Tempos atrás comentei aqui o trecho de Hegel que enaltecia a capacidade humana de suprimir mentalmente todo dado exterior ou interior, a capacidade, em suma, de negar o universo inteiro e fazer da consciência de si a única realidade, entrando na "irrestrita infinitude da abstração absoluta ou universalidade, o puro pensamento de si mesmo" (ver emhttp://www.olavodecarvalho.org/semana/081114dc.html).
Faltou dizer que isso é a condição sine qua non para operar seja a "crítica radical de tudo quanto existe" proposta por Karl Marx, seja a "derrubada de todos os valores" almejada por Nietzsche.
Também é evidente que tanto Marx quanto Nietzsche varreram para baixo do tapete a advertência de Hegel de que essa capacidade, exercida precisamente com os poderes irrestritos que essas duas propostas exigiam, só podia levar a uma sucessão de catástrofes: "O que essa liberdade negativa pretende querer nunca pode ser algo em particular, mas apenas uma ideia abstrata, e dar efeito a essa ideia só pode consistir na fúria da destruição."
A recusa de Marx de elaborar o plano detalhado da futura sociedade socialista, ou mesmo de descrevê-la em linhas gerais, já continha em germe a promessa de que as coisas se passariam exatamente assim. Quanto mais vago e nebuloso o ideal a ser atingido, mais se pode adorná-lo de qualidades excelsas ao mesmo tempo que se conserva o direito de cometer em nome dele toda sorte de crimes e iniquidades.
E não é só a experiência histórica das tiranias soviética e chinesa que o comprova. Quando hoje em dia o sr. Lula proclama: "Não sabemos qual o tipo de socialismo que queremos", ele deixa claro de que não se sente nem um pouco chocado de que o caminho para essa meta indefinível tenha de passar pelo Mensalão, pelo dinheiro na cueca, pelo florescimento inaudito do comércio de tóxicos, pela roubalheira da Petrobras, pelos setenta mil homicídios anuais, pela redução dos nossos universitários a um bando de analfabetos funcionais, pelo controle ditatorial da opinião pública, pela gastança obscena da Copa do Mundo e por mais uma infinidade de capítulos deprimentes. Tudo pela causa, que não precisa nem dizer qual é.
Mutatis mutandis, a figura do Super Homem que "cria os seus próprios valores" é tão vaga e adjetiva que pôde ser usada para inspirar desde o nazismo e o anticristianismo militante até as agitações estudantis de maio de 1968, o anarquismo, os clubes de sadomasoquistas, a pedofilia, o crime organizado e desorganizado, a indústria do aborto e o uso de tatuagens e piercings nos órgãos genitais – enfim, qualquer coisa.
É incrível como marxistas e nietzscheanos permanecem confortavelmente inconscientes de que, para realizar o que prometem, têm de operar a "abstração absoluta" de que fala Hegel, colocando-se portanto imaginariamente acima do universo, julgando-o e condenando-o. Diríamos que se fazem de deuses? Não, porque os deuses são incluídos nesse universo e julgados com ele, o que faz do autor dessa singela operação mental uma espécie de super-deus, superior ao "maximamente grande" de Sto. Anselmo.
Também não é preciso dizer que, ao efetuar esse giro, levam o idealismo subjetivo até às suas últimas conseqüências no momento mesmo em que imaginam estar absorvendo e superando o idealismo objetivo de Hegel.
Mas tanto marxistas quanto nietzscheanos não podem dar-se conta disso, senão teriam de perceber que seu julgamento do universo é apenas uma fantasia individualista, destinada, seja a encerrar-se num solipsismo inconsequente – o que seria a menos letal das hipóteses –, seja a espalhar-se entre as massas como epidemia psicótica e descambar na 'fúria da destruição", como de fato veio a acontecer.
Se os inspiradores dessa maravilha não sentem nenhuma culpa pelo que produziram, se, ao contrário, continuam discursando com aqueles ares de superioridade sublime de juízes do universo, não é porque lhes falte apenas a consciência moral: antes disso já destruíram a sua própria consciência intelectual, no momento em que recusaram a enxergar a índole radicalmente subjetivista, a fuga desabalada da realidade, que era o centro da estratégia cognitiva que adotaram.
