• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 27 Junho 2024

Gilberto Simões Pires

SANTAYANA

Revendo alguns pensadores, me chamou a atenção o quanto o filósofo hispano-americano George Santayana (1863-1952), ENFATIZAVA O PROGRESSO. Como tal, entendia e pregava que o CONHECIMENTO E A CRENÇA não surgem da RAZÃO, mas da INTERAÇÃO ENTRE A MENTE E O AMBIENTE MATERIAL. 

CONDENADOS A REPETIR

Segundo Santayana, PARA QUE O PROGRESSO SEJA POSSÍVEL DEVEMOS NÃO APENAS LEMBRAR DAS EXPERIÊNCIAS PASSADAS, MAS TAMBÉM DE SERMOS CAPAZES DE APRENDER COM ELAS. Resumindo: AQUELES QUE NÃO CONSEGUEM LEMBRAR O PASSADO ESTÃO CONDENADOS A REPETI-LO.

GOVERNANTES PETISTAS E PEDETISTA

Pois, dentro desta LÓGICA DE RACIOCÍNIO sinto-me no dever de ALERTAR constantemente o POVO BRASILEIRO, notadamente do POVO GAÚCHO, para que NÃO ESQUEÇA DOS GOVERNOS PASSADOS, principalmente dos governantes PETISTAS E PEDETISTAS, fortemente identificados com o COMUNISMO. Insisto: esses dois partidos -PT E PDT- integram a Organização Comunista - FORO DE SÃO PAULO-. 

IMPERDOÁVEL

Como estamos nos aproximando das Eleições Municipais, e o POVO GAÚCHO está colhendo os GRAVES EFEITOS DA TRAGÉDIA CLIMÁTICA que arrasou inúmeras cidades do RS, o que não pode acontecer, em hipótese alguma, é REPETIR AS TRAGÉDIAS POLÍTICAS IMPOSTAS por governantes do PDT e do PT. Atenção: REPETIR OS ERROS DO PASSADO SOA COMO UMA GRANDE BOFETADA NA CARA DE TODOS OS BRASILEIROS QUE SE SOLIDARIZARAM COM OS GAÚCHOS. Ou seja, QUEM NÃO SE AJUDA NÃO TEM COMO MERECER QUALQUER AJUDA.  IMPERDOÁVEL!

Continue lendo
  • Alex Pipkin, PhDA
  • 27 Junho 2024

 

Alex Pipkin, PhD
     Não tenho a pretensão de ser o dono da verdade, longe disso. Entretanto, duvido muito que alguém possa contestar que, indubitavelmente, o Brasil é o país da procrastinação.


Alude-se a década de 80 como a década perdida. Penso que há aí um “erro de cálculo”, visto que a partir de 80 se percebe que todas as outras décadas, similarmente, foram ineficazes na direção da geração de prosperidade econômica e bem-estar social. Não há, em definitivo, um programa de Estado de desenvolvimento econômico para o país, baseado naquilo que a ciência econômica atesta como sendo fundamental para o crescimento econômico e para a redução da pobreza. Sem dúvidas, contemplando, de fato, a liberdade econômica.

Evidente que não há um foco de Estado nas essenciais reformas estruturantes porque as pessoas são facilmente manipuladas pelas promessas e falácias populistas e coletivistas da salvação terrena, operada pelos semideuses estatais.

O governo do PT, do coletivismo, “do povo”, “do pai dos pobres”, governou o país por mais de 15 anos, tendo seu curral eleitoral no Nordeste. Os nordestinos, segundo o pensamento mágico, teriam a possibilidade de se desenvolver e de sair da pobreza. O resultado cabal e pragmático é o da pobreza contínua. Vergonhosamente, ainda com escassez de saneamento básico e com a indigesta presença de um ensino de péssima qualidade.

Não há milagre que faça com que políticas populistas e contraproducentes produzam resultados distintos do fracasso. Nem artistas globais, grandes conhecedores de economia, apologistas das políticas coletivistas, logram realizar a dádiva do desenvolvimento social e econômico nordestino e brasileiro. Mas eles cantam e performam…

Não se concebe crescimento econômico e, portanto, social, com políticas nacional-desenvolvimentistas, perdulárias e irresponsáveis. O coletivismo crê que dinheiro nasce em árvores. Qualquer política séria, necessita ter, minimamente, responsabilidade fiscal, a fim de garantir a sustentabilidade financeira do país, pelo menos, a médio prazo.

