Percival Puggina

30/11/2008
Drummond, numa de suas mais conhecidas poesias, descreve a terr?l situa? do personagem Jos?Conta o poeta que Jos?est?em discurso, j??pode beber, j??pode fumar, cuspir j??pode, a noite esfriou, o dia n?veio, o bonde n?veio, n?veio a utopia e tudo acabou”. Estaria Jos?pto a enfrentar tantas dificuldades? E agora, Jos?Pois essa ? pergunta que me ocorre formular ao nosso presidente nas atuais circunst?ias da economia mundial. E agora, Lula? Sob o ponto de vista pol?co, o filho de Garanhuns se revelou extremamente h?l para escapar, no primeiro mandato, ao sorvedouro moral em que naufragaram quantos estavam ?ua volta. Foi h?l para transformar em vantagem, na comunica? social, seu d?cit escolar e a conseq?e incompatibilidade que mant?com a gram?ca. Foi h?l a ponto de conservar a imagem de oper?o mesmo quando regurgita as bem-aventuran? de que o luxo e a riqueza abastecem os poderosos. Foi h?l para carrear a seu cr?to todos os b? decorrentes de medidas que o PT transformara em ? para seu antecessor. Foi h?l para extrair enormes dividendos pol?cos do fato de o pa?haver experimentado, em seu governo, consecutivamente, os seis melhores anos da nossa hist? republicana. Contou com c?de brigadeiro, mar de almirante e um bom dinheiro para servir aos pobres do pa?e do mundo. Em resumo, foi h?l para criar problemas aos advers?os, sair-se dos pr?os problemas e abra?-se ?facilidades com as quais se defrontou. No entanto, pela primeira vez, fez-se noite em pleno dia e (como ?ito numa frase que me enviaram) at? luz do fim do t? foi temporariamente desligada. Coriscos cortam os c?, e o mar, revolto, recomenda o resguardo dos portos. Vai faltar emprego, vai faltar dinheiro. O trem da alegria que percorria o pa?distribuindo favores federais com verbas estaduais e municipais periga ficar retido num desmoronamento em Santa Catarina. Seria tudo de bom se o cen?o se mantivesse como esteve ao longo destes ?mos seis anos. O pa?continuaria crescendo em ritmo satisfat?, haveria mais emprego, mais renda e se reduziriam as press?sociais. Mas... e agora, Lula? Agora passamos a precisar, realmente, de um estadista. De algu?com discernimento necess?o para o sim e para o n? para trocar popularidade por seriedade, para assumir ? sem b?, para inspirar confian?e n?apenas simpatia, para pensar primeiro no Brasil e depois, bem depois, nas elei?s de 2010 e nas geopol?cas do Foro de S?Paulo. A utopia, sabemos, j?oi para o saco h?uito tempo. Mas e se a noite esfriar? E se o dia n?vier? N?perguntem ao Drummond, que j?orreu. Voc?abe, n?sabe?

Folha Online

30/11/2008
O presidente da Venezuela, Hugo Ch?z, autorizou neste domingo o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) a impulsionar uma emenda constitucional relativa ?eelei? e disse estar pronto para governar at?021. Autorizo o PSUV e o povo venezuelano para que iniciem o debate e as a?s relacionadas ?menda constitucional e ?eelei? presidencial, estando certo de que agora sim, vamos conseguir, disse Ch?z durante a cerim? de juramento do prefeito eleito do munic?o Libertador de Caracas, o governista Jorge Rodr?ez. Estou pronto, se Deus quiser me dar sa? a estar com voc?at?019, ou at?021, afirmou o presidente que hoje amea? expulsar o c?l da Col?a em Maracaibo (oeste de Caracas), Carlos Galvis, que teria feito coment?os sobre os recentes resultados eleitorais venezuelanos em um telefonema gravado. Nas elei?s regionais, o partido liderado por Ch?z conseguiu a maioria dos Estados, apesar de perder em regi?consideradas importantes economicamente. Depois dos resultados, Ch?z retomou o discurso sobre a realiza? de um novo referendo que modifique a Constitui? e permita a reelei? ilimitada. No referendo do ano passado, Ch?z n?conseguiu obter aprova? da popula? para a perman?ia no poder. Segundo analistas ouvidos pela Folha Online, ainda ?edo para determinar o futuro do presidente venezuelano, por? a oposi? j?emonstra sinais de crescimento, tendo conseguido nas ?mas elei?s seis Estados, o triplo em rela? ?elei?s anteriores.

