Prezados jovens amigos,
?com prazer que me encontro hoje convosco, aqui em Darlinghurst, e de cora? sa?a todos aqueles que participam no programa «Alive» e ainda ao pessoal que o gere. Elevo a minha ora? para que todos v?ossais beneficiar deste apoio que a Social Services Agency da arquidiocese de Sidney coloca ?ossa disposi?, e para que o bem que aqui se est? realizar dure por muito tempo no futuro.
O nome do programa que seguis leva-nos a formular esta pergunta: Que quer dizer realmente estar «vivo», viver plenamente a vida? Isto ? que todos n?ueremos, especialmente na juventude, e ?sto o que Cristo quer para n?Assim falou Ele: «Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abund?ia» (Jo 10, 10). O instinto mais radicado em todo o ser vivo ?onservar a vida, crescer, desenvolver-se e transmitir aos outros o dom da vida. Consequentemente ?e todo natural questionar-se sobre o modo melhor que h?ara realizar tudo isto.
Esta quest?era t?premente para quantos viviam no Antigo Testamento com o ?ara n?oje. Sem d?a ouviam com aten? quando Mois?lhes dissera: «Coloco diante de ti a vida e a morte, a felicidade e a maldi?. Escolhe a vida, e ent?viver?com toda a tua posteridade. Ama o Senhor, teu Deus, escuta a sua voz e permanece-Lhe fiel, porque Ele ? tua vida» (Dt 30, 19-20). Era claro o que tinham de fazer: deviam afastar-se dos outros deuses e adorar o verdadeiro Deus que Se tinha revelado a Mois?e deviam obedecer aos seus mandamentos. Talvez no vosso pensamento vos pare?muito improv?l que, no mundo actual, as pessoas adorem outros deuses. Mas, ?vezes as pessoas adoram «outros deuses» sem dar por isso. Os falsos «deuses» – independentemente do nome, da imagem ou da forma que lhes atribuamos – est?quase sempre ligados ?dora? de tr?realidades: os bens materiais, o amor possessivo, o poder. Deixai-me explicar o que pretendo dizer.
Em si mesmos, os bens materiais s?bons. N?poder?os sobreviver por muito tempo sem dinheiro, vestu?o e uma casa. Para viver, temos necessidade de alimento. Mas, se formos glut? se recusarmos partilhar o que temos com o faminto e o pobre, ent?transformamos estes bens numa falsa divindade. Quantas vozes se levantam na nossa sociedade materialista dizendo-nos que a felicidade se encontra dotando-se da maior quantidade poss?l de bens e de objectos de luxo! Mas isto significa transformar os bens em falsas divindades. Em vez de nos trazer a vida, levam-nos ?orte.
O amor aut?ico ?ertamente uma coisa boa. Sem ele, a vida dificilmente seria digna de ser vivida. O amor d?atisfa? ?ossa car?ia mais profunda; e, quando amamos, tornamo-nos mais n?esmos, tornamo-nos humanos de forma mais plena. E todavia como se pode facilmente transformar o amor numa falsa divindade! As pessoas muitas vezes pensam que est?a amar, quando na realidade procuram possuir ou manipular o outro. Por vezes tratam-se os outros mais como objectos para satisfazer as pr?as necessidades do que como pessoas que se devem prezar e amar. Como ??l ser enganado por tantas vozes que, na nossa sociedade, defendem um uso permissivo da sexualidade, sem qualquer considera? pela mod?ia, pelo respeito de si mesmo e pelos valores morais que conferem qualidade ?rela?s humanas! Isto ?dorar uma falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos ?orte.
O poder que Deus nos deu para plasmar o mundo que nos rodeia ?ertamente uma coisa boa. Utilizado de modo apropriado e respons?l, permite-nos transformar a vida das pessoas. Todas as comunidade t?necessidade de guias capazes. Como ?orte, por? a tenta? de agarrar-se ao poder por si mesmo, de procurar dominar os outros ou explorar o ambiente natural para os pr?os interesses ego?as! Isto ?ransformar o poder numa falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos ?orte.
O culto dos bens materiais, o culto do amor possessivo e o culto do poder levam muitas vezes as pessoas a «comportar-se como se fossem Deus»: procurar assumir o controle total, sem ter qualquer considera? pela sabedoria ou pelos mandamentos que Deus nos deu a conhecer. Este ? caminho que conduz ?orte. Pelo contr?o, a adora? do ?o Deus verdadeiro significa reconhecer n’Ele a fonte de tudo o que ?em, confiarmo-nos n?esmos a Ele, abrirmo-nos ?or?regeneradora da sua gra?e obedecer aos seus mandamentos: este ? caminho para quem escolhe a vida.
