• Harley Wanzeller, em Tribuna Diária
  • 13 Julho 2021

Harley Wanzeller

 

Liberdade! Liberdade! São estas as palavras usadas por mais um povo que, há muito, sofre como bicho da fazenda de Orwell.

Alguns veículos de informação amanheceram noticiando que os cubanos estão botando para fora aquilo que qualquer pessoa minimamente esclarecida já sabe existir – a revolta interna do cubano com a opressão imposta pelo regime revolucionário comunista dos irmãos Castro.

Novidade? Nenhuma!

Aliás, se fosse Cazuza (1), diria estar vendo “um museu de grandes novidades”. Mas não. Sou apenas um brasileiro que teme o fetiche idiota pelo comunismo, insistentemente alimentado em rodas estudantis enfeitadas com camisas e bottons que estampam a cara de verdadeiros genocidas, como Che Guevara e “seus blue caps”.

Não há beleza no comunismo! Se belo fosse, sua política não enfrentaria a natureza humana. E antes que algum crítico venha em defesa do marxismo, usando de cinismo para arrotar o bordão “o comunismo nunca foi implantado realmente”, esclareço que, de certa forma, concordo (com o crítico). Com a licença da necessária redundância, pois nem todo mundo consegue discernir o significado do que lê ou escreve, afirmo ao “papagaio de pirata” que o comunismo não passa de uma utopia nefasta de impossível implantação, justo porque nasceu como um devaneio teórico cujo fim é manter sua vítima eternamente inebriada e presa ao sonho do amanhã que nunca acontecerá. A teoria é essa, mas a prática mostra que um cubano sabe muito bem o que é o comunismo quando precisa ficar calado para sobreviver, ou sobrevive reduzindo seus sonhos a um prato de comida para o filho, esquecendo o significado da palavra dignidade, e esperando a morte chegar. Isso é o comunismo, papagaio!

Mas ainda que por instinto animal, o ser humano tende a lutar pela manutenção de sua natureza sabendo que dela depende para viver, segundo suas características próprias. E aqui entro no fator liberdade! 

O grito cubano por liberdade já existe há muito. Está entalado na garganta e, mais do que nunca, é esbravejado por um povo que entendeu, na pele, o que representa ideologia marxista bem como a urgente necessidade de engajamento na luta contra o totalitarismo, sob pena de ser dizimado. A falta de opção popular é fator bastante para encerrar o ciclo dos movimentos totalitários, dado que a resposta ao dilema “lutar ou morrer” nunca deixou um tirano de pé.  Assim caminhou a humanidade. E assim sempre será.

Exemplo disso foi a guerra de independência dos EUA, pela qual os founding fathers uniram-se pela preservação do império da lei em solos americanos em uma luta franca contra o totalitarismo da coroa britânica que, à época, afrontou os direitos mais básicos dos ingleses-americanos. Esta verdade fica lastreada por alguns símbolos, como o próprio discurso de Thomas Jefferson no texto separatista abaixo transcrito:

“Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colónias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados.”(2)

 Outro símbolo foi a conhecida Bandeira de Gadsden, predominantemente amarela com uma serpente em posição de alerta para ataque, seguida da inscrição “Dont´ Tread on Me”, cuja tradução significa “Não pise em mim”.  Esta bandeira, inclusive, foi inspirada em uma charge publicada anos antes no Pennsylvania Gazette, que teve como editor ninguém menos que Benjamin Franklin, um dos pais fundadores. Nesta Charge, encontramos a cobra composta por diversas partes acompanhadas das siglas das 13 colônias insurgentes. O desenho tinha como mensagem destaque a frase “Join or Die”, que podemos traduzir como “Junte-se ou Morra”.

Este era o espírito que unia os ingleses em solo americano – lutar para garantir valores naturais do ser humano, traduzidos na vida, na liberdade, e no direito à busca da felicidade.

A Bandeira de Gadsden precisa ser erguida pelo povo cubano!

A nós, cabe a oração pelos oprimidos e o exercício da sabedoria, para evitarmos a repetição dos erros políticos alheios que resultaram na catástrofe humanitária do comunismo. 

Referências:

1.       Referência ao trecho da música “O tempo não para”, de Cazuza.

2.       Declaração de Independência dos Estados Unidos da América - 04.07.1776. (https://pt.m.wikisource.org/wiki/Declaração_da_Independência_dos_Estados_Unidos_da_América)

3.       A Bandeira de Gadsden é leva o nome do seu criador, o general e político americano Christopher Gadsden (1724-1805), que a projetou em 1775 durante a Revolução Americana.

