• 02/09/2017
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FIM DA RECESSÃO. SE DEIXAREM.
Percival Puggina

 Miriam Leitão acaba de publicar, em seu blog, um artigo cujos primeiros parágrafos afirmam:

A recessão ficou para trás. Tecnicamente, é isso que se pode dizer com o segundo trimestre de alta. O dado divulgado encerra 12 trimestres de queda na comparação com o mesmo período anterior. A recuperação é lenta e frágil, porque anda sobre o terreno movediço da crise política, mas os indicadores positivos começam a aparecer com mais frequência, como a queda do desemprego divulgada esta semana.

Foi o quarto mês seguido de redução do desemprego. A população ocupada aumentou em um milhão e quatrocentas mil pessoas no trimestre de maio a julho, comparado ao trimestre anterior. Com a liberação do FGTS das contas inativas, as famílias reduziram dívidas e elevaram o consumo. Isso evitou o número negativo que se temia que ocorresse no segundo trimestre. O impacto da crise de 17 de maio foi menor do que o esperado, disse a MB Associados, que ontem mesmo revisou de 0,3% para 0,7% o PIB do ano. Pode parecer pouco, mas se ocorrer esse resultado, o país terá saído de uma queda de 3,6% para uma alta de 0,7%. Recuperação de mais de quatro pontos percentuais.

COMENTO

Vivemos três anos escrevendo páginas amargas sobre a realidade econômica e social do Brasil. Emergimos desses 12 trimestres como um corpo que começa a flutuar, mas tem pouca energia para nadar. A lista de problemas estruturais por resolver é imensa e urgente. Existem várias conjunções subordinativas condicionais em nosso futuro: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, e por vai. Pois apesar de termos plena consciência disso, não faltam políticos e intelectuais em nossa elite – aqueles que motivaram meu livro “A tomada do Brasil pelos maus brasileiros” – dispostos a empurrar o corpo social para o fundo. Querem desestabilizar ainda mais o país, agravar a crise, ampliar a insegurança política e elevar o desemprego. Tudo para favorecer sua volta ao poder e, obviamente, darem continuidade ao que faziam antes de começarem a entrar cabisbaixos, mãos às costas, nas delegacias da Polícia Federal.