Depois de ter jurado não entender nada, o sujeito não pode nem mesmo entender que não entende. Resta-lhe a saída infalível: a pose, o fingimento, a inconfundível empáfia de quem olha tudo desde cima, com cara de nojinho.
Será de espantar que o século que se inspirou em Marx e Nietzsche tenha sido o mais violento, o mais assassino de toda a história humana? No entanto, ainda há, nos meios acadêmicos, um número suficiente de idiotas que acreditam piamente nas virtudes da "destruição criativa", negando a experiência histórica de que a única coisa que se cria com a destruição é mais destruição. Agora mesmo, em 2013, a Editora Boitempo, do indefectível dr. Emir Sader, promoveu um seminário internacional denominado "Marx: a criação destruidora". Isso não tem mais fim.
* Jornalista, ensaísta e professor de Filosofia
Na quarta-feira 13/08/2014, quando me dirigia a um restaurante para almoçar com amigos recebi ligação de uma colega da universidade informando-me sobre a morte de Eduardo Campos. Ao informar os dois colegas que me acompanhavam, a primeira reação foi de incredulidade.
Chegando ao restaurante a TV ligada no plantão jornalístico confirmava a notícia. Imediatamente um dos meus interlocutores disparou: foi o PT. Olhei espantado para ele e, antes que eu pudesse processar o raciocínio, ele emendou: essa eleição se encaminhava para um segundo turno de Aécio contra Dilma com provável vitória de Aécio. A quem interessaria desestabilizar o tabuleiro?
O almoço prosseguiu com nossos olhos voltados para a TV. Ante o desencontro de informações no momento imediato após a queda do avião, entre uma garfada e outra, mais especulações.
De volta ao trabalho, inevitável conectar os sites de notícias e o Facebook. Qual não foi minha surpresa ao constatar que meu interlocutor do almoço não estava sozinho. Inúmeros posts com a mesma especulação sobre suposto atentado povoavam as mídias sociais.
Não demorou muito emergiu na tela do computador um post de uma notícia revelando que em maio passado a presidente Dilma havia sancionado uma Lei que tornava sigilosa a investigação de acidentes aeronáuticos. Adivinhem o teor das dezenas de comentários abaixo do post?
O tempo foi passando e a falta de informações claras sobre a causa do acidente somente alimentou a imaginação dos especuladores. Na sequência emergiram as informações sobre voos de drones na área do campo de pouso do candidato do PSB. Nova onda de especulações. Paralelamente os jornais noticiavam que em Recife o povo falava abertamente pelas ruas sobre atentado à vida de Eduardo Campos.
Não tardou a divulgação da informação de que a caixa preta do avião estaria desligada e não conteria as gravações relativas ao voo de Eduardo Campos. Dessa vez, mais do que as pessoas nas mídias sociais, o deputado Beto Albuquerque (PSB/RS), agora vice de Marina, liga para autoridades aeronáuticas e divulga na imprensa suas desconfianças e exigências de esclarecimento. Ante o questionamento, o próprio ministro da Aeronáutica se vê forçado a vir a público para dirimir as suspeitas.
A exigência de investigação isenta e de respostas convincentes varre os blogs independentes, sempre seguidas de centenas de curtidas e comentários corroborando a percepção de atentado.
Esse tipo de especulação parece inevitável em casos similares. As mortes de Kennedy, Juscelino e Jango até hoje são cercadas de mistério e especulações. No caso de Kennedy, realmente um atentado, as especulações versam sobre supostos mandantes ocultos e que seriam os “verdadeiros assassinos”.
“Teorias conspiratórias”. Assim classificam os analistas políticos esse tipo de especulação que cerca a morte de autoridades em circunstâncias controvertidas.
Ao observador atento não terá escapado a circulação pela internet de outras especulações que poderiam se enquadrar na classificação das “teorias conspiratórias”. Trata-se das vulnerabilidades a fraudes das urnas eletrônicas brasileiras. Não são poucos os difusores dessas especulações sobre o risco de fraude do resultado das urnas na eleição presidencial de 2014.
