EM RAZÕES FINAIS, MPF PEDE PRISÃO DE LULA
Com matéria do sempre competente e bem informado Diário do Poder.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão do ex-presidente Lula e outros seis réus sejam condenados pelos crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro, e que todos cumpram as respectivas penas em regime fechado. O pedido ao juiz Sérgio Moro, formalizado nesta sexta-feira (3), consta nas alegações finais do MPF no processo que apura pagamento de propina por parte da OAS, por meio da entrega de um apartamento triplex no Guarujá, litoral paulista.
O MPF alega que o apartamento seria entregue a Lula, como contrapartida por contratos que a OAS fechou com a Petrobras, nos anos em que o político foi presidente da República. Também faz parte da denúncia o pagamento que a OAS fez à transportadora Granero, para que a empresa fizesse a guarda de parte do acervo que o ex-presidente recebeu ao deixar o cargo.
Entre os réus, também estão o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, e outros executivos da construtora, que foram acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
Embora tenha pedido que todos sejam presos, o MPF diz que Léo Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros e Paulo Gordilho, devem ter as penas reduzidas pela metade, "considerando que em seus interrogatórios não apenas confessaram ter praticado os graves fatos criminosos objeto da acusação, como também espontaneamente optaram por prestar esclarecimentos relevantes acerca da responsabilidade de coautores e partícipes nos crimes, tendo em vista, ainda, que forneceram provas documentais acerca dos crimes que não estavam na posse e não eram de conhecimento das autoridades públicas".
COMENTO
A semana se encerra com a boa notícia que aparece no último parágrafo acima. Três dos réus no mesmo processo confessaram seus crimes e forneceram provas documentais. Certamente são aquelas que os devotos de São Lula de Garanhuns e do Guarujá, jurando em cruz, afirmam não existir. Se condenado, Lula aguardará em liberdade o julgamento colegiado pelo TRF4, em Porto Alegre. Só então, se confirmada a sentença, ele será preso. Há outros quatro processos em andamento, podendo implicar penas cumulativas.
O CALOTE DO SÉCULO
Eliane Cantanhêde, o Globo
Antes que a gente se esqueça, Joesley Batista, da JBS, que já foi um dos "campeões nacionais" do BNDES, é agora campeão internacional do calote, um calote não numa pessoa, numa empresa ou num banco, mas num país inteiro. Um país chamado Brasil, onde não sobra ninguém para contar uma história decente e abrir horizontes.
Enquanto amealhava R$ 9 bilhões do BNDES, mais uns R$ 3 bilhões da CEF, mais sabe-se lá quanto de outros bancos públicos nos anos beneficentes de Lula, Joesley saiu comprando governos, partidos e parlamentares.Quando a coisa ficou feia, explodiu o governo Temer, a recuperação da economia e a aprovação das reformas, fez um acordo de pai para filho homologado pelo STF e foi viver a vida no coração de Nova York.
O BNDES, banco de fomento do desenvolvimento nacional, foi usado para fomento de empregos, fábricas e crescimento nos Estados Unidos, onde Joesley e o irmão, Wesley, usaram o rico e suado dinheirinho dos brasileiros para comprar tudo o que viam pela frente.Detalhe sórdido: os frigoríficos que adquiriram lá competem com os exportadores brasileiros de carne. Uma concorrência para lá de desleal.
Eles se negam a pagar os R$ 11 bilhões do acordo de leniência com a PGR, até porque o dinheiro público camarada do Brasil foi usado para sediar 70% dos negócios nos EUA, 10% em dezenas de outros países e só 20% no Brasil. Se esses procuradores encherem muito a paciência, eles jogam esses 20% pra lá, fecham as portas e esquecem a republiqueta de bananas.
Além de sua linda mulher (como nos clássicos sobre gângsteres), Joesley levou para a grande potência seu avião Gulfstream G650, de 20 lugares e US$ 65 milhões. Também despachou num navio para Miami seu iate do estaleiro Azimut, de três andares, 25 lugares e US$ 10 milhões. Quando enjoar de Nova York, vai passar uns tempos nos mares da Flórida.
Enquanto arrumava as malas, Joesley aplicou US$ 1 bilhão no mercado de câmbio, fez megaoperações nas Bolsas e ficou aguardando calmamente o Brasil implodir no dia seguinte, para colher novos milhões de dólares. E deixou para trás sua vidinha de açougueiro no interior de Goiás, uma sociedade pasma e um monte de interrogações.
