CABELO EM PÉ
Dizer que o Brasil se tornou, notadamente nos últimos anos, num verdadeiro e gigantesco AMONTOADO DE PROBLEMAS é como chover no molhado. Entretanto, o que ainda vai deixar muita gente de cabelo em pé é a quantidade de absurdos que estão espalhados em meio aos escombros.
ROMEU ZEMMA
Vejam a seguir, por exemplo, o que Romeu Zemma, governador de Minas Gerais eleito pelo partido NOVO, disse, em recente entrevista que concedeu a um canal de televisão de Belo Horizonte, sobre o grave crime que o governador atual, Fernando Pimentel, do PT, cometeu contra o IPSEMG - Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais.
IMPSEMG
Com mãos bem sujas, o petista simplesmente aniquilou com IPSEMG. Como o Estatuto anterior estabelecia um número de 16 Conselheiros, Pimentel promoveu uma alteração criminosa e partir daí abrigou 540 petistas, do Brasil todo, que nunca trabalharam na área de saúde ou previdência.
ARMÁRIO DE EMPREGOS
Com muita razão, Zemma entende que a alteração do Estatuto do IPSEMG não se deu com o propósito de criar CABIDES DE EMPREGOS. O que Pimentel fez foi a construção de um enorme e descomunal ARMÁRIO DE EMPREGOS PETISTAS. Pode?
QUEBRADO
Para piorar ainda mais, todos os conselheiros petistas recebem mais de R$ 10.000 mensais. Resultado: o IMPSEMG, quebrado financeiramente, será entregue à nova administração do Estado de MG em situação desesperadora, tanto para os funcionários conveniados quanto para os pagadores de impostos. Que tal?
CARECA DE TANTA RAIVA
Este é apenas um de tantos exemplos de MÁ ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA que estão sendo conhecidos antes da posse dos novos governadores que foram eleitos na qualidade de REFORMISTAS. Se os ATOS DE CORRUPÇÃO já deixaram muita gente de cabelo em pé, quando vierem à tona os atos de MÁ ADMINISTRAÇÃO, aí muita gente vai ficar careca de tanta raiva.
Primeiro, precisamos considerar um dado levantado pelo Ibope no dia 23 de outubro: Fernando Haddad tem a maioria do eleitorado apenas no grupo de pessoas com escolaridade abaixo da 4° série do ensino fundamental e renda de até um salário mínimo. Esse é o perfil dos assistidos pelo Bolsa Família, que compõem metade da população da Região Nordeste; uma massa de pessoas dependentes do assistencialismo e do terrorismo petista que, em toda eleição, diz que, se as pessoas não votarem no candidato indicado por Lula, elas perderão os benefícios que recebem do governo.
O resultado da votação de ontem confirmou isso. No entanto, a coisa é pior do que parece: o sucesso do petismo nas regiões mais dependentes do governo dilui seu fracasso nas regiões onde as pessoas são mais independentes, têm maior renda e poder de escolha.
A diferença de dez pontos percentuais entre Bolsonaro e Haddad leva muitas pessoas a crer que o país – como se ele fosse uma massa social homogênea – está dividido meio a meio, entre esquerda e direita. Isso não é verdade.
O país está dividido entre cidadãos vulneráveis à chantagem eleitoral e os que não estão. Haddad teve 77% dos votos no Piauí e 32% em São Paulo.
Como registrou o jornal O Estado de S. Paulo, hoje, Jair Bolsonaro venceu em 97% das cidades mais ricas e Fernando Haddad em 98% das mais pobres (onde mais pessoas dependem do Bolsa Família para viver).
Vamos em frente…
No dia 27 de março de 2017, a Fundação Perseu Abrano, do PT, publicou o resultado de uma pesquisa sobre o perfil do eleitorado brasileiro. Foi verificado que a maioria da população:
– vê o estado como seu principal inimigo;
– não enxerga exploração na relação entre patrões e empregados;
– não reconhece a luta de ricos contra pobres;
– rejeita altos impostos e burocracias;
– valoriza o empreendedorismo privado (incluindo serviços de educação e saúde particulares), o esforço individual como forma de ascensão social (em detrimento de políticas estatais que põem em dúvida as capacidades pessoas, como as cotas) e os princípios cristãos de família e igreja.
