MESMO DEPOIS DE SEREM PRESOS, CUBANOS FUNDAM PARTIDO LIBERTÁRIO CUBANO (ASSISTA)
Camilo Caetano
(Publicado originalmente por http://www.ilisp.org)
Ontem (07/05/2017) ficou marcado um precedente na história de Cuba, do continente e dos amantes e defensores da liberdade no mundo: foi fundado o Partido Libertário Cubano “José Martí”.
A cerimônia foi realizada na sede da Biblioteca Libertaria “Benjamín Franklin” que compartilha com a nova organização política. Esta organização é uma extensão dos objetivos propostos do Clube anarcocapitalista de Cuba e Instituto Mises Cuba. A Biblioteca Libertaria “Benjamín Franklin” fundado em 24 de dezembro, será a fonte da filosofia.
A nova organização do partido irá defender a liberdade, direitos humanos e civis dos indivíduos, promover e propor a redução do coletivismo prevalecente na sociedade e paternalismo excessivo do governo, afirmando e fortalecendo a soberania individual em todas as áreas da vida, minimizar o volume e possível interferência por parte do Estado e o estabelecimento da ordem espontânea da sociedade e da economia.
Além disso, o Partido Libertário procurará desnacionalizar a cultura cubana, o sistema de educação, solidariedade e questões éticas, e estabelecer um sistema jurídico que emana da livre vontade dos cidadãos para garantir eficazmente os fins acima referidos.
“É curioso e interessante que a atividade foi realizada sem sombras, pelo menos perceptível agentes da Segurança do Estado”, disse um dos participantes, tanto vários membros foram presos (mesmo um foi queimado com um cigarro na prisão) e ameaçados.
Em fevereiro desse ano, o ativista de direitos humanos, Ubaldo Herrera Hernandez, responsável pelo projeto Biblioteca Libertaria “Benjamín Franklin”, foi preso pelo governo cubano. Apesar desse fato, os libertários cubanos não se intimidaram e criaram o partido.
Assista: https://youtu.be/mZLh50ftYmc
NASCE O FASCISMO DO BEM
Guilherme Fiuza
(Publicado originalmente em O Globo)
José Dirceu, guerreiro do povo brasileiro, está solto. O Supremo Tribunal Federal sabe o que faz. Conforme demonstrado na Lava-Jato — essa operação invejosa da elite branca — do banco dos réus do mensalão Dirceu continuava operando o petrolão. E o maior assalto governamental da história prosseguiu, com formidável desinibição, enquanto o PT ocupava o Planalto. Dilma trocava e-mails secretos com José Eduardo Cardozo para sabotar a Lava-Jato, e seguia o baile. Dilma e Cardozo também estão soltos.
O bando precisa da liberdade para administrar o caixa monumental que fez com o suor do seu rosto, caro leitor. E o STF é sensível a essa causa. Se todos os líderes progressistas e humanitários estiverem presos, quem vai tocar o negócio mais bem-sucedido do século? O Supremo, no fundo, está protegendo a economia. E você está orgulhoso por patrocinar essa esquadra de advogados milionários que defendem os heróis perseguidos por Sergio Moro. Palocci já avisou que quer uma fatia da pizza de Dirceu.
O STF tem cumprido seu papel com bravura. Desde os famosos embargos infringentes e refrescantes para os mensaleiros, a corte tem sido impecável. Triangulando com Cardozo e Janot, fez um belíssimo trabalho de cartas embaralhadas e pistas falsas — mantendo o quanto pôde Dilma e Lula fora do alcance da Lava-Jato. Claro que quando Delcídio foi gravado dizendo que ia combinar o “cala a boca, Cerveró” com os supremos juízes, eles deram seu brado cívico — “não passarão!” etc — e prenderam o senador.
No que ficaram bem na foto (que é o que importa), meteram a mão grande no rito do impeachment na Câmara.
Os supremos companheiros só não salvaram o governo delinquente de Dilma Rousseff da degola porque a LavaJato cismou de trabalhar dobrado entre o Natal e o carnaval. Quando cessaram os tamborins em março de 2016, as delações já tinham provado que não havia uma quadrilha no governo do PT: o governo do PT era uma quadrilha.
Eduardo Cunha tirou o petrolão do pedido de impeachment, mas não teve jeito — uma fração das fraudes fiscais da quadrilha foi suficiente para configurar o crime. E as obras completas já estavam sendo esfregadas na cara do Brasil, escancarando a receita da maior recessão da História. Mas o STF é bravo, e ainda conseguiu um salto ornamental (especialidade da casa) para manter os direitos políticos da presidente criminosa. Contando, ninguém acredita.
A libertação triunfal de José Dirceu sucede à não menos apoteótica de José Carlos Bumlai, o laranja da revolução. A série “Os dias eram assim” é linda, e os heróis da TV são esses mesmos que estão no noticiário hoje — com a sutil transição das páginas políticas para as policiais. Talvez na continuação de “Os dias são assim” se possa mostrar que os revolucionários do povo chegaram ao poder 30 anos depois e roubaram o povo, sem perder a ternura.
