“Mal?los sic?os, ra?esp?, sem P?ia, ermos de brio,
J?raidores alfanges afiando, o ensejo s?uardam favor?l
De ensop?os no sangue daqueles a quem bens, e honra devem”.
(Domingos Jos?on?ves de Magalh?)
- Luiz Carlos Prestes
Declarado Aspirante da Arma de Engenharia pela Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1919, exerceu as fun?s de engenheiro ferrovi?o, como tenente, at?er transferido para o Rio Grande do Sul. Em outubro de 1924, j?omo capit? liderou um grupo de rebeldes na regi?das miss?do Rio Grande do Sul. Os revoltosos receberam ades?de v?as partes do pa?iniciando sua marcha at?oz do Igua? No Paran?refor?os por um contingente de paulistas, receberam a designa? de Coluna Miguel Costa-Prestes, que com 1500 homens, percorreu durante dois anos e cinco meses mais de 25.000 km. As baixas chegaram a quase 800 homens em decorr?ia das doen? e mortes em combate.
- Cavaleiro da ‘Esperan?
Prestes iniciou seus estudos sobre o marxismo na Bol?a, onde havia se refugiado no final de 1928, com grande parte dos membros da Coluna. Em 1930 retorna clandestinamente a Porto Alegre. Instado a comandar a Revolu? de 30, recusa-se a apoiar ao movimento. Convidado pelo governo Sovi?co, em 1931, emigra para aquele pa? onde trabalha como engenheiro e aperfei? seus estudos marxistas, iniciados na Bol?a. Em agosto de 1934, por press?do Partido Comunista Sovi?co, ?inalmente aceito pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) em seus quadros. Eleito membro da comiss?executiva da Internacional Comunista (IC), volta para o Brasil em dezembro de 1934, acompanhado pela amante alem?lga Ben?o, com o objetivo de liderar uma revolu? armada no Brasil, seguindo a orienta? de Moscou.
- Alian?Nacional Libertadora
?recebido calorosamente pelo presidente de honra da ANL em sua sess?inaugural no Rio de Janeiro. A ANL congregava, nas suas hostes, tenentes, socialistas e comunistas descontentes com o Governo Vargas. Em julho de 1935 divulga um manifesto exigindo ‘todo o poder’ ?NL e a derrubada do governo de Get? Vargas.
- Intentona Comunista
No per?o de 23 e 27 de novembro de 1935 as cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro foram os palcos da primeira est?a tentativa de implanta? de um regime comunista no Brasil. Em nome de uma ideologia alien?na a trai?, o homic?o e a covardia foi o caminho escolhido pelos ‘her?s’ seguidores de Prestes para cometeram seus crimes na calada da noite, acobertados pelo manto da madrugada, assassinando irm? de armas enquanto estes ainda dormiam.
Natal
Um clima de terror reinava na cidade. Viola?s, estupros, pilhagens e roubos generalizaram-se. Dois cidad? acusados de estarem ridicularizando o movimento foram assassinados. A popula? come? a abandonar a cidade. Os rebeldes ocuparam as localidades de Cear?irim, Baixa Verde, S?Jos?o Mipib?anta Cruz e Canguaratema. A rea? inicial partiu de Dinarte de Medeiros Mariz que derrotou um grupo insurgente com uma pequena for?de sertanejos. Quando as tropas legalistas iniciaram sua marcha sobre Natal, o ‘Comit?opular Revolucion?o’ acovardado fugiu, sem apresentar a menor resist?ia.
Recife
O Sargento Greg? Bezerra tentou tomar o Quartel-General da 7ª Regi?Militar, assassinando covardemente o Tenente Jos?ampaio, e ferindo o Tenente Agnaldo Oliveira de Almeida, antes de ser dominado e preso. No dia seguinte, ?ubleva?, Recife j?stava totalmente dominada pelas for? legalistas e o n?o de baixas nas fileiras comunistas ultrapassava a uma centena de mortos.
Rio de Janeiro
Na Escola de Avia?, em Marechal Hermes, os Capit? Agliberto Vieira de Azevedo e S?tes Gon?ves da Silva, juntamente com os Tenentes Ivan Ramos Ribeiro e Benedito de Carvalho assaltaram o quartel de madrugada, e dominaram a Unidade. Diversos oficiais foram assassinados, covardemente, enquanto dormiam. O Capit?Agliberto matou o Capit?Benedito Lopes Bragan?embora este estivesse desarmado e indefeso. Os rebeldes atacaram o 1º Regimento de Avia?, cujo comandante Coronel Eduardo Gomes, apesar de ferido, iniciou a rea?. For? da Vila Militar acorreram em apoio ao Regimento e, rapidamente, derrotaram os rebeldes.
No 3º Regimento de Infantaria (RI), da Praia Vermelha, os rebeldes, chefiados pelos Capit? Agildo Barata, lvaro Francisco de Souza e Jos?eite Brasil conseguiram, na mesma madrugada, dominar quase toda a Unidade. Apenas um n?o, sob o comando do Coronel Afonso Ferreira, comandante do Regimento, resistia. A rea? her? do Coronel Afonso Ferreira impediu que a Unidade rebelada partisse para a tomada do pal?o presidencial no Catete cumprindo as ordens de Prestes. Nas ?mas horas da madrugada, as tropas leais ao governo, sob comando do General Eurico Gaspar Dutra, for?am a rendi? dos amotinados.
A interven? imediata dos comandantes militares evitou um banho de sangue. A indigna? tomou conta do pa?e o presidente Vargas saiu ainda mais fortalecido desse triste momento da vida brasileira.
