Percival Puggina

04/01/2009
Preferiria que me tivessem tomado a carteira. No entanto, os perversos fizeram pior: levaram-me um prazer. Desses ?os, que n?s?pecado nem fazem mal ?a? Sequestraram-me (assim, sem trema), o gosto de escrever, como aprendi e me agrada, para impor-me regras que n?aprendi e das quais desgosto. Proclamo-o, portanto, aos meus leitores. Queixo-me ao Papa. Lamento-me diante do altar. Fui roubado, Senhor. O reveillon de 2009 fez sumir pelos ares, como borbulha de champanha, a satisfa? que me causava a tarefa cotidiana de colocar ideias (agora ?ssim mesmo, sem acento) no papel, usando, para isso, voc?los com a grafia convencionada em 1943, um ano antes de ser expedida minha certid?de nascimento. Levaram-me palavras de estima?, minhas h?eis d?das! Poder?os absorver os inc?os da nova ortografia se nos provassem que escrev?os de modo incorreto, mas n?foi isso que aconteceu. Ficou errado o que antes escrevemos certo. E doravante, se quisermos redigir com corre?, teremos que nos familiarizar com outros padr? Precisaremos nos debru? sobre as prefer?ias de uns poucos que, por puro deleite, decidiram que a elas deveriam submeter-nos. Quem os constituiu senhores do idioma? Certa feita, estando na praia de Iracema, em Fortaleza, um rapaz de bicicleta passou por mim e, num safan? arrancou-me o celular. Em rea?, esgotei contra ele, aos berros, os piores adjetivos que me ocorreram. Gritei tanto palavr? t?alto, que o sujeito quase trombou com a bicicleta numa ?ore tentando olhar para tr? Naquele momento eu fiquei indignado. ?o mesm?imo sentimento que me move agora, com outras palavras, mas com igual motiva?. Estou berrando este artigo e compare?aqui como quem vai ?elegacia declarar-se v?ma de uma pilhagem. Retorno ?em?ia das novidades que afetar?os h?tos ortogr?cos de 230 milh?de pessoas. Convenhamos! Seria perfeitamente aceit?l o inc?o se, por exemplo, varia?s fon?cas ocorridas ao longo dos anos tivessem posto a linguagem escrita em desacordo com a falada. Mas isso, onde aconteceu, n?est?ontemplado na reforma. Tamb?seria aceit?l se a grafia em vigor at? dia 31 estivesse eivada de irracionalidade, constituindo-se em embara?para a alfabetiza? e para o ensino do idioma. Mas n? Bem ao contr?o. Imagine, leitor, crian? que estejam cursando as primeiras s?es do fundamental. Ano passado aprenderam de um jeito, agora ter?que desaprender e voltar a aprender. “Mas vem c?‘psora’ – dir?elas – voc?n?se entendem?”. Pois quanto mais me empenho em entender, mais aumenta minha irrita?, compartilhada por in?as pessoas que me informam sua decis?de continuar escrevendo do mesmo jeito. Invejo-as, mas estou profissionalmente impedido de acompanh?as nessa opera?-padr? “Cui prodest?”, perguntariam os criminalistas se estimulados a investigar as motiva?s da “disgramada” (eis a?ma palavra que deveria entrar para o dicion?o) reforma ortogr?ca. “A quem aproveita” o acontecimento? Ontem, enquanto um programa de televis?mostrava editoras de livros did?cos rodando exemplares com a nova ortografia, discerni alguns benefici?os. Pois que se regurgitem nos ganhos. Ali? neste Natal, entre os presentes que recebi, estava um dicion?o com a nova ortografia. Tenho dezoito e preciso de um novo. Eu mere? N? ningu?merece. Especial para ZERO HORA 04/01/2009

