PARA QUEM DIZ TER MEDO DE ERRAR, JANOT ANDA APRONTANDO DEMAIS


Percival Puggina


 Há poucos dias, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em depoimento que foi ao ar, comentou o fato de que alguém o teria elogiado pela coragem das decisões que estava tomando. E esclareceu: "Eu tenho é medo. Medo de errar".


Pois para quem tem medo de errar, o homem não anda se ajudando. Seduzido pela possibilidade de denunciar o presidente da República, caiu como um pato na conversa dos irmãos Batista. Fez, com o chefe da maior quadrilha que operava com recursos do BNDES e com favores oficiais, o mais improvável, generoso e escandaloso dentre todos os acordos de colaboração premiada. AfinaL, mais vale uma cabeça de presidente que dois vinténs de prudência. Foi enrolado por seu braço direito, o ex-procurador Marcelo Miller, em favor de quem botou as duas mãos na chapa quente e se queimou com lesões irreparáveis. Vendeu para o ministro Edson Fachin, pelo preço de chinchila cultivada em ambiente climatizado, o mesmo rato de esgoto comprado de Joesley Batista. E agora aparece entre engradados de cerveja, num fundo de boteco, lá no canto das baratas, portando improváveis óculos escuros, proseando com o advogado do quadrilheiro gozador que tinha um plano para derrubar o executivo, o legislativo e o judiciário.


Janot, Janot, toma tento, Janot.
 

  • 11 Setembro 2017

PARA “AUMENTAR INCLUSÃO”, GRUPO DE ESQUERDA QUER O FIM DO DIA DOS PAIS

 Marcelo Faria, em Instituto Liberal de São Paulo

 

Um grupo de justiceiros sociais de esquerda tem avançado na Austrália com a proposta de acabar com o Dia dos Pais substituindo-o pelo Dia das Pessoas Especiais.

De acordo com Red Ruby Scarlet (pseudônimo de Miriam Giugni) – líder do Grupo Ativista de Justiça Social na Primeira Infância que divulga a ideia e convence escolas “politicamente corretas” a adotá-la – é necessário “mudar a linguagem que cerca dias emotivos e importantes para deixá-los mais inclusivos”.

Para Miriam, “temos toda uma gama de famílias sem pais (…) como famílias lésbicas” que seriam representadas pelo novo Dia das Pessoas Especiais se o Dia dos Pais fosse extinto.

A proposta foi criticada pelo líder do Partido Liberal da Austrália, David Elliott: “É inacreditável que alguém se diga ‘iluminado’ enquanto apoia uma porcaria de ideia como essa. (…) As pessoas celebram o Dia dos Pais mesmo depois que os seus pais e avôs se foram. Para muitos, é uma data de celebração e recordação”.

 

COMENTO

Fatos assim ilustram perfeitamente o que tenho escrito sobre a orquestração internacional, a denotar uma estratégia sempre voltada a influenciar as mentes infantis. O que fazem é sinal evidente da discriminação que alegam combater. São grupos minoritários pretendendo tomar dos pais o direito às sensíveis manifestações inerentes a essa data.

A ideologia de gênero levada às crianças é o único motivo da iniciativa proposta pela entidade australiana, para afetá-las subliminarmente, induzindo-as a uma ruptura com a ordem natural. Em inglês, esse tipo de estratégia de convencimento se denomina anti-bias education, ou seja, uma educação sem viés (bias = viés), na qual a criança é induzida a abandonar sua perspectiva natural e pessoal para adotar a de quem deseja lhe fazer a cabeça e interferir na sua sexualidade. A imagem acima é do site da entidade.
 

  • 06 Setembro 2017

A militãncia docente em sala de aula foi longe de mais! 

 

CÂMARA DE CAMPINAS APROVA EM PRIMEIRA VOTAÇÃO PROJETO DE LEI DA ESCOLA SEM PARTIDO

 Henrique Bueno, CBN Campinas

 

Em uma sessão polêmica, com quase cinco horas de duração na noite desta segunda-feira, a Câmara de Campinas aprovou em primeira votação, o projeto de lei conhecido como Escola Sem Partido, de autoria do vereador Tenente Santini, do PSD. A proposta estabelece regras que proíbem a propaganda político partidária em sala de aula e veta que os professores incentivem alunos de participarem de manifestações. Desde o início da tarde, grupos favoráveis e contrários à proposta se dirigiram ao plenário da Câmara, que teve suas 250 cadeiras ocupadas por manifestantes. Do lado de fora, ainda ficaram dezenas de pessoas que não conseguiram entrar no recinto.