- A ‘justi? do Tribunal Vermelho
Os comunistas suspeitaram que uma mo?chamada Elvira Cupelo Col?, conhecida como ‘Elza Fernandes’, namorada do ent?Secret?o-Geral do PCB, Antonio Maciel Bonfim, o ‘Miranda’, estaria delatando os companheiros ?ol?a. Considerada uma amea?a jovem foi condenada ?orte pelo ‘tribunal vermelho’.
- Recordando a hist?: o assassinato de Elza Fernandes
por Fernandes Dumont, F.
“Desde menina, Elvira Cupelo Col? acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irm? Luiz Cupelo Col?. Nas reuni?de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salva? do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lan?a-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o pr?o Secret?o-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o ‘Miranda’. Em 1934, ent?com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de ‘Miranda’ e passou a ser conhecida, no Partido, como ‘Elza Fernandes’ ou, simplesmente, como a ‘garota’. Para Luiz Cupelo, ter sua irm?omo amante do secret?o-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.
Entretanto, o fracasso da Intentona, com as pris?e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus pr?os aparelhos. Nos primeiros dias de janeiro de 1936, ‘Miranda’ e ‘Elza’ foram presos em sua resid?ia, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunic?is, a pol?a logo concluiu que a ‘garota’ pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de ‘Miranda’ e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e n?poder ser processada, ‘Elza’ foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, apraz?l e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, tamb? da pol?a, autoriza? para visit?o, o que fez por duas vezes.
Em 15 de janeiro, Hon? de Freitas Guimar?, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para ‘Miranda’ surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. S?sse momento, o Partido tomava ci?ia de que ‘Miranda’ havia sido preso. Alguns dias depois, a pris?de outros dirigentes aumentou o p?co. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era ‘Miranda’. As investiga?s do ‘Tribunal Vermelho’ come?am. Hon? descobriu que ‘Elza’ estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, tamb? que ela estava de posse de um bilhete, assinado por ‘Miranda’, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a ‘garota’. Na vis?estreita do PCB, o bilhete era forjado pela pol?a, com quem ‘Elza’ estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de ‘Miranda’ para a ‘garota’.
Reuniu-se o ‘Tribunal Vermelho’, composto por Hon? de Freitas Guimar?, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e Jos?age Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Hon?, no M?r, j?avia decidido pela elimina? sum?a da acusada. O ‘Tribunal’ seguiu o parecer do chefe e a ‘garota’ foi condenada ?orte. Entretanto, n?houve a desejada unanimidade: Morales, com d?as, op?e ?ondena?, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a senten? Hon?, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o ‘Miranda’. A rea? do ‘Cavaleiro da Esperan? foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do ‘Tribunal’, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da senten? Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da c?ca determina? com que os comunistas jogam com a vida humana:
Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolu? e vacila? de voc? Assim n?se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucion?a.’ ... ‘Por que modificar a decis?a respeito da ‘garota’? Que tem a ver uma coisa com a outra? H?u n?h?rai? por parte dela? ?ou n??la perigos?ima ao Partido...?’ .... ‘Com plena consci?ia de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a voc?minha opini?quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categ?o e nada mais tenho a acrescentar...’ ... ‘Uma tal linguagem n??igna dos chefes do nosso Partido, porque ? linguagem dos medrosos, incapazes de uma decis? temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que voc?concordam com as medidas extremas e neste caso j?s deviam ter resolutamente posto em pr?ca, ou ent?discordam mas n?defendem como devem tal opini?.
Ante tal intima? e reprimenda, acabaram-se as d?as. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos ‘tribunos vermelhos’, respondeu a Prestes:
“Agora, n?tenha cuidado que a coisa ser?eita direitinho, pois a quest?do sentimentalismo n?existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P.”
Decidida a execu?, ‘Elza’ foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (‘Ab?a’), para uma casa da Rua Mau?astos, Nº 48-A, na Estrada do Camboat?onde j?e encontravam Hon? de Freitas Guimar? (‘Milion?o’), Adelino Deycola dos Santos (‘Tampinha’), Francisco Natividade Lira (‘Cabe?’) e Manoel Severino Cavalcanti (‘Gaguinho’). Elza, que gostava dos servi? caseiros, foi fazer caf?Ao retornar, Hon? pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram ?ala e Lira passou-lhe uma corda de 50 cent?tros pelo pesco? iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a ‘garota’, que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de ‘Elza’, com os p?juntos ?abe? quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de v?os.
Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista. Poucos dias depois, em 5 de mar? Prestes foi preso em seu esconderijo no M?r. Ironicamente, iria passar por ang?as semelhantes, quando sua mulher, Olga Ben?o, foi deportada para a Alemanha nazista. Alguns anos mais tarde, em 1940, o irm?de ‘Elza’, Luiz Cupelo Col?, o mesmo que auxiliara ‘Miranda’ na tentativa de assassinato do ‘Dino Padeiro’, participou da exuma? do cad?r. O bilhete que escreveu a ‘Miranda’, o amante de sua irm?retrata algu?que, na pr?a dor, percebeu a virul?ia comunista:
Rio, 17-4-40
Meu caro Bonfim
Acabo de assistir ?xuma? do cad?r de minha irm?lvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube tamb?da confiss?que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na pol?a de que haviam assassinado minha irm?lvira. Diante disso, renego meu passado revolucion?o e encerro as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Col?.
Em mar?de 1936, Prestes ?reso, perde a patente de capit? Sua companheira Olga Ben?o, gr?da, ?eportada e assassinada na c?ra de g?no campo de concentra? nazista Ravensbr? A filha, Anita Leoc?a Prestes, nasceu em uma pris?na Alemanha e depois foi resgatada pela m?de Prestes.
* Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Col?o Militar de Porto Alegre (CMPA)
Acad?co da Academia de Hist? Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amaz? Brasileira (SAMBRAS)
Telefone:- (51) 3331 6265
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