O que realmente favorece e possibilita com que indivíduos saiam da pobreza é o crescimento econômico. Esse acontece, não por uma canetada governamental, mas pela geração de um ambiente favorável para os empreendedores, com menos regulamentos e normas abusivas e esdrúxulas, motivando indivíduos a empreender, criar empregos e inovar.

Acaba de sair do forno um estudo, constatando que em 2024, o brasileiro trabalhará 149 dias para pagar impostos para o seu indesejável sócio Estado. 

A receita certeira e comprovada é a de que impostos mais baixos atuam como motivadores do empreendedorismo, já que recompensam o trabalho individual, e possibilitam a criação de mais e melhores empregos. É lamentável que indivíduos de baixa autoestima ainda continuem sendo estimulados a viver em busca de migalhas governamentais.

A “mágica” petista é tirar daqueles que produzem para repassar para aqueles que nada produzem. Evidente que num país pobre como o Brasil, programas sociais inteligentes, de auxílio direto aos mais necessitados, são necessários. Porém, tais programas são paliativos, não permitindo uma real transformação social. Aliás, é preciso dotar os brasileiros de dignidade, provendo os pré-requisitos básicos para que esses possam andar com suas próprias pernas, administrando suas próprias vidas.

Somente a liberdade econômica possibilitará que o Brasil deixe de ser uma horda de zumbis famintos à espera dos bolsas-tudo.

Não é mais possível procrastinar! Lastimoso que seja preciso repetir. Urgem reformas estruturantes, entre essas, fundamentalmente, a redução do Estado e a não intromissão desmedida desse na vida das pessoas. Não é mais possível procrastinar em relação à liberdade econômica, essa capaz de gerar mais empreendedorismo, empregos, renda, riqueza, e transformar a mentalidade nacional.

O brasileiro, para sua autoestima e dignidade, necessita ser capacitado para pensar, agir e prosperar economicamente por conta própria.

Basta de ilusionismos e de maldades - planejadas.

Continue lendo
  • Dagoberto Lima Godoy
  • 26 Junho 2024

 

Dagoberto Lima Godoy

      Você pode estar perplexo com a situação atual, abismado diante da sucessão de medidas estapafúrdias do governo Lula na condução da economia nacional. Como interpretar tantos e tão evidentes erros, senão como produto da tremenda incompetência característica de regimes do tipo de “socialismo bolivariano” que Lula não se cansa de elogiar e apoiar, ele e seus comparsas do tal Foro de São Paulo.

Mas será mesmo só incompetência e miopia ideológica?  Ou se trata, de fato, do desdobramento do projeto intentado pela esquerda durante o governo militar, cuja posta em prática segundo a receita trotkista de luta armada acabou naufragando diante da repressão aplicada na mesma moeda? O que se sabe agora é que, com a tão comemorada redemocratização e com a Constituinte de 1988, o mesmo projeto revolucionário, longe de ser abandonado, foi como que modernizado com uma mudança de métodos, vindo Trotsky a ser substituído por Antonio Gramsci e sua sofisticada estratégia de busca do poder hegemônico através da “conquista de corações e mentes” (no Brasil, energizada por Paulo Freire, não por acaso elevado à excelsa posição de patrono da educação nacional). Então, iniciou-se uma sistemática e insistente infiltração da doutrina revolucionária no tecido sociopolítico nacional, habilmente revestida de propostas de justiça social, mas conducente a um modelo de democracia totalitária, do tipo que impõe um consenso que não admite dissenso, porque pretende ser o consenso de todos. 

Sob o manto licencioso do regime democrático instituído pela Constituição de 88, tão rico em direitos sociais garantidos pelo Estado quão pobre em deveres de cidadania, a implementação da estratégia gramscista avançou em duas frentes políticas, atuando como adversárias nas eleições, mas convergentes em seu âmago socialista. De um lado o PSDB de FHC, tendo como inspiração e modelo as sociais-democracias dos países nórdicos da Europa; de outro lado, o PT de Lula, em sua dissimulada adoração do comunismo chinês, com derivativos latino-americanos já vigentes na Venezuela, na Nicarágua e afins.