A sessão foi tumultuada desde o início, já que a comissão de legalidade da Câmara reprovou o projeto de lei Escola Sem Censura, da vereadora Mariana Conti, do PSOL, que havia sido apensado ao PL do Tenente Santini, que tratava do mesmo tema, de maneira antagônica. A medida revoltou os vereadores de oposição, que criticaram duramente o posicionamento da comissão, que julgou de maneira diferente dois projetos semelhantes, configurando assim ilegalidade no processo. A oposição conseguiu ainda as 11 assinaturas necessárias para colocar em votação o regime de urgência do PL, o que ampliaria o debate sobre a questão, com a realização de audiências públicas, por exemplo. Mas os parlamentares, rejeitaram a proposta e levaram o projeto a votação, que foi aprovado com 26 votos favoráveis, quatro contrários e duas abstenções.

O vereador Tenente Santini afirma que busca a neutralidade na sala de aula e o fim do que ele chama de doutrinação socialista no aprendizado dos alunos. Ele garante ainda que o projeto também prevê o impedimento de professores que lecionam com amparo religioso. A vereadora Mariana Conti reafirmou sobre a ilegalidade do projeto de lei e disse que já vai entrar com uma ação na justiça para impedir que a discussão seja lavada adiante. Ela lamentou a aprovação da proposta, que coloca em xeque a credibilidade do legislativo de Campinas ao aprovar uma proposta inconstitucional.

Durante a sessão, militantes favoráveis e contrários à proposta se manifestaram, com gritos e insultos, sempre inflamados pelos discursos dos vereadores. Os grupos foram separados pela Guarda Municipal, que usou grades para evitar qualquer tipo de violência. Todos eles fizeram questão de demonstrar suas convicções sobre a Escola Sem Partido, contrários ou não ao PL.

Como o projeto da Escola Sem Partido está em regime de urgência, deverá ser levado em segunda votação já na próxima semana. Caso seja novamente aprovado, será encaminhado para a sanção ou veto do prefeito Jonas Donizette.

Foto: Câmara de Campinas
 

 

  • 05 Setembro 2017

FIM DA RECESSÃO. SE DEIXAREM.
Percival Puggina

 Miriam Leitão acaba de publicar, em seu blog, um artigo cujos primeiros parágrafos afirmam:

A recessão ficou para trás. Tecnicamente, é isso que se pode dizer com o segundo trimestre de alta. O dado divulgado encerra 12 trimestres de queda na comparação com o mesmo período anterior. A recuperação é lenta e frágil, porque anda sobre o terreno movediço da crise política, mas os indicadores positivos começam a aparecer com mais frequência, como a queda do desemprego divulgada esta semana.

Foi o quarto mês seguido de redução do desemprego. A população ocupada aumentou em um milhão e quatrocentas mil pessoas no trimestre de maio a julho, comparado ao trimestre anterior. Com a liberação do FGTS das contas inativas, as famílias reduziram dívidas e elevaram o consumo. Isso evitou o número negativo que se temia que ocorresse no segundo trimestre. O impacto da crise de 17 de maio foi menor do que o esperado, disse a MB Associados, que ontem mesmo revisou de 0,3% para 0,7% o PIB do ano. Pode parecer pouco, mas se ocorrer esse resultado, o país terá saído de uma queda de 3,6% para uma alta de 0,7%. Recuperação de mais de quatro pontos percentuais.