Sobre como os cidadãos mais pobres enxergam a dicotomia direita x esquerda, a pesquisa registrou a opinião de um dos entrevistados como a dos demais: “Direita é alguém direito, correto. Esquerda é quem vive reclamando”.
A Fundação Perseu Abrano conclui dizendo que “todos são vítimas do estado que cobra impostos excessivos, impõe entraves burocráticos, gerencia mal o crescimento econômico e acaba por limitar ou sufocar a atividade das empresas”. Ok. E o que o PT fez com isso? Dois dias depois, retirou do seu site o resultado da pesquisa, deixando evidente sua opção pelo autoengano.
Outras pesquisas, de diversas outras instituições, apontam que o principal problema do Brasil, na opinião da grande maioria da população, é a violência urbana. Na mesma proporção, as pessoas enxergam que a corrupção é o principal culpado desse problema. E como a esquerda se comporta diante disso? Vitimizando os bandidos e atacando a Lava Jato, operação que sempre contou com altíssimo apoio da população.
O povo brasileiro é pacífico, sem conflitos, mas faz 30 anos que a esquerda liderada pelo PT se dedica a incitar o ódio entre grupos, entre classes, entre homens e mulheres, entre pretos e brancos, entre heteros e gays. O povo brasileiro elegeu Lula em 2002. Veio o mensalão. O povo perdoou. Reelegeu Lula em 2006 e votou em quem ele indicou em 2010 e 2014.
O que os brasileiros ganharam em troca? O maior esquema de corrupção e a maior recessão econômica de nossa história – e ainda a explosão da violência e regressão nos índices de educação e saúde. Quando a esquerda viu milhões de pessoas indo às ruas protestar contra Dilma, em vez de tentar entendê-las, preferiu chamá-las de “elite branca golpista”. Do impeachment para cá, o cidadão comum ainda viu a esquerda mobilizadíssima em defender o ex-presidente corrupto. Viu dezenas de protestos violentos. Viu parlamentares ameaçando juízes e promotores. Como se fosse pouco, a população majoritariamente cristã desse país viu a esquerda engrossando o tom dos ataques à igreja e à instituição da família.
Enquanto a sociedade brasileira pedia mais liberdade para viver e trabalhar, a esquerda não passava uma semana sequer sem pedir o controle ou a proibição de alguma coisa. Disso surgiu Jair Bolsonaro, o único político que realmente se engajou na defesa das pautas que mais preocupam a população.
Como nunca antes na história do Brasil, pessoas comuns, de todos os cantos do país, de todas as faixas de renda, sem qualquer comando de partidos, sindicatos ou imprensa, se mobilizaram para fazer campanha para alguém. A esquerda viu isso e em vez de tentar entender o que estava acontecendo, chamou de fascistas essas dezenas de milhões de pessoas.
A imprensa passou a chamá-las de “extremistas” por desejarem viver num país que prioriza o bem-estar das pessoas honestas e trabalhadoras, não de vagabundos e criminosos; por quererem ter o direito de se defender; por dizerem que escola é lugar para estudar, não para se impor ideologia de gênero; por exigir o combate efetivo da corrupção.
Tentaram criminalizar até a fé de Bolsonaro em Deus.
A esquerda ainda tentou de todas as maneiras taxar Bolsonaro de machista, racista e homofóbico, enquanto ele recebia cada vez mais apoio de mulheres, negros e gays. Nas redes sociais, tornaram-se comuns publicações de militantes de esquerda dizendo que alguém deveria matar Bolsonaro; e foi isso que um ex-filiado do PSOL tentou. E qual foi a reação da esquerda? Dizer que Bolsonaro mereceu.
Será mesmo muito difícil de imaginar como um cidadão comum, que vive com medo da violência, sentiu ao ver a esquerda dizendo isso?
As pessoas que realmente trabalham, que realmente mantém esse país de pé, ainda viram os adversários de Bolsonaro (que ainda se recuperava da cirurgia) chamando-o de covarde por não ir aos debates. Viram um verdadeiro tsunami de fakenews contra ele. Viram Fernando Haddad, que apoia as ditaduras em Cuba e na Venezuela e que tinha como promessa de governo censurar a imprensa e a justiça, dizendo que Bolsonaro é um risco para a democracia. Viram os petistas dizendo o tempo todo que Haddad seria eleito para tirar Lula da cadeia e recolocá-lo no poder. Viram mais uma vez o PT se aliando com políticos corruptos.