Gustavo Puggina

30/11/2008
O ded?? prepot?ia, o mais forte. O fura-bolo ? da Ignor?ia, s? furo mesmo. O do meio ? que ele faz com o povo. O seu vizinho ? dos empregos pros vizinhos, esse sobra deve ter uns 50000 seus vizinhos. O mindinho ? da ?ca, honestidade, o da verdade. Que mindinho? N?t?

Agência AFP

28/11/2008
Cinco trilh?de d?es foram perdidos por causa da crise financeira global, afirmou nesta quinta-feira o presidente e fundador do Foro Mundial de Davos, Klaus Schwab, que tamb?anunciou uma participa? recorde de l?res mundiais no pr?o encontro, em janeiro. O Foro chegou a prever a crise no sistema financeiro em seu relat? anual de riscos, divulgado no in?o do ano. N?sou dramaticamente pessimista quanto o futuro, apenas realisticamente pessimista, declarou o economista su? ?FP, e acrescentou que a pior crise financeira desde a Grande Depress?dos anos 30 far?om que a 39ª edi? do Foro de Davos seja a mais importante de sua hist? e ter?ma grande participa?. Schwab assinalou que ao encontro de cinco dias assistir?mais de 160 l?res pol?cos assim como 1.200 chefes empresariais, sociais e sindicais. A lista completa e confirmada de participantes ser?ivulgada em janeiro. No dia 28 o encontro ter?n?o com um discurso do primeiro-ministro russo Vladimir Putin.