COMENTO

Vivemos três anos escrevendo páginas amargas sobre a realidade econômica e social do Brasil. Emergimos desses 12 trimestres como um corpo que começa a flutuar, mas tem pouca energia para nadar. A lista de problemas estruturais por resolver é imensa e urgente. Existem várias conjunções subordinativas condicionais em nosso futuro: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, e por vai. Pois apesar de termos plena consciência disso, não faltam políticos e intelectuais em nossa elite – aqueles que motivaram meu livro “A tomada do Brasil pelos maus brasileiros” – dispostos a empurrar o corpo social para o fundo. Querem desestabilizar ainda mais o país, agravar a crise, ampliar a insegurança política e elevar o desemprego. Tudo para favorecer sua volta ao poder e, obviamente, darem continuidade ao que faziam antes de começarem a entrar cabisbaixos, mãos às costas, nas delegacias da Polícia Federal.
 

  • 02 Setembro 2017

BRETAS MANDA PRENDER NOVAMENTE RÉU LIBERTADO POR GILMAR MENDES

Diário do Poder


O juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, decretou a prisão do ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado (Detro), Rogério Onofre, nesta sexta-feira (25). Alvo da Operação Ponto Final, Onofre havia sido libertado no dia anterior por habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que trava uma guerra particular com o juiz federal.

A nova decisão de Bretas é resultado de pedido do Ministério Público Federal (MPF) pela prisão preventiva de Onofre, devido a novas informações sobre ameaças do réu a dois empresários envolvidos no processo, Nuno Coelho e Guilherme Vialle, de quem o MPF afirma que ele comprou imóveis para ocultar patrimônio. Gravações em áudio e mensagens de texto com as supostas ameaças foram anexados ao processo.

“Dessa forma, há risco concreto da liberdade de Rogério Onofre, não só pelo fundado receio de ocultação de capitais já mencionada alhures, como pelos fatos novos trazidos que apontam para a provável ameaça perpetrada por ele, o que se revela capaz de interferir sobremaneira na persecução penal, bem como na aplicação de eventual pena”, escreveu Bretas, em sua decisão.

A medida representa mais um capítulo no embate jurídico travado entre Bretas e Mendes, que usou a metáfora de que é o cachorro quem balança o rabo, e não o contrário, referindo-se à instância inferior do juiz do Rio de Janeiro. Porém, a frase causou polêmica e na quinta-feira gerou um ato público em apoio a Bretas, na Justiça Federal do Rio, com as presenças de juízes federais, procuradores da República, políticos, artistas de televisão e cantores, incluindo Caetano Veloso.

A resposta de Gilmar Mendes, no embate, foi estender sua decisão pela libertação do megaempresário Jacob Barata Filho, conhecido como "Rei do Ônibus", a mais três investigados da Operação Ponto Final (desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro), entre eles o próprio Rogério Onofre de Oliveira, a mulher do investigado, Dayse Deborah Alexandra Neves, e o policial aposentado David Augusto da Câmara Sampaio, acusado de fazer parte do esquema do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

(Com informações da ABr)
 

  • 27 Agosto 2017

LULA E A FAMÍLIA RENAN UNIDOS EM ALAGOAS

 

 No sexto dia de sua caravana pelo Nordeste, Lula chegou ontem (22) a Alagoas onde passou a ser acompanhado pelo governador Renan Filho e pelo senador Renan Calheiros. Este último, em agosto do ano passado, foi um dos líderes, no Senado Federal, da aprovação do impeachment de Dilma Rousseff.


É mais uma evidência de que a política, para o ex-presidente da República, é um descampado moral, território onde tudo se curva ao vento dos interesses imediatos.


Até mesmo entre o público presente ao primeiro ato da caravana, na cidade de Penedo, houve reações a essa proximidade, mas Lula sequer pestanejou e Renan nem por um instante deixou de sorrir, principalmente quando o visitante o reverenciou "pela postura e pela dignidade de seu comportamento" sublinhando, em seguida, "contra as chamadas reformas que não são reformas".


Aquela parte da sociedade brasileira que ainda conserva o juízo, não perdeu o senso moral e acompanha as atitudes de Lula sabe o quanto esses adjetivos valem na boca de quem os profere. Seu prazo de validade tem a extensão da utilidade. O governador Renan Filho é investigado em dois inquéritos no STF. O senador alagoano é investigado em 11 inquéritos e réu em outro. Lula foi, recentemente, condenado a nove anos e meio em um processo e é réu em outros quatro. Que palanque!
 

  • 23 Agosto 2017