Inquirido sobre isso numa reunião com amigos, aleguei aos interlocutores que para fraudar-se uma eleição presidencial seria preciso hackear o sistema de totalização do TSE, visto que violar milhares de urnas uma a uma dificilmente viabilizaria uma fraude em larga escala num país das dimensões do Brasil, sem dar na vista. Imediatamente meus interlocutores introduziram outro argumento: “pois é, mas quem é o presidente do TSE?” Mais do que apenas o presidente do TSE, o suspeito oculto por trás dessa interrogação é outro.
Para dirimir quaisquer dúvidas sobre meu ponto de vista, vou aceitar a tese de que a morte de Eduardo Campos decorreu mesmo de um acidente e não de um atentado, e de que, mesmo com a vulnerabilidade já demonstrada das urnas eletrônicas brasileiras e a possibilidade de fraudes em âmbito local, nenhum agente político teria a ousadia de invadir os computadores da Justiça Eleitoral brasileira, com a cumplicidade do presidente do TSE, para fraudar as eleições em curso.
A questão aqui não é essa. A questão é que, por trás dessas especulações encontramos sempre o mesmo invariável suspeito: o PT.
Por que será?
* Cientista Político
Diante dos incessantes escárnios que vem assolando a República, o sentimento de indignação dos eleitores vem adquirindo contornos extremos e até mesmo peculiares. Por conta disso, a ideia de uma “nova eleição” ante um hipotético predomínio dos votos nulos sobre os válidos como forma de protesto dos eleitores tem sido noticiada. Os adeptos desta duvidosa solução para as anomalias e mazelas do país sustentam que se mais da metade dos votos do dia do pleito forem anulados pelos eleitores, haverá uma “nova eleição” e que os candidatos que participaram da primeira não poderão concorrer na seguinte. Negativo.
O ordenamento jurídico define objetivamente que será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, desconsiderados brancos e nulos. Ou seja: vencerá o pleito majoritário quem obtiver metade mais um dos votos válidos, do país ou do estado. Mesmo que a eleição tenha reduzidos percentuais de participação, sempre haverá a formação de uma maioria e algum candidato será eleito, salvo se o comparecimento do eleitorado às urnas for zero, o que não se cogita nem como grotesca ilustração.
A “tese” da anulação de uma eleição para que outra lhe suceda, com ou sem os candidatos da primeira, corresponde a uma pregação inútil porque juridicamente impossível. O sistema, ainda que imperfeito e por isso sujeito a ajustes periódicos pelo Poder Legislativo, não estabeleceu – e nem estabeleceria– regras frágeis ou vacilantes a ponto de vulnerar a democracia que o sustenta. De outra parte, o Código Eleitoral determina que uma “nova eleição” somente ocorre se aquele que venceu o pleito por mais de 50% dos votos tiver o seu registro ou diploma cassado por decisão da Justiça Eleitoral diante de abuso ou inelegibilidade.
Disseminar fórmulas juridicamente inconsistentes é um desperdício não apenas de tempo como de opções, especialmente diante de mandatos que se estendem por no mínimo quatro anos. Já a manifestação apolítica do eleitor anulando o voto corresponde a uma forma livre e legítima de expressar a sua rejeição por candidaturas, pela política e talvez até mesmo pelo voto obrigatório.
Entretanto, os paladinos da falácia omitem o essencial: votos nulos não tem serventia democrática alguma porque não foram direcionados a nenhum candidato. A rigor, desprezam (ou fazem crer que desprezam) a lição mais comezinha das democraciascontemporâneas:a existência de regras dispondo sobre eleições, eleitores e os resultados que estes determinam àquelas, sem lero-lero. Democracia é coisa séria.