Maria Lucia Victor Barbosa

28/11/2008
Enquanto diminui o PIB e o consumo norte-americanos, e pa?s de economia forte entram em recess? o presidente Luiz In?o e sua poss?l sucessora para 2010, Dilma Rousseff (Casa Civil), insistem no fato de que o Brasil n?ser??afetado pela crise mundial, que nossas institui?s s?fortes, que aqui enfrentamos apenas uma “marolinha”, uma “gripezinha”. No af?e contornar a quest?econ?a com a po? m?ca da pol?ca, o governo lan??ma campanha visando estimular o consumo para tentar manter a produ?. Para tanto, a propaganda governamental ter?m slogan que afaga o ego nacional com pinceladas de auto-estima: “O mundo confia no Brasil e o Brasil confia nos Brasileiros”. A ordem ?onsumir e o governo promete que o cr?to continuar??l e abundante, mas n?s?mencionados os altos juros e os impostos escorchantes. Do alto de prest?o o presidente da Rep?ca recomenda que seus filhos amados n?deixem de comprar “sua casinha, seu carrinho, seu primeiro suti? Luiz In?o se coloca outra vez como animador de audit? e brada aos quatro ventos do palanque eletr?o da TV: “Quem quer dinheiro?” Sem medo e felizes, os topa-tudo sem dinheiro acorrem ?lojas em busca de um esplendoroso Natal. N?interessa a inadimpl?ia. N?importa se depois chegar?aneiro com impostos e aumentos, inclusive, da escola dos filhos. A ordem do dia ?astar, comprar o m?mo de suti?que se puder. H?e se convir, entretanto, que a ret?a de Luiz In?o, suas arengas que procuram atritar ricos e pobres, negros e brancos, suas met?ras futebol?icas, sua imagem cuidadosamente trabalhada no modelo pobre oper?o, seus ataques ??ua p?ia, seu cont?o festival de besteiras chamadas eufemisticamente de gafes, nada disso, enfim, ?spont?o ou aleat?, mas faz parte da propaganda que sempre intensificou o culto da personalidade. Um culto diga-se a bem da verdade, que vem ao encontro da mentalidade de um povo sequioso por um salvador da p?ia e que por forma? hist?a gosta de ser tutelado pelo pai Estado. Mais ainda, o sinal verde para a gastan?est?e acordo com a ?ole do brasileiro que, de modo majorit?o, nunca foi muito de planejar suas finan?, mesmo porque, parece sentir prazer em gastar mais do que pode, de se endividar, na medida em nosso pa?os endividados t?vantagens muito maiores em suas negocia?s do que aqueles que corretamente pagam em dia. Certamente, por contas dessas caracter?icas, um homem que fazia compras na Rua 25 de Mar?respondeu ao jornalista que lhe perguntava sobre a crise: “crise, que crise?”. Dir?alguns que o governo est?o caminho certo porque tamb?os Estados Unidos apontam para o aumento de cr?to, incentivo ao consumo e ao emprego, diminui? de impostos. Existem, por? algumas abissais diferen? entre o governo norte-americano e o nosso. Para come?, aquele n??erdul?o. E enquanto nos Estados Unidos se paga 8% de juros ao ano no cart?de cr?to, nosso cheque especial alcan?170% de juros anuais. No mais, se o governo pensa em abaixar impostos, logo esse governo sedento por arrecada?s cada vez maiores, no momento a id? n?passa uma boa inten? ou de um fact? bem pol?co. Melhor ficar como S?Tom? ver para crer. Atente-se tamb?para o fato de as informa?s dos jornais n?s?t?r?s quanto as “boas not?as” que aparecem nas TVs ou nas palavras do presidente e de seus auxiliares. Em cadernos de economia dos principais jornais do pa?se pode ler, entre v?as outras an?ses e not?as, que nossa balan?comercial em n?os de novembro j?eflete a desacelera? do ritmo do com?io mundial, principalmente no que diz respeito ?exporta?s que ca?m 21%. Acrescente-se que de julho ?rimeira quinzena de novembro os pre? das principais mat?as-primas desabaram, em m?a, 42%, em d?, segundo o ?ice CRB Reuters/Jefferies, sendo que as mat?as-primas respondem por 65% das exporta?s. Al?do mais, a recess?nos pa?s mais ricos est?rovocando o cancelamento das exportadoras brasileiras. Esses fatores limitam o interesse por novos investimentos e afeta as contas externas. A desacelera? da economia mundial ainda n?foi sentida plenamente no Brasil e o povo continuar? gastar e a perguntar: “Que crise? O governo aposta nas bolsas-esmola e no aumento do sal?o m?mo, mas a classe m?a j?ome?a sentir o baque. A inadimpl?ia aumentou, o comprometimento da renda subiu de 34% em setembro a 36% em outubro e com isto o calote. Sem medo de ser feliz Luiz In?o vai surfando na “marolinha”, enquanto montadoras e empresas come? a dar f?as coletivas e demitir. Ind?ia, agricultura, com?io, constru? civil e at? governo sabem que em 2009 n?haver?penas uma “gripezinha”. Portanto, ?reciso certa cautela nossa, os topa-tudo sem dinheiro, na hora de comprar suti? Afinal, tudo indica que acabou o tempo em que se comprava nessa vida e se terminava de pagar em outras encarna?s. * Soci?a.