Essas pessoas viram, sobretudo, que os ataques a Jair Bolsonaro eram ataques a elas mesmas. Viram que estavam sendo insultadas apenas por terem decidido apoiar outro candidato. Se considerarmos o voto apenas das pessoas que atuam no mercado como empregados ou patrões, assumindo riscos e responsabilidades, pagando impostos, Bolsonaro foi eleito por uma margem de diferença muito, muito, muito maior.
Porém, a despeito de toda a manipulação estatística e eleitoral, a maioria da população rejeitou Haddad, rejeitou Lula, rejeitou a esquerda. E não como resultado de conspirações. A esquerda foi vítima tão somente de seus próprios erros, da roubalheira e da recessão que ela mesma criou. Os brasileiros cansaram das mentiras, das ameaças, do cinismo e da patrulha petista.
A eleição de ontem marca o fim de uma era e o início de outra. Já havia passado da hora dos brasileiros se assumirem como sociedade liberal-conservadora.
* Arquiteto e artista plástico
* Publicado originalmente em www.institutoliberal.org.br
Em 1881, na obra L’esclavage au Brésil, o francês Louis Couty analisou nosso país. Afirmou o autor que:
“O Brasil não tem povo, pois o largo espaço compreendido entre a alta classe dirigente e os escravos não se acha suficientemente preenchida”.
“Em nenhuma parte se encontrarão estas massas fortemente organizadas de produtores livres, agrícolas e industriais, que em nossos povos civilizados são a base de toda riqueza, bem como não se acharão massas de eleitores sabendo pensar e votar, capazes de impor ao governo uma direção definida”.
De lá para cá muita coisa mudou, mas será que o Brasil já tem povo?
Voltemos ao ano de 2002. O PT, na quarta tentativa logrou eleger Luiz Inácio Lula da Silva, que em si é um fake news. Isso porque, o senhor Silva nunca foi o que disseram que ele era, em que pese o culto da personalidade que o PT elaborou para ele.
Na verdade, o senhor Silva nunca foi um estadista, um líder carismático no verdadeiro sentido do termo. Foi, isso sim, um esperto enganador de massas, arte que aprendeu na sua fase pelega quando, segundo testemunhos da época, conseguia desencadear greves em proveito dos patrões e não dos operários.
A eleição do senhor Silva se deu através de outro monumental fake news, pois se dizia que o PT era o único partido ético, imaculadamente puro, capaz de salvar os pobres e oprimidos.
No poder o PT institucionalizou a corrupção, governou na base do mensalão e do petrolão, deu migalhas aos pobres e locupletou-se junto a grupos de ricos. Enquanto isso, a classe dirigente petista, de viés comunista, mostrava por palavras e atitudes sua essência totalitária. Para os que não rezavam por sua cartilha os arrogantes petistas foram e continuam ser agressivos, sectários, intimidadores, patrulheiros.
Resumindo, o PT é a antítese da democracia. Inclusive, o senhor Silva se dedicou a enaltecer e financiar os piores déspotas, não só latino-americanos, como a escória internacional. Além disso, o PT sofre de aristofobia (medo ou horror aos melhores), sendo que nos seus quadros governamentais prevaleceram os piores, os incompetentes, os gananciosos.
Pode-se também dizer que o PT é o partido do ódio, da divisão social, da negação, da amoralidade.
Relembro também a invenção nefasta do senhor Silva: Dilma Rousseff, a atrapalhada e confusa senhora que, juntamente com seu criador conduziu ao Brasil à pior recessão de nossa história.
Desse modo, quando o presidiário Silva pergunta o porquê do antipetismo que ajudou eleger Jair Messias Bolsonaro, há na indagação um misto de ironia e cinismo. Não é possível que ele não saiba sobre os males que seu governo causou ao país.
Não há que negar que o repúdio ao PT ajudou Bolsonaro vencer. Porém, existem fatores que já analisei em outros artigos como: carisma, identificação e confiabilidade, características do candidato, além do que denominei de Quinto Poder e Palanque Digital, me referindo as redes sociais como o Face Book, o Instagram, o WhatsApp, o Twitter, etc. que superaram o palanque eletrônico da TV. Estes fatores levaram Bolsonaro à vitória.
Outra característica petista: Conforme seu modo de ser totalitário, próprio do comunismo, os petistas deturpam palavras, invertem conceitos e estigmatizam pessoas com certos termos. Assim, Bolsonaro, que é amigo de Israel, foi taxado de nazista.
