Stephen Kanitz
Nos próximos 15 anos a desigualdade da renda será a discussão política número 1 a ser debatida. Portanto, prepare-se para não ser enganado como muitos serão.
Será uma discussão complicada porque será politizada e polemizada. Especialmente porque a renda, como a força muscular, a inteligência e as enfermidades na infância são fatores que tornam a renda desigual, bem como a própria vontade de trabalhar, portanto nada político nem ideológico. Ou seja, a tese é correta, a renda é de fato muito desigual. Mas não por culpa exclusiva dos ricos que produzem, mas pela natural desigualdade das competências humanas.
Portanto, o argumento de que a renda precisa ser igualmente ganha por todos é simplista demais para ser levada a sério e irreal.
Podemos sim discutir, e devemos discutir, quanto de desigualdade de renda é aceitável numa comunidade, o que seria muito mais realista e plausível.
Quanto de desigualdade podemos aceitar não faz parte de uma política de governo nem sequer é discutida.
Para termos uma discussão não polemizada precisamos nos comprometer desde já a alguns princípios, e critérios de coleta de dados.
1. Não mentir.
Como ao afirmar que a renda é “distribuída e precisa ser redistribuída”.
A renda não é distribuída e sim ganha com suor e lágrimas.
Alguém produziu, colocou à venda, pagou seus insumos e em 88% das vezes conseguiu acrescentar valor.
Um consumidor pagou mais pela soma das partes e mesmo assim ficou feliz com essa possibilidade.
Normalmente quem tem sua renda distribuída pelas Universidades, são justamente esses professores, redistribuída via impostos cobrados sobre os pobres.
2. Não publicar dados enganosos sobre distribuição, baseado em ideologia e não baseado em evidências.
Vejamos os dados de Piketty considerado o maior especialista da área.
Em nenhum momento, ele e os demais especialistas calculam o índice de Gini por faixa etária, sabendo muito bem que a idade é um dos mais importantes previsores de renda futura.
Ganha-se mais aos 45 anos do que quando se tem 17 anos e se é estagiário.
Quando se fazem índices de desigualdade, os 10% mais ricos ganham em média quatro vezes mais do que a média.
Só que os 10% mais ricos são justamente os 10% mais velhos, que ganham quatro vezes mais do que seus filhos.
Mas isso Piketty e todos os economistas especializados de distribuição da renda, escondem.
Para muitos, eu inclusive, isso é na realidade justo, como deveria ser, velhos com 30 anos de experiência deveriam ganhar muito mais que os filhos.
E não se esqueça, que estes 10% mais velhos já fazem distribuição da renda dentro do lar e não pelo Ministério da Economia, como quer Piketty.
Publicado originalmente no excelente https://blog.kanitz.com.br/desigualdade/, no dia 16 de junho de 2021.
Antônio Bastos, MA
Prezado Puggina,
como brasileiro que disponibilizou energias para ajudar construir um país melhor, principalmente, para os meus filhos e netos, aquiesço às suas lúcidas opiniões esplanadas na presente matéria (artigo “O grande inquisidor do Senado”), por me sentir enojado com o que está acontecendo na CPI do Covidão, em razão do comportamento da sua cúpula e senadores que conduzem a CPI com “verdades” prontas sobre a pandemia, o vírus chinês e o combate à pandemia.
O grande problema é que não dão voz às testemunhas que não falam o que certos membros querem ouvir e, também, não corroboram o que já consta no Relatório preparado, antecipadamente, pelo relator, fato que alguns senadores da CPI confirmam. As testemunhas que falam os que eles querem ouvir, são tratadas com educação, gentileza, não são interrompidas em suas falas e, ao final, são elogiadas.
Veem-se incoerências, inverdades, ataques gratuitos, insultos a autoridades do Poder Executivo, em especial ao Presidente da República e do Poder Executivo Federal, em desobediência ao Regimento do Senado Federal que prega à não agressão a autoridades dos demais Poderes da República. Veem-se agressões verbais e ataques pessoais a médicos e cientistas que buscam, na lida cotidiana e não em discursos, salvar a vida de brasileiros, utilizando-se de meios baseados em suas reiteradas experiências e observações clínicas.
Não sou médico nem cientista, mas posso afirmar com base em leituras e vivência que a Ciência avança e se desenvolve não apenas em laboratórios (e plenários políticos) ou estudos clínicos, mas com base em observações e evidências adquiridas através da pratica de seus profissionais.
