Percival Puggina

13/02/2010
Você sabia, leitor, que há quem tenha como objetivo de vida lutar pela retirada dos símbolos religiosos em espaços públicos? O sujeito acorda pensando nisso, passa o dia pensando nisso e vai dormir pensando nisso. Cria uma ONG, escreve teses, faz reuniões, cata adesões para abaixo-assinados, requer providências em juízo. E só conversa sobre isso. De tanto encher a paciência alheia com sua bronca pessoal contra Jesus crucificado, ele se torna conhecido como o ?chato dos crucifixos?. Lá vem o ?chato dos crucifixos!?. E todo mundo se afasta, como se visse um vampiro. Vampiro, crucifixo, sacou? Dizem as más línguas que a segunda bronca do chato dos crucifixos é sol e a terceira é réstia de alho. Pois não é que a tese do ?chato dos crucifixos? acabou incorporada ao famigerado Programa Nacional de Direitos Humanos? É assim que as coisas acontecem, segundo a técnica do Joãozinho das anedotas. Você conhece a história: ?Como é o nome desse guri que está te assediando, minha filha? Joãozinho? Se for o Joãozinho, não tem jeito, relaxa e tal...?. É assim que eles fazem. Ninguém aceita a cantada deles, mas eles vão tentando impor-se por todos os modos. E se a coisa não vai, estupram. Agora a tese reaparece no pacotão de perversões que é o PNDH-3. Vem com a força do presidente e das três dezenas de ministros que, em ato festivo, assinaram o decreto se comprometendo, entre inúmeras insanidades ideológicas, a acabar com as expressões públicas da religiosidade popular, com nossas raízes cristãs, com a nossa história e com a nossa cultura. É aquele mesmo conceito de justiça dos estabanados da lógica, que ora querem tratar desigualmente os desiguais, ora querem tratar igualmente os desiguais, tudo dependendo de suas preferências. É uma justiça feita como quem compra um par de meias. Não vão levar! Aliás, quem sonha com fechar o Congresso Nacional tem no PNDH-3 boa razão para reaprender a importância da instituição parlamentar. Desmoralizado por esforço próprio, corroído pela perversão do modelo institucional, desqualificado pelo desinteresse dos estadistas, valendo-se, para salvaguardar o bem nacional, de um número cada vez mais reduzido de bons políticos, o parlamento ainda é a tranca para os que pretendem enfiar o pé na porta da democracia e destruir os verdadeiros valores. Essa estupidez em relação aos símbolos religiosos não passa nem nesse Congresso que aí está. É indispensável compreender a exata dimensão de todas as perversões incluídas no PNDH-3. Sabem por quê? Porque a mentalidade que ali está explicitada é a que hoje dirige a política nacional. Há freios aqui e trancas ali, mas aquela antologia de absurdos é o pensamento dos que nos governam e querem continuar nos governando. Este artigo trata de apenas um, mas a lista é imensa. E, de uma forma ou de outra, essas perversões vão afetando a vida social. Gravemente. Querem um exemplo gritante? Para satisfazer o ateísmo instalado nos altos escalões da República, deveriam ser retirados todos os símbolos religiosos dos espaços públicos. Do Cristo Redentor às placas da Rua São José, em Piracuruca do Piauí. Absurdo? Mas é a cabeça de um governo que gostaria de acabar com as procissões de Corpus Christi, porque ocupam a via pública, enquanto vem estimulando e financiando pelo país afora, com fartos recursos federais, a realização de paradas de orgulho gay. Olha o que vai na cabeça desse governo com 80% de aprovação! _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Percival Puggina

10/02/2010
FRASE DO DIA UM POOL DE EX-TERRORISTAS ELABORANDO NORMAS SOBRE DIREITOS HUMANOS EQUIVALE A UM POOL DE PEDÓFILOS REVISANDO O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

