essa malfadada e indigna herança que nos legou a venerável Casa Real de Orleans e Bragança!
*O autor é Coronel de Infantaria e Estado-Maior
** Artigo publicado originalmente no "Jornal Diário de Petrópolis/RJ"
DESCONHECIMENTO DA CONSTITUIÇÃO
Dizem as mais diversas pesquisas que o povo brasileiro em geral jamais se interessou em ler a Constituição. Muito menos, a atual, de 1988 que, além de ser uma das mais extensas do mundo, é carregada de incríveis e absurdos DIREITOS, inúmeras IMPERFEIÇÕES e gritantes INJUSTIÇAS.
SOBERANIA FAJUTA
A rigor, o povo brasileiro em geral nunca leu sequer o ARTIGO 1º, Parágrafo único, da CF, que expõe, ipsis literis, a PRIMEIRA E GRANDE MENTIRA CONSTITUCIONAL, qual seja a de que: -TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exerce por meio de REPRESENTANTES ELEITOS.
OCUPAÇÃO DE CARGOS NO SETOR PÚBLICO
Antes de tudo, a título de ESCLARECIMENTO, a ocupação de cargos no SETOR PÚBLICO no nosso país se dá: por ELEIÇÃO, por CONCURSO PÚBLICO ou por NOMEAÇÃO. Por aí já é possível entender que a SOBERANIA DO POVO se limita à escolha de representantes, por prazo determinado, para ocupar cargos nos PODERES EXECUTIVO E LEGISLATIVO da União, dos Estados e dos Municípios.
NOMEADOS SEM EXIGÊNCIAS
Pois, para desespero de quem tem um mínimo de discernimento, a nossa FAJUTA CONSTITUIÇÃO determina que a ocupação de cargos de ministros do STF, órgão máximo do PODER JUDICIÁRIO, se dá por NOMEAÇÃO. De novo: quem decide tudo e realmente manda no país não são ELEITOS PELO POVO nem são CONCURSADOS. São NOMEADOS sem a exigência de mostrar REPUTAÇÃO ILIBADA E NOTÓRIO SABER JURÍDICO.
O PODER NÃO EMANA DO POVO
Ora, se a Constituição Federal, no ARTIGO PRIMEIRO, fere por completo, de forma gritante e nojenta, o que se entende como SOBERANIA DO POVO, fica fácil compreender as razões pelas quais o povo não mostre mínimo interesse pelos demais e exaustivos artigos e parágrafos. O que preocupa é que mesmo sem ler as barbaridades contidas na Carta Magna a maioria dos brasileiros acredita que o Brasil é um país DEMOCRÁTICO e que o PODER REALMENTE EMANDA DO POVO.
Três sintomas lancinantes atordoam nosso tempo e nossa sociedade: o ceticismo, o niilismo e o cinismo. Eles indicam o grau da enfermidade física, moral e espiritual que vivemos.
Do grego, skepsis, o ceticismo designa a suspensão de juízos intelectuais em razão de dúvidas infundadas imiscuídas no processo normal e progressivo do conhecimento humano. O ceticismo se expressa na falta de confiança nos relacionamentos, nas obras que fazemos, nas realidades que vemos e ouvimos. O cético é alguém que desconfia de tudo, distancia-se do que sente e vê; não dá crédito ao testemunho dos sentidos. Ele vê mais o seu próprio pensamento do que as realidades que o cercam e se refugia nele. Não pensa sobre o que vê, mas vê o que está pensando porque confia naquilo que seu pensamento produz. Ao desconfiar das realidades que vê, põe sua fé no próprio pensamento e tira dele, e de nenhum outro lugar, suas conclusões e normas comportamentais. Enfim, confia exclusivamente na própria subjetividade. De quebra, sua difidência se estende às instituições, aos políticos, às igrejas, às universidades, à imprensa, às autoridades, à ciência. Não crê, nem confia em Deus, não crê no amor, muito menos nas palavras dos homens e nos homens das palavras. Reflexo desse ceticismo são os contratos pendurados em cláusulas e mecanismos que tentam evitar fraudes, são os casamentos celebrados sob a égide de muitas testemunhas, são os processos e julgamentos repletos de documentos que buscam evidências e provas visando responsabilizar agentes criminosos. As linguagens corroídas e ambíguas não servem mais ao transporte de verdades. As palavras não bastam, tornaram-se ocas. O ceticismo nos contaminou: desconfiamos de tudo, de todos. Traídos, não confiamos, transformamo-nos em céticos, descrentes e difidentes. Pior é que, a curto ou longo prazo, muito ceticismo arruína a vida. Miguel de Montaigne, David Hume eram céticos. Como eles, os nominalistas, os sofistas, os epicureos, os anarquistas, os filhos e netos das revoluções (Francesa, Russa, Maoísta, Cubana, ‘petista’...), também abandonaram a confiança. Seus frutos estão à mostra: marasmos, indiferenças, extremismos, desesperos...