O governo dos brancos e velhos que assumiu em lugar da mulher e do operário não tem a menor graça. Hoje, quem toma conta do seu dinheiro são técnicos, administradores que só pensam em administrar, nunca nem subiram num palanque. Uns chatos. Michel Temer deu uma de Itamar Franco e pôs o leme nas mãos dos melhores — no Tesouro, no Banco Central, na Fazenda, no BNDES, na Petrobras. Nenhum faminto do PMDB apita em qualquer desses domínios. O resultado é chocante: inflação controlada, retomada de investimentos, previsão de queda do desemprego este ano. O que fazer num cenário desses?
Greve geral. Assim como na época da privatização da telefonia — quando esses técnicos sem glamour nenhum estabilizaram a moeda nacional —, os heróis da narrativa denunciam as reformas da elite contra o povo. Eles sabem (como sabiam no Plano Real) que as reformas são para sanear o país e, consequentemente, beneficiar o povo — o que seria horrível. Eles sabem o quanto é triste ver a vida de todo mundo melhorando e ninguém com tempo e saco para consumir lendas revolucionárias. Aí só tem um jeito: quebrar tudo.
Na primeira greve geral cenográfica da história, os heróis da lenda mandaram seus pimpolhos selvagens para o front. Eles saíram arrebentando tudo e todos, bloqueando ruas e incendiando ônibus, uma beleza. Pela internet, os intelectuais da revolução, também conhecidos como pacifistas da porrada, defendiam a livre manifestação. E a CUT manifestando livremente seus pedaços de pau no saguão do Santos Dumont, nas praças e na cabeça do trabalhador que queria trabalhar.
Ao final, os intelectuais engajados, também conhecidos como cafetões da bondade, denunciaram a violência policial contra os pimpolhos. Um crítico teatral talvez dissesse que, para brincar de “Os dias eram assim”, precisa dar uma melhorada na direção de cena. Esses críticos nunca estão satisfeitos.
Foi, enfim, uma grande festa em defesa do imposto sindical — que encheria de orgulho Benito Mussolini. Mas fascistas são os outros. E agora que abriram a porteira para os guerreiros do povo voltarem ao convívio social, convenhamos, nem vale a pena se chatear com assuntos de arrecadação.
A RESPOSTA A LULA QUE JOÃO DÓRIA NÃO DEU
Roberto Rachewsky
Se Lula soubesse o trabalho que é obter um alvará; emitir uma nota fiscal; contratar e manter um empregado; pagar todos os impostos; atender toda a burocracia estatal; satisfazer as exigências legais de toda espécie; resistir ao assédio de políticos, burocratas, fiscais e parasitas em geral; suportar o escárnio de sindicatos e juízes trabalhistas; e ainda, atender às necessidades dos consumidores com todas as adversidades que o governo pode criar para a economia, como inflação, incerteza jurídica e juros exorbitantes, jamais diria que só é trabalhador quem tem carteira assinada.
Ninguém trabalha mais nesse país do que os empreendedores, proprietários de negócios de pequeno ou de grande porte, aqueles que assinam as carteiras de trabalho de milhões de trabalhadores que ganham assim a oportunidade de prosperar, apesar das dificuldades criadas pelo governo.
Sem empreendedores, sem empresários, sem empregadores para assinar carteiras de trabalho, não haveria emprego e portanto, carteiras de trabalho não teriam serventia, a não ser para a retórica falaciosa de um ex-presidente, corrupto e réu, cujo partido, o PT, com suas políticas equivocadas, com seu comportamento criminoso, fez com que centenas de milhares de empreendedores fechassem as portas, deixando de gerar empregos, criando assim, milhões de desempregados.
Lula e Dilma são responsáveis por transformar carteiras de trabalho numa coisa inútil.
Sem empreendedores, sem empresários, sem empregadores, o governo não teria de quem achacar para manter gente improdutiva como Lula.
ATENÇÃO! A PRINCIPAL REVELAÇÃO DE RENATO DUQUE NÃO FOI SOBRE LULA.
Quem se impressionou com as afirmações de Renato Duque sobre Lula, designando-o como "o chefe", não tem prestado atenção ao que vem sendo dito reiteradamente pela força tarefa da Lava Jato, sem dúvida o grupo mais bem informado sobre a organização criminosa que ocupou o poder em nosso país. Isso era totalmente sabido. O que, ao menos para mim constituiu novidade no breve resumo com que Duque sinalizou o conteúdo do que tem para contar, foi a afirmação de que, nesses bilionários esquemas, todos roubam de todos e, juntos roubam de nós:
• empresários roubam dos concorrentes e consorciados,
• executivos roubam dos acionistas,
• servidores públicos e de estatais roubam de suas instituições e organizações,
• políticos e partidos roubam do governo, do Estado e da administração.
Assim, em cascata, roubam do povo brasileiro a partir de sobrepreços tomados à mão grande, de modo cumulativo, nos contratos que firmam.
Quando tais práticas se desenrolam em longo prazo, associadas a uma gestão pública descerebrada e incompetente, mínguam os recursos para o que é de real interesse público e se tem uma crise com as dimensões da que estamos enfrentando.