Percival Puggina

05/02/2010
Em recente artigo publicado por Zero Hora sob o título ?Que mundo é este??, o presidente da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul questiona as consequências da lei que proibiu a construção de novos hospitais psiquiátricos no Estado. Como resultado dessas políticas, que remontam aos anos 90, cerca de 10% dos moradores de rua, hoje, são doentes mentais. Esses infelizes, quando não acabam nas prisões, vivem sob o risco de moléstias como hepatite C, tuberculose e AIDS. Sabem o que gerou essa situação desumana? Uma equivocada política de direitos humanos. Não bastassem os milhares de fetos desentranhados aos pedaços e jogados nas lixeiras (se fossem de macaco-guariba, a prática seria considerada um escândalo!), não passa um dia sem que alguém venha a público propor a liberação do aborto. Sabem o que gera essa pretensão profundamente desumana? Uma idéia desajuizada sobre direitos humanos, à qual a Dra. Zilda Arns se opunha com firmeza. O governo gaúcho está empenhado em enorme ampliação das vagas prisionais, envolvendo novos padrões construtivos e a atração de investimentos privados (muito embora os autodenominados defensores dos direitos humanos sejam contra). Mas é fato: a situação ficou caótica. Amontoam-se presos em depósitos. Pois bem, qualquer pessoa com meio grama de juízo, mesmo na ausência de qualquer restrição moral, olhando imagens do Presídio Central, trata de se manter dentro da lei e fora daquelas grades. Os bandidos, contudo, parecem não dar bola para isso e avançam ferozmente sobre os direitos humanos dos cidadãos de bem. E há magistrados, então, que mandam soltar presos, liberando-os para o crime, em vista da ?desumana situação dos estabelecimentos penais?. Tudo por quê? Por causa de uma equivocada visão sobre direitos humanos. Agora, o PNDH-3 (aquele calhamaço no qual o que é bom não é novo e o que é novo não é bom) quer impor ao proprietário invadido e esbulhado a desumana obrigação de sentar junto com seus agressores para um conselho de mediação. Em nome do quê? Dos direitos humanos? Ora, por favor! Amanhã, estaremos fraternizando, em ?mediações?, o assaltante e o assaltado, o estuprador e a estuprada, a viúva e o assassino do marido. Direitos humanos? Balela! Pura maluquice esquerdista. Para concluir, uma das jóias do PNDH-3: a tal Comissão Nacional da Verdade. Proponho duas questões: 1ª) estaria ela, mesmo, interessada na verdade, só na verdade e em nada mais do que na verdade? 2ª) estaria ela, mesmo, preocupada com Direitos Humanos? Apenas alguém ingênuo crerá que a esquerda se interesse em ?verdade? diferente das lorotas que recheiam os livros e filmes que produziu. Idealistas, lutando pela democracia e pela liberdade? Quem, cara pálida? Esses que ainda hoje, tanto quanto ontem, se emocionam diante de Fidel? Que lutavam pelo totalitarismo comunista e sonhavam com o paredón e com o massacre da ?burguesia?? Desse moinho dos fatos não espere um farelo de verdade. Dele não virá, tampouco, algo que sirva aos direitos humanos. Direitos humanos, leitor, inspiraram a anistia (que eles efetivamente não querem revogar porque, revogada, encarceraria boa parte do governo Lula). Escarafunchar no lixo da história desserve aos direitos humanos! Ou alguém dirá que exibir terroristas e torturadores, bandidos e vítimas, estabelecer um duelo de ressentimentos, desejos de vingança e insuflar malquerenças, serve melhor à promoção dos direitos humanos e à boa política do que a pacificação nacional e o perdão? _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Érico Valduga

05/02/2010
EMENDA FICOU PIOR DO QUE O SONETO Onde iriam parar os quase R$ 4 bilhões do sobre-preço dos caças franceses, no negócio que privilegia o modelo de avião desqualificado pela FAB? Vocês estão lembrados de que previmos aqui que a intenção do presidente Lula de comprar os caças franceses somente teria chance de prosperar se obtido um desconto no preço. O chefe do Executivo imperial brasileiro pode tudo, mas certamente não lhe interessa afrontar a opinião pública em ano eleitoral. E ela seria afrontada se fossem pagos os US$ 8,2 bilhões pedidos pelos 36 Rafale, ante US$ 4,5 bilhões dos suecos Gripen NG e US$ 5,7 bilhões dos norte-americanos F-18 Super Hornet. Pois saiu o desconto, informa a Folha de S.Paulo, de US$ 2 bilhões, quase um quarto a menos do que o valor inicial. Na nossa moeda, caiu de R$ 15.1 bilhões para R$ 11.4 bilhões, mas continua maior do que os dos concorrentes, em especial dos suecos, que, destaque-se, foram os escolhidos pela avaliação técnica da Comissão Coordenadora do Programa Aeronaves de Combate, da FAB. Cabe uma pergunta, ao menos: que confiança se pode ter no produto e no seu fabricante, que reduz o preço em quase 25%, sem que tenham sido alteradas cláusulas técnicas do negócio? O desconto beira o escândalo, tanto quanto o valor inicial, que, constata-se agora, continha um sobre-preço de cerca de R$ 4 bilhões, quantia suficiente para adquirir 12 milhões de computadores para as escolas brasileiras. Se a lebre não tivesse sido levantada pela Força Aérea e pela imprensa, onde iria parar o dinheiro da diferença, admitindo-se que o montante de agora corresponda a custos reais e lucro razoável? Na conta bancária da Dassault Aviation, vai ver. Talvez o Congresso leve isto em conta quando for aprovar a dotação dos recursos para o pagamento dos aviões ? franceses, é óbvio, por decisão singular do Nosso Líder.