Cascavel como símbolo das Colônias Americanas foi proposta por Benjamin Franklin, por lhe parecer um animal vigilante e magnânimo, que entretanto ataca fatalmente, se provocado ou desafia.

*     Texto publicado originalmente em Tribuna Diária: https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1020/nao-pise-em-mim.html

 

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  • Ednaldo Bezerra
  • 10 Julho 2021

 

Ednaldo Bezerra



O voto auditável é imprescíndivel para prevalecer a vontade popular. Quem não se lembra das eleições de 2014? É claro que a fraude não se dá em todas as urnas, ela pode ser feita, por exemplo, em 15% das urnas, e isso pode ser suficiente para modificar o resultado do pleito. Acredito que há fraudes, sim! E acho que, em 2014, o percentual de urnas fraudadas foi suficiente para dar a vitória à Dilma Rousseff.

No entanto, em 2018, dada a grande maioria de votos do então candidato Jair Bolsonaro, o percentual de urnas viciadas não conseguiu reverter o resultado para dar a vitória ao candidato petista. Aliás, certamente Bolsonaro ganharia já no primeiro turno, se não houvesse um percentual considerável de urnas fraudadas naquela ocasião. Não há como sabermos se a fraude ocorreu ou não. Portanto, é bom que isto fique bem claro: ESTAMOS TRABALHANDO NO CAMPO DAS HIPÓTESES.

E por que não há como saber se houve fraude? Porque, passada a eleição, não há votos impressos para serem confrontados com os resultados expressos nos boletins de urnas. E a "auditoria" prévia efetuada nas urnas é só para inglês ver. Na última eleição, aqui em Pernambuco, por exemplo, o Tribunal Eleitoral fez uma sessão pública, pouco antes das eleições, para verificação das urnas. O procedimento, se não me falha a memória, foi o seguinte: sorteou-se uma dúzia de urnas e se fez a checagem e os testes de funcionamento nas urnas sorteadas. Ora, essa amostragem não dá a mínima segurança, o evento está mais para uma comemoração social do que para uma auditoria.

Atualmente, a hipótese de fraude, todavia, é bem plausível, dado, sobretudo o empenho da turma esquerdista, bem como do Barroso e de outras autoridades em desinformar a população com mentiras. Isso, para quem tem olhar mais aguçado, demonstra claramente que pode haver fraude e que já estão contando com ela para tomarem o poder.

Cabe dizer que não há nenhuma difculdade para a implementação do voto auditável como espalham por aí, e sim muita mentira. O procedimento é simples. E uma auditoria, por exemplo, poderia ser assim: far-se-ia uma amostragem com cerca de 5% das urnas (sorteadas no decorrer do dia das eleições, após o início da votação), e, terminada as eleições, seria iniciada a contagem imediata dos votos impressos nas seções das urnas sorteadas. Isso é viável e dá uma certa segurança ao processo eleitoral.

Aí vão argumentar que é muito trabalhoso contar os votos, que pode gerar discussão... Ora, se um grupo de mesários e cidadãos não conseguirem confrontar um boletim de urna (BU) com os votos impressos, procedendo com lisura e sem confusão, estamos diante de uma corrupção generalizada. Cabe frisar que antigamente era tudo no papel e havia eleitos. Agora, com o resultado já impresso no BU, se não conseguirem confrontar é muita incompetência. E se não houver fraude, os boletins de urna baterão com a contagem dos votos, certo? Logo, não haverá discórdias; assim, não há o que temer.

Portanto, em vez de dificuldades, vejo facilidades, pois, com a tecnologia, tudo está automatizado. O resultado já está pronto, basta conferir com os votos impressos. Qualquer ser humano com o mínimo de inteligência consegue fazer isso. Infelizmente as pessoas estão desinformadas, e acreditando nas fakes do Barroso e de outros indivíduos que querem a volta do sistema corrupto vigente na época do PT e do PSDB. É lamentável que autoridades fiquem espalhando notícias falsas, como se voltássemos ao voto no papel, e não que, com o voto auditável, estaremos implementando um avanço tecnológico que dará segurança, transparência e fortalecimento à DEMOCRACIA.

*    Artigo enviado pelo autor, que é licenciado em Letras pela UFPE

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 07 Julho 2021

Gilberto Simões Pires

 

BAIXO DISCERNIMENTO

Não foram poucos os editoriais que escrevi, sempre com total convicção, que a imensa maioria do povo brasileiro, quando vai às urnas para escolher o Presidente do Brasil, vê no seu candidato o mais legítimo SALVADOR DA PÁTRIA. Esta postura, por si só, identifica o quanto é dominante a falta de discernimento, que se traduz pela falta de bom senso e/ou incapacidade para avaliar, compreender e/ou fazer juízo da situação.