Nada mais parecido com Mussolini do que o presidiário, mas chamar Bolsonaro de fascista tornou-se a repetição dos que falam sobre o que não conhecem.
Conservador é outro xingamento, quando na verdade trata-se da moral no tocante a temas como aborto, ideologia de gênero, etc. coisas que o PT defende. E moral, recorde-se, “é o conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo e lugar, quer para um grupo ou pessoa determinada”.
Liberal (não no sentido norte-americano), virou outro estigma, quando na verdade significa liberdade em todos os sentidos, de pensamento, de religião, de reunião e muito mais, sendo que do liberalismo floresceu a democracia.
Bolsonaro venceu com o entusiástico e fiel apoio de 57,7 milhões de eleitores, perfazendo 55% dos votos válidos. Como democrata e afeito a meritocracia ele está constituindo o melhor ministério de nossa história Entre os ministros já indicados está o notável juiz, Sérgio Moro. Este continuará a fazer justiça com poderes ampliados, para o temor dos que têm contas a ajustar com a lei.
Inconformado com a derrota, o PT já faz oposição encarniçada ao eleito que ainda não tomou posse e até já trama seu impeachment. O problema do PT e de outros opositores que se dizem de esquerda é que, com a eleição de Jair Bolsonaro o país já tem povo. E quem tem o povo ao seu lado nada tem a temer. Fiquemos, porém, atentos e não nos deixemos enganar, pois no grito dos derrotados há choro e ranger de dentes.
* Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
Um dos pilares primevos do socialismo moderno é o relativismo moral no seu nível mais boçal. Seguindo os últimos apontamentos de Marx, no livro A origem da família, da propriedade privada e do Estado, o marxismo moderno entendeu que a verdadeira luta não seria travada, de maneira essencial, no campo econômico ou militar, mas sim no campo cultural e moral. Em Autoridade e família de Max Horkheimer, já começa a guinada do comunismo para a batalha cultural; o que fundaria, logo após o entendimento dessa realidade, a Escola de Frankfurt e as demais agremiações acadêmicas dos neo-marxistas.
O marxismo passa, então, a vislumbrar o terreno moral como sendo o alvo de suas críticas e ataques; afinal, como bem entendeu Max Horkheimer, György Lukács, Antonio Gamsci, Willian Reich, Jacques Derrida, Judith Butler, entre outros: para que a revolução aconteça na economia e sociedade é necessário minar o campo moral que sustenta a cultura ocidental e as ações conservadoras dos indivíduos. Não quebrando a hegemonia moral da corrente judaico-cristã no ocidente, torna-se impossível esperar uma revolução socialista na sociedade enquanto tal; afinal, essa supraestruturamoral mantém a sociedade “entorpecida” numa mentalidade tipicamente tradicional e “burguesa”.
Uma das áreas vislumbradas por Max Horkheimer como sendo o ponto crucial que mantém em pé a sociedade “burguesa” é a escola, com todo o seu ensino tradicional baseado na estrutura de mundo ocidental judaico cristão: Filosofia Grega, Direito romano, Moral Cristã. Unido à escola, o filósofo marxista também via a família e as igrejas cristãs como sendo detentoras dos pilares do Ocidente burguês. Família, Igreja e Escola eram, em si, autônomas, instituições desvinculadas do Estado. Sendo assim, tomar o Estado antes de minar essas três áreas era uma estratégia equivocada, afinal, essencialmente dizendo, essas três instituições não responderiam livremente ao Estado e nem adotariam uma moral alternativa segundo apontamentos ideológicos do marxismo; a não ser, obviamente, pelo aparato ditatorial — o que já naquela época estava se mostrado uma via fracassada. Horkheimer entende que é preciso criar ideias, teorias e mitos para minar essa manta moral tradicional do Ocidente para que as ideias revolucionárias do socialismo vingassem de maneira homogênea.
Nessa missão silenciosa e bem entendida por parte dos teorizadores socialistas, décadas se passaram de um marxismo que corroía como cupim as estruturas da sociedade ocidental — baseando suas ações detratoras nesses três pilares acima citados: Família, Igreja e Escola.