Cesar Maia

02/02/2010
PESQUISA (25-29/01) SENSUS (do ex-blog do Cesar Maia) 1. Base da pesquisa Sensus. Norte 7,8% Centro-Oeste 7,2% Nordeste 28% S. Paulo 21,7% MG+RJ+ES 20,7% SUL 14,6% 2. Transferência ou Síndrome de Bachelet. Quando se avalia Lula, apenas 5,8% dizem que seu governo é Ruim+Péssimo. Mas quando a pergunta é se poderiam votar em candidato de Lula, 16% dizem que não votariam de jeito nenhum. Essa é a rejeição verdadeira a Lula. 27,4% disseram que depende do candidato. 31,6% dizem que podem votar. Mas só 20,1% afirmam que votariam em qualquer candidato apoiado por Lula. 3. Para 37,8% os Serviços Públicos executados pelo Governo são Ruim+Péssimos (46,3% no Sudeste). Só 16% acham ótimo+bom. Para 54,9% os impostos são muito altos. Para 69,4% a Corrupção está aumentando. 4. Principais problemas: Violência+Drogas 44,1% Desemprego+Falta de oportunidade de trabalho: 27%. Todos os demais somados 28,9%, sendo que o maior desta lista tem 6%. No Sudeste, 37,1% dizem que sua cidade é violenta ou muito violenta. No Nordeste, 30%. 5. 82,5% não pertencem a nenhuma associação, sindicato ou partido. Só 2,7% dizem pertencer a partido, número muito diferente das pesquisas que perguntam por simpatias ou preferências partidárias. São 40,3% os que dizem ter computador em casa. 6. Serra 40,7%. Dilma 28,5%. Marina 9,5%. Serra vence no primeiro turno. Dilma vence no Nordeste com 40,2% a 34,6% de Serra. No Sul, Serra tem 49,5% contra 23,7% de Dilma. Marina 6,1% e 8,6% respectivamente. Na área Rural Serra cai da média de 40,7% para 36,2%. Dilma cresce de 28,5% para 35,9%. Dilma cai entre as Mulheres para 24,8%. (32,4% entre os Homens). Entre os Homens Serra não ganha no primeiro turno. / Eleições. Sensus não confirmou DataFolha: Dilma tem entre os de maior nível de instrução e renda menos que sua média de intenções de voto. 7. Num segundo turno Serra teria 44% e Dilma 37,1%. Serra avança 3,3 pontos e Dilma 8,6 pontos. Ou seja: 72% das intenções de voto de Marina vão para Dilma e 28% para Serra. 31,3% não têm interesse nenhum nas eleições presidenciais. 25,5% têm muito interesse.

Adrian Rogers

01/02/2010
VERDADE ETERNA É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a. Adrian Rogers, 1931

