Num percurso de mais de 40 quil?ros, sob um sol escaldante e muita poeira, um comboio de potentes picapes percorreu uma estrada de ch? ontem ?arde, at? Fazenda Aroeira, em Candiota. Esse foi o local onde aconteceu o ato mais importante do lan?ento do movimento “Alerta Verde” dos produtores rurais. Numa resposta a a? das mulheres da Via Campesina, que ?m dos bra? do Movimento dos Sem-Terra (MST), ruralistas e pol?cos fizeram o replantio de 1,6 mil mudas de eucaliptos na mesma ?a onde as plantas foram cortadas pelas agricultoras no dia 3 de mar?
Desta vez, as bandeiras verdes e o som do hino rio-grandense substitu?m o vermelho do MST. Com esse ato ficou selado o movimento “Alerta Verde” num contraponto ao “Abril Vermelho” dos Sem-Terra. “Este ato, sim, vai estar na mem? de todos, inclusive daqueles (Via Campesina) que causaram preju?s neste local”, afirmou o presidente da Federa? da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.
Mobiliza?
Bag?em se firmado como o centro das decis?dos produtores rurais de todo o Rio Grande do Sul. Na Rainha da Fronteira j?avia nascido o “Maio Verde”, tamb?um contraponto ao “Abril Vermelho”. A movimenta?, ontem, iniciou cedo na Associa? Rural de Bag?Aos poucos, munidos de bandeiras verdes e adesivos com o lema “Alerta Verde” come?am a chegar ruralistas de todos os recantos do Estado. Uma das presen? mais importantes foi a do presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Os deputados federal e estadual, Afonso Hamm e Lu?Augusto Lara e os vereadores, S? Leite e Divaldo Lara marcaram presen?
Por volta das 10h o comboio com 170 ve?los come? o percurso da Rural rumo ?venida Sete de Setembro. 3 10h25min os primeiros carros com as bandeiras verdes passaram em frente a um dos cart?postais da cidade, a imponente Catedral de S?Sebasti? Num coro de buzinas, ao som do hino do Rio Grande do Sul, o comboio percorreu as avenidas Sete de Setembro, Presidente Vargas e Santa Tecla rumo ?R 290 e da?ireto para o CTG Batalha do Seival, na Vila Oper?a, em Candiota.
3 11h50min, come?am a chegar os primeiros ve?los ao local com o sugestivo nome Batalha do Seival que foi o conflito militar que ensejou a proclama? da Rep?ca Rio-Grandense, por Ant? de Souza Neto (11 de setembro de 1836).
“Ningu?vai invadir”
O CTG constru? com madeiras e decorado com l?adas e chifres ficou pequeno para abrigar os representantes de 21 sindicatos rurais de todo o Estado. O primeiro a falar foi o presidente da Associa? Rural de Bag?Eduardo M?a Su?Ele disse que frente ?epreda? praticada pelas mulheres da Via Campesina da Fazenda Aroeira, era necess?o uma atitude. “Aqui ningu?vai invadir terra e nem ter Abril Vermelho”, sentenciou sob os aplausos dos presentes.
Su?nformou que o replantio da ?a destru? representava a afirma? do in?o do movimento “Alerta Verde”.
Vil?da estrada
Em quase todas as mani-festa?es, as lideran? ruralistas n?mencionaram a sigla MST e sim “eles”. O vice- presidente da Farsul, Gede?Pereira, falou sobre a import?ia do agroneg? para o pa? Segundo ele, hoje o setor ?espons?l por 40% do Produto Interno Bruto (Pib) do Brasil. Para o dirigente, os ?mos governos ainda n?entenderam a import?ia do agroneg?. Ao falar de toda a mobiliza? do setor, Pereira disse “os ruralistas n?t?tempo de andar nas estradas, eles (MST) t?, afirmou.
O presidente da Farsul, uma das maiores lideran? ga?s do setor, Carlos Sperotto, enalteceu a receptividade dos bajeenses ao longo do percurso pelas ruas da cidade. “N?recebemos nenhum contra-aceno, isso ?m sinal dos tempos e de vit?”, observou.
Sperotto conclamou a classe ruralista a estar unida e a partir do movimento “Alerta Verde”, ter a?s objetivas. Ou seja, sempre que qualquer produtor precisar de aux?o em qualquer parte do Rio Grande do Sul, os outros devem atender imediatamente. “No Abril Vermelho eles (MST) fazem anarquia”, enfatizou.
Durante sua fala, Carlos Sperotto disse que uma das sugest?? extin? do Instituto Nacional de Coloniza? e Reforma Agr?a “Incra”.
O presidente da Farsul citou que o assentado vive do Bolsa Fam?a e outros aux?os do governo, enquanto os ruralistas vivem do que produzem.
Armadilhas para receber ruralistas
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Um fato que pode servir como prova de que os passos dos ruralistas estavam sendo monitorados foram as armadilhas encontradas na estrada de ch? Da vila Oper?a, em Candiota, at? Fazenda Aroiera d?ns 40 quil?ros. Durante o percurso, havia miguelitos (artefatos para furar pneus). Sete picapes dos produtores, inclusive a do deputado estadual Lu?Augusto Lara, tiveram os pneus furados.
O mist?o fica por conta de que esse ato na Aroeira n?foi divulgado pelos organizadores do evento por precau?. Portanto, sup?e que pouca gente sabia do trajeto que seria feito.
Devido a esse incidente, no retorno a Bag?os organizadores resolveram alterar a rota e voltar pela estrada que sai na Col? Nova. Por quest?de seguran? todos foram orientados a andar juntos. Uma pequena caminhonete estava ?rente do comboio fazendo o monitoramento via r?o. Logo atr?uma viatura da Brigada Militar.
No entanto, novas armadilhas aguardavam os ruralistas no percurso diferente. O carro com a reportagem do MINUANO estava bem ?rente dos demais e deparou-se com dois casos. Num dos pontos foi cortada uma extens?de uns dez metros da cerca de arame e colocado no meio da estrada. Logo adiante, outro peda?de cerca da mesma extens? s?e de arame farpado. A sensa? era de que olhos vigilantes do meio da planta? de eucal?os acompanhava todo o movimento do comboio.
Por volta das 18h os primeiros ve?los come?am a chegar de volta em Bag?
Avalia?
Em entrevista ao MINUANO, no final do evento, o presidente da Rural, Eduardo Su?avaliou o dia como extremamente positivo, pelo fato de ter mobilizado representantes de 24 sindicatos rurais e autoridades. Estiveram presentes em torno de 600 pessoas em 200 carros.
Su?nformou que o momento ?e alerta m?mo a qualquer movimento estranho e que atitudes do MST ser?coibidas. Perguntado se isso poderia ocorrer pela for? o presidente pensou antes de responder e depois disse que os ruralistas v?agir dentro da lei em todas as circunt?ias, mas n?descartou que se necess?o a for?ser?sada.
O que ? “Alerta Verde”
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?um contraponto ao “Abril Vermelho” do MST. Serve como alerta aos produtores rurais para se organizarem na defesa da propriedade. Um ato para os produtores informar sobre a import?ia do agroneg? brasileiro, que, segundo eles, ?lvo do MST. O movimento consiste em vigil?ia permanente nas estradas no sentido de coibir qualquer a? do MST e assentados.