Olavo de Carvalho

28/11/2008
Em 1939, Eric Voegelin observava que as condi?s essenciais para a democracia, tal como haviam sido concebidas no s?lo XVIII, j??existiam mais. De um lado, a economia e a administra? p?ca tinham se tornado t?complexas que o cidad?comum j??preenchia as condi?s m?mas para formar uma opini?racional a respeito: sua raz?reflu? para o c?ulo estreito das atividades profissionais e familiares, deixando suas escolhas pol?cas ?erc?e apegos emocionais, desejos pueris, sonhos e fantasias que o tornavam presa f?l da propaganda totalit?a. De outro lado, as novas classes surgidas na sociedade moderna – o proletariado urbano, o baixo funcionalismo p?co, os empregados de escrit? – eram bem diferentes dos pequenos propriet?os que criaram a democracia iluminista: eram exemplares do “homem massa” de Ortega y Gasset, menos inclinados ?usca da independ?ia pessoal do que a confiar-se cegamente ??ca do planejamento estatal e da disciplina coletiva. Tudo, no mundo, convidava ao totalitarismo. Passados setenta anos, a composi? da sociedade tornou-se ainda mais vulner?l ?anipula? totalit?a. O advento de massas imensas de subempregados, dependentes em tudo da prote? estatal, somada ?estrui? da intelectualidade superior por meio da transforma? global das universidades em centros de propaganda revolucion?a, reduziu praticamente o eleitorado inteiro ?ondi? de massa de manobra. As conseq?ias disso para a democracia foram devastadoras: 1. A quase totalidade dos eleitores j?em tem id? do que possa ter sido a independ?ia pessoal, e aqueles que ainda sabem algo a respeito est?cada vez mais dispostos a abdicar dela em troca da prote? governamental, de benef?os previdenci?os, etc. 2. A defesa das liberdades p?cas e privadas tornou-se irrelevante. A m?ica do “planejamento” apossou-se de todas as conci?ias ao ponto de que o que resta de debate p?co ser hoje nada mais que o confronto entre diferentes – e em geral n?muito diferentes -- planos m?cos. 3. A possibilidade mesma de iniciativas sociais independentes foi praticamente eliminada, na medida em que a regulamenta? das ONGs as transformou em extens?da administra? estatal e em instrumentos de manipula? das massas pela elite iluminada e bilion?a. 4. A “liberdade de opini? tornou-se apenas a liberdade de aderir a distintos ou indistintos discursos de propaganda pr?oldados. O exame racional da situa? tornou-se virtualmente incompreens?l, sendo marginalizado ou absorvido, malgr?ui, em algum dos discursos de propaganda existentes. 5. A implanta? de pol?cas de controle totalit?o – da economia, da cultura, da religi? da moral, da vida privada – mostrou-se plenamente compat?l com a subsist?ia do processo eleitoral formal, hoje tido como suficiente para conferir a uma na? o t?lo de “democracia”. Com esse nome ou o de “democracia de massas”, a ditadura por meios democr?cos tornou-se praticamente o regime universal. 6. Restringir o uso da racionalidade ?atividades profissionais imediatas, abandonando as escolhas pol?cas ?erc?e sonhos e desejos irracionais, deixou de ser um h?to limitado ?classes populares. As pr?as “elites”, hoje em dia – empres?os, militares, jornalistas e formadores de opini?em geral – s?t?dependentes de propaganda, slogans e imagens ilus?s, t?incapazes de um exame realista do estado de coisas, quanto os empregadinhos de escrit? de que falava Eric Voegelin. Se um analista pol?co lhes d?atos, raz? diagn?cos fundamentados e previs?acertadas, a “elite” se sente mal. Ela n?se ofende quando voc?he sonega a verdade, como ocorreu no caso do Foro de S?Paulo ou da biografia de Barack Hussein Obama, mas quando voc?he conta alguma verdade que divirja das pseudocertezas estereotipadas da m?a popular, hoje investida de autoridade pontif?a. A elite, em suma, tornou-se massa – e, como massa, n?quer conhecimento, vis? maturidade: quer aquele reconforto, aquele amparo psicol?o, aquelas ilus?anest?cas que os manipuladores totalit?os jamais deixar?de lhe fornecer. O exerc?o da raz? hoje, ?m privil?o dividido entre os grandes planejadores estrat?cos e engenheiros comportamentais, que por motivos ?os n?pensariam em partilh?o com ningu?mais, e os estudiosos independentes que tentam em v?partilh?o com quem n?o deseja.