Percival Puggina

31/01/2010
A foto dos magistrados da Associação dos Juízes pela Democracia homenageando João Pedro Stedile me fez ir ao site da entidade. Ali, fiquei sabendo que a douta organização reúne ?magistrados comprometidos com o resgate da cidadania do juiz, por meio de uma participação transformadora na sociedade, blá, blá, blá?. Pus-me a pensar. O que seria o tal ?resgate da cidadania do juiz?? Como se caracteriza a síndrome dos magistrados não cidadãos? Os meritíssimos queimam o passaporte e o título eleitoral? Desinteressam-se dos temas nacionais? Não creio. Examinada a foto e o site, percebi que ?resgate da cidadania? quer dizer militância política numa perspectiva marxista e totalitária. Apenas mediante essa interpretação se torna compreensível que magistrados brindem Stedile com uma estampa de D. Quixote enfrentando moinhos de vento. O homenageado, é bom lembrar, desatende convocações para audiências em juízo, está empenhado em promover uma revolução através do campo e chama o MST de ?nosso exército?. Sua organização invade propriedades, destrói tudo que encontra e rasga ordens judiciais. E os magistrados da AJD abrem sorrisos e batem palmas! Saem para o jogo político fora dos parâmetros do Estado democrático de direito. Transformam-se em Sanchos Pança desse ?D. Quixote? que, no famoso discurso de Canguçu, afirmou: ?A luta camponesa abriga hoje 23 milhões de pessoas. Do outro lado há 27 mil fazendeiros. Será que mil perdem para um? O que falta é nos unirmos. Não vamos dormir até acabarmos com eles?. Suas excelências devem achar que somos Rocinantes. Mas eu denunciarei, enquanto me obedecerem os dedos para escrever e a voz para falar, que eles são regiamente remunerados pela sociedade, com todas as prerrogativas vitalícias da função, para, entre outras coisas, não se meterem em política (nem em revoluções). Sabem por quê? Porque o poder dos juízes, no conjunto dos poderes de Estado, é o único que não nasce do voto popular, ora essa! Será preciso explicá-lo melhor a tais doutores? Vamos lá: em qualquer democracia, menos nessa, falsificada, que enfeita o nome da AJD, quem quiser fazer política, entra num jogo onde o exercício do poder depende do voto popular, seja na pessoa, seja no partido a que adere. E fazer política, tentar impor ou promover convicções ideológicas pessoais no exercício da função jurisdicional, sem voto, sem unção popular, de modo vitalício, é prepotência, é abuso de poder, é totalitarismo. E é desonesto. Quando o exército do D. Quixote da AJD ataca uma propriedade, não é apenas o constitucional direito a essa propriedade que resulta agredido. Bastaria a agressão para expor os invasores à ação da justiça. No entanto, junto com a propriedade, vários princípios de direito e garantias constitucionais são atropelados quando derrubam uma porteira. Ei-los, um a um, para que suas excelências relembrem da Faculdade: 1º) a inviolabilidade e a segurança dos direitos adquiridos; 2º) a intimidade da vida privada; 3º) o domicílio (?asilo inviolável da pessoa?); 4º) a liberdade de ir e vir; 5º) o princípio da legalidade; 6º) o princípio do devido processo; 7º) a proibição do uso de armas em quaisquer reuniões; 8º) a proibição de associação para fins ilícitos. Por fim, duas questões. Primeira: que Estado de Direito pretendem aqueles que aplaudem a ruptura com o devido processo? Segunda: que democracia é essa pretendida pelos que se lixam para a vontade social, apoiando invasões que têm maciça rejeição da opinião pública? O nome vulgar dessa ?democracia? é totalitarismo. ZERO HORA, 31 de janeiro de 2010

