Estou perdidinha.
"Vai trabalhar, fica em casa, morre do vírus ou morre de fome, marido em casa, filha sempre com fome, gatos pulando, cachorra fungando.
E lava as mãos.
Vídeo do biólogo, vídeo do médico, do empresário, do infectologista, enfermeiro, do povo do zap, do face, do padre, do pai de santo, do pastor, do especialista. É gripezinha, é gripezona.
E lava as mãos.
Fecha tudo, abre tudo, vai morrer, não vai morrer, vai na janela e panela a favor, panela contra, e FORA, e FICA, canta um louvor, lê o Evangelho, faz uma gira.
E lava as mãos.
Faz rave na sacada, sai pro terreiro jogar água sanitária, bate palma pro médico, reza o Pai Nosso, pede ajuda pros Santos, pra Jeová.
E lava as mãos.
Palmas pro lixeiro, pras enfermeiras, pro pessoal do mercado, das farmácias, pros motoristas, às 20:00, 20:30, 21:00.
E lava as mãos.
Passa álcool gel, líquido, bebe um pouco.
Lava as mãos.
Usa máscara. Não usa máscara. Taca luva.
Lava as mãos.
Véio quer ficar na rua, novo quer ficar em casa...
Socorro!
Quando resolverem me avisem!
Enquanto isso, vou lavar as mãos."
* Do Facebook da autora.
Os dias atuais têm sido desafiadores para muitos, em especial aos brasileiros - povo pouco acostumado a lidar com a repercussão de guerras e conflitos internacionais, mas expert na lida com a guerra da sobrevivência diária. Basta perguntar a um só brasileiro se algo ruim pode ser tão nocivo a ponto de não ser suportado por um nativo, e a resposta será pronta: o brasileiro não sente nada, pois quem é acostumado a lidar com o crime organizado e sua glamourização em proporções indizíveis, e ainda desperta cedo em uma segunda-feira para defender seu pão honestamente, não merece outro adjetivo que não seja o de herói.
Esta é uma realidade. Estamos acostumados com dificuldades. Mas isso não nos torna imunes a todas as dificuldades, e muito menos nos defende delas. Muitas vezes desconsideramos um cenário geopolítico que nos apresenta uma guerra velada, por exemplo. Não nos damos conta que por trás das informações e dos discursos, há muito mais a ser analisado do que as próprias palavras trazidas pelos interlocutores.
Quero dizer com isso que a dor nos forja, mas nem sempre estamos aptos a aprender com a dor dos outros, pois nem sempre estamos em estado de sabedoria para discernir as lições que podem emanar da experiência alheia. Somos, sim, vividos. Mas será que somos sábios? Será que aprendemos com a guerra dos outros?
Minha experiência como brasileiro, enxergando tudo que posso por dentro e ao lado, me mostra que a guerra geopolítica - sob qualquer prisma - é tão íntima de nós quanto um boneco de neve no polo norte. Não estamos acostumados com o estrondo de bombas em nossos prédios, ou com a fila de ração semanal, ou mesmo com a convocatória de nossos jovens ao front de batalha contra uma nação estrangeira. Não sabemos qual a realidade de um preso de guerra em um campo de concentração. Não temos abrigos antiaéreos, ainda que seja nas casas antigas. Ouvimos falar de longe sobre personagens como Hitler, Mussolini, Mao Tse Tung e Stálin. E também de longe, repugnamos esses tipos.
Por isso, hoje em dia, os acontecimentos e movimentos geopolíticos que podem formar evidências de uma ameaça real para algumas nações, não passam de "teorias conspiratórias" para alguns brasileiros que fazem piada com coisa séria e não intuem que, na verdade, eles próprios são a piada.
Indo direito ao ponto, posso questionar: o que há de verdade na crise de saúde que vivemos no ano de 2020, não obstante toda tecnologia descoberta pelo homem? Será que poderíamos nos preparar para o vírus que nos confina?