Nas famílias nós vimos as inversões de paradigmas morais, as novas conceituações de famílias multiformes, poli-amor, teoria de gênero e toda sorte de discursos de amor livre foi criado para desmoralizar a família em seu seio — principalmente a partir do final da década de 60 até hoje. A dita “família tradicional” foi descartada como retrógrada, dona de uma mentalidade engessada, protetora de uma moral parva, patriarcalista e segregacionista; o homem foi posto como um mal em si, a paternidade vista como o estandarte do “patriarcalismo opressor”, ser hétero passa quase a ser sinônimo de estuprador. A mãe, dona de casa, passa a ser vista como o símbolo da mulher submissa, sem voz e escrava do homem, sujeita a toda sorte de abusos e violências. Mentalidade essa que criou mitos, como o de que famílias estruturadas são, em suma, raridades; enquanto que as “defeituosas” são a hegemonia.
No campo da Igreja, por sua vez, várias infiltrações pseudoteológicas aconteceram, como a teologia da libertação. O pensamento relativista figurou não somente entre assuntos mais fronteiriços, mas chegou ao âmago das crenças fundantes do cristianismo. Dogmas como o do valor da vida, a ressureição de Cristo, e sua deidade, a missão eclesial da Igreja, entre outras coisas foram colocadas em dúvida. Os homens da Igreja começam a repetir as teorias e propagandas tipicamente comunistas em seus sermões e passam a fazer dos púlpitos o pátio sindical. A Igreja Romana — nas vertentes contaminadas pela ideologia esquerdista — deixara a salvação das almas de lado para propor a salvação política e social; não lhe interessava mais a união sensata entre boa vivência virtuosa no imanente em direção ao transcendente, agora, talvez, o transcendente sequer exista ou nem seja importante tal plano. A Igreja, contaminada pelas batalhas ideológicas, passou a fazer comícios em seus altares e manifestos em seus documentos; da caridade evangélica passou a praticar discursos de proletário vs burgueses.
Na escola, por fim, arguiu-se que o docente deveria descer de seu lugar hierárquico e criar uma relação de igualdade com os alunos, ao ponto que não haveria distinção fundamental do conhecimento científico do professor e o conhecimento “prático” do aluno; como se saber soltar pipa demandasse o mesmo trabalho mental e investigações laboratoriais que se pede a um biólogo ao analisar células ou a um filósofo ao discursar sobre o Ser. Deram aos estudantes o direito de aprender — mais ou menos — segundo as suas supremas vontades, afinal, afirmar que o aluno deve saber calcular e ainda por cima usar a crase é deveras perturbador para a mente sensível do homem moderno. O aluno não deve mais arcar com a sua incompetência e seus desleixos frente aos estudos e tarefas, afinal, quantos problemas psicológicos e sociológicos surgiriam após uma nota 3 em geometria, ou um 4 em história, não é mesmo? E com isso a “progressão continuada” apareceu como um método de misericórdia sacrossanta no meio pedagógico, ceifando dos alunos a oportunidade mais rica que um homem pode ter na escola: a de arcar com as consequências de seus maus atos e displicências, a oportunidade de ele ser responsável e dono do próprio destino.
A escola é o lugar perfeito para propagar suas ideias como dogmas; entre os três pilares citados acima, onde o Estado consegue agir de maneira mais arguta e livre. Dessa maneira a pedagogia passa a ser o campo de ação principal do marxismo; incutir o relativismo moral frente ao ensino judaico-cristão ocidental, denegrindo assim as suas bases pedagógicas — hierarquia, honradez, respeito, organização espacial e prática das virtudes morais —, passa a ser o carro chefe do esquerdismo. Não à toa o marxismo reina soberano nas universidades atualmente, a moral judaico-cristã simplesmente foi destruída nesse meio. Recomendo a leitura de Radicais na universidade, de Roger Kimball, para melhor aprofundamento.
Na escola, o relativismo moral adquire contornos nefastos para a criança e o adolescente, pois, é na escola onde eles aprenderão como devem agir num convívio social real e como as balizas morais e éticas são importantes para a convivência minimamente ordenada no cosmo comunitário. Como argumenta Eric Voegelin, sem uma estrutura moral que transcende a sociedade é inútil falar em ordem ou ética.