O STF COMEÇOU A SOLTAR OS PRESOS DA LAVA-JATO
(Com conteúdo de Élio Gaspari, em O Globo. Leia a íntegra da matéria aqui.)
Transcrevo abaixo parte de coluna de Élio Gaspari em O Globo sobre as medidas que a 2ª Turma do STF vem adotando na contramão das estratégias e da efetividade da Lava-Jato. De modo especial, chamo a atenção para este tópico que está lá no pé do trecho selecionado:
Numa pequena amostra, sem as “prisões alongadas” e sem as colaborações, a Odebrecht ainda seria a maior empreiteira do país, Youssef continuaria operando no mercado cambial e Paulo Roberto Costa seria um próspero consultor na área de petróleo. A Lava-Jato tomou um tiro.
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O ministro Gilmar Mendes sabia do que estava falando e o que se articulava no Supremo Tribunal Federal quando disse, em fevereiro, que “temos um encontro marcado com essas alongadas prisões de Curitiba”.
O encontro deu-se na última quarta-feira e a Segunda Turma da Corte, aquela que cuida da Lava-Jato, soltou o ex-tesoureiro do Partido Popular, doutor João Claudio Genu, preso preventivamente em Curitiba desde maio de 2016.Em dezembro ele havia sido condenado pelo juiz Sergio Moro a oito anos e oito meses por corrupção passiva.
Genu tem uma biografia notável. Antes de chegar a tesoureiro do PP, foi assessor do falecido deputado José Janene, o grão-mestre que ensinou o PT a operar com Alberto Youssef.
Freguês no escândalo do mensalão, Genu salvou-se com uma prescrição.
A Segunda Turma julgou um habeas corpus em favor de Genu. Ele foi condenado, mas seu recurso ainda não foi julgado na segunda instância. Estava trancado preventivamente em Curitiba, por decisão de Moro. Era um caso clássico daquilo que Gilmar chamaria de “alongada prisão”.
O ministro Edson Fachin, relatando o processo, negou o habeas corpus e foi acompanhado por Celso de Mello. Por três votos contra dois, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes abriram a porta da cela de Genu.
Foi uma enorme derrota para as forças-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal que ralam na Lava-Jato.
Genu veio a ser o primeiro de uma série de presos de Curitiba que serão colocados em liberdade. Eike Batista foi o segundo. É improvável, porém possível, que soltem o comissário José Dirceu.
Genu foi solto a partir do entendimento que Moro e seus similares transformam prisões temporárias em cumprimento antecipado de penas.
Essas “prisões alongadas”, durante as quais delinquentes como Marcelo Odebrecht acabaram colaborando com a Viúva, são parte de um quadro complexo, sem resposta fácil.
Há coação? Há, mas é aquela que a lei permite.
Tudo bem, mas a trinca mandou soltar Genu porque acha que é isso que manda a lei.
Numa pequena amostra, sem as “prisões alongadas” e sem as colaborações, a Odebrecht ainda seria a maior empreiteira do país, Youssef continuaria operando no mercado cambial e Paulo Roberto Costa seria um próspero consultor na área de petróleo.
A Lava-Jato tomou um tiro.
GREVE GERAL OU PARALISAÇÃO FORÇADA POR PIQUETES E DESORDEIROS?
Percival Puggina
Sob determinadas condições, a greve é um direito legítimo, reconhecido como tal por todos os países democráticos. Somente os regimes totalitários, como o cubano, que tanto êxtase causa à esquerda tupiniquim, impedem o exercício desse direito aos seus trabalhadores.
Diversos sindicatos e categorias, para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária em estudo pelo Congresso Nacional, decidiram promover uma greve geral no país. Se depender das centrais sindicais, CUT, Força Sindical, etc., "o Brasil vai parar".
É possível que isso aconteça, mas a paralisação estará muito longe de significar que a população brasileira aderiu à greve! Menos ainda significa que ela está defendendo privilegiados que querem, mandando a conta aos demais, continuar se aposentando com 48 anos de idade. O que pretendem as centrais sindicais e as lideranças políticas e partidárias envolvidas nessa mobilização é criar todos os constrangimentos possíveis a quem pretende exercer o direito de trabalhar. Quando piquetes impedem a circulação de meios de transporte, estão cometendo um crime de constrangimento, inibindo a liberdade alheia, prejudicando a atividade de todos os outros. Em números estatísticos, pequena minoria constrange a imensa maioria.
O resultado disso não é um sucesso da greve, mas um fracasso do Estado de Direito e das liberdades públicas.
Será muito contraditório que grupos organizados do meio sindical, enquanto esbravejam por "nenhum direito a menos", afrontem os direitos da população ordeira e trabalhadora que não participa do referido movimento grevista.
Coerência é um atributo moral, mas ninguém dá o que não tem. É possível que o Brasil pare, mas se parar, terá sido por efeito do bloqueio de vias de acesso e modos de transporte. Não por adesão a um movimento político que tem por trás aqueles que rapinaram e quebraram o país, colocando na rua 13 milhões de desempregados enquanto enriqueciam às custas dos recursos nacionais.