Bem. A resposta ainda será confirmada no futuro. Mas temos, sim, vários indícios de que o vírus COVID-19 (que podemos com propriedade chamar de peste chinesa) veio para desordenar o mundo, representando mais um ataque a estabilidade econômica mundial e ao patrimônio cultural ocidental.
Vejamos.
O vírus surgiu na China, um país com povo sofrido sob a condução de um partido comunista há décadas. Por obra e incompetência (ou competência sob viés comunista), os chineses se viram obrigados a inserir em sua cultura o consumo de "animais exóticos" para driblar as dificuldades impostas pela escassez de alimentos (1). Além disso, quanto ao episódio em si (o comunavirus), o governo comunista resolveu de forma deliberada e criminosa esconder a gravidade do problema, pois apesar de terem registrado os primeiros casos da doença ainda em novembro de 2019 (2), decidiram ocultar informações relevantes a respeito do COVID-19 (3) (4), mesmo sabedores do potencial pandêmico.
Por mais que pareça piada, e depois desta "pataquada", a China ainda teve o seu governo citado como exemplo de "transparência" no combate a doença pela OMS (5), organização esta comandada por um moderno revolucionário da causa comunista (6), que habilmente usou a instituição para proferir sentença absolutória em favor da China, condenando os EUA por aquilo que não tinha culpa (7). Tal discrepância não fugiu aos olhos de intelectuais como Mario Vargas LLosa que, publicamente, resolveu manifestar sua visão a respeito dos fatos (8). Talvez o tenha feito, pois sabe muito bem, na pele, o que é ter um país governado por uma facção comunista e criminosa (perdão pela redundância) chamada "sendero luminoso".
Há muito mais escondido por baixo dos tapetes. E há perguntas a serem respondidas, como por exemplo: 1- por que o partido comunista chinês intensificou a limitação da imprensa em suas divisas, expulsando jornalistas em uma monta jamais vista desde a era Mao (9)? 2- Será que a peste chinesa não foi fabricada para gerar exatamente o que gerou - pânico e desestabilização da economia e cultura ocidentais? 3- Será que o COVID-19, doença que vem sendo chamada de "peste chinesa", ou "comunavirius" é uma arma biológica (10)? 4- Onde estão aqueles chineses que reportavam a situação desde o local dos acontecimentos, mas agora estão desaparecidos (11)?
As reflexões expostas, aliadas às informações oficiais que aqui reportamos, nos trazem evidências claras de que não estamos diante de uma fatalidade, e sim diante de um ataque. Enfrentamos uma guerra econômica e geopolítica na qual o ocidente foi golpeado duramente - seja pela ação, seja pela omissão do inimigo. Diante da histeria, nosso problema maior é encarar a realidade do trabalhador honesto que perderá seu emprego, e não terá como defender o seu pão, além de argumentar com o empregador honesto que tenta garantir o seu pão e de seu empregado, mas não consegue satisfazer qualquer dos lados e, diante disso, tem que fechar seu negócio, pois lhe faltam clientes e rotatividade econômica.
Eis o caos programado pela peste chinesa. Coitados de nós!
E aqui entra Winston Churchill.
Se pudesse recorrer ao mestre dos discursos, qual conselho receberia?