O niilismo (do latim, nihil, nada), por sua vez, resvala um degrau da escada cética. Constitui-se num sintoma ainda mais cruel e nefasto na medida em que proclama o nada, o vazio, o sem sentido. Nesse nível, as coisas perdem seu sabor, a vida já não tem sentido, o esforço não tem valor, tudo é relativizado e obscurecido. Poetas, cientistas e escritores niilistas proclamaram o vazio de sentido na existência humana, a ausência de qualquer significado para o que se faz e se projeta. A cosmóloga americana, Katie Mack, no seu recente livro ‘O fim de tudo’ escreveu: ‘é libertador saber como o universo vai acabar’. É uma pessoa que se alegra com as futuras cinzas levando seguidores consigo. Nietzsche já havia levantado a bandeira niilista, não apenas a diagnosticando, mas também a proclamando. A vida humana, a despeito do super-homem, é, para Nietzsche, triste e péssima. Do mesmo modo, Arthur Schopenhaeur (inspirador de Nietzsche), entendeu que a vida se resume a tédio e dor. A lista dos que aderiram ao niilismo são muitos: o escritor argelino, Albert Camus, a ingrata Escola de Frankfurt (que, na sua ânsia por fustigar a todos e a tudo, no século XX, difundiu um niilismo sutil e devastador), os jovens de 1968 (que sorvendo Sartre, Ernst Hemingway, Michel Faucault, J. Derrida, Louis Althusser, Simone de Beauvoir e muitos outros, acostumaram-se ao nada), os desiludidos das revoluções. No frigir dos ovos, milhões de pessoas amalgamaram-se ao vazio e ao sem sentido. Com razão Victor Frankl, sobrevivente de Auchwitz, afirmou que a perda de sentido, constituiu-se, no último século, no pior dos sofrimentos e se perguntava sobre o que poderia ser feito por uma geração tão desesperançada cujas vidas alheias e próprias já não lhes tinha significado. Constatava, tristemente, que 100% dos drogados traziam na alma o estigma niilista.
Porém, o terceiro e mais degradante nível moral ao qual chegamos é o do cinismo. Sua fisionomia lembra a figura do grego, Diógenes, rebelde andante sem destino e sem causa que usava apenas as mãos para beber ou comer, fazia as necessidades físicas onde bem lhe aprazasse, dormia em barris ou tonéis e ria da própria desgraça e/ou alheia. Diógenes adquiriu fama por sua irreverência quando se encontrou com Alexandre, o Grande: ‘sai da minha frente, pois tu estás me tapando a luz do sol’.
O cínico ri do que é para chorar e chora do que é para rir. Conheci gente que ia a velórios de acidentados ou assassinados a fim de se deleitar com a tristeza e o desespero de seus familiares. O cínico não sente empatia nem compaixão, compraz-se com a dor e o sofrimento alheios. Com efeito, para um homem chegar a ser algoz e assassino, sobretudo de inocentes, necessita formar-se numa escola cínica. O cinismo é irmão da psicopatia. Psicopatas não sentem remorsos, nem culpas, nem escrúpulos. Assassinos são cínicos, cínicos são assassinos em potencial. Todos os revolucionários só chegaram à revolucionariedade pelas vias de uma educação e um treinamento cínicos. O Brasil, infelizmente, tornou-se um ninho de cínicos, dos que se comprazem com a morte e a desgraça dos outros. Roubam em plena calamidade e não sentem remorsos. Os que torcem pela morte, por covid, do nosso presidente são cínicos, como também o são os que apregoam o perdão, sem arrependimentos, para a turma do PT que governou o nosso país.