Demétrio Magnoli

28/11/2008
Prezado deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP): No 20 de novembro, Dia da Consci?ia Negra, a C?ra passou a lei de cotas nas universidades e institui?s federais de ensino m?o, que ? primeira lei racial na hist? da Rep?ca. A aprova? se deu sem o voto dos deputados, por conluio entre lideran?. Voc?articipou destacadamente daquele conluio, renunciando ?osi? contr?a ?nclus?da ra?na lei que dizia sustentar. Arlindo Chinaglia (PT-SP), o presidente da C?ra, celebrou o desenlace e ofereceu um diagn?co: Os que t?opini?divergentes cederam, o que resultou em um grande avan? Traduzo a frase do seguinte modo: nada ?mposs?l, nem mesmo derrubar o princ?o da igualdade perante a lei, quando a oposi? abdica de seus deveres b?cos. Estou errado? Serei franco. Surpreendeu-me a sua colabora?, sem a qual o projeto teria de aguardar uma sess?com qu? e ser votado nominalmente pelos deputados. Li num jornal a sua justificativa. De acordo com ela, o projeto n??uim, pois estabelece cotas raciais proporcionais ?omposi? racial da popula? de cada unidade federativa, de modo que, nas suas palavras, nos Estados com predom?o demogr?co de brancos, eles ter?chances maiores de ingressar nas universidades. Se entendi, voc?egociou e aprovou o projeto pois n?viu nele desvantagens para a ra?branca. Posso, ent? intitul?o Grande Chefe Branco? N?h?ronia nisso, acredite. Os patrocinadores de projetos de cotas no ensino e no mercado de trabalho almejam a condi? de l?res negros. Eles usam o fruto envenenado da ra?para impulsionar carreiras pol?cas ou conquistar posi?s de prest?o em ONGs muito bem financiadas. Mas ?laro que a constru? de identidades raciais oficiais no Brasil abre possibilidades inusitadas. Se h??res negros, por que n?l?res brancos? (Veja que para isso nem se precisa de algo t?aparente quanto a cor da pele: em Ruanda a vida pol?ca girava em torno de l?res tutsis e l?res hutus, ao menos at? genoc?o). N?nos enganemos. Pol?cos oportunistas em busca da condi? de l?res negros (ou brancos) s?elos instrumentais na passagem de leis de ra? mas a concep? de tais leis se deve aos doutrin?os racialistas, que s?pessoas dotadas de princ?os - e o xis do problema reside no conte?desses princ?os. Racialismo ? doutrina baseada numa dupla cren? 1) ra? existem, se n?na natureza, ao menos na hist?; 2) a hist? do mundo n?? hist? de indiv?os, mas de grupos, n?a de na?s, mas a de ra?. Empreguei, para expor a segunda cren?racialista, uma cita? de William Du Bois (1868-1963), o pai fundador da doutrina. Toda a l?a das pol?cas de cotas raciais se encontra delineada na obra desse americano. Seria inoportuno sugerir que a lesse? Du Bois era um racialista, n?um racista, pois n?acreditava em no?s de superioridade racial. Ele visitou a Alemanha nazista e