A primeira eleição de Lula à Presidência injetou entusiasmo bastante para que a ala petista avançasse sobre redutos da política tradicional com uma ação mais desinibida de recrutamento, com destaque para  o “mensalão", a manobra sórdida de suborno de parlamentares que Lula publicamente assumiu, sob a justificativa de se tratar de algo “que os outros sempre fizeram”. Desmascarada a vilania, o projeto retraiu-se na forma consagrada de governo de coalisão, sustentado pelo loteamento dos ministérios e a distribuição de cargos, incluindo os da  alta direção de empresas estatais Ajudado pela conjuntura internacional favorável, Lula não só se reelege como consegue passar o bastão presidencial para o “poste” de sua preferência, com o que chegamos ao malfadado governo Dilma e  ao quadro que, pela primeira vez, pareceu deixar clara a tentativa de partir para a fase final e decisiva de tomada do poder e ultimação da mudança de regime.

Dilma mostrou-se disposta a “fazer qualquer coisa” para levar à frente o projeto, para tanto avançando em três eixos de ação desgovernante: a continuidade da coalisão espúria sustentada pelo loteamento da administração e a distribuição de benesses do erário; a cumplicidade com o paroxismo de corrupção desmascarado pela Lava-Jato; e, afinal, com a implementação da incrível “nova matriz econômica” que levou a economia nacional à beira do abismo. A antecipação precipitada da estratégia fracassou com o impeachment e a eleição de Bolsonaro, mas pode ter revelado a estratégia que, segundo tudo indica, viria a ser novamente adotada depois da volta de Lula “à cena do crime” (na inspirada imagem do seu vice-presidente e incoerente aliado).  E, estarrecido, observo agora a repetição do quadro de desgoverno, tantas e tão disparatadas são as ações da gestão petista, emoldurada pelo igualmente incrível “arcabouço fiscal” de Hadad, que nada mais faz do que endossar a gastança irresponsável e ir fundo na sangria do sistema produtivo através da criação manipulada das regras fiscais.

Ao ver o que parece um esforço voluntário do governo para provocar o caos econômico – tantas são as medidas absurdas que vem se sucedendo – chego a pensar que isso possa ser a repetição da estratégia antes tentada por Dilma: um plano revolucionário para estender o caos da economia aos campos social e político, a fim de criar a condição para o arremate revolucionário e a imposição de uma ditadura política, nos moldes do “socialismo bolivariano” tão admirado por Lula e seu partido. 

Uma hipótese conspiratória? Dirá você: “Se assim for, haverá de fracassar como a pretensa tentativa anterior”. Respeito a sua opinião, mas pense bem: daquela feita, Dilma ainda não contava com a escalada do globalismo, com suas sofisticadas bandeiras de grande apelo popular, alicerçadas em teses tidas como altamente científicas: aquecimento global, crise climática, superpopulação, identidade de gênero; ou em maximização das ameaças com o propósito de semear o pânico e aumentar a dependência das pessoas em relação ao governo; tudo isso propagado pela mídia nacional subvencionada, em coro com a mídia global. E, mais, Dilma não tinha como aliada uma Suprema Corte partidarizada e desinibida em seus desmandos contra a própria Constituição sob seus cuidados. Finalmente, mas não menos importante, não dispunha de Forças Armadas aparentemente domesticadas, prontas a obedecer a ordens infames, como ocorreu na triste data de 8 de janeiro de 2023. 

Estarei alucinando? 

Talvez, mas não completamente. Tanto é que alimento a esperança de que o tiro saia pela culatra, lembrando quão decisivo é o estado da economia na mobilização das massas populares, como enfatizou o marqueteiro da campanha presidencial de Bill Clinton, em 1992, cunhando a expressão que ficou famosa: “It’s the economy, stupid!“ (É a economia, idiota!). Pois penso que é justamente em função do desastre econômico que vem sendo semeado pelo governo Lula que posso ainda esperar uma reação dos meios econômico e (por decorrência) político, a ponto de chegar a um impeachment ou, mais adiante, em eleições isentas de manipulações eletrônicas ou judiciais, a uma derrota de Lula, PT “et caterva”, estancando o desmantelamento da democracia e restaurando o estado de direito em nosso país.

*       O autor é engenheiro civil, mestre em Direito, empresário e escritor.