Hermes Rodrigues Nery

03/01/2009
Para Lu?Fernando Ferreira e J? Correia, dois grandes benfeitores, que amam o povo sambentista. “O mundo precisa de pessoas que descubram o bem, que se alegrem por causa dele e que, desse modo, encontrem a energia e a coragem para o bem”. Papa Bento XVI. Car?imos amigos, Com muita alegria e profunda emo?, assumo neste momento – Dia Mundial da Paz, a Presid?ia desse Legislativo Municipal. ?significativo receber o mandato nesse dia. A palavra do papa, na sua mensagem de hoje “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, destaca que somos “chamados a constituir uma ?a fam?a, na qual todos – indiv?os, povos e na?s – regulem o seu comportamento segundo os princ?os da fraternidade e responsabilidade”.1 Cidade de beleza natural esplendente Ainda durante a campanha eleitoral, algu?me havia dito que S?Bento do Sapuca?mais do que uma cidade, ?m projeto de vida. Durante muitas vezes, aqui mesmo com muitos de voc? debatemos a identidade e a voca? desse Munic?o, de t?exuberantes recursos naturais, que o torna, sem d?a, a “j?da Mantiqueira”, como j? definiram nesta feliz express?po?ca. Mas uma j?que ainda precisa ser lapidada, como um instrumento a ser afinado, para alcan? o seu bem promissor. De fato, h?esta cidade uma leveza especial, que nos eleva a nos d?lento, a almejar ?“amplid?supernas”2 , como um sinal claro e puro do que Deus tem guardado para aqueles que o amam, ambiente apraz?l, onde “se frui o l?mo tesouro”3: a sua topografia, a claridade l?ida do ar, a paisagem doce dessas montanhas, como um b?amo ?vistas; o canto do sabi?o final da tarde, enquanto as gar? brancas sobrevoam a Fazenda do Estado; os vagalumes do vale do Quilombo (mencionados na obra cl?ica de Eug?a Sereno), os carros de bois do sr. Joaquim Costa, em cuja oficina algumas vezes pude recordar a m?ica do trabalho inspirado por S?Jos?que aparece na bela estampa de sua oficina. Ali pr?o, aonde algumas vezes fui com as crian? visitar o admir?l jequitib? ler os salmos4 ?eira do riacho, em meio aos seus bois. H?amb?os ip?magn?cos, especialmente o rar?imo ip?ranco, de flora? sempre inesquec?l. E ainda as belas cachoeiras, a Pedra do Ba?ue escalei uma ?a vez), o momento de confraterniza? na fogueira das temporadas do Acampamento Paiol Grande, as cavalgadas, as conversas t?enriquecidas com o artes?Ditinho Joana, em seu atelier de trabalho. Tocante a devo? desse povo: na via-sacra da Quaresma, quando vi – pela primeira vez – a cidade do alto do Cruzeiro, antes das seis da manh?a reza do ter?em fam?a, como na casa de D. Isolina, as prociss?e festas religiosas, a Paix?de Jesus Cristo encenada nas ruas da cidade pelo grupo de teatro amador, a coroa? de Nossa Senhora pelas crian? no m?mariano, as novenas e celebra?s nas igrejas dos bairros rurais, o almo?comunit?o no bairro do Quilombo na festa do 13 de maio, a Fanfarra Municipal no desfile c?co do 16 de agosto, o Z?ereira no carnaval, os animados catireiros, a congada, a Lira Musical Sambentista entrando triunfal na igreja Matriz, em ocasi?solenes, e tantas outras alegrias e express?desse povo que tem como voca? a vida em comunidade. Quem sabe um dia ainda serei festeiro! Sobre a beleza desse lugar privilegiado, referiu-se o historiador Pedro Paulo Filho; “a vida l?o alto da Serra era outra coisa: o clima ameno, o frio saud?l, a pureza e a luminosidade do ar, a fertilidade do solo, a beleza estonteante da natureza, a tudo davam maior vi? energia e for?”5 Em outra descri?, destaca que “a terra dava cereais em abund?ia, o leite era farto e o queijo, de primeira qualidade”.6 E acrescenta: “a c?bre Pedra do Ba?amb?chamada de Canastra, cuja parte principal, de propor?s monstruosas, s?acess?l ?grandes aves de rapina, como o gavi?pato, que, de asas esplanadas, e ferindo o azul do c? busca em horas do crep?lo para o repouso amigo, o rochedo agreste e escarpado”.7 L?e cima da Pedra do Ba?ude um dia contemplar, ao final do vale do Paiol Grande, a pequena povoa? que encantou a tantos pela sua singular caracter?ica buc?a: “da Pedra do Ba?companhada de duas outras menores, verdadeiro colosso de granito, servindo-lhe as nuvens de eri?a juba, e dominando, com sua gigantesca e majestosa grandeza, em raio de muitas dezenas de l?as e um incompar?l panorama de culturas, fazendas, serras, cordilheiras, rios, regatos, vales e campinas”.8 Regi?de excel?ias, “para a cria? do gado e pela fecundidade do solo (...) ornada de verdes e gordos pastos”9, ??Bento do Sapuca?de riqueza natural esplendente, cuja paisagem de 1895, descrita por Maria Am?a Salgado Loureiro, ainda hoje podemos vislumbrar maravilhados: “as bananeiras, os bambuais, os bosques pareciam mais verdes, as paineiras cintilavam em suas grinaldas lil? as casuarinas e cinamomos ciciavam; os barrancos e as estradas rasgavam fitas escarlates na paisagem; os cerrados de capoeiras im?s, escondiam as saudades e os ber? roxos dos nhambus; e, nos pomares, rescendentes de aromas, calavam-se os bem-te-vis, os can?os da terra e pintassilgos, os sanha? e tico-ticos, inebriados pela frag?ia das laranjeiras e dos pessegueiros em flor”.10 Se “a beleza ? express?vis?l do bem”11, vemos o quanto “a beleza ?ara dar entusiasmo ao trabalho”.12 O que conta ? capital humano N?faltam recursos naturais, nem recursos humanos. Mais do que recursos financeiros, conta mesmo o capital humano. Admiro muito os sambentistas natos que n?se deixaram seduzir pelos apelos dos grandes centros urbanos e decidiram ficar aqui para ajudar essa comunidade a alcan? seu destino. Pois, de algumas d?das para c?por for?da press?do ?do rural, muitas fam?as perderam o que h?e melhor: o capital humano. Isso porqu?com o desprest?o da agricultura, as crescentes dificuldades do setor pecu?o, e o af?e querer ficar rico r?do, fizeram com que os jovens perdessem de vista as ?as perspectivas dessa cidade, projetando o futuro fora daqui, para longe, e desviando-se assim do que poderiam fazer para realmente serem felizes. At?esmo os mais ilustres sambentistas (nascidos aqui) tiveram que sair de S?Bento do Sapuca?m busca de oportunidades e realiza? profissional e pessoal. Assim aconteceu com Pl?o Salgado, Miguel Reale e tantos outros. Lembro-me do dia em que fomos visitar Miguel Reale, poucos meses antes de sua morte, o grande jurista de renome internacional, em cuja resid?ia em que nasceu abriga hoje a Casa da Cultura, nos disse naquela entrevista: “a crise de hoje ?ais do que social, mas profundamente moral!” Crise de atitudes, de tomadas de decis?realmente pelo bem comum. Em meio a uma beleza t?admir?l, e recursos naturais t?pujantes, os que resistiram a tenta? de ir embora, vejo como ato merit?, mas mais her? ainda ?aber agora o que fazer para ajudar esse Munic?o a acolher melhor os seus filhos, a dar a eles mais oportunidades, a integrar melhor a comunidade, para que aqui seja poss?l viabilizar – como bem disse um desses apaixonados por S?Bento do Sapuca? a promiss?dessas alturas azuis da Mantiqueira: para que haja realmente um projeto de vida que justifique os nossos esfor?, que valha a pena os sacrif?os, que torne mais bonita e viva a nossa hist?, e que eleve a nossa auto-estima. A retomada do Plano Diretor, com primazia ?ignidade da pessoa humana Miguel Reale conta em suas mem?s, que S?Bento do Sapuca?ez parte do “plano de imigra? diversificada e ecol?a concebido pelo Imperador Pedro II (...), onde para c?ieram um operoso n?o de imigrantes tentar fortuna nas fraldas da Mantiqueira, como os Chiaradia, os Canineo, os Gargaglioni, os Mittidieri, os Olivetti, os Castagnacci e outros”.13 O Imperador chegou a vislumbrar e a dar o incentivo necess?o para S?Bento do Sapuca?ealizar sua voca? de produtor das “melhores ?ores frut?ras”.14 A Fazenda do Estado ?ma amostra clara, ainda hoje, do quanto essa voca? permanece uma espl?ida perspectiva. “N?h?esenvolvimento, sem envolvimento”, foi esse o meu lema de campanha. Por isso, vamos intensificar o trabalho para que haja um desenvolvimento vital. Para isso, h?uas palavras-chaves nesse processo: RECURSOS e PROJETO. Mais importante que os recursos, s?os projetos, pois os recursos s?apenas meios, existem para a realiza? do projeto, da?caros colegas Vereadores] o nosso desafio de encontrar um melhor equacionamento entre projeto e recursos, para esta e as pr?as gera?s, para que haja uma “rede de rela?s verdadeiras e sinceras com os nossos semelhantes”.15 O car?r projetivo da vida resulta de op?s, da?ue o destino ?ruto da liberdade. “A hist? reduz-se n?simplesmente aos fatos, mas tamb?aos projetos, isto ?ao que n?azemos com os fatos”.16 Por isso, a primeira iniciativa que buscaremos viabilizar ? retomada do PLANO DIRETOR, pois essa ? oportunidade que temos para somarmos esfor? nessa converg?ia e trabalharmos pelo bem do Munic?o, “para fazer algo juntos”,17 “um quefazer do qual todos participam ativamente”.18 Como destacou o documento produzido pela Oficina Municipal, ?reciso buscar integrar a qualidade t?ica com os princ?os do humanismo crist? tendo como primazia a dignidade da pessoa humana. Esse ? foco principal. “O princ?o da dignidade do ser humano tem raiz na sua voca? ?ranscend?ia e dela decorrem os direitos inalien?is da pessoa: o direito ?ida e a tudo aquilo que ?ecess?o para promov?a e preserv?a; o direito ?iberdade exercida com responsabilidade; o direito ?onstitui? e ?ida em fam?a, com garantias ?eg?ma privacidade; o direito ?duca? e ?ultura; o direito ?articipa? na vida social, que inclui o exerc?o pleno da cidadania e o conjunto dos direitos civis; o direito ?iv?ia da sua f?eligiosa. Sendo assim, o Plano Diretor h?e ter em vista, em primeiro lugar, promover a dignidade da pessoa humana (cada pessoa) na perspectiva do Bem Comum.”19 Esta ?ao nosso ver, a ferramenta que temos para come? a gestar e a consolidar o “projeto de vida” que queremos, para otimizar as melhores possibilidades de S?Bento do Sapuca?tendo em vista “a centralidade da pessoa humana em todo ?ito e manifesta? da sociabilidade”,20 pois “toda vida social ?xpress?do seu inconfund?l protagonista: a pessoa humana”.21 Quando carecemos de um “projeto hist?o comum”, ficamos deficientes daquela “raz?de viver”, que nos motiva ao entusiasmo, pois “uma realidade qualquer est?m crise quando apresenta desempenho inferior ?suas possibilidades”,22 da?ue o verdadeiro enriquecimento “?ntendido n?s?mo progresso econ?o, mas, essencialmente, como alargamento do horizonte das possibilidades vitais”.23 Tamb?a reforma da Lei Org?ca do Munic?o se faz necess?a, e outras a?s nesse sentido, para que possamos conjugar “legisla? e vida”. As bases norteadoras da Doutrina Social da Igreja Ao ter a Doutrina Social da Igreja como base norteadora das a?s pol?cas que desejamos viabilizar (base esta tamb?indicada pelo Partido Humanista da Solidariedade – PHS), ressaltamos que a doutrina social a que nos referimos “visa a um humanismo total, vale dizer ?iberta? de tudo aquilo que oprime o homem. A doutrina social indica e tra?caminhos a percorrer por uma sociedade reconciliada e harmonizada na justi?e no amor, antecipada na hist?, de modo incoativo e prefigurativo, daqueles novos c? e... nova terra, nos quais habitar? justi?(2Pd 3, 13).”24 E ainda: “a doutrina social tem uma destina? universal. A luz do Evangelho, que a doutrina social reverbera sobre a sociedade, ilumina todos os homens e cada consci?ia e intelig?ia se torna apta a colher a profundidade humana dos significados e dos valores por ela expressos, bem como a carga de humanidade e de humaniza? das suas normas de a?. De modo que todos, em nome do homem, da sua dignidade uma e ?a, e da sua tutela e promo? na sociedade, todos, em nome do ?o Deus, Criador e fim ?mo do homem, s?destinat?os da doutrina social da Igreja”25 , pois “Deus ?brigo definitivo e plenamente feliz de toda a pessoa”.26 O direito ?ida: primeiro e principal de todos os direitos humanos Para trabalharmos no “projeto de vida” que queremos, com as diretrizes universais da lei natural contida na doutrina social da Igreja, temos muito claro o sentido e o valor dos direitos humanos, sendo que “a fonte ?ma dos direitos humanos n?se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade do Estado, nos poderes p?cos, mas no homem e em Deus seu Criador”27, pois “a legisla? n?pode basear-se somente no consenso pol?co, mas tamb?sobre a moral que se fundamenta em uma ordem natural objetiva”. 