gostou do orgulho de ra?promovido pelo regime, mas confessou sua repulsa com a persegui? aos judeus. Bem antes, em 1903, escreveu Os talentosos dez por cento, em que expunha a tese de que, por meio de uma criteriosa sele? educacional, um negro em cada dez poderia converter-se em l?r mundial da ra?negra. O artigo come?assim: A ra?negra, como todas as ra?, ser?alva por seus homens excepcionais. O problema da educa? entre negros, ent? deve antes de tudo concentrar-se nos 10% talentosos... Entendeu, agora, a proposta de cotas? Percebeu que ela nada tem que ver com um programa de redu? de desigualdades sociais? Nos EUA, as leis de segrega? racial definiram quem era branco e quem era negro. Du Bois falava para uma ra?oficializada pela discrimina?. Por aqui, os racialistas lamentam a aus?ia de leis desse tipo no nosso passado, pois recaiu sobre os ombros deles a miss?de fabricar, na mente das pessoas, a consci?ia racial e o orgulho de ra? Fico um tanto triste ao perceber que se procura realizar essa obra a partir da escola. Tarso Genro, na sua passagem pelo Minist?o da Educa?, ordenou que todas as escolas associem nominalmente cada aluno a uma ra? Voc?um ex-ministro da Educa?, e Paulo Haddad, o atual titular da pasta, articularam juntos o projeto de cotas raciais aprovado na C?ra. Voc?n?s?tr? mas uma tr?e. Juntos, por cima de diferen? partid?as, invadem as aulas de Hist? e Biologia para apagar a lousa onde est?scrito que ra? humanas n?existem, a n?ser como inven? do racismo. Mas voc?iga para o que est?scrito na lousa? J?otou que os brasileiros sentem uma certa repugn?ia diante da id? de serem divididos oficialmente em ra?? Por coincid?ia, no mesmo dia em que voc?aprovavam uma lei que faz exatamente isso, divulgou-se uma pesquisa de opini?p?ca sobre atitudes diante do tema racial. Encomendada pelo Cidan, uma ONG racialista, a pesquisa fez perguntas viciadas, tendenciosas, a uma amostra da popula? carioca. Mesmo assim, 63% declaram-se contra as cotas raciais. Mais interessante ?ue as posturas diante das cotas raciais n?variam em fun? da cor autodeclarada das pessoas. Entre os brancos, 63,7% rejeitam essa pol?ca; entre os pardos, 64%; entre os pretos, 62,2%. Eu interpreto isso como uma op? identit?a: as pessoas, independentemente da cor da pele, querem ser cidad? iguais perante a lei. Estou errado? N?h?otivo para imaginar que os demais brasileiros pensem diferente dos cariocas. Apesar da maci?propaganda racialista veiculada pelo Estado, os cidad? percebem o mal que a pedagogia das ra? faz aos jovens estudantes. A coincid?ia entre a divulga? da pesquisa e a aprova? por conchavo da lei de cotas coloca uma pergunta constrangedora: onde est? representa? parlamentar da maioria que rejeita as leis raciais? * Soci?o e doutor em Geografia Humana pela USP.