Pois bem, mas já que a moral é sempre relativa, como arrogam os desconstrucionistas, não se pode afirmar nada com certeza — pois a certeza é, per se, intolerante — resta aos jovens elevarem os seus egos ao status de vontade divina, tornando os seus desejos o modelo supremo do que é certo e errado: jovem locuta, causa finita est. Se não há um conjunto de regras exteriores que a nos ordenam num impulso natural ao que é certo em retração ao que é errado, então será a nossa vontade que deve reger o ambiente no qual vivemos, será nosso ego a lei, nosso ego o Direito natural, e os demais que se adequem. Absolutamente todos os ditadores eram regidos por essa mentalidade.
O jovem moderno tornou-se um deus, foi incutido nele a mais tenra mentalidade egocêntrica que existe: o aluno que não conhece substancialmente nada e se acha bom o suficiente para revolucionar a terra; o jovem que não sabe sequer usar vírgulas quer mudar a história humana. Ele é um deus num trono de papel machê.
O aluno torna-se um escravo modelável perante as retóricas do professor-catequista que lhe transfere um conhecimento militante inócuo baseado somente numa visão diminuta de mundo; ao mesmo tempo em que cria no aluno a sensação de onipotência, onde seus atos, ainda que violentos e criminosos encontram-se amparados pelos afagos ideológicos que os sustentam perante a opinião pública. Para o socialismo, é bom lembrar, o que importa é o fim a ser alcançado e não a validade ética dos meios utilizados. Prova disso é a professora Marcia Friggi que foi agredida com socos em Santa Catarina por um de seus alunos; ela abertamente defendeu a atitude da estudante Alana Gabrielle de Oliveira que, poucos dias antes da agressão sofrida por ela, havia jogado um ovo no deputado federal, Jair Bolsonaro; obviamente que a ovada é bem diferente de um soco, e que, guardando devidamente a proporcionalidade dos casos, a ovada também é um tipo agressão. Se fosse a professora Marcia Friggi a levar a ovada não teria sido uma agressão? Longe de mim defender o deputado Bolsonaro, minhas opiniões sobre ele, aliás, são bem desfavoráveis; no entanto, a coerência ainda é um bem a ser preservado diante de minha consciência individual. E, antes que acusações me sobrevenham, eu não considero Marcia Friggi a culpada, óbvio que não é. Eu a considero tão vítima quanto um jovem islâmico que foi coaptado por uma mentalidade religiosa e política que o embebedou numa ideologia extremista e ilusória. Marcia Friggi só defende tal aparato ideológico, pois um dia ela mesma foi uma aluna doutrinada no sistema que acima denuncio.
Sob essa pedagogia amorfa, os docentes incutem nos jovens os anseios revolucionários que constantemente se transformam em ações violentas e criminosas; entretanto, quando um aluno joga um livro no rosto da professora e depois lhe soca o supercílio, ele está justamente exercendo seu dever de revolta contra o status quo que representa o docente dentro da sala de aula. É a prática daquilo que lhe é ensinado, é o estágio para os Black Blocs ou o MST.
Ou seja, reclamar do aluno agressor, sob a perspectiva revolucionária, é uma hipocrisia latente dos socialistas. Ora, a revolução sempre supõe a quebra de leis e destruição de certas propriedades e paradigmas; o aluno, instigado pelo impulso imoral que lhe foi transmitido, atacou a sua professora perante os aplausos da plateia revolucionária. Não à toa dizem que a revolução devora seus filhos.
Como se lia nos manifestos dos “black blocs” em 2013: “não se fazem omeletes sem quebrar ovos”, aludindo que a revolução requer que coisas sejam quebradas, como as vidraças na Av. Paulista ou faces de docentes. Dirão, porém, que o ato do aluno não foi revolucionário, mas criminoso; aí eu pergunto: qual exatamente é a diferença dos atos revolucionários dos socialistas e os atos tradicionalmente criminosos?
É deplorável a situação de uma professora ter seu supercílio aberto por um aluno criminoso; mas numa análise mais crítica e sincera, devemos ser frios e realistas, isso é consequência imediata de anos e mais anos de ideias parvas que relativizaram princípios basais da sociedade. Diariamente disseram aos jovens que a moral ocidental é uma opressão e um meio de escravidão, mas depois que eles agem de maneira rude e criminosa irão condená-los por não possuírem justamente a consciência moral que lhes fora negada? Relativizaram tudo, desde o valor intrínseco da vida fetal, até as bases hierárquicas de uma escola; agora se espantam com a ética imbecil que nutriram décadas a fio nas mentes juvenis?