28 Da?ue outra iniciativa que procuraremos trabalhar – aqui mesmo neste Legislativo Municipal – ?om a forma?, promovendo cursos, debates, audi?ias p?cas sobre temas relevantes, foruns permanentes, e especialmente, um trabalho de forma? voltado para o jovem e os pais, tamb?aos casais, com o tema “Fam?a, Escola de Vida”, pois seremos incans?is no investimento do capital humano, a come? pela primeira e principal de todas as institui?s, pois “a fam?a ?mportante e central em rela? ?essoa.” 29 Nesse sentido, proporemos pol?cas p?cas permanentes para “defender a vida em todas as suas fases, desde a concep? at? morte natural, reconhecer e promover a estrutura natural da fam?a, como uni?entre um homem e uma mulher, atrav?do matrim?, e tutelar o direito dos pais a educar os pr?os filhos, tudo isto como conseq?ia de princ?os inscritos na natureza humana e comuns a toda a humanidade”. 30 “O ser humano ?eito para amar e sem amor n?pode viver.” Temos ainda o desafio de perseverar na pol?ca como arte do congra?ento, para contrapor-se ?ilo que corr? seu verdadeiro sentido. Para Arist?es, a comunidade pol?ca “? forma mais elevada de comunidade”,31 quando realmente visa o congra?ento em torno do bem comum. Por isso a sabedoria antiga j?onfirmara que “o homem quando perfeito, ? melhor dos animais; por? quando apartado da lei e da justi? ? pior de todos”.32 A pol?ca, portanto, deve nos levar ao que ?xcelente, existe para isso, caso contr?o, ??rgonha e humilha?. E s?amor ao bem e ?erdade ?ue nos far?realmente promotores da excel?ia. “A for?da Hist? se encontra precisamente nas pessoas que amam, de uma for? portanto, que n?se pode medir de acordo com categorias de poder”.33 Dizemos tudo isso porque temos a profunda convic? de que “o ser humano ?eito para amar e sem amor n?pode viver.”34 E para isso, temos consci?ia que, muitas vezes, “amar ?star pronto para sofrer”.35 N?h?l? sem cruz, e todo bom trabalho aqui iniciado, s?r?lenificado na realidade ulterior, pois “a contempla? da verdade come?nesta vida, mas s? futura ser?onsumada”.36 Ao contr?o do que tanto apregoou Rousseau, ao afirmar que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe, a experi?ia hist?a nos mostrou justamente outra realidade: a de que a pessoa nasce com promiss? podendo salvar-se ou perder-se, a depender de suas escolhas, para onde direciona seu livre-arb?io, tendo que fazer op?s, sacrif?os e at?en?as para n?se inclinar ?pervers? Pois que o desafio ?co ? de fazer o bem, e para isso as exig?ias s?imperativas. “Trata-se de tornar bom o mundo interior, de fazer com que a alma seja sadia, boa e bela”37, para que n?sejamos ref? das circunst?ias condicionantes, das “estruturas do mal” 38, mas capazes de nos elevarmos e direcionar-nos ao bem. Da?ue temos que dar o bom exemplo, se quisermos realmente promover o desenvolvimento moral que desejamos, pois “para que uma coisa seja causa de outra, deve antes ser perfeita em si mesma”. 39 Larga ?esmo a estrada para o mal, estreit?ima a via para o bem. Isso requer consci?ia de que haver?bst?los, sedu?s e tenta?s que visam o desvio de prop?os. Da? imperativo moral exigir a coer?ia de vida. O valor c?co e p?io ?quele que nos mant?perseverantes no bem, mesmo a custa de dores e dissabores. ?certo o que dissera S?tes: “N?se tenha por dif?l escapar ?orte, porque muito mais dif?l ?scapar ?aldade; ela corre mais ligeira que a morte”.40 Sob esta perspectiva, respondendo ?nterroga? do fil?o grego – de que se a virtude pode ou n?ser ensinada – podemos hoje, ?uz da experi?ia hist?a, afirmar que n?s?de como deve ser ensinada, pois ?ela educa? que as virtudes devem ser alcan?as, para o bem de todos. Mais do que bem-estar social (que ?eg?mo e justo), temos que motivar os nossos jovens ao vigor moral, pois s?sim encontrar?o sentido de vida, capaz de oferecer as condi?s para a verdadeira realiza? pessoal, pois “aquele que ama viver retamente tem certamente prazer nisso, de tal modo que encontra n?apenas o bem verdadeiro, mas ainda real do?a e alegria”.41 Da?ue trabalhar por pol?cas p?cas em defesa e promo? da estrutura natural da fam?a, da vida humana, em todas as suas fases, e da dignidade da pessoa humana, requer, sim, o imperativo moral; pois “quanto mais uma coisa ?erfeita na virtude e mais se manifesta em grau elevado a bondade, tanto mais universal lhe ? apetite do bem e mais procura e produz o bem que est?istante dela”.42 Por isso, procuraremos fazer desse mandato inteiramente pr?da, buscando “promover uma op? decisiva pela vida humana e por sua plena dignidade”.43 Para finalizar, queremos dizer que, a partir desse momento, e no tempo em que nos foi confiada essa miss? tudo faremos para alavancar as boas iniciativas que permitam S?Bento do Sapuca?ncontrar seu destino promissor, a partir das suas excel?ias naturais. Fazemos aqui o grande apelo pela soma de esfor? nesse sentido. Se o papa conclama, em sua Mensagem para a Paz, de que para “guiar a globaliza? ?reciso uma forte solidariedade global”, temos que come? esse trabalho em n?l local, e mais, ainda no n?o familiar.44 Fazemos esse apelo por uma “rede da solidariedade”, a partir do que prop? papa: “n?sente cada um de n?no ?imo da consci?ia, o apelo a dar a pr?a contribui? para o bem comum e a paz social?”45 H?uito o que fazer, os dias correm c?res, a partir de agora se esvai r?do a areia da ampulheta. Cada dia, ser?edicado a esta miss?de congra?ento, no interc?io com as pessoas, lideran?, institui?s, vamos trabalhar todos os dias, para que cada dia seja fecundo e edificante. ?o que sempre afirmo a come? em casa, para meus filhos, e a todos os que trabalham conosco: ?a Deus quem prestaremos contas um dia dos nossos atos. ?Ele quem governa a hist?, e tudo sabe, e conhece por dentro quem realmente somos. Se formos d?s ?? do Esp?to Santo, e colocarmos a m?no arado, coisas boas v?acontecer, pois Deus ? Senhor das maravilhas. Tocou-me ap? campanha eleitoral, ao sair ?ruas, as pessoas vinham me procurar para cumprimentar e eu via no brilho dos olhos uma chama de esperan? algumas dizendo: “precisamos realmente nos sentir representados”. A essas pessoas, especialmente ?mais simples, n?posso decepcionar. Quero que o voto de confian?dado, seja correspondido, com muito trabalho e coer?ia, aten? ?suas necessidades (materiais e imateriais), disponibilidade, afeto, ternura, compaix? enfim, humanidade. Sou muito grato ao povo sambentista por estar aqui, e serei – podem ter certeza – um paladino das causas nobres e justas, um humil?imo servidor desse povo. DEUS SEJA LOUVADO! Bibliografia: 1. Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebra? do Dia Mundial da Paz.: “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, 1 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20081208_xlii-world-day-peace_po.html 2. Dante Aleghieri, A Divina Com?a, Para?, Canto XXIII, 28, Villa Rica Editoras Reunidas Ltda., p. 477. 3. Dante Aleghieri, A Divina Com?a, Para?, Canto XXIII, 133, Villa Rica Editoras Reunidas Ltda., p. 482. 4. Sl 142, 10 – “Ensina-me a fazer a tua vontade, porque tu ?o meu Deus; o teu esp?to, que ?om, me conduzir? terra de retid?” 5. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 31. 6. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 31. 7. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 33. 8. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 65. 9. Pedro Paulo Filho, Hist? de Campos do Jord? Editora Santu?o, 1986, p. 52. 10. Maria Am?a Salgado Loureiro, Pl?o Salgado, Meu Pai; Edi?s GRD, 2001, p. 7. 11. Carta do Papa Jo?Paulo II aos Artistas, Ed. Paulinas, 1999, p. 9. 12. Cyprian Norwid, Promethidion, Bogumi, vv. 185-186: Pisma wybrane, II (Vars?, 1968), p. 216; Carta do Papa Jo?Paulo II aos Artistas, Ed. Paulinas, 1999, p. 9. 13. Miguel Reale, Mem?s, Volume 1 – Destinos Cruzados; Editora Saraiva, 1986, p. 2. 14. Miguel Reale, Mem?s, Volume 1 – Destinos Cruzados; Editora Saraiva, 1986, p. 2. 15. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 43; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 16. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 38. 17. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 47. 18. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 47. 19. Plano Diretor do Munic?o de S?Bento do Sapuca? Cen?o Atual e Diagn?co, Cen?o Futuro, Diretrizes estrat?cas; Oficina Municipal, Dezembro de 2004. 20. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 106; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 21. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 106; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 22. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 20. 23. Gilberto de Mello Kujawski, A P?ia Descoberta, Editora Papirus, 1992, p. 23. 24. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 82; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 25. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 84; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 26. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 110; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 27. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 153; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 28. Declara? de Aparecida em Defesa da Vida (http://www.zenit.org/article-17595?l=portuguese). 29. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 212; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 30. Declara? de Aparecida em Defesa da Vida (http://www.zenit.org/article-17595?l=portuguese). 31. Arist?es, Pol?ca, Os Pensadores, Nova Cultural, 1999, p. 143. 32. Arist?es, Pol?ca, Os Pensadores, Nova Cultural, 1999, p. 147. 33. Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald, Ed. Imago, 1997, p. 34. Comp?io da Doutrina Social da Igreja, 223; Pontif?o Conselho “Justi?e Paz” (http://www.jesus.2000.years.de/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html). 35. 1ª Homilia do Papa Bento XVI – Santa Missa – Imposi? do P?o e entrega do anel do pescador para o in´cio do Minist?o Petrino do Bispo de Roma (http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2005/documents/hf_ben-xvi_hom_20050424_inizio-pontificato_po.html) 36. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 487. 37. Jacques Maritain, A Filosofia Moral, Editora Agir, 1973, p. 27. 38. Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald, Ed. Imago, 1997, p. 176. 39. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 410. 40. S?tes, Os Pensadores – Plat? Apologia de S?tes. Nova Cultural, 1999, p. 70. 41. Santo Agostinho. O Livre-Arb?io, Ed. Paulus, 1995, p. 63. 42. S?Tom?de Aquino, Suma Contra os Gentios, Volume II, Livros IIIº e IVº, EDIPUCRS em co-edi? com Edi?s EST, Porto Alegre, 1996, p. 418. 43. Declara? de Aparecida em Defesa da Vida (http://www.zenit.org/article-17595?l=portuguese). 44. Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebra? do Dia Mundial da Paz.: “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, 1 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20081208_xlii-world-day-peace_po.html 45. Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Celebra? do Dia Mundial da Paz.: “Combater a Pobreza, Construir a Paz”, 1 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20081208_xlii-world-day-peace_po.html Ep?afe: Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Cat?a no Limiar do Terceiro Mil?o – Um Di?go com Peter Seewald, Ed. Imago, 1997, p. 31