POPULISMO

Esta incapacidade para DISCERNIR faz com que muita gente entenda que o tal SALVADOR DA PÁTRIA que procura, e vota, é o candidato que promete resolver todos os graves problemas que foram se acumulando ao longo do tempo no nosso empobrecido Brasil pela via do POPULISMO. Assim, quanto mais abrangente for o discurso POPULISTA, mais os eleitores -DESPROVIDOS DE JUÍZO E BOM SENSO- veem nos candidatos SOCIALISTAS o tal SALVADOR DA PÁTRIA que procuram eternamente.

NOVA CONSTITUIÇÃO

 

Na mais pura realidade, pelo inquestionável número de problemas que foram se acumulando nos últimos 40 anos, ou mais precisamente a partir do momento em que foi promulgada a Constituição - NADA CIDADÃ- , em 1989, o que mais se viu, ao invés de SALVADORES DA PÁTRIA, foram os mais legítimos ENTERRADORES DA PÁTRIA. E mesmo assim vejo apenas uma meia dúzia de brasileiros dotados de real DISCERNIMENTO apontando para o fato de que as CAUSAS da maioria dos graves e já crônicos problemas que o Brasil enfrenta só poderão ser solucionadas a partir de uma NOVA, JUSTA E DECENTE CONSTITUÇÃO FEDERAL.

CLÁUSULAS PÉTREAS

De novo, para que fique bem claro: os problemas maiores, que têm impacto extremamente pesado nas CONTAS PÚBLICAS, como é o caso das FOLHAS DE PAGAMENTO DOS SERVIDORES - tanto ATIVOS como, principalmente INATIVOS, a Constituição Federal impede qualquer modificação. Como estão blindadas por CLÁUSULAS PÉTREAS, isto significa que não são passíveis de modificação por PECs (Projetos de Emenda Constitucional). Ou seja, só têm chances de serem alteradas através de uma NOVA CARTA MAGNA. 

COMBATE ÀS CONSEQUÊNCIAS

 

Portanto, enquanto os brasileiros não se convencerem de que o Brasil só vai se livrar da CAUSA MAIOR dos maiores e malditos problemas que afetam a vida do povo brasileiro, que se vê obrigado a sustentar os privilégios concedidos àqueles que integram a seleta e nojenta PRIMEIRA CLASSE DE BRASILEIROS do SETOR PÚBLICO, desde que uma NOVA, JUSTA E DECENTE CONSTITUIÇÃO seja escrita e promulgada. Fora disso, o que existe, infelizmente, é o inútil COMBATE às CONSEQUÊNCIAS, pois a CAUSA, como se vê, segue intacta.

 

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  • José Batista Pinheiro Cel EB Ref.
  • 05 Julho 2021

Minha  reverência ao bom humor e à vitalidade do coronel.
José Batista Pinheiro Cel EB Ref.

 

É muita sacanagem deixar o Sr. Danilo Sili Borges (Crônicas da Madrugada) concorrer sozinho à presidência da República do Brasil. Eu também vou concorrer. Levo a vantagem de, no dia da posse, em 1ª de janeiro de 2023, estar com 92 anos, sem usar bengala, ele com 82; portanto, já ganhei no item idade. Quando ele falou que vai transformar o palácio residencial em Brasília, o famoso Alvorada, em uma escola para crianças, tirou o pão da minha boca, pois pretendo transformá-lo em museu para que o eleitor veja quanto desperdício em luxo e riqueza para um casal sem filhos. Como presidente, irei morar aqui na minha casa em Xerém, distrito de Duque de Caxias RJ, cidade natal do ilustre militar da antiga monarquia, pois sou fã ardoroso desse chefe militar, que derrotava os seus inimigos e os perdoava, daí ganhar o epíteto de Pacificador.

Como sou viúvo, terei apenas a companhia da minha fiel funcionária Diana e, como segurança, a minha corajosa vira-latas Pretinha. Brasília ficará bem longe de mim, pois a considero uma ostentação desnecessária, onde o Juscelino desperdiçou recursos naquele ermo, deixando o Brasil mais pobre em nome da sua vaidade pessoal. Xerém está em pleno desenvolvimento e vou apressar o progresso por aqui, perto da minha casa, no lugarejo chamado de Aviário, cercado de resquícios da mata atlântica e bambuzal; na área degradada, vou construir um aeroporto somente para aviões executivos, onde receberei os meus ministros para despacho e demais puxa-sacos, pedindo uma boquinha para aumentar os seus rendimentos, o que, certamente, negarei.