* Advogado eleitoralista
Essa doença ataca a área cognitiva do sistema nervoso de pessoas expostas ao contágio, principalmente as que já apresentavam uma pronunciada predisposição ao ódio e ao rancor. Caracteriza-se por agressividade crescente e rejeição a tudo o que for americano, com exceção de tênis Nike, aparelhos eletrônicos da Apple, roupas de grife produzidas a preços reduzidos nos Estados Unidos e inúmeros outros itens que caracterizam aquela civilização consumista. Os casos mais graves vêm acompanhados por acessos de ódio incontrolável, sem causa aparente. Geralmente, essas pessoas não tiveram contato anterior com cidadãos daquele país mas os consideram responsáveis por todas as desgraças do mundo. Encontram breve alívio de seus sintomas queimando bandeiras dos Estados Unidos e de outras nações que considerem inimigas de povos “progressistas”, não alinhados.
O contágio se dá em universidades, sindicatos, movimentos sociais e também através de jornais, onde viceja um largo contingente de portadores do mal que utilizam seus espaços midiáticos e suas cátedras para disseminar a doença. Os primeiros sintomas dos infectados se traduzem por uma espécie de euforia e prazeroso sentimento de pertencer a um seleto grupo de pessoas esclarecidas, humanas e sensíveis, bem diferentes desses reacionários, gente de direita, divorciados da realidade de um mundo dominado pela cobiça. Do sentimento à ação, os iluminados se sentem no direito a ajudar a humanidade a alcançar “um novo mundo é possível” através de palavras de ordem e atos violentos.
Contando com a indiferença da maioria da população, estendem sua agressividade sobre as instituições democráticas que dizem defender e, na ausência de uma reação adequada dessas instituições e dos partidos tradicionais, podem chegar ao poder, com todas as consequências que isto pode acarretar à nação. Para eles, tudo é explicado pela geopolítica dos interesses escusos dos imperialistas e assim podem dormir tranquilos, certos de que entendem o mundo como poucos.
A doença é letal, porque não há vacina contra ela e os indivíduos são levados a um estado progressivo de embrutecimento, de tal ordem que não terão mais condição de voltar à razoabilidade e à compaixão. É uma morte por dentro que não há como estancar.
* Empresário de turismo
Se por um lado há muito que lamentar, por outro não há nada de estranho o fato de Dilma Neocomunista Rousseff se colocar sempre em defesa de Cristina Kirchner, que acorda todos os dias com um único objetivo: destruir a economia da pobre Argentina.
Essa confessada e nada recente admiração e/ou solidariedade tem sentido: Dilma, faz exatamente aquilo que, independente de gostar também atende aos interesses de seu partido (PT) e seu grande aliado (PMDB).
Mais: Dilma, prazerosamente, cumpre todas as imposições decididas pelo Foro de São Paulo, cujo propósito é colocar o nosso pobre país no mesmo patamar de dificuldade econômica.
Esta clara e absoluta postura de extermínio econômico até já foi percebida por quase todos os políticos de partidos socialistas, que abundam no Brasil: em todos os cantos do país, os candidatos que gozam de maior preferência dos eleitores, já se colocam -TODOS CONTRA DILMA-.
Os segmentos produtivos do Brasil, por exemplo, estão apavorados com o pífio desempenho da economia. Aliás, o próprio Boletim Focus (do Banco Central), pela 12ª semana consecutiva, ratifica o pavor promovido por Dilma Neocomunista Rousseff: divulgou hoje a mais nova perspectiva de crescimento do PIB, que agora não passa de apenas 0,79% para 2014.
Enquanto vamos sofrendo por economia minguante, os empresários da já paupérrima Argentina, estão em pé de guerra: na semana passada, a exterminadora Cristina Kirchner apresentou um projeto que impõe um maior controle da cadeia de comercialização de bens e serviços, com o objetivo de determinar preços.
O projeto também pretende determinar cotas de produção, margens de lucros, preços de referência e níveis mínimos e máximos de comercialização.
O plano de reforma, segundo informa o jornalista Ariel Palacios (Estadão), provocou um rechaço geral por parte do empresariado argentino. Nunca antes uma legislação proposta pela administração Kirchner havia desatado tantas críticas.