O problema da retirada da hierarquia do meio social é esse: quando se quer evocar a posição e respeitabilidade de uma pessoa ou profissão, quando se quer proclamar uma injustiça ou uma imoralidade na sociedade, essa reivindicação encontra os risos irônicos daqueles jovens que aprenderam que nada está acima deles, que eles não devem satisfação a ninguém. Criamos uma geração que aprendeu que não há limites para seus apetites, desejos e vontades; que não são eles que devem arcar com as consequências de seus atos. Internalizaram nesses jovens a justificativa de seus fracassos. Eles agem de maneira parva por mil motivos: ambiente degradado, opressão capitalista, mau tratamento familiar, uma bronca que ele tomou aos 4 anos e internalizou no inconsciente, uma nota tacanha que lhe frustrou profundamente na 2ª série, um sorvete que lhe foi negado aos cinco anos; enfim, tudo justifica os seus atos vadios, menos os seus caracteres vazios e transviados, menos as suas inépcias em assumir os seus erros de maneira honrada. Aliás, o que seria a “honra” senão uma expressão moral da burguesia?
Os intelectuais ensinaram aos jovens que seus crimes não são culpa deles, e sim da sociedade que assim os formaram. Agora essa mesma corja de “inteligentinhos” se espanta com as barbáries advindas de suas teorias. Quem planta mandioca não colhe morangos.
*Texto publicado em 26/08/2017 por https://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/relativismo-moral-nas-escolas-ensinam-aos-jovens-que-a-culpa-e-da-sociedade/
** O autor é filósofo formado pela Faculdade Dehoniana; escritor na coluna de política do Instituto Liberal de Minas Gerais; editor e escritor do Blog Do Contra; além de estudioso de filosofia política com ênfase em políticas totalitárias.
Apesar de o Brasil adotar a ideia de separação de poderes e de um estado político baseado no cooperativismo, na última década ficou visível o desequilíbrio dos poderes em suas funções típicas e atípicas. Como observador do fenômeno, compreendo que o problema decorre do parasitismo e ignorância do Poder Legislativo.
O parasitismo é verificado na extrema subserviência aos anseios e desejos de um Poder Executivo concentrador de prerrogativas, enquanto a ignorância surge do desconhecimento de sua importância institucional para a garantia do que chamamos de Estado Democrático de Direito.
Fenômeno que mais me preocupa é o hiper protagonismo do Poder Judiciário em todas as questões de estado ou de governo. Decide-se acerca de políticas públicas, obrigação de fazer do estado, revogação de leis com base em princípios de ocasião etc. O que se convencionou chamar de ativismo judicial, nada mais é do que o Judiciário tomando para si o exercício das funções típicas do Executivo e do Legislativo. Em suma, despreza-se a ideia da democracia representativa liberal para atuar como uma espécie de entidade da suprema sabedoria definitiva e inquestionável.
O desprezo pelas formas estabelecidas como estruturas fundamentais do estado, não passa de violação do Estado Democrático de Direito que se diz respeitar. Pior, é uma maneira de dizer que o fins justificam os meios.
O meu discurso está baseado na percepção do atual papel do STF. Diferentemente de outras Cortes Constitucionais ao redor do mundo, o nosso Supremo atua como Corte Constitucional e Corte de Recursos. Como se não bastasse essa função dupla e o próprio "ativismo", hoje o STF atua como uma espécie de Corte Judicial Legislativa, ou seja, transformou-se em uma espécie de concílio ou um órgão "extralegislativo" de aprovação ou não de uma lei.
Arrogar para si parte do processo legislativo de elaboração de normas, demonstra um aumento da burocracia brasileira e a geração da necessidade de governabilidade por meio do Poder Judiciário. Em outras palavras, reformas estruturais, abertura comercial, privatizações etc ficam submetidas ao desejo de 11 pessoas.
Não irei negar que o protagonismo da Corte Suprema é fortalecida pela mente ideológica dos seus ministros, porém, culpo todo desequilíbrio existente na ausência de regras firmes quanto a separação dos poderes, funções bem definidas de cada instituição democrática e sanções extremadas em casos cristalinos de deliberada violação de imperativos. Uma das maneiras de resolver tais problemas seria a refundação do estado brasileiro por meio de uma nova Constituição, contudo, falar nisso virou uma espécie de atestado de "golpismo", sendo que os acusadores nunca leram a "Carta do Atraso" que se chama Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Para respeitar a crença daqueles que transformaram essa Constituição em dogma sem lê-la, proponho o ataque via Emendas Constitucionais.