Nahum Sirotsky

03/01/2009
Posso adiantar que esta guerra daqui est?longe do fim e pode terminar antes de ser resolvida a quest? por interven? da comunidade internacional. Israel, pelas evidencias, aprendeu importante li? na guerra com o Hizabala de h?ois anos. Tinha os alvos estudados para a hip?e de ter de agir.Os armaz? de armas e arsenais est? sendo atingidos e os t?s entre Sinai e Gaza utilizados para contrabando de armas foram eficazmente bombardeados. Ainda restam in?os dep?os a serem destru?s que s?protegidos por habitantes acima do solo e s?civis. Sabe-se que tais civis vem sendo prevenidos por telefonemas de Israel pedindo se retirem ..Sei de at?5 minutos de aviso pr?o. N? ?problema falar com Gaza cujo sistema telef?o ? israelense. Basta saber que n?os discar. O maior numero de vitimas tem sido de gente vinculada ao Hamas. H? anos, lembro, falou-se no Brasil de massacre em Nablus. Fui ver e verifiquei ser verdadeira a informa?.Estou aqui como jornalista brasileiro. N? caio em propaganda de lado algum. H?inutos captei em emissora de televis?israelense que a tropa do Hamas, guerreiros motivados, treinados para morrerem sem jamais se entregarem, est?bem protegida e inteira.E na espera de que a tropa invada para lhe impor pesadas perdas. Obst?los a blindados, armadilhas cuidadosamente constru?s, est?prontos.O Hamas aprendeu com o Hizbal?e o Ir? Tem organiza? militar, comandantes preparados e estado-maior em subterr?os. Mao Tze Tung, o comandante da revolu? chinesa, ensinou que a guerrilha deve ser como o peixe na ?a. O problema ?ue ela se mistura ao povo quando luta em terreno urbano. Diferenciar o guerrilheiro do cidad? ou cidad?acifica s?acontece quando ele atira. Israel vem autorizando passagem de centenas de caminh? carregados de g?ros e medicamentos. ?um fato que a m?a n?noticia. Ainda se pratica a antiga defini? de not?a como sendo quando o homem morde o cachorro. s vezes vou saber pela imprensa estrangeira grande feitos do Brasil. Soube de admir?l trabalho de assist?ia t?ica da Embrapa pelo mundo. E n? sou dos que simpatizam com o governo Lula que passar? como todos os outros. Avi?da Embraer, empresa que me envaidece, ter?m de seus maiores avi?empregado por Israel. A tropa da selva brasileira ?studada em todos os cantos. N?s?obras de um s?overno. S? das institui?s nacionais. Esta guerra exige tempo para for? o Hamas a pedir um cessar fogo, o Hamas, cuja lideran? militar est?na clandestinidade e a pol?ca na S?a. A imposi? da comunidade internacional s?r?bem sucedida se significar garantias aceit?is de que o Hamas n?se proclamar?itorioso. A derrota interessa a Israel mas tamb?ao Egito, ?r?a Saudita e outros.