Ao Congresso Nacional e ao STF darei bastante motivo para se preocuparem comigo, porque sou muito escorregadio e matreiro, não gosto de ser embromado.

Dos 934 partidos políticos existentes no Brasil, escolherei um, na base da bolinha usada no sorteio da loteria. A verba para a campanha, eu a doarei ao Ministério da Saúde, não para combater o covid-19 (muito manjado), mas para equipar os hospitais de todo o Brasil com aparelhagem, de fazer inveja ao nosso vizinho rico Estados Unidos da América, com médicos e enfermeiros ganhando bons salários, com dedicação exclusiva. Como o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, vou introduzir na pauta de exportação a mais substanciosa e gostosa alimentação para as classes de baixa renda do mundo todo, que são a macaxeira, o feijão de corda, a farinha de mandioca, carne de sol e rapadura.

No item Segurança Nacional, nada de foguetes teleguiados de longo alcance com ogiva nuclear, hoje em dia essas armas estão obsoletas. Os possuidores desses arsenais estão em dificuldade para se livrar dessas geringonças. As polícias serão bem adestradas e possuidoras de armamento moderno, superior aos dos marginais do Rio de Janeiro. As nossas Forças Armadas terão: o Exército equipado com carros blindados e bem armados para evitar os desmatamentos e incêndios da nossa maior riqueza ambiental que é a Amazônia. A nossa Aeronáutica será equipada com caças supersônicos de interceptação aos contrabandistas e aviões cargueiros modernos para assistir aos que moram nos cafundós deste imenso Brasil. A nossa Marinha não terá os antigos porta-aviões, encouraçados, cruzadores e outros monstros marinhos e, sim fragatas ligeiras, bem equipadas e armadas para dissuadir os traficantes navais de qualquer espécie.

Vou ficando por aqui, para não dar mais subsídios ao meu digno e honrado concorrente à presidência, Sr. Danilo Sili Borges.

*     José Batista Pinheiro Cel EB Ref, articulista do jornal Inconfidência (Rio de Janeiro, 05.07.2021)

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  • Adriano Marreiros
  • 04 Julho 2021

 

Adriano Marreiros
 

Sexta Turma do STJ decide que policiais devem gravar autorização e consentimento de morador para entrada em domicílio.

“A raiva é má conselheira, mas é boa escritora”. (Eu, Adriano Alves-Marreiros, agora mesmo)

Já usei citações de autores melhores, mas deixa que vou terminar com um bom...

Tem hora que fica difícil não escrever: a mão coça, o cérebro gira, “o corpo estremece, as pernas desobedecem, imediatamente a gente...”, chega!!! Se não, vai acabar dando até trio elétrico e denúncia de aglomeração porque sou conservador... e conservador ultimamente parece ser quem será conservado preso...

Mas não vou falar de realidade, vou falar de um sonho terrível que tive.  Sonhei que estava no zap ou outro app.  É, talvez eles estejam certos em querer proibir que conservadores se comuniquem entre si.  Esses apps geram pesadelos e se fossemos proibidos, não teríamos tantos...

Voltando ao meu conturbado e ilustrado sono, alguém dava uma louca notícia,  impossível de acontecer se fosse no mundo real.  Levados a uma delegacia após prisão em flagrante, bandidos com fuzis e granadas teriam sido soltos porque os policiais não teriam provado que estavam autorizados a entrar (em local em que havia crime ocorrendo) numa residência.  Sempre achei que essa era uma hipótese de flagrante... mas parece que estar cometendo crime não é mais (Flagrante é só quando tem mandado de prisão em flagrante, me disseram).

Mas o medo me dominou de vez foi quando meu amigo Flávio perguntou: “Devolveram os fuzis aos inocentes?!”.  Tomei uma sábia decisão, resolvi acordar para não saber a resposta.  Se minha mãe no meio do sonho diz que agora vai acordar e acorda, por que eu não conseguiria?  Pois fiz o mesmo, disse: “olha, vou acordar antes que alguém responda” e acordei, levantando rápido antes que Morfeu me puxasse e eu soubesse da devolução...

Ufa! Dessa eu me livrei.  Peguei meu smartphone e fui olhar as mensagens como faço toda manhã.  No primeiro grupo que abro, vejo uma mensagem com uma notícia dizendo que um tribunal superior decidiu que policiais devem gravar autorização de entrada.  Enquanto raciocinava como atos de agentes públicos poderiam ter presunção de ILEGALIDADE, vi o app mostrar que o Flávio (!) estava digitando algo.  Desliguei rápido o aparelho e fui procurar meu velho Nokia de 1998.  Ele é bem mais seguro, ao menos para minha Liberdade: já que não me permite escrever e divulgar coisas que a coloquem em risco...