Hoje (16/06), quando lhe escrevo, assisti às oitivas do ex-governador Witzer e dos médicos que se apresentaram à CPI. Nas duas oportunidades ficou patente a ignomínia, a discriminação e a conduta suspeita de alguns membros.
No caso do ex-governador, ficou evidente o acordo de lhe conceder tempo para destilar ódio ao presidente da República, mediante acusações descabidas e sem provas, utilizando-se de um discurso rasteiro. Cumprido o acordo, ele se retirou da sessão em desrespeito ao Senado Federal, seus membros, à própria CPI e ao povo brasileiro. Também, ao meu sentir, faltou com respeito à decisão judicial que lhe concedeu o direito de comparecer ou não comparecer e ficar calado.
É nesse ponto que quero me posicionar.
Pelo que o Presidente da CPI leu no habeas corpus, foram essas as questões básicas ali descritas. É dizer, não estava ali prescrito que o ex-governador, caso optasse pelo comparecimento, poderia se retirar no momento em que achasse conveniente, pois lhe estava garantido o direito de não responder às perguntas e se manter em silêncio. Por isso levanto a questão do acordão.
Deveria o Presidente da CPI determinar que o ex-governador não se retirasse, inform´-alo de que só o poderia fazer após o encerramento da sessão, sob pena de ser preso por tentativa de uso da CPI e do Senado Federal para uso político e desconsideração aos senadores, senadoras e à população brasileira que querem saber da verdade, em respeito à saúde pública e aos milhares de vidas perdidas.
Muito mais graves e oportunistas ainda foram as atitudes do relator e do vice-presidente, que se deixaram o Plenário da CPI para não ouvirem e para nada perguntarem aos médicos convidados. Como vai o relator construir a verdade em seu relatório? Como vai o vice-presidente aprová-lo ou não, se não presenciaram ou contribuíram para a busca da verdade? Optaram por fugir do debate!
Enfim, como não sou ingênuo, não posso levantar a dúvida de que o o relator e o vice deixaram o presidente da CPI de calças curtas, em razão dos motivos óbvios que os olhos viram e os ouvidos escutaram.
Antônio Bastos- São Luis-MA.
Autor desconhecido
Nossos congressistas o deveriam ler para fazer, no mínimo, o básico dever de casa contra a corrupção e a impunidade. Vê-se que o autor não tem formação jurídica, mas sente a vida como ela é.
"A sua vida e a minha não tem muitas instâncias.
A maioria dos nossos prosaicos problemas diários precisam ser resolvidos em 1ª instância mesmo.
Ou quando o dinheiro acaba no banco, seu gerente paga umas três instâncias das suas contas antes de informar que você está quebrado?
Doenças não dão direito a recurso de 2ª instância.
Chefe não espera 2ª instância para demitir.
Gente honesta precisa decidir quase tudo em 1ª instância.
Mas por alguma razão indizível, canalhas tem direito a inúmeras instâncias para se defender.
A Justiça não é cega. É míope.
Por isso o STF compreendeu que é assim mesmo que tem que ser.
Enquanto tudo que a nação pede, há anos, é que se faça justiça, que se reduza a violência, que se acabe com a corrupção, a Corte Suprema decidiu que são necessárias mais instâncias para se comprovar o que duas cortes já comprovaram.
Ao lixo com o julgamento de 1ª e 2ª instâncias, pagos com nosso dinheiro.
Não valeu. Começa de novo, porque o imposto da gente de bem está aí pra isso mesmo.
Em nenhum outro canto da nossa vida existe tanta oportunidade.
No Enem não tem 2ª instância.
No hospital não tem 2ª instância.
Dívida não tem 2ª instância.
Falência não tem 2ª instância.
Mas
Assassinato e Estupro têm 2ª instância.
Agressão, Ofensas, Calúnia e Bandidagem têm 2ª instância.
Assalto, Roubo e Furto têm 2ª instância.
Apropriação, Invasão, Estelionato e Corrupção têm 2ª instância.
Enquanto você e eu temos que correr para acertar na primeira, para ganhar na primeira, para pagar na primeira, para salvar na primeira,
o STF - que deveria nos defender - criou uma casta seleta, formada pela escória do país.
E deu a eles chance, deu tempo, deu prazo, deu esperanças, dá liberdade.