O líder da União Industrial Argentina (UIA), Héctor Méndez, criticou a reforma da lei de abastecimento, alegando que -é perigosa- e -pode afetar os investimentos e os empregos-. Os partidos da oposição também criticaram o projeto. Assim começou a última etapa do populismo decadente venezuelano, exclamou o senador Gerardo Morales, um dos líderes da União Cívica Radical (UCR), durante uma sessão na Câmara Alta Argentina.
A Associação de Bancos Privados de Capital Argentino (Adeba) expressou ontem -preocupação e rechaço- ao projeto e solicitou que o governo -dialogue- com o empresariado. A Associação de Bancos da Argentina (ABA), que reúne os bancos estrangeiros instalados no país, fez um apelo para que os direitos da propriedade privada -sejam respeitados-, além da -livre administração das empresas-
. Já a Sociedade Rural Argentina sustentou que o projeto, além de inconstitucional leva à intervenção total da economia. "Esse tipo de tentativa confiscatória afasta os investimentos, mais ainda nesses tempos de retração da economia.
Como Dilma sempre se mostrou simpática às decisões tomadas por Cristina, não perguntem o que ela acha. Certamente dirá que apoia, como apoiou tudo que é dito e feito na Argentina e na Venezuela.
Só me resta, portanto, gritar -TODOS CONTRA DILMA!!!
1. O problema do nosso tempo não é o ateísmo, mas o antiteísmo. Marx e Lênin, Nietzsche e Hitler, Mao e Gramsci não são simplesmente descrentes: eles odeiam a própria ideia de Deus. Deus é conservador: representa a negação do super-homem revolucionário.
2. Parte do ambientalismo contemporâneo procura substituir Deus pela mãe-natureza. Sai o Criador, entra Gaia. É uma nova religião civil. Chesterton já dizia, em tom de alerta, que existe uma terrível consequência em acreditar que a natureza é nossa mãe: ela acabará se revelando como madrasta. Na verdade, a natureza é nossa irmã: devemos protegê-la e amá-la, como ensinava São Francisco, mas nunca adorá-la ou transformá-la em ídolo inquestionável.
3. Desculpem-me o que pensam assim, mas essa história de que a Terra viveria muito bem sem a humanidade, de que o homem poderia ser eliminado do planeta sem maiores prejuízos – isso tudo é conversa do diabo.
4. Diabo é aquele que divide. A ideologia da luta de classes, muitas vezes disfarçada de ambientalismo ou radicalismo, funciona hoje como a principal arma do Inimigo.
5. Nas redes sociais, a trágica morte de Eduardo Campos, que comoveu o País, despertou uma onda de comentários abomináveis, procedentes de grupelhos politicamente radicais. Como disse um amigo, a gente fica imaginando o que tais grupos fariam se chegassem ao poder. A resposta está nos regimes totalitários que provocaram milhões de mortes no século XX. O comunismo não era somente um regime ateu; era um regime antiteísta. Gaia, História, Revolução, Dialética e Vontade de Poder são nomes diferentes para o mesmo ídolo. Conversa do coisa-ruim.
6. Grande parte do discurso contra Israel nos tempos atuais está ligada ao mesmo sentimento antiteísta que corrói a civilização ocidental. Aos que defendem o boicote a produtos israelenses, sugiro que comecem desligando seus computadores, e em seguida deixando de tomar remédios ou utilizar técnicas agrícolas avançadas.
7. A natureza não escreve Guerra e Paz nem A Divina Comédia. A natureza não compõe as Variações Goldberg nem a Missa Solene. A natureza, lamento informar, não esculpe Moisés, não pinta A Conversão de São Paulo e não produz um só diálogo de Hamlet, que dirá um Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda. A natureza não produz uma mísera cerveja artesanal, tampouco o menos delicioso dos vinhos do Reno. A natureza não transforma deserto em terra fértil, como fizeram os israelenses. A natureza sabe ser cruel: devora seus filhotes sem dó quando julga necessário. Sim, devemos proteger a natureza. Mas às vezes temos de nos proteger dela, como Israel protege seus filhos.
*Jornalista