Bom. Farei um esforço retórico com certa pitada romancista, pois só nos melhores dos meus sonhos teria a oportunidade de tomar um conhaque com este nobre senhor. Mas creio que se Deus me desse essa única oportunidade, certamente ouviria:
"Não se pode dizer pelas aparências como as coisas vão andar. Algumas vezes, a imaginação faz as coisas parecerem muito piores do que são – ainda que, sem imaginação não se pode fazer muita coisa. As pessoas que são imaginativas veem mais perigos do que talvez existam, certamente sempre veem muito mais do que acontece e, assim, devem também rezar para que lhes seja dada coragem extra para lidar com toda essa imaginação. Mas para todos, certamente, pelo que atravessamos neste período – e eu estou me referindo à escola – certamente neste período de dez meses a lição é: jamais ceder, jamais ceder, jamais, jamais, jamais, jamais – em nada, seja grande, seja pequeno, amplo ou trivial – jamais ceder exceto a convicções de honra e de bom senso. Jamais ceder à força, ao aparentemente devastador poder do inimigo. Ficamos completamente sozinhos há um ano e para muitos países parecia que a nossa conta estava fechada, que estávamos acabados, todas as nossas tradições, as nossas canções, a história da escola, esta parte da história do país – tudo se fora, estava acabado e liquidado." (12)
Então, brasileiros. Se tivesse um humilde conselho, lhes diria: diante da peste chinesa, e da necessidade de seu sustento, jamais cedam! Jamais pensem em ceder espaço à fome, ao desemprego e ao declínio econômico que gerará o seu desemprego. Jamais pensem que todo um cenário montado para a sua destruição seja teoria de conspiração. Ele é real, e perigoso! Olhem este cenário como uma armadilha! Jamais deixem de olhar para o próprio espelho e invocar o ser humano (homem ou mulher) que existe em vocês, para enxergar um dia melhor no futuro a partir da luta por seus filhos. Não cedam ! Jamais cedam! Sejam Brasileiros! Guerreiros! Felizes!
E que uma segunda-feira normal possa mostrar a cada um de vocês que o medo e terror jamais reinarão na casa de um pai ou uma mãe de família que devem por no prato de seus filhos o sonho de um dia melhor.
Penso que Churchill falaria assim. E se não falasse, tiraria estas palavras de seu exemplo de vida.
(1) https://www.estudosnacionais.com/21092/culinaria-exotica-da-china-e-resultado-do-horror-comunista-que-matou-40-milhoes/
(2) https://www.msn.com/en-us/news/world/the-first-covid-19-case-originated-on-november-17-according-to-chinese-officials-searching-for-patient-zero/ar-BB119fWJ
(3) https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/prefeito-de-wuhan-admite-ter-omitido-informacoes-sobre-coronavirus-oferece-renuncia-24213420
(4) https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2020-02-17/presidente-chines-escondeu-coronavirus-por-duas-semanas.html
(5) http://sensoincomum.org/2020/03/25/tedros-oms-xijiping/
(6) https://www.agoraparana.com.br/noticia/etiope-diretor-geral-da-oms-e-lider-comunista-radical-corrupto-e-garoto-propaganda-do-covid-19
(7) https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/02/14/interna_internacional,1121954/oms-defende-a-china-de-criticas-americanas.shtml
(8) https://glamurama.uol.com.br/em-artigo-mario-vargas-llosa-afirma-que-covid-19-nao-teria-gerado-pandemia-se-a-china-fosse-uma-democracia/?utm_source=facebook.com
(9) https://conexaopolitica.com.br/mundo/china/china-anuncia-maior-expulsao-de-jornalistas-desde-a-era-mao/
(10) https://youtu.be/-ewA-EpMAD0
(11) https://youtu.be/jzCniyH6LtI
(12) Churchill e a ciência por trás dos discursos: Como palavras se transformam em armas de Ricardo Sondermann. http://amz.onl/eCJMI7J
A crise viral do Covid-19 é grave? Não! Gravíssima! Isolamento circunstancial e pontual é o que tem de ser feito, por todos!
Porém, um lockdown indefinido seguramente causará mais mortes pela doença econômica humana e pragmática (!) do que a trazida pelo Coronavírus.
Mas assim como o comportamento anti-social e destrutivo nas redes sociais não desaparecerá - pelo menos tão cedo! - o alarmismo e a geração de pânico, interessado, ingênuo, desinformado, especulativo ou mesmo burro, por si só, vão arregimentando o coro e o discurso falacioso e perverso de jovens idealistas inexperientes, vermelhos hipócritas de carteirinha e dos cômicos enrustidos e isentões! Incluam-se aqui políticos (sem adjetivos!) e empresários (com e minúsculo) ineficientes e indecentes que insistem em não abdicar da "teta estatal"!