Continue lendo
  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 26 Junho 2024


Dartagnan da Silva Zanela


       A verdade não existe; há apenas impressões pessoais, diz o sujeito que afirma que tudo é relativo. O engraçado nessa afirmação é que, além de ser autocontraditória, é negada frontalmente pelas atitudes das pessoas que dizem defendê-la até debaixo d'água.

Reparem, e reparem bem, como a galera que diz que tudo é relativo chega salivar, com as veias do pescoço saltadas, quando alguém tem a petulância de discordar de uma vírgula de qualquer coisa que elas afirmam como sendo certa.

E eis que, num estalar de dedos, toda aquela afetação de ponderação vai pro vinagre, tendo em vista que para esses abençoados, tudo é relativo, tudinho, mas suas opiniões, convicções ideológicas e o caramba a quatro, são inquestionáveis.
Detalhe importante: o problema não está no relativismo em si, mas sim, no uso canhestro que se faz dele.

Ora, uma coisa é relativizarmos o nosso ponto de vista, como uma estratégia metodológica para entendermos situações, realidades e pessoas que, muitas vezes, são muitíssimo diferentes de nós. Agora, outra coisa é querermos impor para os outros o relativismo como um critério absoluto de valor.

Dito de outro modo, quando utilizamos o relativismo como um instrumento de análise, nós compreendemos que cada cultura é um bem singular, que todas as culturas têm seu valor, o que não significa, necessariamente, que todas tenham o mesmo valor.

Nesse sentido, uma atitude que muitas vezes nos falta, sejamos ou não adeptos do relativismo, é o esforço de procurarmos ter um claro entendimento de que a verdade não é aquilo que se conforma com nossas ideias, valores e pontos de vista, mas sim, aquilo que é, independente do fato dela nos agradar ou não.

Aliás, como bem nos ensina o poeta espanhol Antonio Machado, a verdade é o que é e segue sendo mesmo que todos digam o contrário. Mesmo que eu e você façamos cara feia para ela.

Outro ponto que, pessoalmente, julgo de fundamental importância, é o de nunca esquecermos que a verdade não deve, jamais, ser o nosso ponto de partida, porque isso seria meio caminho andado para o autoengano. A verdade, deve ser o nosso ponto de chegada, a terra prometida que almejamos conquistar, como bem nos lembra o historiador italiano Carlo Ginzburg, em seu livro "O fio e o rastro".

E é por isso que devemos nos aventurar, correndo o risco de errar e de nos perder a procura dela, e não ficarmos imaginando que somos seus detentores, ou fingindo que ela não existe.

E vejam só como são as coisas. Quando vamos nos informar a respeito de algo, via de regra, não procuramos, de fato, saber o que realmente está acontecendo, nada disso. Nós nos contentamos com qualquer fato esparso, com qualquer narrativa fragmentada, que possam contribuir na confirmação daquilo que nós já "tínhamos como certo" a respeito desse ou daquele assunto, pouco importando se isso é verdadeiro ou não.

Agindo dessa forma canhestra, acabamos relativizando tudo, tudinho, menos a nossa maneira obtusa de encarar os fatos da vida, que nos leva a termos uma tremenda sensação de que estamos certos, certíssimos, ao mesmo tempo que nunca, nunquinha, colocamos em xeque as nossas amadas e idolatradas opiniões [de]formadas sobre tudo.

Enfim e por fim, perguntemos, a nós mesmos, a título de curiosidade: comunismo, liberalismo, conservadorismo e tutti quanti; o que, de fato, sabemos a respeito dessas estrovengas? Quais seriam as nossas referências, consultadas e estudadas, para bem compreendermos esses trens? Quais? Pois é. E essa é toda a profundidade relativa das nossas opiniões sobre esses assuntos que, absolutamente, acreditamos conhecer tão bem sem saber praticamente nada.

*       O autor é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.

Continue lendo
  • Valterlucio Bessa Campelo
  • 24 Junho 2024

Valterlucio Bessa Campelo

      Quem conhece um pouquinho que seja de Arthur Schopenhauer, o grandíssimo (meu preferido) filósofo nascido em Gdansk, na Polônia, em 1788, que aos 30 anos escreveu sua obra basilar “O mundo como vontade e representação”, já ouviu falar de seus relatados estratagemas para ganhar um debate incluídos no livro “A Arte de ter razão: 38 estratagemas” (1830). Um desses estratagemas, preferido pela esquerda e pela imprensa tendenciosa, é a “falácia do espantalho”, que consiste basicamente em fugir do argumento verdadeiro e apresentar em seu lugar um parecido, porém falso – o espantalho, para que seja o alvo da pancadaria. Veja o exemplo abaixo.