Youtube

03/01/2009
http://br.youtube.com/watch?v=Sc1OdP7bFEI&feature=channel_page

Luis Milman

02/01/2009
Luis Milman, jornalista e doutor em Filosofia, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, preocupado e abismado com as rea?s de governos e da m?a internacional a partir da a? desenvolvida por Israel na Faixa de Gaza, territ? controlado pela organiza? terrorista Hamas, desde o ano passado, escreve o artigo a seguir para esclarecer aspectos importantes da quest? que n?s?considerados. Leia o artigo de Luis Milmam: “Desde o in?o da ofensiva de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, no ?mo s?do, dia 27 de dezembro, a m?a ocidental vem relatando as opera?s israelenses com base em pressupostos flagrantemente aparvalhados. Coincidentemente, estes pressupostos s?os mesmos que pautaram as primeiras manifesta?s oficiais de condena? moderada lan?as contra Israel, por governos de na?s importantes, logo no primeiro dia ofensiva, quando pouca ou quase nenhuma informa? sobre a real dimens?das opera?s israelenses eram conhecidas. As manifesta?s da Fran? R?a, Jap?e China, exortavam Israel a interromper suas a?s em Gaza. Ao inv?de condenarem os ataques do Hamas, que iniciaram ainda em novembro e quebraram o cessar-fogo, a ret?a destes pa?s partia de duas premissas equivocadas: Israel estava respondendo aos ataques de forma desproporcional e, por isso, elevando o n?o de v?mas civis. Assim, a linguagem protocolar criava o mantra da desproporcionalidade, adotado tamb?pelo Secret?o Geral da ONU, o senhor Ban Ki-moon, na ?ma segunda-feira, dia 29. Ki-moon convocou a imprensa mundial para expressar seu rep? ao uso da “for?excessiva” por parte de Israel em seus ataques ?aixa de Gaza. O secret?o-geral da ONU foi mais longe: ele apelou “?partes” para que interrompessem as hostilidades e reiniciassem negocia?s para um novo cessar-fogo. O coro foi refor?o pelo primeiro-ministro ingl?Gordon Brown, tamb?no dia 29. “Estou horrorizado (?ase aqui) com a viol?ia dos bombardeios”, disse. “Reiteramos nosso apelo a Israel e ao Hamas (?ase aqui) para que declarem o imediato cessar-fogo e previnam a perda de mais vidas inocentes. N?h?ma solu? militar para esta situa?. ?preciso redobrar os esfor? internacionais para assegurar que tanto Israel quanto a Palestina tenham terra, direitos e seguran?para viverem em paz”, finalizou Brown. Ao mesmo tempo, seguiram-se manifesta?s de rep? previsivelmente mais radicais, vindas de pa?s mu?manos e grupos extremistas, como o Hezbollah, que passaram a percorrer o planeta: massacre, genoc?o, holocausto, crimes de guerra, crimes contra a humanidade. Enfim, surradas acusa?s disputavam espa?na m?a internacional com cenas de passeatas e aglomera?s de rua pipocando na Europa e no mundo isl?co, em protesto contra a nova “barb?e” cometida por Israel. Enquanto isto, a quantidade de v?mas dos bombardeios parecia dar a impress?de amparar a f?la da desproporcionalidade: j?assam de 150 mortos, muitos deles civis, j?ltrapassam os duzentos, entre eles mulheres e crian?; agora s?mais de 300, entre os quais in?os inocentes. Agora, quando escrevo (ter?feira, 30 de dezembro), os mortos chegavam a 360. Horr?l. A m?a apropriou-se do mantra protocolar, tomando-o como axioma para sua cobertura. E, por m?a, n?estou nomeando nenhuma abstra?. Refiro-me ?NN, ?BC, ?ky News, ?rance 24, para n?mencionar a Al-Jazirah em Ingl?e os di?os New York Times, The Guardian e Le Figaro, que podem ser todos acessados on-line. Tamb?n?estou me referindo aos analistas de prontid? sempre r?dos no gatilho quando se trata de comparar o “desproporcional” confronto entre a pot?ia militar israelense e a pobre capacidade de resist?ia dos palestinos. Restrinjo-me ao que se chama de “notici?o”, aquele texto informativo que, recomenda-se, deve ser feito com imparcialidade e um m?mo de cautela e caldo de galinha. Pois ?ele que constato a desproposital incurs? em nome do imediatismo, no dom?o da estupidez e da m??Ora, o que se espera de um notici?o ?ue ele informe e n?desinforme ou deforme os fatos. E quais s?os fatos? Um: no primeiro dia da ofensiva, Israel apenas reiterou publicamente uma decis?que vinha sendo anunciada desde o final do fr?l cessar-fogo de seis meses, mediado pelos eg?ios, que entrara em vigor em junho ?mo e se encerrara em 19 de dezembro. Por que fr?l? Porque o Hamas, h?ito anos, vinha despejando diariamente seus foguetes contra Israel. Os ataques di?os haviam matado nove pessoas, ferido outras tantas, danificado pr?os e vinham configurando uma situa? de permanente inseguran?nas cidades que se encontram num raio de 20 quilometro da fronteira com Gaza. Durante oito anos, Israel tentou tratar do problema de modo restrito: incurs?r?das de comandos no norte de Gaza para destruir bases de lan?entos de foguetes, bloqueio mar?mo para evitar a entrada de armamento enviado pelo Ir? pela S?a ao Hamas e Jihad Isl?ca; bloqueio terrestre, para impedir a infiltra? de terroristas suicidas nas grandes cidades israelenses; cortes espor?cos no suprimento de energia el?ica para a Faixa de Gaza (70% desta energia ?ornecida por Israel at?oje) com a finalidade de retardar a fabrica? dos tais foguetes “caseiros” (na verdade, s?foguetes produzidos em f?icas erguidas em meio a bairros densamente povoados da Cidade de Gaza, Dayir al Balah, Khan Yunis e Rafah). De qualquer modo, findo o cessar-fogo - e diante das saraivadas di?as dos foguetes contra o sul de Israel-, o governo israelense anunciou que terminaria definitivamente com os ataques que amea?am seus cidad?. Esta decis?foi, inclusive, comunicada, no dia 23 de dezembro, pela ministra do exterior israelense, Tzipi Livni, no Cairo, ap?m encontro com o presidente Hosni Mubarak. Livni, ainda no Cairo, n?deixou d?as: Israel desencadearia a opera? militar necess?a para destruir a capacidade do Hamas de atingir Israel. Nos ?mos dez anos, o Hamas construiu, com o apoio log?ico e financeiro do Hesbollah, da Irmandade Mu?mana (baseada no Egito), da S?a e, sobretudo do Ir?uma estrutura policial e militar na Faixa de Gaza, a tal ponto organizada, que lhe permitiu, no primeiro semestre de 2007, dizimar completamente as for? do Fatah (o bra?armado da Autoridade Palestina) que ainda restavam no territ? palestino. Com isso, ele consolidou suas instala?s militares, estocagem de armas e muni?, seus campos de treinamento e suas bases de ataque contra Israel em toda a Faixa de Gaza. Hoje, o Hamas (que ?unita) conta com 15 mil homens no seu “ex?ito regular”, e ainda com cinco mil membros armados da mil?a xiita Jihad Isl?ca. Esse pequeno ex?ito disp?al?de armamento pessoal pesado, de m?eis antia?os, m?eis antitanques, m?eis de m?o alcance do tipo Katiusha e minas espalhadas por toda a fronteira com Israel. Tudo isto ?o conhecimento dos chefes de governo que emitiram o mantra protocolar da desproporcionalidade. Os senhores Gordon Brown e Nicholas Sarkozy sabem disto, certamente. Mas a m?a faz de conta que n?sabe. Ora, o panorama ?em n?do: Israel desencadeou a ofensiva para defender a integridade de seus habitantes, amea?os constantemente pelo movimento fundamentalista militarmente organizado que controla toda a Faixa de Gaza desde junho de 2007. Mais ainda, o Hamas e seus associados menores, como a Jihad Isl?ca e outros grupelhos, n?representam a Autoridade Nacional Palestina (AP). Eles s?terroristas, n?aceitam a exist?ia do Estado de Israel e est?comprometidos explicitamente com a sua extin? total. Como ent?podem os l?res da Inglaterra e da Fran? ou o Secret?o-geral da ONU, apelarem para que “as partes” retornem a um cessar fogo. Que partes? Israel, um estado nacional soberano e membro da ONU, por um lado, e o Hamas, um movimento terrorista que usurpou ?or? da Autoridade Palestina, o controle sobre a Faixa de Gaza, por outro? Se a China n?conversa sequer com o Dalai Lama, l?r pol?co e espiritual do Tibet ocupado (exilado, obviamente), por que Israel deve dialogar com o Hamas? Pelo que se sabe, o Dalai Lama defende apenas uma autonomia para o Tibet e jamais pregou a extin? da China. Por que Israel deveria “dialogar” com um movimento que objetiva abertamente a sua destrui?? Ou por que o senhor Ban Ki-moon n?apela para que a Espanha dialogue com o ETA, a Col?a dialogue com as FARC, a Turquia dialogue com o PKK curdo, que quer criar um estado independente no Curdist? Ou para que os Estados Unidos da Am?ca deixem o Afeganist?e dialoguem com o Talib?Ou para que os senhores mu?manos da guerra que governam o Sud?interrompam imediatamente a carnificina que j?atou 300 mil crist? e animistas e deslocou quase tr?milh?de refugiados para a zona de Darfour? Onde est?as passeatas na Europa contra esse massacre? Ou os protestos contra a tirania assassina de Ruanda? Onde est?os apelos para o di?go entre as trezentas tribos que se entredevoram na mu?mana Som?a? O termo m?o de compara? ?uficiente, para quem possui mais de dois neur?s. Talvez, dois neur?s e meio. Por isso paro por aqui. Dois: Israel n?est?como apregoa aos berros Hassan Nasrallah (em v?o e de seu bunker em Beirute), cometendo um “genoc?o” em Gaza. Ao contr?o, ? l?r do Hesbollah (Partido de Deus, em portugu?, hoje quase um segundo ex?ito dentro do L?no, abastecido e financiado pelo Ir?que repete incansavelmente o objetivo pol?co de seu partido: destruir Israel, sem deixar pedra sobre pedra. A voz de Nasrallah ?mplificada nas ruas de todo mundo ?be e encontra acolhida em alguns analistas ocidentais procurados pela m?a para que “possamos (n?o p?co) entender o tr?co cen?o da Faixa de Gaza”. Pensemos: se desejasse destruir a popula? de Gaza (isto ?m desprop?o descomunal naturalmente, mas s?sim ter?os base para falarmos em genoc?o) - e estou admitindo essa possibilidade apenas (?ase aqui) para argumentar-, Israel o teria feito durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, (lembram, ela ocorreu!), ou durante a Guerra do Yom Kypur, em 1973 (lembram, ela tamb?ocorreu), ou durante a ocupa? israelense de Gaza, que se estendeu de 1967 a 2000, ano em que unilateralmente (ou seja, sem qualquer pr?ondi?) Israel deixou a Faixa de Gaza na sua totalidade. O que ?ato: a ofensiva israelense tem objetivos militares e pol?cos definidos. Os militares est?sendo plenamente atingidos, at?gora. E com um baix?imo custo em termos de vidas humanas. ?isso mesmo. Baix?imo! Afinal, depois de quatro dias de centenas de incurs?a?as e mar?mas, depois de ter despejado sobre Gaza mais de 500 toneladas de explosivos, apenas, repito, apenas, 360 pessoas morreram! E destas, cerca de 60, segundo as informa?s do pr?o Hamas e da ONU, s?civis. Ora, isto quer dizer que o restante fazia parte do ex?ito terrorista, logo um alvo militar. A opera? israelense impressiona, mas n?pelas raz?do senhor Nasrallah ou dos desavisados apedeutas de boa f?admitamos), que usam a palavra “genoc?o” sem saber o que ela significa. O conceito se aplica quando um governo deliberadamente promove o exterm?o de povos ou popula?s inteiras, encontrem-se elas em seu pr?o pa?ou em outros. Os turcos foram genocidas com rela? aos arm?os; os nazistas, com rela? aos judeus; os comunistas stalinistas com rela? aos russos; os mao?as com rela? aos chineses; os japoneses com rela? aos chineses e, hoje, os sudaneses mu?manos com rela? aos sudaneses n?mu?manos. Nem os cubanos castristas, que nos primeiros cinco anos ap? revolu? de 59, exterminaram 95 mil pessoas, praticaram um genoc?o. Eles cometeram assassinatos em massa, uma a? sem d?a abjeta e execr?l, um crime contra a humanidade. Mas, n?cometeram genoc?o. E atentarmos para as diferen? ainda ?undamental. Por que a opera? israelense impressiona? Por duas constata?s que saltam aos olhos. A primeira: a ofensiva est?e processando na ?a mais densamente povoada do planeta (1,5 milh?de habitantes em 360 quil?ros quadrados); a segunda: o Hamas ergueu intencionalmente toda a sua infra-estrutura policial e militar nos centros urbanos, justamente os locais mais densamente povoados deste territ? j?uito densamente povoado (a hip?ole ?roposital). Ora, se ?ara destruir alvos militares, ?reciso atingi-los onde se encontram. E Israel est?azendo isto, de forma quase milim?ica, cir?ca, mesmo correndo o risco, inevit?l nesta situa?, de atingir civis. Repito: e o faz de forma impressionante, pois as baixas civis, nesse contexto, s?aqu?de m?mas. Como a avia? e a marinha israelenses conseguem fazer isto? Empregando alt?ima tecnologia, m?eis inteligentes e alvos previamente selecionados. Caso contr?o, estar?os diante de um massacre. E ?ecess?o que se reafirme: n?estamos sequer a milh?de milhas pr?os disto. O Secret?o-geral da ONU, que jamais reuniu uma confer?ia de imprensa para falar sobre a situa? no Sud? deveria saber disto. Ele, desta forma, ficaria calado. Obviamente, eu n?esperaria que o senhor Ki-moon aplaudisse a opera? de Israel. O Secret?o-geral da ONU deve, por princ?o, lamentar todas as guerras. Mas ele deveria, tamb?por obriga?, calar-se, porque esta ?ma guerra leg?ma, sobretudo defensiva, com objetivos militares e pol?cos claros, de um pa?soberano contra um grupo terrorista que prega o seu aniquilamento e contra os governos que ap? este grupo. Tr? Falei que a guerra possui objetivos pol?cos claros. Ei-los: Israel quer expulsar o Ir?a Faixa de Gaza. O Ir?Isso mesmo, o Ir?O Hamas e a Jihad Isl?ca nada mais s?do que uma extens?do governo de Teer? de seu potencial b?co virtualmente no interior de Israel. E todos sabem o qu?ais almejam os aiatol?iranianos: destruir o que eles chamam de entidade sionista. Assim, ao eliminar a capacidade do Hamas de atacar seu territ?, Israel, al?de retomar o controle sobre sua seguran?imediata, desfere tamb?um golpe mortal nas pretens?iranianas de penetrar em sua fronteira sul. Com isso ainda pretende isolar pol?ca e militarmente o Ir?travestido de Hezbollah, na sua fronteira norte. Ao mesmo tempo, forja uma situa? mais favor?l para negociar com a S?a, tamb?enfraquecida com a derrota do Hamas, um tratado de paz entre os dois paises. Esta ?ma meta de m?o prazo. Por essa raz?o senhor Nasrallah esbraveja contra o Egito de Mubarak e a Autoridade Palestina, de Machmud Abas, chamando-os de traidores do Isl?Nasrallah sabe que, sem o Hamas e a Jihad Isl?ca em Gaza, o Hezbollah, ou seja, o Ir?se enfraquece, enquanto o Egito, a Autoridade Palestina e a Jord?a se fortalecem e, pior (para o Ir? Israel recupera a posi? geopol?ca decisiva para sua exist?ia na regi? A ofensiva ainda torna explicita a disposi? de Israel de n?tolerar que o iranianos consigam obter armamento nuclear. Ou seja, Israel est?reparando o terreno para uma interven? direta no Ir? Como Barak Obama assume a presid?ia dos Estados Unidos em janeiro, Israel envia uma mensagem inequ?ca para Washington: n?h?i?go com o Hamas, nem com Teer?Os Estados Unidos devem se preparar para apoiar irrestritamente a a? militar direta de Israel contra os iranianos. E essa a? n?deve tardar, pelo que se depreende do palco desenhado por Jerusal? Quer dizer: trata-se de uma a? j?lanejada e montada pela intelig?ia militar israelense, que deve ser deflagrada em breve. Pergunta oportuna: o que ?breve”? Resposta: Israel certamente sabe. E, creio agora, Barak Obama tamb? No fim das contas, Israel n?est?azendo mais do que colocar seu destino em suas pr?as m?. E isto ele sempre fez, sob o pre?de simplesmente deixar de existir. D?as? Consultem a Hist?. Finalizando: e a m?a com rela? a esse quadro? Nada informa, nada analisa, nada investiga. Pelo contr?o, submete-se ao superficialismo, mistifica, embrulha-se toda no mantra da desproporcionalidade e mergulha de cabe?no noticiarismo demag?o e pretensamente humanit?o. ?um crime contra a lucidez e a raz? Mas, que diabos, isso l?mporta?” * jornalista e doutor em Filosofia, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