Folha Online

27/11/2008
O Minist?o da Sa?deslocou R$ 2,8 milh? previstos no Or?ento deste ano para apoio ?duca? permanente de trabalhadores do SUS (Sistema ?ico da Sa?, para financiar a Caravana Estudantil da Sa? organizada pela UNE (Uni?Nacional dos Estudantes). Dois consultores de Or?ento do Congresso Nacional e um t?ico no TCU (Tribunal de Contas da Uni? ouvidos pela Folha afirmaram que o caso pode configurar desvio de finalidade, irregularidade grave pun?l como crime de responsabilidade, informa nesta sexta-feira reportagem de Adriano Ceolin (a ?egra est?ispon?l apenas para assinantes do jornal e do UOL). Iniciada em agosto, a Caravana Estudantil da Sa?foi encerrada ontem em Bras?a. Segundo a UNE, o grupo era formado por sete artistas, quatro documentaristas, dois produtores e 13 integrantes da dire? da entidade. Em nota ?eportagem, o minist?o afirma que cumpre uma das finalidades do Programa de Aperfei?mento do Trabalho e da Educa? na Sa? que contempla a rubrica Apoio ?duca? Permanente dos Trabalhadores do SUS, origem dos recursos or?ent?os. Caravana da Sa? Educa? e Cultura da UNE Durante quatro meses, a Uni?Nacional de Estudantes – UNE estar?ealizando em diferentes universidades do Pa? p?cas e pagas, debates, oficinas, v?os-debates sobre educa?, sa? direitos sexuais e direitos reprodutivos e cultura com foco na realidade da juventude brasileira, al?de elaborar propostas para pol?cas p?cas que atuem de maneira mais eficiente nessas ?a. O lan?ento ocorreu na ter?feira, 12, no Rio de Janeiro, com diversas atividades culturais. O encerramento acontecer?o dia 27 de novembro, em Bras?a (DF). Confira abaixo o roteiro: RIO DE JANEIRO 14 - Quinta-feira - Est?o de S?Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura. ESP?ITO SANTO 18 – Segunda-feira - UFES Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. MINAS GERAIS 20 - Quarta-feira - UFMG Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura. 22 – Sexta-feira - PUC Manh? Lei seca, avan?ou retrocesso? Noite - Sa? educa? e cultura. SÏ PAULO 26 – Ter?feira - USP Manh? Sa?e toler?ia: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo. Noite - Sa? educa? e cultura. 28 – Quinta-feira - UNINOVE Manh? UNINOVE - Lei seca, avan?ou retrocesso? Noite – UNIP - Sa? educa? e cultura. SETEMBRO PARAN` 01 – Segunda-feira – PUC Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura SANTA CATARINA 03 - Quarta-feira - UFSC Manh? Direitos sexuais e reprodutivos e a viol?ia de g?ro Noite - Sa? educa? e cultura. RIO GRANDE DO SUL 05 – Sexta-feira - UNISINOS Manh? Lei seca, avan?ou retrocesso? Noite - Sa? educa? e cultura. MATO GROSSO DO SUL 09 - Ter?feira - UFMS Manh? Sa?e sexualidade Noite - Sa? educa? e cultura. MATO GROSSO 11 - Quinta-feira - UFMT Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. ROND?IA 16 - Ter?feira - UNIR Manh? Sa?e sexualidade Noite - Sa? educa? e cultura. ACRE 19 – Sexta-feira - UFAC Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. AMAZONAS 23 - Ter?feira - UEA Manh? Sa?e toler?ia: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo. Noite - Sa? educa? e cultura. RORAIMA 26 - Sexta-feira -UFRR Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura. AMAPM 30 – Ter?feira - UNIFAP Manh? Sa?e Sexualidade. Noite - Sa? educa? e cultura. OUTUBRO PARM 03- Sexta-feira - UNAMA Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. MARANHÏ 08 - Ter?feira – UFMA Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura PIAU? 10 – Sexta-feira – UFPI Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca Noite - Sa? educa? e cultura. CEAR` 14 - Ter?feira – UFC Manh? Viol?ia de g?ro e explora? sexual. Noite - Sa? educa? e cultura. RIO GRANDE DO NORTE 17/10 – Sexta-feira – UFRN Manh? Sa?e sexualidade. Noite - Sa? educa? e cultura. PARA?A 21 – Ter?feira - UFPB – Jo?Pessoa Manh? Lei seca, avan?ou retrocesso? Noite - Sa? educa? e cultura. 24 – Sexta-feira - UEPB – Campina Grande Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura PERNAMBUCO 28 – Ter?feira – UNICAP Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. 30- Quinta-feira – UFPE Manh? Sa?e toler?ia: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo. Noite - Sa? educa? e cultura. NOVEMBRO ALAGOAS 03 - Segunda-feira – UFAL Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura. SERGIPE 05 – Quarta-feira – UFS Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. BAHIA 07 – Sexta-feira – UFBA Manh? Sa?e toler?ia: homofobia, lesbofobia, sexismo, racismo. Noite - Sa? educa? e cultura. 11 – Ter?feira - UCSAL Manh? Drogas – Legalizar ou n? Noite - Sa? educa? e cultura. TOCANTINS 14 – Sexta-feira – UFT Manh? Lei seca, avan?ou retrocesso? Noite - Sa? educa? e cultura. GOIS 18 – Ter?feira – Cat?a de Goi? Manh? Sa?e Sexualidade. Noite - Sa? educa? e cultura. 20/11 – Ter?feira - UFG Manh? Legaliza? do aborto: aspectos legais, morais, pol?cos sob a ?a da sa?p?ca. Noite - Sa? educa? e cultura. DISTRITO FEDERAL 27/11 - Quinta-feira – UnB - Encerramento Sa? educa? e cultura