As redes estão infestadas de versões - de tudo - compartilhando interpretações ao invés dos fatos e dados fidedignos.
Esses acima mencionados, dentre os quais, claro, faz parte uma legião de falsos bondosos e benevolentes dos holofotes, desconhecem ou insistem em não enxergarem que existem enormes riscos em interpretar mal os riscos! Complacência e desinformação, principalmente econômica - também mata!!
O isolamento, logicamente, não tem como perdurar para além daquilo que os fatos médicos e de saúde pública vem prognosticando... mais alguns dias, poucas semanas... até nesses "fatos" há divergências...
O que tenho certeza é que a paralisação das cadeias produtivas por muito tempo irá gerar um custo econômico HUMANO e social do desabastecimento, que certamente será arrasador.
É fundamental que às autoridades encontrem a solução mais segura possível para que a atividade econômica opere, saudavelmente, pelo menos parcialmente!
Aqueles caridosos da "vida humana", obviamente não compreendem que o Estado e os governos não produzem nada!
No Brasil, até pouco tempo atrás, o Estado - rubro - gastava irresponsavelmente o dinheiro suado dos impostos dos contribuintes. Desse modo, os governos de maneira geral, ao invés de solucionarem os problemas reais das pessoas, na verdade, são verdadeiros criadores de problemas ainda piores.
A crise viral deve servir para que se repense o papel dessa pesada, mastodôntica e ineficiente estrutura estatal! Agora, emergencialmente, vemos algumas medidas desburocratizantes sendo implementadas, na tentativa de tornar o ambiente institucional mais ágil, e de que as "coisas" sejam aceleradas. Bateu o horror!
Regulamentações e restrições do tempo do Ariri Pistola urgem serem varridas do mapa!
Adoradores do Estado grande dirão: "esse capitalistinha liberal acha que os empresários e o mercado - corruptos na ótica desses - egoístas e sem coração, irão resolver os nossos "populares" problemas econômicos e sociais?"!
Bem, diferentemente do Estado, que "sensível" aos apelos bondosos e populistas dos indefesos, simplesmente tem como "solução" emitir mais moeda e gerar a matadora inflação - já que parece inconcebível aumentar impostos - os "inescrupulosos" empresários estão sujeitos ao império da lei e de suas respectivas penalidades - o Estado...
Nós, além de todos os humanitários plantonistas, iremos pagar - se conseguirmos; mas a coerção nos alcança! - toda essa conta faraônica!
Sim, é preciso pressa para encontrar a melhor saída para rearticular as cadeias produtivas e salvar empregos e renda, em especial dos mais pobres!
O rojão desgovernado gerará tragédias humanas ainda não mensuráveis!
Por favor, acordemos do confinamento! Não existe almoço grátis!
* Alex Pipkin, PhD
Há dois tipos de desobediência civil que eu antevejo pela frente.
Um, virtuoso, é a população jovem tomar coragem e começar a colocar as empresas em funcionamento, mantendo os empregos, pagando as contas e criando brigadas de proteção aos idosos para que eles recebam assistência sem precisarem interagir com ninguém correndo o risco de contágio. Fazendo protestos virtuais para que os privilégios sejam suspensos e todos os fundos sejam destinados para equipar hospitais e produzir testes e remédios.
O outro, deletério, será quando a população paupérrima começar a não ter renda, salário, vendas, dinheiro para a subsistência e resolver saquear shoppings, supermercados, lojas, farmácias e hospitais. Infiltrados, agentes do caos, como vimos no Chile ou em Hong Kong, tentarão derrubar o sistema que já está fragilizado pelo surto autoritário que contagiou prefeitos e governadores por todo o país.