Percival Puggina

30/01/2010
Sepúlveda Pertence, ministro aposentado do STF, foi escolhido a dedo pela revista Carta Maior para uma entrevista sobre o PNDH-3. A matéria resultou numa longa dissertação, na qual, entre outras coisas, ele afirma que os críticos ao programa têm o ?propósito, mal dissimulado, de fazer, da objeção global ao plano, uma bandeira da campanha eleitoral que se avizinha?. Bem assim, entre aspas, como convém, e postas as vírgulas que faltavam no original. Perceberam a malícia? O presidente da República, seguido por quase 30 ministros, em ano eleitoral e em plena campanha que ele mesmo antecipou o quanto pode, assina um calhamaço recheado de proposições totalitárias. E o aposentado ministro é buscado por uma revista lambe-mocassins do governo para afirmar que há um propósito oposicionista, mal dissimulado, de trazer o assunto para a campanha eleitoral! Queria o quê? Que a campanha escamoteasse essa pauta? Falasse de Pré-Sal? Bolsa Família? Quem sabe de temas ainda mais leves, como torta de merengue, concurso de pandorga, travesseiro de pena? A desonestidade intelectual do entrevistado fica ainda mais evidente quando se atenta para o uso da expressão ?propósito mal dissimulado?, que aparece ali para insinuar, de modo bem velhaco, que a oposição estaria sendo movida por intenção sórdida, impudica. Eu sei, eu sei. Minha mulher já me disse que não posso permitir que essas coisas me irritem. Paro, conto até dez, faço respirações abdominais, caminho do gabinete até a sala e volto. Pronto, passou. Quando eu falo no totalitarismo do PNDH-3, é disso que falo. Sepúlveda deixou claro a quem pertence. Ele acha o Programa o máximo. Ele se escandaliza com os que se escandalizam lendo o programa. E considera abusivo que se aborde em eleições presidenciais temas como anistia, direito de propriedade, liberdade de imprensa, autonomia do judiciário, e aquilo que os norte-americanos denominam traditional values, que envolve coisas irrelevantes como família, religiosidade, direito à vida desde a concepção, e assim por diante. Como se vê, o comportamento da esquerda não democrática se encaixa na situação descrita pelo poeta dissidente russo Ievgeni Yevtushenko no poema Medo: ?O povo foi domado aos poucos, e tudo foi lacrado. Ensinado a gritar quando devia estar silente, quieto ficou quando deveria esbravejar?. Não é o meu caso. Por isso, bem ao contrário do aposentado ministro, eu critico o silêncio de alguns que deveriam estar gritando e a tolerância de outros que se dão por satisfeitos com mínimos retoques cosméticos aplicados na fisionomia desse monstrengo que é o PNDH-3. Por exemplo? O governo decreta, nele, seu compromisso de ?apoiar a aprovação do projeto de lei que legaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos?. Protestaram os pró-vida. E o governo prometeu colocar um ponto logo depois da palavra aborto (que é a única que realmente importa nessa específica questão). Retira-se o adjetivo, preserva-se o substantivo e faz-se silêncio na CNBB? Alô? Não ouço mais nada. Outro exemplo? Há no decreto um preceito que institui a tal Comissão Nacional da Verdade, atribuindo-lhe a tarefa de ?examinar as violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política...?. A indignação dos comandantes militares e do ministro da Defesa passou rapidamente quando o governo anunciou que retiraria a expressão ?repressão política?. Será esse o único problema do malsinado preceito, que já está desmanchando, a pontapés da esquerda totalitária, a laboriosa e valiosa construção política do perdão recíproco expresso na Lei da Anistia? O governo pode rasgar e reduzir a confete o famigerado PNDH-3, com suas muitas formas de submeter as liberdades públicas e os reais direitos humanos ao tacão ideológico da esquerda totalitária. Mas mesmo que o governo faça isso para fugir do debate que criou, o PNDH-3 persistirá como tema da campanha eleitoral porque as ideias podiam estar no papel, mas as ideias não são do papel. Elas são das pessoas que infelizmente dirigem o país e a oposição tem o dever de persistir no debate. _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Ipojuca Pontes

26/01/2010
O FRACASSO DO FILME DE LULA Produto estrategicamente amparado pelo aval do Palácio do Planalto e embalado para ser visto por 20 milhões de espectadores pagantes, ?Lula, o Filho do Brasil?, o mais caro filme produzido até hoje no país (algo em torno de R$ 40 milhões, incluindo farta publicidade, confecção de 430 cópias e outras despesas) - fracassou miseravelmente. Ao tomar conhecimento do fato Lula ficou ?desapontado?, pois contava com o êxito do filme para arrebanhar votos e eleger Dilma Rousseff - ex-terrorista e assaltante de banco - à presidência da República. Em São Paulo, principal mercado exibidor do país, o filme de Lula conseguiu pouco mais de 100 mil espectadores na sua segunda semana de exibição. (Para se ter idéia do desastre, em apenas três dias o desenho animado ?Alvim e os Esquilos?, produção de segunda linha americana, superou a casa dos 640 mil ingressos vendidos). E na sua terceira semana de exibição, em circuito nacional, a frequência media do filme, que já era baixa, caiu 70%, consolidando a derrocada. Fui ver o filme de Lula numa sala da Zona Sul do Rio, na última sessão de uma sexta-feira, horário considerado nobre para o mercado exibidor. Sua platéia, constituída por 17 incautos, mostrava-se entediada, em que pese o som áspero de uma trilha sonora sobrecarregada ? em cinema, curiosamente, um fator decisivo para se anular a atenção do público. Antes do letreiro ?Fim?, uns cinco espectadores, mais hostis, simplesmente abandonaram a sala de projeção, entre apupos e imprecações.(...) Mas a razão primeira pela qual o filme de Lula fracassa é porque ele navega, do início ao fim, nas águas turvas da mentira. Basicamente tudo que nele é exposto - desde os episódios da infância carente narrados em tom autocomplacente pelo ex-operário à ?companheira? Denise Paraná (paga pela Fundação Perseu Abramo, instituição petista) até os relatos da sua ascendência na vida sindical - traz o selo da invencionice dissimulada e o desejo manifesto de se fabricar a imagem do herói predestinado que se fez presidente.(...) (Leia todo o artigo do cineasta Ipojuca Ponte em www.midiasemmascara.org)