S.D.

26/11/2008
Com a persist?ia da crise e a aus?ia de resultados duradouros nas a?s do governo norte-americano, a cada dia se v?ascer um pacote de valor maior que o anterior. Foram US$ 700 bilh?em setembro, US$ 306 bilh?comprometidos apenas para o Citibank anteontem, US$ 800 bilh?prometidos ontem. A corrida aos cofres p?cos come?a preocupar analistas e pede a pergunta: de onde vir? dinheiro? Para pagar a conta, o Fed, o BC norte-americano, usa um dos recursos mais antigos dos livros de economia: imprime notas -figurativamente, ?laro, uma vez que as transa?s s?eletr?as. Faz isso autorizando o aumento de seus ativos e sem temer a conseq?ia imediata da medida, que ? surto inflacion?o. ?que a economia norte-americana corre o risco de defla?, conforme mostrou o ?ice de pre? ao consumidor de outubro, que teve sua maior baixa desde 1947. A informa? n??onfirmada oficialmente -o BC americano pode fazer isso sem pedir autoriza? ao Congresso-, mas ?m segredo de polichinelo nos meios econ?os. O Fed n?assume, mas eles est?imprimindo dinheiro, disse ?olha Simon Johnson, do MIT. O plano de US$ 800 bilh?ser?arantido principalmente pela impress?de quantias de dinheiro sem precedentes, o que eventualmente criar?ress?inflacion?as, escrevia ontem a vers?on-line do New York Times. Al?disso, o d?cit p?co, que faz parte da d?da p?ca do pa? vem aumentando em n?is igualmente recordes. Ao assumir o governo, em 2001, o republicano George W. Bush herdou do democrata Bill Clinton (1993-2001) um super?t de US$ 127 bilh? que transformou em d?cit de US$ 159 bilh?j?o ano seguinte, por conta do 11 de Setembro. Oito anos depois, passar? Barack Obama um d?cit de US$ 454,8 bilh? pelos n?os do ano fiscal de 2008, encerrado em 30 de setembro, o que j? um recorde hist?o. Mas o mais prov?l ?ue esse valor j?steja perto do trilh?quando o democrata assumir a Casa Branca, em 20 de janeiro. Isso aumentar? d?da p?ca. Hoje, o governo deve US$ 10,6 trilh?-o total de riquezas produzidas pelos EUA em um ano ?e US$ 13,8 trilh? o do Brasil, US$ 1,4 trilh? Para ajudar a fechar as contas, vende a institui?s estrangeiras treasuries, os t?los da d?da p?ca, ainda hoje considerados os pap? mais seguros do mercado global. O problema ?ue muitos pa?s est?diminuindo sua exposi? a esses t?los ou reduzindo o ritmo de suas compras. Com uma exce?: a China. Em setembro, ultrapassou o Jap?pela primeira vez como maior credor externo dos EUA. Dos ?mos seis meses, a China aumentou o valor de treasuries que det?em quatro deles; desde 2005, dobrou a quantia, para os atuais US$ 585 bilh? A pergunta ?qual a alternativa?, disse James Horney, diretor de pol?ca fiscal federal do Center on Budget and Policy Priorities, de Washington. Se o governo n?se mexer para estimular a economia, o resultado poder?er pior. (SD)