Há uma terceira opção? Há, o problema é que depende do uso da razão com a objetividade que a classe política no Brasil nunca teve. Já é uma sorte não termos no governo aqueles bandidos que roubaram o Brasil construindo estádios desnecessários; metrôs, portos e aeroportos em países dirigidos por sanguinários, comprando refinarias falidas e falindo estatais que nunca deveriam ter existido.
O futuro do Brasil depende da sabedoria dos mais velhos e da coragem dos mais jovens, foi assim que países como Inglaterra, Estados Unidos ou Israel venceram todas as guerra que lutaram.
Cadê a sabedoria dos velhos e a coragem dos jovens no Brasil? Infelizmente, ambas foram sepultadas por governantes socialistas!
* Publicado originalmente no Espaço Pensar do Ponto Crítico de 24/03.
A antiga civilização chinesa passou por diversas dinastias e inúmeros imperadores, oferecendo algumas importantes invenções para o mundo, como o papel, a bússola, o sismógrafo, os números negativos, o ábaco, a tinta e a pólvora, além de nos proporcionar belíssimas obras arquitetônicas e artísticas.
Os chineses eram conhecidos por sua preocupação com a saúde, educação, cultura e trabalho, mantendo o país a todo o vapor até a queda de seu último imperador durante a Revolução de 1911. A partir daí surgiram os "Senhores da Guerra", chefes militares que fragmentaram o país dando início a uma grande escalada de violência, o partidos Nacionalista e Comunista, responsáveis pela Guerra Civil Chinesa, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, iniciada após o Incidente da Ponte Marco Polo e findada com a derrota dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial e, por fim, o reinício da Guerra Civil Chinesa, culminando na vitória dos comunistas e proclamação da República Popular da China em primeiro de outubro de 1949.
Mas o que toda essa história tem a ver com o título desse artigo? Imagine um povo de tamanha sabedoria, capaz de manter seu país de forma autossustentável, passando pelos flagelos da guerra, fome e dominação pelo medo. Atualmente, não se pode deixar de observar os inúmeros ataques aos chineses, colocando todos em um "mesmo saco". Muitos repudiam suas práticas culinárias mas, talvez, não conheçam suas raízes.
No ano de 1958, o então líder do Partido Comunista, Mao Tsé-Tung, lançou o Grande Salto à Frente, um plano cujo objetivo era transformar o país em uma potência industrial. Calcula-se que 90 milhões de camponeses passaram a trabalhar com produção de ferro e aço, gerando uma queda na produção de alimentos que levou milhões de pessoas à fome. Para tentar evitar a morte, muitos passaram a comer ratos, animais silvestres, cascas de árvores e, em casos extremos, praticavam o canibalismo em cadáveres, segundo relatos contidos no livro A Grande Fome de Mao, de Frank Diköter. Este foi o ponto de partida para o surgimento dos mercados de animais silvestres, onde a lei de proteção da vida selvagem, criada em 1988 pelo governo chinês, permite a comercialização de 54 espécies, desde centopeias a texugos e crocodilos.
Em um país não tão distante, que em outros tempos foi considerado como um dos mais prósperos da América Latina, algo similar vem acontecendo. Até pouco tempo atrás, vídeos das ruas venezuelanas livres de cães e gatos e de pessoas caçando pombos por conta da falta de alimentos, além de relatos de roubos de animais selvagens do zoológico para saciar a fome, circulavam livremente pelas redes sociais. Hoje, não os observamos com tanta frequência, porém, o problema permanece latente. Imagine, agora, se o Regime adotado na Venezuela continuar por algumas décadas e sua população, tal qual a chinesa, adotar hábitos alimentares pouco convencionais, oferecendo um campo aberto para o surgimento de novas doenças?
Regimes Totalitários como o chinês e o venezuelano tratam de sua população com mão pesada, desarmando, perseguindo, enfraquecendo, tirando sua capacidade para lutar e se rebelar através da fome, dor e medo. Por isso, caro leitor, deixo aqui duas perguntas: será que devemos nutrir ódio por uma população que durante décadas vem passando por males infindáveis impostos por seu governo? Ou deveríamos repudiar apenas o Regime que há 70 anos gera toda uma sorte de infortúnios? Fica a reflexão.