Designo chafurdices doutrinas que coçam dramas humanos sem deixar de surfar nas ondas do ceticismo, niilismo e cinismo e de cultivar quebradeiras axiológicas. A obra e o trabalho de muitos autores contemporâneos é genuína chafurdice na medida em que põe a colher ou a picareta em tudo sem oferecer janela de abertura e transcendência. É paradoxal no sentido que tais doutrinas zumbem os ouvidos da população com clamores suplicantes de respeito, justiça, solidariedade e direitos, quando elas mesmas semeiam a destruição moral e o vazio de sentido para a vida. As chafurdices antropológicas mexem com a vida sem tocar nas exigências da alma, ignorando os desejos mais profundos da interioridade humana.
Amostragem desse trágico paradoxo pode ser visto nas faces de um feminismo de terceira onda (conforme expressão de Agustín Laje e Nicholás Marquez) e de um ambientalismo global. Com efeito, temos leis e informações, políticas e organismos de conscientização e ação em favor da dignidade e dos direitos das mulheres e defesa do meio ambiente. Contudo, os resultados positivos são pífios e quase invisíveis: a violência contra mulheres recrudesceu, o cuidado pelo meio ambiente espontaneamente não melhorou. Por quê? Porque, atrás dos gritos daqueles movimentos reivindicatórios reina um vácuo demolidor, um desprezo e uma rejeição de valores e virtudes que, paradoxalmente, seriam o próprio fundamento e razão de ser daqueles novos comportamentos. O feminismo referido, quer uma humanidade nova, uma geração de homens ‘nobres e educados’, uma classe de gente que respeite e ame dignamente o ‘feminino’. Ora, então, como e onde encontrar essa nova ‘raça de homens’? Quais úteros os gerarão segundo as prerrogativas qualificadas do feminismo reivindicante? E os defensores honestos e responsáveis do meio ambiente, como formá-los e quem os educará?
É chocante e estranho constatar no interior do próprio feminismo e do próprio ecologismo atuais pressupostos niilistas que tornam ocos seus próprios gritos. As virtudes encarnadas nos valorosos ‘homens novos’ que esperamos só virão de pessoas motivadas e movidas por aqueles princípios que os próprios feministas e ecologistas hoje desprezam, princípios encontrados, por exemplo, na tradição judaico cristã.
Chafurdices é o que essas doutrinas realizam. Em outras palavras: não obteremos jamais uma sociedade mais justa e solidária ‘tão almejada’, se desprezarmos aqueles mesmos princípios sem os quais a justiça, a fraternidade e a solidariedade não poderão acontecer. Todas as revoluções socialistas foram assim: quiseram uma humanidade nova feita por homens velhos, desejaram construir sociedades justas a partir de construtores injustos. Porcos apreciam lama, por isso chafurdam nela. Se tais doutrinas não saírem do lodo em que se edificam e se metem, continuarão cavando a própria sepultura além de só causarem sofrimentos.
Resta ainda, de tudo isso, uma sequela doída e triste muito sentida nos nossos tempos: a da esperança destruída no coração de milhões de humanos. Eles, os prometeicos e profetas da justiça, como Karl Marx e seus descendentes, vieram de muitos lugares, exuberantes, idealistas e sedutores: prometeram-nos um mundo novo e justo para depois nos legar com astúcia, a traição e a mentira sem precedentes. Isso foi o que a turma do PT fez conosco, brasileiros. Mais do que a corrupção, aquela turma nos transmitiu uma herança maldita: a agonia fúnebre de nossa confiança. Assim nos tornamos mais céticos e niilistas. Só faltou sermos cínicos como eles. Essa turma se comportou como se comportam os imorais e cínicos revolucionários que prometem o que não fazem e não fazem o que prometem. Não havendo crime maior do que irrigar esperança na alma de um povo para depois secá-la inteiramente de todo conteúdo e verdade, poderíamos intitular assassinos de esperanças o nome do filme baseado em fatos reais que já assistimos.
Espero não ver essa película duas vezes e, creio, que a maioria dos brasileiros também não.
Santa Maria, 31/08/2020
* Enviado ao blog pelo autor.