O político Fulano declara que as verbas do governo devem ser prioritariamente destinadas à segurança, saúde e educação; O político Sicrano, amparado pelos meios de comunicação, diz que o Fulano não se importa com a cultura nem com o meio ambiente. Pronto, está criado o espantalho, ou seja, o Fulano foi transformado num sujeito insensível às causas culturais e ambientais e, daí em diante, passa a ser massacrado pelo Sicrano que, ao cabo, sai vencedor. Ganhou a mentira, pois em nenhum momento Fulano se referiu à cultura ou ao meio ambiente, apenas enunciou as prioridades obvias para o gasto público.

Foi o que vimos nas últimas semanas acerca do PL 1904/24, que sob campanha avassaladora da imprensa, replicada à exaustão por jornalistas e políticos de esquerda, chegou a motivar manifestações de rua. Maliciosamente, a esquerda utilizou seus agentes na imprensa, onde é majoritária na proporção de 95% contra 5% segundo última pesquisa, para apedrejar o espantalho, inclusive nomeando-o. O PL do aborto (verdadeiro) foi transformado em PL do estupro (falso), e daí em diante o resultado só poderia ser o que foi. O Presidente da Câmara dos Deputados recuou e criou uma comissão para analisar o PL antes de voltar com ele para o Plenário.

O troço é tão perverso que as redes de televisão em sua totalidade, os sites do governo, os partidos políticos de esquerda e a grande maioria dos blogs e sites de notícia, partiram com tudo para cima do espantalho sem dó nem piedade, ouvindo apenas um lado da moeda. O verdadeiro PL não está sendo debatido, está sendo massacrado na forma de espantalho. Como fizeram isso? Respondo.

Toda essa gente de DNA esquerdista, inclusive alguns jornalistas pretensos cristãos (Deus tá vendo), transmitiu para o público a falácia de que o PL 1904 “condena a estuprada a penas maiores que a do estuprador” como se a pena do estuprador fosse obra do PL. É mentira, NÃO HÁ PENAS PARA VÍTIMAS. Quando o leitor ouvir ou ler alguém falando “o PL criminaliza a menor estuprada que aborta”, saiba que está de frente a um mentiroso. A menor não é alcançada JAMAIS, pois está protegida pela inimputabilidade criminal. Além disso, NÃO HÁ PENA para mulheres estupradas de qualquer idade, pois neste caso a Lei também protege a mulher (Art. 128 do Decreto Lei 2.848). Tem mais. Basta a esquerda apoiar e votar a urgência do PL 4.233/2020 que a pena para estupradores fica aumentada. Vamos lá, valentes! Apoiem, que a coisa fica resolvida, ou não é essa a questão?

Outra trapaça da esquerda é a que ouvi recentemente em um programa de entrevistas na TV. O entrevistador iniciou a sua pergunta à entrevistada, uma conhecida “bondosa” senhora esquerdista, referindo desde logo que essa é uma questão acima da ideologia. Parecia o Bonner entrevistando o Lula “O Sr. não deve nada à justiça”. Essa falácia não é claramente Schopenhaueriana, mas tem o intuito de ganhar o debate salvando a esquerda da bandalheira, enquanto reduz a discussão à falácia do espantalho, como se o aborto não tivesse o amparo canhoto em todo o mundo. Talvez essa mentira tenha servido para sossegar seu coração em conflito, mas, obviamente, o assassinato de crianças no útero pertence à esquerda e não é de hoje.

Em 1920, sob Lenin, a União Soviética foi o primeiro país do mundo a liberar o aborto. Depois de um refluxo stalinista que restringiu a prática a alguns casos específicos (Stálin preferia fuzilar os adultos), ele voltou com tudo, livre e gratuito, sob Kruschev em 1955. A nação mais livre do mundo, dos EUA, somente em 1973 reconheceu o direito ao aborto, mesmo assim, restrito ao período até a 24ª semana de gestação. Recentemente, em 2022, a competência legislativa nos EUA sobre o tema foi delegada a cada Estado, causando diferenciação conforme a localização.