As mesmas chances que faltam a dezenas de milhões de desempregados da vida real, o mesmo tempo que não tem quem precisa trabalhar e estudar, o mesmo prazo que não pode contar quem espera um transplante no SUS.
Assassinos, corruptos, canalhas, facínoras de todo tipo, bandidos que vivem somente para cometer crimes sem nada produzir para a sociedade, voltam às ruas, livres, esperando por mais instâncias de injustiça.
Enquanto a vida de quem é honesto já está transitada em julgado."
Gilberto Simões Pires
O NÚMERO E O ANO DO PROJETO
Pouca gente, muito menos a maioria dos meios de comunicação -devotos implacáveis do socialismo-, se dá conta de que, praticamente todos os bons e importantes projetos que o atual governo encaminha ao Legislativo, quando apreciados só resultam aprovados após sofrerem fortes mutilações, a ponto de desfigurar brutalmente as propostas originais. A propósito, o único item que permite a identificação com a proposta original é o NÚMERO E O ANO DO PROJETO. Ou seja, o conteúdo aprovado, além de outro, bem diferente, suprime as melhores e efetivas reais vantagens propostas.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Vide, por exemplo, o projeto de REFORMA DA PREVIDÊNCIA, que entrou no ambiente do Legislativo com uma roupagem que cobria o corpo todo e de lá saiu apresentando coloração, tamanho e modelo totalmente diferentes, cheio de franjas, demasiadamente curta e, principalmente, deixando boa parte do corpo sem uma necessária cobertura para enfrentar o recorrente clima tenebroso do DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO.
MP DA ELETROBRÁS
Para confirmar esta LÓGICA, o LEGISLATIVO FEDERAL -aprovou- a MP 1.031/2021, que abre caminho para a necessária PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRÁS, impondo CUSTOS ADICIONAIS que dificultam e muito o que o governo queria, ou seja, garantir uma REDUÇÃO FUTURA DO PREÇO DA ENERGIA aos consumidores. Vejam que além do GOLDEN SHARE, inúmeros deputados e senadores exigem que os novos INVESTIDORES se comprometam a construir Termoelétricas. Ora, todos estes custos, obviamente, serão repassados para as tarifas de energia consumida.
CEGUEIRA
Esta CEGUEIRA que domina a mente dos SOCIALISTAS, é genética. Impedidos de perceber a clara relação CAUSA/EFEITO, entendem que tudo deve ser controlado pelo ESTADO. E, como tal, pouco importa se as operações são sustentáveis. O que realmente importa não é a qualidade do serviço prestado, mas o bem-estar dos funcionários das estatais. Os INVESTIDORES PRIVADOS, ao invés de serem vistos como muito mais EFICIENTES, são vistos como demônios.
PSEUDO-PROPOSTAS
O fato é que a MÍDIA ABUTRE considera todas as pseudo-propostas, que diferem bastante das originais, como OBRAS DO GOVERNO. Ora, como as medidas que resultam aprovadas não possibilitam a entrega daquilo que estava contido no projeto original, os consumidores são levados a acreditar que o governo mentiu. Ou seja, foi o responsável por ter adotado medidas ruins e prejudiciais.
.Cel. Jorge Baptista Ribeiro
Caiu-me nas mãos um dos vinte e um livros de autoria do advogado, ex-ministro do STF e renomado jurista, Eros Roberto Grau, intitulado “Eu tenho medo dos juízes”. Eros Grau, por ser um profissional revolucionário do Partido Comunista Brasileiro, foi preso em 1972, época dos governos, decorrentes do Movimento Cívico Patriótico de1964. Entretanto, a todos surpreendendo, prolatou voto decisivo na apreciação pelo STF que aprovou a concessão da anistia, proposta pelo presidente João Figueiredo a fim de pacificar vencedores e vencidos no Movimento de 1964. A anistia foi concedida a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder revolucionário.
Defendendo o chamado Direito Moderno, Grau muito se inspirava em Jürgen Habermas, um filósofo e sociólogo alemão, marxista, vinculado à Teoria Crítica, corrente de pensamento desenvolvida pela Escola de Frankfurt.
Grau, foi consultor da Bancada Paulista na Assembleia Nacional Constituinte de 1988 e membro da Comissão Especial de Revisão Constitucional, nomeado pelo Presidente da República Itamar Franco, também comunista, em 1993, com a finalidade de identificar propostas de interesse fundamental para a Nação, no processo de revisão constitucional.