VideVersus

02/01/2009
Um protesto palestinos contra Israel terminou em confus?nesta quarta-feira, em Bras?a. Cerca de 80 palestinos residentes em Bras?a trocaram socos e pontap?em frente ?mbaixada de Israel. A confus?foi provocada por desentendimentos entre simpatizantes da organiza? terrorista Hamas e do Fatah. A briga entre os palestinos durou alguns minutos em meio a gritos, empurr?e apelos para interrup? dos socos. A Pol?a Militar s?terveio para evitar que mais pessoas se envolvessem na briga. Os palestinos fizeram uma manifesta? em frente ?mbaixada de Israel com palavras de ordem do tipo Unidos contra Israel e Fora Bush. Eles queimaram quatro bandeiras israelenses. Os manifestantes pretendiam tamb?seguir at? embaixada dos Estados Unidos, que ?ocalizada no mesmo setor onde est? representa? diplom?ca de Israel. Por? em decorr?ia da confus?interna do grupo, a decis?foi adiada. Antes de chegar ?mbaixada de Israel, os manifestantes palestinos fizeram uma concentra? em frente ?atedral de Bras?a, localizada na Esplanada dos Minist?os. De l?sa?m em carreata at? setor de embaixadas. O objetivo ?mpliar os protestos por todo Pa? Aquilo que parecia ?o agora est?scancarado. O grupo terrorista Hamas atua no Brasil. Quanto ao Fatah, isso n??ovidade, j?st?o Brasil h?ais de 30 anos. As mesquitas no Brasil precisam ser acompanhadas pelas autoridades. N?h??a de que, nesses centros, est?endo disseminada propaganda altamente nefasta. O Brasil, h?ais de 100 anos, absorve imigrantes de quase todas as partes do planeta Terra. Praticamente nunca houve problema entre as correntes de imigrantes. Agora est?e vendo que existe uma bomba at?a plantada bem dentro do Brasil pela organiza? terrorista Hamas. Quem tiver interesse em saber um pouco do proselitismo e da que a? do Hamas, acesse o document?o que est?o link a seguir: http://video.google.com/videoplay?docid=-2533702461706761547&q=relentless&hl=en. ?um document?o em ingl? mas mesmo quem n?entende o ingl?vai compreender no m?mo 60% do conte? porque as imagens falam por si mesmas. E o document?o trata apenas de fatos hist?os.

El País

01/01/2009
Maite Rico Em Madri 3 12 horas come? o ronco e ?ma expirou o excelent?imo senhor Libertador. Em 17 de dezembro de 1830, o doutor Pr?ro R?rend encerrou o di?o em que anotava a agonia de Sim?ol?r em uma fazenda em Santa Marta, no Caribe colombiano. O her?a independ?ia americana havia chegado ali 11 dias antes. Despojado do poder, escoltado por um punhado de fi?, queria se refugiar na Europa. Mas quando o desembarcaram em Santa Marta era uma criatura de pavor, com apenas um sopro de vida, nas palavras de Joaqu?de Mier, seu anfitri? Tossia e cuspia sangue. Delirava. Morreu de tuberculose, anotou o m?co. ?o que reza a hist?. Ou rezava, at?ue Hugo Ch?z expressou h?m ano suas suspeitas de que Bol?r tinha sido assassinado por inimigos que, segundo alguns suspeitosos, coincidem com os dele pr?o: uma trama na qual se enredam as oligarquias, os EUA, a Col?a e at? Espanha. Uma comiss?criada pelo presidente da Venezuela investiga a morte do Libertador, a qual na quinta-feira completa 178 anos. Entre os planos n?se descarta exumar o cad?r, depositado desde 1876 no Pante?Nacional de Caracas. N?h?ossibilidade, do ponto de vista cient?co, de sustentar a hip?e de crime, afirma o historiador venezuelano El? Pino, autoridade em estudos bolivarianos. O desafortunado hist?o cl?co do Libertador ficou registrado em diversos documentos, come?do pela aut?a praticada por Pr?ro R?rend. O m?co franc?descreve um endurecimento dos pulm? com um manancial aberto de cor das fezes de vinho, jaspeado por alguns tub?ulos. No esquerdo encontra uma concre? calc?a angulosa do tamanho de uma avel? Segundo estudos atuais, esse n?o calcificado, conservado no Museu Bolivariano de Caracas, indicaria que Bol?r contraiu na inf?ia a tuberculose que matou seus pais, que se reativou depois em v?os epis?s documentados. Dois anos antes da morte, sua decad?ia f?ca era evidente. Tinha ent?45 anos, acabara com o dom?o espanhol nas atuais Venezuela, Col?a, Panam?Equador, Bol?a e Peru, impusera uma ditadura e enfrentava rebeli?internas que o colocariam no rumo do ex?o. A causa da morte de Bol?r ?ma tuberculose pulmonar com comprometimento do sistema nervoso central, indicam os neurologistas colombianos Ignacio Vergara e Gabriel Toro, autores de um estudo da hist? m?ca de Bol?r. mesma conclus?chegou em 1963 uma comiss?de especialistas da Sociedade Venezuelana de Hist? da Medicina e da Academia de Hist?. Fal?as, afirma Jorge Mier. E alega mais de dois mil documentos que lhe entregou um parente seu, tataraneto de dom Joaqu? o anfitri?de Bol?r em sua ?ma morada. O Libertador, diz Mier, foi tra? por seus colaboradores e ele mesmo deixou as pistas de seu assassinato. Onde? Em uma carta (ap?fa) a uma amante de sua juventude na Fran? na qual usou chaves ma?icas ocultas para indicar seus assassinos. Mier p?decifr?as gra? a um c?o de sinais secretos que dom Joaqu?de Mier possu? Na conspira? est?envolvidos o presidente dos EUA Andrew Jackson, o rei da Espanha Fernando VII e a corte da Inglaterra. Os EUA tamb?s?o eixo da conjura? criminosa descrita por Luis Salazar, outro partid?o da teoria da conspira?. Bol?r, segundo ele, foi envenenado com ars?co por suas aspira?s de um governo continental socialista de proje?s gigantescas. O caudilho seria o protom?ir da luta contra o capitalismo. Em seu programa Al?residente, Ch?z falou v?as vezes na Carta que Mudar? Hist?, o livro de Jorge Mier, ao qual nomeou assessor da comiss?de investiga?, integrada por v?os ministros e o promotor geral. Acabamos de entregar sete amostras de cabelos de Sim?ol?r, guardadas por parentes e colecionadores, para descobrir seu DNA, explica Mier. Isso permitir?otej?o com o do cad?r que jaz no Pante?Nacional e que, segundo o escritor, n?? de Bol?r. E onde est? corpo? N?posso dizer porque ? tema de meu pr?o livro. Escandalizados, os historiadores se negam a polemizar com aventureiros extravagantes. Em todo caso, por que n?aproveitar os avan? cient?cos para exumar o cad?r e estud?o? Porque n?h?ma s?vida razo?l que justifique essa opera?, diz In?Quintero, secret?a da Academia Nacional de Hist?. Ch?z pretende usar a figura de Bol?r para semear a disc?a com os vizinhos, acrescenta, referindo-se ?complexas rela?s com o governo colombiano. Se voc?em a inten? de abrir um debate s?o, cria uma comiss?hist?o-cient?ca binacional, e n?monta uma pesquisa jur?ca em busca de um culpado. O que v?investigar? Se n?resolvem nem os crimes atuais! Ch?z, segundo seus detratores, pretende reescrever a hist? venezuelana para adequ?a a seu projeto pol?co. Nosso objetivo ?emocratizar a mem? coletiva nacional, responde Pedro Calzadilla, diretor do rec?criado Centro Nacional de Hist?. Queremos privilegiar a perspectiva dos exclu?s, negros, ?ios, mulheres, pobres, contra a historiografia tradicional, feita ?magem e semelhan?dos setores poderosos. Calzadilla nega que o governo pretenda impor uma leitura concreta. Mas a maioria dos membros da centen?a Academia de Hist? v? com preocupa? o processo de reinven? de Bol?r, que dilui suas origens europ?s e caricaturiza sua complexidade. El? Pino descreve o Libertador como um aristocrata em tr?ito para o Estado moderno, um paradigma do despotismo ilustrado, temeroso da pardocracia [o poder dos mulatos, ?ios e negros] e admirador do mundo anglo-sax? Pino combate o culto a Bol?r promovido pelos governantes venezuelanos, e que o atual presidente levou a alturas inusitadas. Ch?z quer transformar um homem do s?lo 19 em ide?o do socialismo do s?lo 21, lamenta In?Quintero. Por isso precisa reescrever sua origem e fechar o c?ulo com a reescritura de sua morte. Tradu?: Luiz Roberto Mendes Gon?ves