Modernamente, sob o título fajuto de “direitos reprodutivos da mulher”, a violência contra o feto se espraia por todo o mundo, fazendo do assassinato de crianças uma pregação enganosa de afirmação feminista. Não bastam a liberação sexual, a pílula e os vários métodos anticoncepcionais providos pela ciência e disponibilizados pelo Estado. Para a esquerda, é necessário que a mulher decida se quer ser mãe depois de grávida e, pasmem, a qualquer tempo, mesmo depois de ter seu filho lhe chutando a barriga. Para essa gente, o limite deve ser o parto, ou seja, enquanto estiver na barriga, até os nove meses, aquele ser não é HUMANO e pode ser descartado em qualquer privada. A cidadã comum, bombardeada por enem percebe que, no final das contas, são as crianças negras, pobres e portadoras de algum problema congênito que a esquerda pretende descartar, dizendo que estão protegendo a mãe.

Marco fundamental da sanha assassina foi o surgimento nos EUA, em 1942, de uma entidade vinculada à esquerda americana, a Planned Parenthood, que iniciou suas atividades como fornecedora de serviços de saúde reprodutiva e sexual, oferecendo educação sexual, testes de DST e exames ginecológicos. Mais à frente ela se especializou mesmo foi em promover e praticar abortos e hoje é responsável por espantosos 800 assassinatos diários, o que representa 30% dos abortos praticados nos EUA. Essa entidade tem braços em todo o mundo, inclusive no Brasil, através de ONG’s financiadas para defender “o direito reprodutivo das mulheres”.

Quer saber mais? Procure qualquer documento de teses dos partidos de esquerda, especialmente do PT, e em 100% deles achará a o embuste da “defesa dos direitos reprodutivos da mulher”, uma frase bonitinha e ordinária para esconder a verdadeira, horrenda e diabólica “matar o ser humano na barriga da gestante”. Procure nos anais dos encontros, colóquios, seminários e congressos feministas e lá encontrarão o mesmo sofisma.

Voltando ao PL 1904, qualquer pessoa com dois neurônios funcionais e honestos perceberá em sua leitura que seu único objetivo é dizer para a mulher ADULTA: “Após as 22 semanas em seu ventre, há um SER HUMANO e, tal como preconizam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa Rica e a própria Constituição Federal brasileira, ele deve ter seu direito à vida protegido, inclusive com a hipótese de dá-lo para adoção”. Driblar a Lei para, a pretexto de garantir direitos reprodutivos, negar a lógica e a adequação ao PL, é DESUMANIZAR o feto de 22 semanas, transformando-o em um aglomerado de células a ser jogado numa privada ou, como sugerem várias denúncias internacionais, a ser utilizado como material biológico. Se não fossem tão covardes, os abortistas diriam o que pensam: “mato porque não é um ser humano”.

Outra trapaça da esquerda é empurrar o debate para o campo religioso na tentativa de contaminá-lo com uma visão dogmática, o que descredenciaria o debatedor pró vida. Isso na esfera da imprensa, porque na Câmara dos Deputados, na reunião de líderes para formação da Comissão que analisará o PL 1904/24, os partidos de esquerda espernearam para que NENHUM cristão declarado participasse. Felizmente, nessa, Arthur Lira não capitulou.

Ainda tem a turma do “mas”. Ouvi outro dia um esquerdista candidato a prefeito, autodeclarado cristão, fugir da pergunta sobre o PL com um “Sou contra o aborto, MAS...”. Contra o aborto, uma OVA! Não tem essa de “mas” quando se trata de matar um ser humano no ventre da mãe. Em nenhum texto bíblico há amparo para essa enormidade, nenhuma moral sustenta essa posição dúbia ou complacente com o crime de aborto. Esses políticos meia boca, que vem com essa pilantragem de “mas” relativizam a vida e traem a religião que dizem professar.

Sem medo nem vergonha de ser cristão, deixo aqui duas sugestões. Aos cristãos, que por ignorância ou por fraqueza de convicção fazem concessões ao aborto, sugiro abrirem a Bíblia e ir lá em Salmos 127:3 “Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá”. Ou, em Salmos 71:6 “Desde o ventre materno dependo de ti; tu me sustentaste desde as entranhas de minha mãe. Eu sempre te louvarei!”. Achou pouco? Tente Jó 31:15 “Aquele que me fez no ventre materno não os fez também? Não foi Ele que nos formou, a mim e a eles, no interior de nossas mães?”.