No Prefácio do seu livro, Eros Grau diz que a sua experiência, durante os seis anos que viveu como juiz do STF foi extremamente significativa, enquanto prática de interpretação/aplicação do direito. Sobretudo, porque acreditava que em sua acepção mais restrita, o direito, em seu sentido objetivo, é o sistema de normas que regula as condutas humanas por meio de direitos e deveres evolutivos e, portanto, haviam de serem revistos, atualizados. Além de tudo isto, complementou mencionando porque passou a realmente temer juízes que, usando e abusando dos princípios, lembravam-no da “Canção Amada Amante”, de Roberto Carlos: “sem saber o que é direito, fazem suas próprias leis”. No final da sua obra, Grau reafirma ter medo dos juízes, do mesmo modo que teme o direito alternativo, o direito achado na rua e, principalmente, o direito achado na imprensa. Tais considerações acima enunciadas visam mostrar como a banda toca nos tribunais e quem podem ser os instrumentistas, nos permitindo concluir que o Direito não é uma ciência rígida, matemática, podendo ser usado para atender conveniências políticas, ideologias, pessoais, financeiras e tudo mais que a imaginação criadora pode construir, sob a capa protetora da Hermenêutica etc.
Por outro lado, nem todo mundo sabe que, desde os albores da Nova República os comunistas pós-soviéticos adotaram a praxis gramsciana de domínio hegemônico das salas de aula, das cátedras, das letras, das artes, do jornalismo e dos tribunais, particularmente mobiliaram a Suprema Corte, onde a maioria dos ministros foi lá plantada por presidentes comunistas, para tergiversarem nas letras da lei e mistificarem entendimentos técnicos, burocráticos e jurídicos.
Finalizo, afirmando que pelo acima enunciado e também considerando as identidades das mãos dos autores da Constituição de 1988, seus modificadores posteriores e a composição do nosso atual Supremo Tribunal Federal, nos é permitida a afirmação de que nossa Suprema Corte personifica uma Organização de Frente da comunalha.
* Publicado originalmente no Portal Brasil Livre, em 30 de março de 2021
** O autor é Cel de Infantaria e Estado Maior, Reformado do Exército. É um estudioso da Guerra Revolucionária, possuindo o curso da Escola Nacional de Informações (EsNI) que, por óbvias razões de domínio público, foi extinta pelo presidente Fernando Collor. Bacharelou-se em Ciências Sociais na então Universidade do Estado da Guanabara, hoje UFRJ.
Cel. Av.Jorge Schwerz
A polêmica da participação da Seleção Brasileira na Copa América deixou clara a hipocrisia de vários dos envolvidos, visto que a campanha contra o torneio foi iniciada pela empresa de televisão que não possui os direitos sobre a competição, enquanto se refestela com vários outros campeonatos jogados no Brasil e fora dele, demonstrando que os verdadeiros interesses são financeiros.
O envolvimento dos jogadores brasileiros nesta polêmica me fez lembrar dos ensinamentos que o maior deles, Pelé, deixou: jogue futebol, não se envolva em política!
E o seu último gol de placa me veio à mente quando assisti o documentário que a Netflix lançou este ano, chamado Pelé.
O Documentário cobre o período do Mundial da Suécia, em 1958, até o ápice de Pelé na Seleção brasileira de futebol, em 1970.
Vendo o documentário, tudo aquilo me pareceu uma grande partida de futebol, pois tinha firula, ataque, defesa, gol contra, lembrando os lances de uma partida de futebol.
Entretanto, neste caso, em vez de times de futebol, vemos de um lado Pelé, contando a sua história pessoal e em copas do mundo de futebol e, do outro, um time de canhotas, querendo marcar gols por intermédio da criação de narrativas, envolvendo a carreira de Pelé e a situação política do Brasil à época, tentando ligá-lo ao Governo Militar, ao mesmo tempo que martela as ladainhas de sempre.
E a partida começou com uma bela finta do Rei, pois logo aos três minutos de jogo, Pelé faz a primeira jogada para irritar o adversário, ao dizer: “O Brasil é o meu País, significa tudo para mim!”
Patriotismo sempre irritou a canhota brasileira.
Do outro lado, diálogos curtos, apresenta-se o time adversário. Esquerdistas notórios, inicialmente adulam Pelé, sem deixar de lado a mensagem sobre raça, condição social e a firula sobre o clima político da época.