Um exemplo elucidativo do que significa afastar-se do caminho da morte para tomar o caminho da vida encontramo-lo numa p?na do Evangelho que todos v? estou certo – bem conheceis: a par?la do filho pr?o. Ao in?o da narra?, quando aquele jovem deixou a casa de seu pai, andava ?rocura dos prazeres ilus?s prometidos pelos falsos «deuses». Dissipou a sua heran?numa vida de v?os, acabando num estado de abjecta pobreza e de mis?a. Tendo tocado o fundo, esfomeado e abandonado, compreendeu como tinha sido tonto em deixar seu pai que o amava. Humildemente regressou a casa e pediu perd? Cheio de alegria, o pai abra?-o e exclamou: «Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e encontrou-se» (Lc 15, 24).
Muitos de v?xperimentaram pessoalmente a viv?ia por que passou aquele jovem. Talvez tenhais feito escolhas de que agora vos lamentais, decis?essas que vos levaram por um caminho que, embora ent?pudesse apresentar-se como atraente, na verdade conduziu-vos apenas para um estado ainda mais profundo de mis?a e solid? A decis?de abusar de droga ou ?ool, de entrar em actividades criminosas ou autolesivas p?ent?aparecer como um caminho para sair duma situa? de dificuldade ou de confus? Agora sabeis que, em vez de trazer a vida, levou ?orte. Reconhe?de bom grado a coragem demonstrada quando decidistes regressar ao caminho da vida, precisamente como o jovem da par?la. Aceitastes a ajuda: dos amigos ou dos familiares, do pessoal do programa «Alive», de quantos t?vivamente a peito o vosso bem-estar e a vossa felicidade.
Em v?queridos amigos, vejo embaixadores de esperan?para quantos se encontram em id?icas situa?s. Podeis convenc?os da necessidade de optar pelo caminho da vida e fugir do caminho da morte, porque falais com base na experi?ia. Em todos os quatro Evangelhos, vemos aqueles que tomaram decis?erradas ser particularmente amados por Jesus, porque, quando se deram conta do seu erro, abriram-se mais do que os outros ?ua palavra regeneradora. Na verdade, Jesus foi frequentemente criticado por pseudo-justos, porque passava demasiado tempo em companhia de tais pessoas. «Como ?ue o vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?» – perguntavam. E Ele respondia: «N?s?os que t?sa?que precisam do m?co, mas sim os doentes; (…) n?vim chamar os justos mas os pecadores» (cf. Mt 9, 11-13). Aqueles que desejavam reconstruir a sua vida eram os que se mostravam mais dispon?is para ouvir Jesus e tornar-se seus disc?los. V?odeis seguir as suas pegadas e sentir uma particular proximidade a Jesus, precisamente porque decidistes regressar a Ele. Podeis estar certos de que Jesus, como fez o Pai na narra? do filho pr?o, acolhe-vos de bra? totalmente abertos. Oferece-vos o seu amor incondicional: e ?a profunda amizade com Ele que se encontra a plenitude da vida.
Disse atr?que, ao amarmos, damos satisfa? ?nossas car?ias mais profundas e tornamo-nos mais n?esmos, tornamo-nos humanos de forma mais plena. Amar ?quilo para que estamos programados, aquilo para que fomos projectados pelo Criador. Naturalmente n?estou a falar de rela?s passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que ? cerne da doutrina moral de Jesus: «Amar?o Senhor, teu Deus, com todo o teu cora?, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas for?» e «amar?o teu pr?o como a ti mesmo» (cf. Mc 12, 30-31). Tal ?por assim dizer, o programa consolidado no ?imo de cada pessoa, bastando-nos ter a sabedoria e a generosidade para nos conformarmos a ele, estar dispostos a renunciar ?nossas prefer?ias para nos colocarmos ao servi?dos outros, dar a nossa vida pelo bem dos outros e, em primeiro lugar, por Jesus que nos amou e deu a sua vida por n?Isto ? que os homens s?chamados a cumprir; ? que significa estar realmente «vivo».
Prezados jovens amigos, a mensagem que hoje vos dirijo ? mesma que Mois?formulou h?antos anos: «Escolhe a vida, para que possas, tu e a tua posteridade, viver amando o Senhor teu Deus». Que o seu Esp?to vos guie pelo caminho da vida, obedecendo aos seus mandamentos, seguindo os seus ensinamentos, abandonando as op?s erradas que s?vam ?orte e comprometendo-vos a ser amigos de Jesus Cristo para toda a vida. Com a for?do Esp?to Santo, escolhei a vida, escolhei o amor e sede diante do mundo testemunhas da alegria que da?orra. Esta ? minha ora? por cada um de v?esta Jornada Mundial da Juventude. Deus vos aben? a todos!