“Nessa tal sociedade pós-moderna, o certo é o errado e o errado é o certo.

E se você discordar: será criminalizado..." (Bernardo Guimarães Ribeiro)

Não falei que ia citar um bem melhor?

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

 

*       Adriano Alves-Marreiros é Cristão, Devoto de São Jorge, Cronista, Pessimista, Mestre em Direito, membro do MCI e MP Pró-Sociedade, autor da obra Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais e organizador da obra Guerra à Polícia,  da Editora E.D.A.

O autor se nega a colocar SQN e outros ridículos avisos de uso de figuras de linguagem.

**        Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária, em 25 de junho de 2021

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  • Alexandre Petersen
  • 02 Julho 2021

 

Alexandre Petersen

 

Quando se consegue recuperar o fôlego e um pouco a distância psíquica após se aventurar nos portais de notícias, percebemos que ficamos com uma sensação de ter estado afundados em uma realidade paralela, muito distinta da voz de fundo de nossos pais falando na cozinha, do cachorro latindo na rua e da chuva caindo copiosamente sobre o telhado sem que o tivéssemos percebido.

Nesta imersão na web parece que entramos em um desses estranhos estados alpha de consciência. Recentemente, depois de um regresso da “matrix” e de ter recobrado meu juízo, resolvi fazer algumas reflexões sobre minha experiência, bem como sobre a situação atual do grande público e de sua relação com as notícias informativas. Tais reflexões me levaram a conclusões que passo agora a compartilhar.

Indo direto ao ponto, nesta relação entre o público e o consumo de informação, a impressão é de que o interesse desta audiência e as notícias é, via de regra, efêmero e epidérmico. O relacionamento se dá muito mais para satisfazer a sede de novidades, do que por um genuíno desejo de se tornar informado no melhor sentido da palavra, que é: conhecer a verdade dos fatos para se posicionar frente a eles segundo sua cadeia de valores, princípios, mentalidade e visão de mundo. O público atual busca as notícias como forma de entretenimento, de excitar sua imaginação e provocar impulsos nos seus sentidos, que produzam emoções próximas, por exemplo, das que se experimenta quando se vai ao cinema ou a um parque de diversões.

Para satisfazer tal apetite por novidades e novas sensações, os portais jornalísticos precisam produzir uma quantidade monumental de informações. Essa produção é facilitada pela tecnologia de informação que disponibiliza, em segundos, uma pletora de novas informações e estímulos que compõe atualmente o vasto horizonte midiático que conhecemos. É um mar de notícias, é verdade, mas um mar que quando se imerge nele, percebe-se que quase não tem profundidade alguma.

Por outro lado, a competição entre os vários veículos de informação para obter a atenção do público, em vez de gerar, como seria natural, mais qualidade nas informações como diferencial para vencer a disputa, age ao contrário. Se esforça por produzir ainda mais notícias que apelam para as emoções e para o ludismo, e não para a razão e para um approach equilibrado e abalizado dos fatos. No lugar disso apresenta cada vez mais novidades, notícias sensacionais e emoções efêmeras.

Além do conteúdo não primar pela qualidade, a mídia, por meio das tecnologias de informação e do mundo de possibilidades que estas oferecem, transforma o modo de acessar e receber a informação, tornando-o cada vez mais instintivo e condicionado, quase autômato. É então um universo de pop-ups, hiperlinks, dentre outras técnicas e artifícios, que aparecem na tela e que são utilizados para captar a atenção do leitor e gerar a esperada interação com o portal.

É importante notar que, neste caso, o interesse prévio e a possibilidade de deliberação, portanto, a liberdade, ficam diminuídos, tolhidos. Isto toca em maior ou menor grau no problema da manipulação sobre o leitor, que é a priori, o que a mídia, sobretudo a informativa, deveria ter o cuidado de evitar.

Vemos que o modelo atual de apresentação de notícias tende a levar o público a desenvolver mais uma “afetividade pública” do que uma “opinião pública” propriamente dita. Com este consumo somente epidérmico, a reflexão, o pensamento e a consequente formação de um juízo ficam prejudicadas pelo volume, nível dos conteúdos, a disposição e as técnicas utilizadas para a atração dos leitores.

E mais uma vez a cultura de massas acaba em pizza.

*      Publicado originalmente no Portal Brasil Libre em 17 de janeiro de 2020

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