Com a naturalidade das pessoas verdadeiras, Pelé lembra ter vindo de uma família pobre, mas que sempre trabalhou muito e que, quando o pai não pode trabalhar, saia cedo de casa para engraxar sapatos e ajudar a família.
Trabalho e família, coisas que sempre irritaram a esquerda.
A primeira das grandes ofensivas dos esquerdistas começa com Roberto Muylaert, jornalista, que declara que o medo do comunismo, em 1964, era infundado, tendo sido usado como desculpa para a instauração do Regime Militar.
E, ninguém mais que Gilberto Gil, fazendo-se de Professor de História, foi escalado para dizer que “havia um projeto americano de incentivar ditaduras nas Américas, para evitar, exatamente, a expansão do comunismo da União Soviética.”
Eles nem notaram que uma sentença contradiz a outra: se não havia comunismo, que comunismo era esse vindo da União Soviética?
E que, para lutar contra o comunismo não precisávamos de incentivos, o País lutaria por iniciativa própria, conforme vimos na Intentona Comunista de 1935. Eles sempre esquecem de 35!
O jogo fica pesado quando o entrevistador pergunta para Pelé se alguma coisa mudou para ele durante o Governo Militar. Ele diz que nada havia mudado no futebol e que ele não foi afetado em nada.
A cena segue com uma mistura de jogos do atleta e imagens de pessoas feridas em manifestações. Uma clara tentativa de atribuir a Pelé uma alienação sobre o clima político da época ou até uma insensibilidade com o que acontecia fora dos campos. Jogada desleal de todo esquerdista.
O tempo avança e chega o momento que os canhotas mais gostam: 1968 e o AI-5.
Como disse Muylaert, qualquer pessoa podia ser presa sem ter uma causa.
“Simplesmente sumiam com a pessoa!”
Naturalmente, esqueceram dos diversos ataques terroristas no País, em especial Marighela e o seu livrinho “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”.
Paulo César Vasconcellos aproveita o clima e “entra de carrinho”, destacando o uso “político” do futebol, pois Médici assistia partidas de futebol todo domingo, no Maracanã, criando uma imagem de simpático, enquanto apresentam o corpo de Marighella, abatido em confronto com a polícia, sem esclarecer que se tratava do maior terrorista comunista brasileiro.
O contraponto dos esquerdistas de plantão, veio de Fernando Henrique Cardoso, marcando um gol contra, ao esclarecer que Pelé nunca foi figura identificada com o Estado. “Ele sempre foi muito mais do que isso. Países precisam de um herói para acreditar em alguma coisa. Os feitos de Pelé foram incorporados à glória nacional”.
Já a Deputada Petista Benedita da Silva, diz que a tristeza do brasileiro era extravasada no futebol. Sendo acompanhada em jogada combinada, por Gilberto Gil, que diz que Pelé era uma estrela brilhante que, de repente, fulgurava naquele céu negro da vida brasileira.
Como falei adulam e atacam.
Na sequência, o time de canhotas usa o gol 1.000 de Pelé e o seu encontro com o Presidente Médici, que o cumprimentou pelo excepcional feito, para o seu maior ataque: manchar a imagem de Pelé.
Ou, como disse Paulo César Vasconcellos, ecoando o pensamento esquerdista: “Pra muita gente, vai se olhar menos o que faz dentro do campo e mais o que fez fora. E fora é caracterizado por uma ausência de posicionamento político. Nesse momento da história isso vai pesar muito contra ele.”
O gol contra do lado de Pelé veio do jogador Paulo Cézar Lima (Caju), que replica a ideia da esquerda: “Eu achava que ele (Pelé) tinha um comportamento de nego sim-senhor, o negro que é submisso que aceita tudo, entendeu? Que não contesta, que não critica, que não julga. É uma das críticas que mantenho até hoje. Uma opinião dele relacionada a isso, mexeria muito, principalmente no Brasil”.
Mas é claro que ele mesmo não deixou de posar para a foto junto ao Presidente Médici, ao final da Copa. Na sua cabeça, só o Rei tinha que se posicionar.
E o ataque em massa continua com Juca Kfouri, que compara Pelé ao boxeador americano Muhammad Ali, o qual recusou-se a se alistar para lutar no Vietnam, insinuando ainda, o medo de Pelé, que se mostrasse revolta, não tinha certeza se seria ou não, maltratado ou torturado.
“Ditaduras são ditaduras!”
Daí o jogo começa a virar.