Aos parlamentares, juízes, jornalistas, advogados, senhoras “bondosas” e esquerdistas militantes da causa do aborto, sugiro que assistam alguns dos inúmeros vídeos na internet que mostram o despedaçamento do corpinho, ou a entrada de uma agulha assassina no coraçãozinho de um feto para que seja retirado morto. Por precaução, preparem-se para, talvez, ouvirem o eco de um grito desesperado em suas consciências.

*     O autor, Valterlucio Bessa Campelo, escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro de contos mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail valbcampelo@gmail.com

Continue lendo
  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 22 Junho 2024

 

 

Dartagnan da Silva Zanela 

 

        A vida é um dom e, o ventre materno, seu santuário. Por isso, toda vez que ocorre uma fecundação, a herança de um pai e de uma mãe são reordenados numa singular união alquímica, onde a presença de toda a história da humanidade e de todo o devir cósmico se fazem presentes.

Nesse sentido, podemos dizer que no ato da concepção temos um momento, tal qual a criação primordial, onde tudo converge para que ocorra o milagre da vida.

Vislumbrar a gestação de uma vida por esse prisma, além de ser uma imagem magnífica, nos dá uma clara noção do quão precioso é cada indivíduo humano.

Sim, diante do universo somos apenas um reles grãozinho de poeira cósmica. Só isso e olhe lá. Porém, cada um de nós é uma alma imortal e, enquanto tal, fomos feitos para a eternidade. Ou seja, perante os olhares judiciosos desse mundo, temos pouco ou nenhum valor; porém, diante da eternidade, cada vida é uma joia de valor inestimável.

O universo um dia findará; as almas, jamais.

A respeito disso, do valor da vida, estava a alguns anos atrás conversando com um amigo.  Ele contava-me uma história a respeito de uma amiga que, certa vez havia lhe dito que, quando via um rapaz, com seus 21 anos de idade, dizia para si mesma: "meu filho teria essa idade hoje se eu não o tivesse abortado".

Perguntava-se o que ele poderia estar fazendo da vida, se estaria fazendo faculdade, se seria boêmio, desportista, enfim, perguntas que ela fazia, sabendo que nunca teria uma resposta.

Na época, escrevi uma crônica sobre essa história e, ao publicá-la, uma amiga a leu e veio até mim para me dizer que aquela história havia tocado profundamente o seu coração porque, em sua juventude, ela teria feito o mesmo; e aquilo doía muito, mesmo depois de tantos anos.

Olhei bem para ela, nos seus olhos prestes a transbordar, e disse-lhe que entendia muito bem a dor dela e da personagem da crônica, porque estávamos no mesmo barco.

Então nos abraçamos, cortamos o tropel de lágrimas e conversamos um pouco. Ao final, ela disse que gostaria, um dia desses, de surpresa, interromper uma dessas palestras sobre aborto e dar um testemunho a respeito do que significa realmente fazê-lo e o que é carregar, silente, esse fardo junto do peito.

Noutra ocasião, um outro amigo, que fora acadêmico de medicina, contou-me que foi com seus colegas assistir a uma palestra onde era apresentada uma senhora que teve, se não me engano, três filhos; e ela os teve muito jovem. Quando abriram o microfone para as perguntas, ele foi o primeiro.

Sem rodeios, perguntou: você, em algum momento, se arrependeu de ter tido seus filhos? Sem pestanejar, a senhora respondeu: jamais! E disse que seus filhos fizeram dela uma pessoa melhor, que as dificuldades foram e são muitas, mas o amor é maior e nos transforma.

Transforma porque toda a criação está se refazendo em uma criaturinha que está em nossos braços, sorrindo para o mundo e olhando para a eternidade.

Agora, se meu amigo perguntasse, para as mulheres e homens, que perderam seus filhos num momento de confusão, medo e desespero, que os levou ao frio corredor do aborto, se eles se arrependem do que foi feito, a resposta será, invariavelmente, um estrondoso silêncio, seguindo de um doloroso gemido, de uma alma consciente de ter negado o dom mais precioso que há para um pequenino e indefeso inocente.

Digam e decidam o que quiserem, mas essa é uma dor que dilacera e não cessa.

 

*     O autor, Dartagnan da Silva Zanela, é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.

Continue lendo