Olavo de Carvalho

01/01/2009
Os inimigos da liberdade s?as pessoas mais inventivas do mundo. A cada ano que passa eles criam novos instrumentos, mais e mais engenhosos, para ludibriar o povo e fazer com que a regra do jogo democr?co se torne um formalismo simb?o sem o menor alcance pr?co, de modo a que o poder possa ser sempre dividido entre os que j? t? e o povo trouxa ainda acredite que foi ele quem quis assim. Se n?come?mos a levar a s?o a no? de que n?h?emocracia sem livre acesso ?informa?s, logo estaremos acreditando que o simples ato de votar resolve tudo, mesmo que o eleitor n?tenha a menor id? de em quem est?otando. Esta cren?idiota, insultuosa no mais alto grau ?ntelig?ia humana e ?d? de democracia, foi a base das elei?s de 2002 e 2006 no Brasil, assim como da elei? americana de 2008. Nesses tr?epis?s, a popula? foi deliberadamente privada de informa?s essenciais para um voto consciente. A m?a agiu como organiza? criminosa empenhada em for? um resultado fraudulento, fugindo aos deveres m?mos da pr?ca jornal?ica e adotando como norma de reda? as t?icas de fabrica? do consenso inventadas pelo c?bre genro de Freud e g?o da picaretagem, Edward Bernays. Que os pr?os ?os de m?a acabam pagando por isso, ?lgo que j??se pode negar. Uma pesquisa do Pew Research Center, de Washington DC, mostra que a maioria dos americanos, hoje, tem a internet como fonte de informa?s mais confi?l do que a grande m?a. No entanto esta ainda se prevalece de seu prest?o residual declinante para impingir ?redulidade remanescente a id? tola de que existem fontes ortodoxas e heterodoxas de informa?, classificando-se a si pr?a na primeira categoria, e na segunda as p?nas da internet que abrem ao povo o acesso ?fontes prim?as – documentos e testemunhos diretos –, que a mais rigorosa metodologia da ci?ia hist?a considera o material mais confi?l, na verdade o ?o confi?l. A arrog?ia pomposa da grande m?a torna-se cada vez mais rid?la quando suas pretens?ao monop? da confiabilidade s?desmoralizadas pela simples publica? de documentos origin?os que a desmentem. De que valem o Globo e a Folha, confrontados com dezesseis anos de atas de uma entidade que eles davam por inexistente? De que valem o New York Times e a CNN quando as provas de que seu idolatrado Barack Hussein Obama ?m fals?o circulam ?dezenas pela internet? A cobertura das elei?s americanas foi um festival abjeto de louva?s ao candidato democrata e difama? ostensiva de seus advers?os. A m?a calhorda leva, decerto, a vantagem da rapidez e da simultaneidade, enquanto os documentos espalhados pela internet levam muito tempo at?er vistos por uma parcela significativa da popula?. Em toda prestidigita?, a velocidade ?udo. Mas o tempo acaba sempre trazendo a revela? da fraude. O que importa ?ue, depois de mostradas as provas, a coisa n?pare por a?a oculta? premeditada de informa?s, calculada para favorecer um candidato, ?m crime e deve ser punido como qualquer outro crime. A medida mais urgente para a preserva? da democracia ?ue as pessoas e entidades escandalizadas diante da vigarice de jornais e notici?os de TV n?se limitem ao protesto verbal, mas se organizem para processar os culpados. O pr?o C?o de Prote? ao Consumidor fornece elementos para isso. Di?o do Com?io Novas obamices Olavo de Carvalho Bill Muehlenberg, popular comentarista de m?a australiano, considerou o meu artigo O candidato do medo (Di?o do Com?io, 24 de outubro de 2008) uma das mat?as mais importantes e reveladoras publicadas sobre as elei?s americanas. Seu site Culture Watch (www.billmuehlenberg.com) recomendou ainda Milagres da f?b?ca, publicado no M?a Sem M?ara em 1º de novembro. Este foi discutido tamb?no site de Melanie Phillips da revista inglesa Spectator (http://www.spectator.co.uk/melaniephillips/2570751/join-up-the-dots.thtml): atacado e defendido, acabou-se saindo muito bem. At?gora, todas as rea?s adversas a esses dois artigos limitaram-se aos xingamentos impotentes e a contesta?s de detalhe que n?afetam no mais m?mo que seja o seu argumento geral. ?absolutamente inevit?l que, mais dia menos dia, todos os crimes de fraude praticados por Barack Hussein Obama antes e durante as elei?s venham ?ona. Os de revela? mais recente s?os seguintes: 1. Ao preencher o formul?o para inscri? na Ordem dos Advogados (Bar Association) de Illinois, Obama declarou que nunca tinha usado nenhum outro nome al?de Barack Hussein Obama. ?falso. H?ocumentos dele com os nomes de Barry Soetoro, Barry Dunham e outros, bem anteriores ao seu ingresso naquela entidade. 2. Durante a campanha, sob suspeita de ter adquirido sua mans?num neg? ilegal com Tony Rezko, Obama declarou que nada tinha a ver com o famoso vigarista, preso por uma d? de crimes. Agora apareceram as cobran? de impostos daquele im?: n?est?em nome de Obama, mas do advogado de Tony Rezko... 3. Repetidas vezes, Obama afirmou que n?tinha nada a ver com a Acorn, a ONG que espalhou milhares de t?los de eleitor falsos. Agora revela-se n?s?e a Acorn prestou servi? ?ampanha de Obama, recebendo pagamentos de 80 mil d?es, mas que a firma de advocacia onde trabalhou Michelle Obama est?efendendo a diretoria da Acorn num caso de desvio de verbas. 4. Com o apoio de toda a grande m?a, sem exce?, Barack Hussein Obama jurou que eram puras difama?s as not?as de que ele tinha recebido educa? isl?ca. O v?o reproduzido em http://www.youtube.com/watch?v=HkjFc3S21nY n?deixa margem a d?as: Obama mentiu novamente. Gra? ao caso Blagojevitch, Obama tornou-se o primeiro presidente eleito dos EUA a ser interrogado pela pol?a j?ntes da cerim? de posse. E o promotor Patrick Fritzgerald – o mesmo do caso Valerie Plame, donde se v?ue o sujeito n?age por prefer?ia partid?a – j?nunciou que pretende em breve espremer Obama quanto aos neg?s il?tos com Tony Rezko.