Pelé fala que acha que ajudou mais o Brasil com o futebol do que os políticos que ganham e trabalham para fazer isso.
O ápice de Pelé nesta partida é a Copa de 70, que a canhota apresenta como uma questão de estado e sugere que Pelé participou devido à pressão do governo.
Kfouri, para reforçar a sua tese, relembra que “foram criados slogans fascistóides: Brasil, ame-o ou deixe-o! Ninguém segura este País! Viveu-se uma euforia nacionalista no pior sentido do termo”. É a ladainha de sempre da esquerda, que afirma ser ruim amar o seu País.
Pelé confirma a pressão para jogar, mas ele não queria ir para a Copa de 70, devido aos insucessos pessoais em 62 e 66. A Copa de 70, antes de tudo, era um desafio pessoal para ele.
No começo da Copa de 70, o time brasileiro estava desacreditado, mesmo assim, cada vitória da seleção canarinho era uma vitória do povo brasileiro. Até os canhotas concordam.
Jairzinho serve Pelé, lembrando como ele liderou a vitória, sendo um incentivador que motivou a todos a serem grandes como ele. E conseguiu!
Zagalo sentencia ao final: “Tudo o que você possa imaginar, Pelé foi!”
O jornalista José Trajano admite que cobriu a copa e foi para o México no intuito de torcer contra a Ditadura, torcer contra o Brasil, mas que... “Chegamos lá, não tivemos coragem de torcer contra!”
O Rei do Futebol admitiu o nervosismo na final da Copa de 70, lembrando que teve um acesso de choro quando viu as bandeiras. Era o peso da responsabilidade do mais experiente do Brasil.
“Foi uma emoção, um desabafo”.
E descreve que orou pedindo a ajuda divina: “Meu Deus, essa para mim é a última copa. Eu quero a sua ajuda! Que Deus me ajude, que eu saia bem!” E se emociona com a recordação deste momento tocante. Pede desculpas por não controlar a emoção.
Nada enfurece mais a esquerda do que a presença de Deus.
A verdade é que todo o documentário foi uma surra na esquerda. Sei que eles não entendem assim e é por isso que não compreendem o Brasil e são sempre atropelados pela história.
Apesar de todo o esforço gasto para martelar velhas mentiras, o que sempre sobra do jogo esquerdista é a sua hipocrisia.
Tenho que admitir que, desta vez, Fernando Henrique Cardoso foi digno, quando cita ao final: “Pelé soldou a glória dele com a glória do Brasil. É como estar numa guerra e ter a bandeira do Brasil na mão. O mito dele é o nosso mito!”.
Pelé encerra: “A Copa de 70 foi o melhor momento da minha vida. Mas acho que foi mais importante para o País”.
É inegável o feito dos nossos atletas e, em especial, do Rei Pelé, em 1970, porém o gol de placa de que falo hoje, marcado do alto dos seus 80 anos, vem do exemplo sobre crenças e valores que fazem do Brasil um Gigante.
O amor e a importância da família, quando Pelé diz que tudo o que ele é, principalmente a humildade na sua formação, deve à família: “A base que me segurou e está me segurando até hoje. Nunca acho que sou melhor do que ninguém, nem mais do que ninguém. Graças a Deus essa foi a base e a educação que tive dos meus pais.”
O amor pelo País e ao seu pai, quando, em lágrimas relata a promessa que fez ao pai, na derrota do time brasileiro para o Uruguai, na Copa de 1950, prometendo que ganharia uma copa para o Brasil: “Não fica triste (Pai), eu vou ganhar a Copa do Mundo!” Ele tinha 9 anos de idade.
Relembra, aos 80 anos, o ensinamento do Pai para a sua primeira Copa, em 1958: “Confiança, pois dentro do campo são todos iguais. Isso me deu muita força!”
Deus sempre esteve presente no seu coração e o momento mais emocionante do documentário é quando descreve a oração, pedindo proteção divina, na final da Copa de 1970.
Esse documentário foi mais um golaço feito pelo Rei Pelé e uma surra em quem queria desvirtuar a sua imagem. Aprendam garotada!
Pra frente, Brasil! Salve a Seleção!
Que venha a Copa América!
*Jorge Schwerz é Coronel Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira; Mestre em Ciências pelo ITA; ex-Adido de Defesa e Aeronáutica na França e Bélgica; e Coordenador do Blog Ao Bom Combate!, no qual foi publicado originalmente em 12/06/2021..