Novamente ressalto que a mentalidade dos ministros do Supremo é um dos fatores que contribuem para o desiquilibrio institucional. Para resolver isso, o novo Congresso e o próximo Presidente devem buscar a revogação da Emenda Constitucional 88 ou PEC da Begala. Para quem não sabe, a tal emenda estabeleceu a idade de 75 anos para aposentadoria compulsória no funcionalismo público. Tal revogação influiria no equilíbrio fiscal por acabar com 5 anos de despesas, porém, creio que o grande benefício estará na grande reformulação do STF e dos demais Tribunais. A toda evidência, também creio ser emergencial o estabelecimento de novos critérios de nomeação de membros do Judiciário e a criação de um sistema mais rígido de combate aos desvios de finalidade.
Em síntese, muita coisa deve mudar no Brasil e a euforia presente pode se dissipar caso não se tenha compreensão da estrutura complexa do estado brasileiro.
Recomendações Bibliográficas
* Por que o Brasil É Um País Atrasado? O que fazer para entrarmos de vez no século XXI de LUIZ PHILIPPE DE ORLEANS E BRAGANÇA - https://www.amazon.com.br/…/ref=cm_sw_r_cp_apa_DsD3BbADDREF8
** Pare de Acreditar no Governo - Por que os Brasileiros não Confiam nos Políticos e Amam o Estado de BRUNO GARSCHAGEN -https://www.amazon.com.br/…/ref=cm_sw_r_cp_apa_ypD3BbAJTVZVJ
Existem novidades e novidades. Logo no início do mês seguinte à eleição que teve desde pretendente preso até atentado à faca, o Brasil viveu um dia efetivamente histórico. Em 1º de novembro de 2018, pouco antes do meio dia, o juiz federal Sérgio Moro, titular da Operação Lava Jato junto à primeira instância, aceitou o convite formulado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
A pasta, que no início da República foi denominada Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça, depois passou a Ministério da Justiça e Negócios Interiores e finalmente ao Ministério da Justiça como hoje o conhecemos, teve como seu primeiro titular Rui Barbosa (1849-1923). Após o jurista baiano, outros nomes de envergadura do mundo jurídico como Amaro Cavalcanti, Carlos Maximiliano, Vicente Rao, Sampaio Dória, Seabra Fagundes, João Mangabeira, Paulo Brossard, Saulo Ramos, Alexandre de Moraes e Torquato Jardim ocuparam-na, alguns deles inclusive encerrando suas vidas ou carreiras no Supremo Tribunal Federal.
Passado o furor do anúncio e, a despeito de ataques viperinos, bordões politiqueiros, pálidas objeções e isso tudo sinalizando um vazio de ideias, há a crença geral de que Sérgio Moro não irá somente “preencher uma lacuna”, para invocar a fórmula vulgarizada, mas, sim, ascender ao exercício de novas e maiores atribuições.
Após vinte e dois anos de magistratura, cinco dos quais exercendo a titularidade da operação que ocupa os noticiários do país desde 2014, o magistrado especializado em crimes financeiros que tomou um avião de carreira como qualquer mortal e dispensou a segurança que faz jus para se encontrar com o futuro presidente da República, confirmou que passará a atuar no Executivo Federal.
Isso é uma mudança drástica? Sim, é. Afinal, um juiz não recebe formação e tampouco treinamento para atuar em funções orçamentárias, dar entrevistas coletivas constantemente ou despachar suas providências juntamente com parlamentares, para dizer aqui o básico das funções de um Ministro de Estado.
Entretanto, no caso do até então responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, existem particularidades que o credenciam para aquelas tarefas: tem formação jurídica sedimentada, faz meia década que chefia uma operação que já ultrapassou 50 etapas, as decisões que proferiu ao longo desse tempo afastaram, de fato e de direito, a sensação generalizada de impunidade, e o que é mais importante: hoje é a pessoa que mais (e melhor) conhece a engrenagem da corrupção que assola o país.
É por conta disso que o sinal verde de Sérgio Moro ao país e não apenas ao presidente eleito Jair Bolsonaro, significa um fato auspicioso.
* Advogado e professor de Direito Eleitoral