Entrevista com Mons. Michel Schooyans

01/01/2009
Por Alexandre Ribeiro SÏ PAULO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org). — Quando se celebram os 60 anos da Declara? Universal dos Direitos Humanos, a maior amea?ao documento e aos princ?os ali proclamados vem da pr?a entidade que deu vida ao texto: a ONU. Neste m?de anivers?o da Declara? de 1948, Zenit entrevistou mons. Michel Schooyans, renomado especialista em filosofia pol?ca e demografia. Mons. Schooyans ?embro da Pontif?a Academia para a Vida, da Pontif?a Academia das Ci?ias Sociais e professor em?to da Universidade de Lovaina (B?ica). — Fale-nos, por favor, do surgimento da Declara? de 1948. — Mons. Michel Schooyans: A ONU foi criada em 1945 com a carta de S?Francisco e, de certa forma, consolidada em 1948 com a Declara? Universal dos Direitos Humanos. Foi consolidada na base de uma miss?essencial que ? promo? dos direitos de todo ser humano. Todo ser humano tem direito ?ida, afirma o artigo terceiro da Declara?. O texto convida todos os homens, pa?s, governantes a reconhecer a dignidade de cada ser humano, qualquer que seja a sua for? a cor da sua pele, a sua religi? idade. Todos merecemos ser reconhecidos simplesmente pelo fato de sermos homens. ?sobre esta base, diz a Declara?, que vamos poder construir novas rela?s internacionais, uma sociedade de paz e de fraternidade. Se houve a Guerra Mundial que terminou em 1945, ?orque houve um desconhecimento da realidade desses seres humanos que, todos, t?direitos inalien?is e imperec?is. A Declara? situa-se na continuidade de todas as grandes declara?s que marcaram a hist? pol?ca e jur?ca das na?s ocidentais. Por exemplo, a Declara? da Independ?ia dos Estados Unidos, de 1776, a Constitui? dos Estados Unidos de 1787, a Declara? dos Direitos do Homem e do Cidad? da Fran? em 1789, s?as declara?s cl?icas. A Declara? de 1948 se situa na tradi? mais fiel ?elas Declara?s que demonstraram a sua efic?a no campo do reconhecimento e da promo? dos direitos humanos. Esses direitos s?reconhecidos em decorr?ia de uma atitude moral e antropol?a. Eu reconhe?a realidade do meu semelhante. Eu me inclino na sua presen? Reconhe?a sua dignidade. Ainda que ele seja doente, esteja no in?o ou no final da sua vida, ele tem uma dignidade igual ?inha. — Que tipo de documento ? Declara? de 1948? — Mons. Michel Schooyans: A Declara? n??m documento de Direito no sentido t?ico da palavra. O documento enuncia os direitos b?cos. Mas para que esses direitos b?cos sejam colocados em pr?ca, eles necessitam de uma tradu? em textos legais. Precisam ser codificados. Devem ser prolongados em instrumentos jur?cos apropriados, no que se chama o direito positivo. Isso significa que os direitos proclamados em 1948 devem se exprimir em leis que ser?aplicadas pelos governos das na?s e controladas pelo poder judicial. S? portanto, duas coisas: primeiro, o reconhecimento da realidade de seres humanos que t?a mesma dignidade e os mesmo direitos b?cos, e, por outro lado, instrumentos jur?cos que d?uma forma concreta, exig?l, ?eles direitosreconhecidos como fundamentais. Quando se trata da Declara? de 1948, conv?perceber que os mesmos direitos fundamentais podem dar lugar a codifica?s diferentes de acordo com as diversas tradi?s jur?cas dos pa?s. As na?s podem traduzir diferentemente o mesmo respeito que elas t?aos direitos fundamentais dos homens. O que acabamos de evocar ? que se chama a tradi? realista. Essa tradi? se inclina frente ?ealidade de seres concretos: voc?eu e a universalidade dos seres humanos. Essa mesma tradi? comanda todo o edif?o das na?s democr?cas, n?s?edif?o jur?co, mas o edif?o pol?co, que tamb?se baseia no reconhecimento da igualdignidade. Agora, hoje em dia, a Declara? de 1948, que se inspira n?da e explicitamente na tradi? realista, e que foi redigida com a colabora? de um dos brasileiros mais ilustres da hist?, Alceu Amoroso de Lima, est?endo contestada. — Que tipo de contesta?? — Mons. Michel Schooyans: Uma contesta? que vem da influ?ia da teoria positivista do Direito, elaborada sobretudo por um autor chamado Kelsen (1881-1973). Sob a influ?ia de Kelsen, propagou-se uma nova concep? do direito e, portanto, dos direitos humanos. Tudo o que a gente explicou a respeito dos direitos inatos do homem que, por ser homem, tem naturalmente direitos, ?ontestado. Tudo isso ?egado, ?olocado entre par?eses, ?esprezado e esquecido. S?bsistem as normas jur?cas; s?bsiste o direito positivo, barrando toda refer?ia aos direitos que os homens t?naturalmente. Nesse contexto, as determina?s jur?cas s?a ?a coisa que merecem estudo e respeito. Agora esses ordenamentos jur?cos, essas disposi?s lavradas nos C?os, podem mudar ao sabor de quem tem for?para defini-las. S?puro produto da vontade de quem tem poder, de quem consegue impor a sua vis?do que seja tal ou tal direito humano. De modo que, como salta aos olhos, a vis?puramente positivista dos direitos humanos depende finalmente do arb?io de quem tem a possibilidade de impor a sua concep? pr?a dos direitos humanos, j?ue n?h?ais nenhuma refer?ia ?erdade, concernente ?ealidade do homem. — Quais as consequ?ias? — Mons. Michel Schooyans: S?tr?cas. O positivismo jur?co abriu e abre o caminho para todas as formas de ditadura. Como o pr?o Kelsen dizia, na Uni?Sovi?ca de Stalin havia estado de direito, j?ue havia leis. Era um ditador, mas ele fazia a lei. Mas que lei? A lei que era a express?da vontade dele, da brutalidade dele. N?tinha refer?ia a direitos que seriam naturais, que seriam objeto de uma verdade ?ual a gente adere e que se imp?elo seu fulgor. A lei no tempo de Stalin era reflexo da vontade do mais forte. Hoje em dia, a lei que permite o aborto, que permite a eutan?a, n??utra coisa. ?uma lei que permite que ven?a for?do mais forte, que diz: j?ue tal ? minha vontade, n?amos decidir quem pode ser admitido ?xist?ia e quem n?pode. Essa mentalidade entrou em v?as ag?ias da ONU. E a ONU hoje em dia est?e comportando como uma superpot?ia global, transnacional, na linha exata de Kelsen. Ele mesmo diz que as leis nacionais, as que conhecemos nos nossos C?os nacionais, devem ser submetidas ?prova?, valida?, de um centro de poder piramidal. A validez das leis nacionais depende da validade outorgada, concedida pelo poder supranacional aos c?os nacionais, particulares. Isso significa que as na?s ficam totalmente alienadas da sua soberania e os seres humanos de sua autonomia. A gente observa isso todos os dias, nas discuss?parlamentares. Muitos parlamentos s?simplesmente teatros de marionetes que executam determina?s vindo de fora, cumprem a vontade de quem imp?uas decis? eventualmente comprando os votos, atrav?da corrup?. Isso tudo se passa sob o simulacro da globaliza?, que merece muito a nossa vigil?ia. ?que, na mentalidade de quem adere a essa concep? puramente positivista do direito, a lei n?est? servi?dos homens e da comunidade humana; est?penas a servi?deste ou daquele centro de poder. Este pode ser uma na? como os Estados Unidos, mas pode ser sobretudo a trama das vontades que se aglomeram nas Na?s Unidas, apoiadas por numerosas ONGs, e tamb?por algumas sociedades secretas, como a ma?aria. Isso mostra que hoje em dia o direito internacional tende a prevalecer sobre os direitos nacionais, a esmag?os, pois est?sendo aos poucos desativados. ?uma coisa terr?l! Estamos assistindo ?merg?ia de um direito internacional tir?co porque puramente positivista, ignorando os direitos humanos inalien?is proclamados em1948. E a gente n?percebe... — Um novo tipo de totalitarismo? — Mons. Michel Schooyans: Sim, porque daqui em diante a soberania das na?s ?ura fachada. Kelsen explica muito bem isso: o direito internacional, que dita sua lei ?na?s, deve ser ele mesmo validado, aprovado, pelo topo da pir?de, pela inst?ia suprema. Vejamos um exemplo: no momento em que estamos falando, h?ma discuss?na sede das Na?s Unidas sobre a introdu? ou n?do aborto como novo direito humano. Seria uma nova vers?da Declara? de 1948. Uma modifica? calamitosa porque introduziria sub-repticiamente um princ?o puramente positivo numa declara? que ?ntropol?a e moral. Ali se colocaria tamb?o direito ?utan?a. Restaria ?na?s particulares ratificar estes novos direitos humanos emanando da inst?ia suprema. Isso significa que, como a refer?ia aos direitos naturais dos homens j?eria sido desativada, essa nova Declara? se tornaria um documento de direito puramente positivo, que deveria ser aplicado por todas as na?s que aderissem ao novo texto da Declara? ou a algum outro documento similar. ?uma coisa pavorosa o que est?uase acontecendo. E vai mais longe. A Corte Penal Internacional, que foi institu? h?lguns anos, vai ter como ?a de compet?ia julgar as na?s ou as entidades que se recusarem a reconhecer esses novos direitos inventados ou a serem inventados. A Igreja Cat?a ?m dos alvos poss?is dessa Corte Internacional. J?ouve quem dissesse h?nos que o Papa Jo?Paulo II poderia ter sido intimado a comparecer no Tribunal Internacional por se opor a um novo direito, o direito da mulher ao aborto. Amea?semelhante paira sobre Bento XVI. E no dom?o da educa? ? mesma coisa com a ideologia do g?ro. Em virtude de um novo direito humano, as pessoas escolheriam o seu g?ro, poderiam mudar de g?ro. Ent?o g?ro deve ser ensinado nas escolas. ?doutrina? ideol?a em grande escala, a ponto de quem n?subscrever a essa ideologia ser pass?l de puni? por uma corte internacional. — Discute-se ent?uma altera? do texto da Declara?? — Mons. Michel Schooyans: A Declara? de 1948 enuncia princ?os fundamentais. S?verdades primeiras, fundadoras. N?econhecemos esse fato, que o ser humano tem naturalmente direito ?ida, ?iberdade, ?ropriedade, a se casar, a se associar, a se exprimir livremente e que tudo isso n?decorre da vontade arbitr?a dos homens. Mesmo antes de entrar numa sociedade pol?ca, organizada, o homem j?em direitos humanos fundamentais. E os direitos precedem a lei. Mas o homem precisa que a sociedade se organize para que esses direitos sejam aplicados, respeitados e que, eventualmente, as infra?s sejam reprimidas. Tudo isso est?endo questionado atualmente. Circulam abaixo-assinados. H?m abaixo-assinado a favor do aborto e outro contra. Mas os que mais alto gritam s?os partid?os da introdu? de uma modifica? da Declara?de 1948 que alteraria a natureza da Declara?, bem como da pr?a ONU. — Isso ?ruto unicamente da manipula? do poder ou tamb?de um obscurecimento das consci?ias, utilizando uma express?de Bento XVI? — Mons. Michel Schooyans: Bento XVI tem motivos dos mais s?os para insistir no papel e na nobreza da raz? Tudo o que acabamos de discutir s?problemas de antropologia e de moral natural. Note-se que a defesa do ser humano n??m privil?o da Igreja; faz parte do patrim? das grandes tradi?s morais da humanidade. A necessidade de defender o homem, de reconhecer a dignidade do homem ?ma coisa ?ual a gente tem acesso atrav?do uso correto da raz? Infelizmente estamos assistindo a uma esp?e de pervers?da pr?a raz? A raz??tilizada para ser levada a certas armadilhas dela mesma. O homem ?apaz de ser manipulado; ?apaz de ser dominado. Em portugu?h?ma express?muito bonita, ao que parece usada no candombl?para dizer isso: a gente pode fazer a cabe?de algu? ?exatamente isso. A raz?de um indiv?o ou de um povo pode ser desconectada. E voc?ode encher a cabe?de algu?com id?s completamente malucas. ?o caso do aborto e da eutan?a. Na B?ica, o aborto foi criminalizado pela lei em 1867. Quem mandou aprovar essa lei n?eram os cat?os, mas sim os liberais, que, naquela ?ca, eram mais de tend?ia ma?ica, como at?oje, ali? Foram eles que fizeram essa lei. Os cat?os aprovaram, mas a iniciativa veio dos liberais, ent?majorit?os. Quer dizer que a raz?funcionava. A raz?deles tinha descoberto que era evidente que o ser humano devia ser protegido antes do nascimento. ?uma quest?de raz? Os tempos mudaram. Pode-se alterar a capacidade de racioc?o. Hoje assistimos a v?as manobras que v?nesse sentido. H?s casos de aborto, de eutan?a, do g?ro. H? problema da homossexualidade: h?0 anos, quem teria pensado em promover um novo direito ?omossexualidade? A raz?humana ?apaz de genialidade, mas ?amb?uma faculdade delicada, vulner?l, fr?l, uma faculdade que pode ser desmobilizada, hibernada. A pior forma de escravid?? escravid?mental, a escravid?da raz? que comporta um brinde: o naufr?o da f?porque n?h?to de f?ue n?seja razo?l. Ent?se voc?ntra naquela confus?mental de dizer que o aborto ?m direito, a eutan?a ?m direito, voc?ntra num processo que acaba corrompendo n?s?sua raz? mas tamb?a sua f? Fonte: Zenit