Por que, raios, Lula e o BNDES jorraram tantos bilhões numa única empresa? Joesley podia usar o dinheiro com juros camaradas e comprar aviões e iates para uso pessoal? Os recursos não teriam de gerar desenvolvimento e emprego para os brasileiros? E, se o seu amigão (como dos Odebrecht) era Lula, a JBS virou uma potência planetária na era Lula e se ele diz que despejou US$ 150 milhões para Lula e Dilma Rousseff no exterior, por que Joesley, em vez de gravar Lula, foi direto gravar Temer?
Mais: como um biliardário, que adora brinquedos caros e sofisticados, partiu para uma empreitada de tal audácia com um gravadorzinho de camelô? Como dar andamento e virar o País de ponta-cabeça sem uma perícia elementar na gravação? Enfim, por que abrir monocraticamente um processo contra o presidente da República? E, enquanto Marcelo Odebrecht conclui seu segundo ano na cadeia, já condenado a mais de 10 anos, os Batista estão livres da prisão, sem tornozeleira e sem restrição para sair do País.
Nada disso, claro, significa livrar Aécio ou Temer, que tem muchas cositas más a explicar, como R$ 1 milhão na casa do coronel amigo, R$ 500 mil da mala do assessor Rocha Loures, um terceiro andar do Planalto onde assessores só produziam escândalos.
A sociedade, porém, reage mal ao final feliz dos Batista. A não ser que não seja final ainda, pois a homologação do STF é uma validação formal, mas cabe ao juiz, na sentença, fixar os benefícios da delação. Em geral, o juiz segue os termos do acordo original, mas não obrigatoriamente, e pode haver, sim, fixação de penas. Oremos, pois.
PT PEDIU AO GOVERNO DO DF PARA PM NÃO VISTORIAR ÔNIBUS DE BADERNEIROS
Deu no excelente Diário do Poder
Senadores tentaram impedir PM de revistar ônibus de manifestantes
Na véspera do protesto que virou badernaço em Brasília, um grupo de senadores do PT foi ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, pedir ao governador Rodrigo Rollemberg para que a Polícia Militar não vistoriasse ônibus chegando a Brasília com manifestantes. Rollemberg respondeu aos senadores Paulo Rocha (PA), Lindbergh Farias (PE) e Humberto Costa (PE) que não poderia atender o pedido. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Segundo fonte do governo do DF, o senador Lindbergh foi o mais “enfático” no pedido para a PM não revistar ônibus de manifestantes.
Após a destruição em Brasília, a suspeita agora é que a cúpula do PT sabia que haveria o badernaço, marcado para o dia seguinte.
Apesar da decisão do governador de manter a vistoria, porretes, armas brancas, bombas, escudos etc. passaram pela “peneira” da PM.
A assessoria de Lindbergh confirmou a reunião com o governador do DF, e não comentou a acusação de tentar impedir a revista dos ônibus.
COMENTO
Está aí uma nova evidência daquilo sobre o que tenho insistentemente escrito. São políticos que, além de sua incontornável e empedernida adesão ao governo corrupto da coligação PT/PMDB, não se constrangem de ensaiar uma jogada de retorno ao poder usando os piores modos. E, claro, não é só uma questão de modos, mas de caráter. Fazem mal ao Brasil sistematicamente, seja no governo, seja na oposição.
AMOR À DESORDEM E MEDO DA ORDEM?
O Diário do Poder, afirma hoje, 25 de maio:
O Exército na rua excitou a imaginação da esquerda, temendo “ameaça autoritária”, e da direita, que sonha com militares no poder. O Exército foi acionado porque não havia número suficiente de soldados da Força Nacional em Brasília. Indagado sobre a diferença entre garantir a ordem com o Exército ou a Força Nacional, o ministro Raul Jungmann (Defesa) de longo histórico de esquerda foi curto e grosso: “Nenhuma”. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Além de covardes, os mascarados são burros. Com suas bombas, pedras, e coquetéis molotov, ajudaram o governo que querem derrubar.
Continuam com a cabeça nos anos 1960 os políticos que protestaram contra o Exército nas ruas para restabelecer a ordem. Maior atraso.
Há fartura de fotos e imagens dos delinquentes que tentaram incendiar ministérios, veículos etc. Mas, outra vez, ficarão impunes.