22 de março de 2020 | 03h00
O Brasil está divido por uma guerra cada vez mais aberta, indigna e agressiva entre dois países. Na verdade, só um país move essa guerra; o outro, sem defesa, apenas sofre as misérias que vêm dela. Basicamente, o país agressor, que se recusa a qualquer trégua, é o Brasil onde habitam, prosperam e mandam os membros das nossas "instituições".
O país agredido é aquele onde você, e cerca de 200 outros milhões de brasileiros, têm de trabalhar todos os dias para viver e sustentar suas famílias; sua única função, para o outro Brasil, é pagar impostos que vão sustentar cada um dos seus confortos, necessidades e caprichos.
Neste ano de 2020, antes da epidemia, estava previsto que o total a ser pago seria de 3,4 trilhões de reais – isso mesmo, trilhões, arrancados do seu bolso a cada chamada de celular, cada litro de gasolina comprado no posto, cada real que você ganha, num arco que só acaba no infinito.
A última agressão vem do Supremo Tribunal Federal, que tem a folha corrida que todos conhecem, e do "Tribunal Superior Eleitoral" – um desvairado cabide de empregos que só existe no Brasil e não tem função lógica nenhuma no serviço público. Suas Excelências, justo numa hora dessas, em que o Brasil sofre um dos mais chocantes dramas de saúde de sua história e se desespera em busca de recursos para combatê-lo, tiveram a ideia de pagar com o dinheiro do contribuinte suas vacinas contra a gripe e o coronavírus.
Não só eles: eles, seus filhos e funcionários da nossa corte suprema. Serão, pelos cálculos iniciais, 4.000 vacinas, a um custo de R$ 140.000. O TSE, de imediato, copiou os colegas e já está se preparando para comprar 1.100 vacinas para si próprio; devem queimar nisso mais uns R$ 75.000.
O dinheiro é uma mixaria, dizem eles, mas a atitude moral dos ministros é uma calamidade. Com todos os privilégios que já têm, por que não pagam eles mesmos esses trocados? A resposta é um retrato perfeito dos dois Brasis descritos acima: não pagam porque podem meter a mão no seu bolso, de onde sai o dinheiro de todos os impostos, e tirar o dinheiro de lá. Não vai acontecer nada, vai? Então porque gastar, mesmo um centavo, se existe um país inteiro para pagar as suas contas?
A um certo momento, nessa crise toda, foi sugerido, imaginem só, que deputados e senadores, dessem para o combate ao coronavírus uma parte dos bilionários Fundos Eleitoral e Partidário que criaram para doar dinheiro a si próprios – tirado, é óbvio, dos impostos pagos por você. Santa inocência. Não deram, é claro, um tostão furado para combater doença nenhuma. Estás na fila do SUS há 12 horas esperando um atendimento que pode vir ou não vir, bonitão? Problema seu. No nosso ninguém tasca. E tratem de dar graças a Deus porque ainda não tivemos a ideia de lhe tomar mais uns trocos para fazermos nosso estoque de vacinas – como fizeram as maravilhosas instituições judiciárias aí do lado.
Este Brasil que está em guerra com os brasileiros é hoje um dos maiores concentradores de renda do mundo. Não são os "ricos", os "empresários", "o 1% do topo", etc. que constroem a miséria nossa de cada dia. Não são eles os promotores da desigualdade em estado extremo no País. Não são eles que os impõem a ditadura dos privilégios. É essa gente que não admite, sequer, pagar a própria vacina. A imprensa faz esforços inéditos, todos os dias, para defender essa gente, pois são eles que compõem as "instituições". E o que os jornalistas recebem em troca de congressistas e magistrados? Atos de crocodilagem explicita, um atrás do outro. Fica cada vez mais difícil achar alguma virtude nesse baixo mundo.