COMENTO
Prefiro divergir de Claudio Humberto, em relação aos fatos descritos. A defesa que os baderneiros tiveram, a reação dos líderes da oposição, o longo histórico da ação de seus partidos na estimulação de conflitos e atos contrários à ordem pública me autorizam essa divergência. Os meliantes fazem o que lhe é ensinado. Não agem sem coordenação e instrução. As máscaras não lhes caem nos rostos por despressurização da cabine.
JBS MANTINHA CONTA NA SUÍÇA COM R$ 300 MILHÕES EM PROPINA DO PT
Diego Escosteguy, Época
A JBS depositou cerca de R$ 300 milhões em propina devida ao PT numa conta secreta controlada por Joesley Batista na Suíça, cuja empresa de fachada, titular oficial da conta, era sediada no Panamá. O saldo dessa conta de propina era gerado aos poucos, em razão de vantagens ilegais obtidas pela JBS junto ao BNDES, sempre na gestão do PT – especialmente nos anos em que Luciano Coutinho presidia o banco. Era uma conta-corrente de propina dividida, nas planilhas da JBS, entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As informações foram encaminhadas por Joesley à Procuradoria-Geral da República.
Segundo disse Joesley, o dinheiro era sacado, no Brasil, em nome de Lula e por ordem de Lula, às vezes por meio de Guido Mantega – e também em campanhas do PT em 2010 e 2014. Os recursos eram entregues em espécie, depositados em contas de laranjas indicados pelo partido e pelo ex-presidente e, também, transferidos oficialmente para contas oficiais de campanhas. Parte expressiva desse bolo foi usada para comprar o apoio de partidos pequenos na campanha de Dilma em 2014.
O RETORNO DO SOLDADO MÁRIO
Paulo Briguet, Folha de Londrina (http://www.folhadelondrina.com.br/)
Mônica Moura, ex-marqueteira de Dilma Rousseff, revelou ter criado um e-mail para troca de mensagens secretas e pouco republicanas com a ex-presidente. O nome do e-mail escolhido por Dilma, como ficamos sabendo após a delação de Mônica, era bastante sugestivo: 2606iolanda @ gmail.com
O uso do nome Iolanda é uma referência à ex-primeira-dama Iolanda Costa e Silva, mulher do general-presidente Artur da Costa e Silva, ambos odiados visceralmente pelos adeptos da luta armada. Consta que também haveria um "aparelho" da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), grupo terrorista do qual Dilma faz parte, na Vila Iolanda, um bairro operário de Osasco, na Grande São Paulo.
Mas por que o número 2606? Como em todos os enredos policiais dignos de leitura, esse detalhe também possui um significado. Na madrugada de 26 de junho de 1968 (26.06), a VPR lançou um ataque contra o Quartel General do II Exército, no bairro do Ibirapuera, em São Paulo.
Eram 4h30 da manhã. O soldado Mário Kozel Filho estava de guarda no instante em que uma caminhonete foi lançada contra as paredes do quartel, enquanto o motorista saltava do veículo em movimento. Os 20 quilos de dinamite que estavam no carro explodiram, causando destruição em um raio de 300 metros. Seis militares ficaram feridos. Kozel teve o corpo despedaçado e morte imediata.
Kozel é a própria imagem da vítima sacrificial inocente. O rapaz havia deixado de trabalhar numa fiação com o pai para prestar o serviço militar obrigatório, e iria completar 19 anos em dez dias. Kuka — como era conhecido entre os amigos — participava do grupo de jovens de sua paróquia, em São Paulo. Kozel Filho foi enterrado com honras militares no Cemitério do Araçá. Quase trinta anos depois, sua família conquistou o direito a receber uma pequena pensão, nada comparável às indenizações milionárias de militantes esquerdistas.
O número do e-mail prova que Dilma Rousseff tenha participação direta no atentado que matou Mário Kozel Filho? É claro que não. Mas demonstra que a ex-presidente mantém algum tipo de vínculo, ainda que simbólico, com a data em que tudo aconteceu. De modo surpreendente, o soldado voltou para assombrar a ex-integrante da VPR, cujo líder, Carlos Marighella, escreveu o "Manual do Guerrilheiro Urbano", uma apologia do terrorismo como estratégia de luta política, "incluindo mortes, explosões, capturas de armas, munições, e explosivos, assaltos a bancos e prisões, etc".
Há algo em comum entre aqueles que destruíram o Brasil e aqueles que destruíram a vida do soldado Mário Kozel Filho: uns e outros queriam tomar o País de assalto. De certa forma, conseguiram. Mas a vitória final, tenho fé, não será deles.
Você não morreu em vão, soldado. Somos todos Kozel.
Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br