GREVE GERAL OU PARALISAÇÃO FORÇADA POR PIQUETES E DESORDEIROS?
Percival Puggina
Sob determinadas condições, a greve é um direito legítimo, reconhecido como tal por todos os países democráticos. Somente os regimes totalitários, como o cubano, que tanto êxtase causa à esquerda tupiniquim, impedem o exercício desse direito aos seus trabalhadores.
Diversos sindicatos e categorias, para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária em estudo pelo Congresso Nacional, decidiram promover uma greve geral no país. Se depender das centrais sindicais, CUT, Força Sindical, etc., "o Brasil vai parar".
É possível que isso aconteça, mas a paralisação estará muito longe de significar que a população brasileira aderiu à greve! Menos ainda significa que ela está defendendo privilegiados que querem, mandando a conta aos demais, continuar se aposentando com 48 anos de idade. O que pretendem as centrais sindicais e as lideranças políticas e partidárias envolvidas nessa mobilização é criar todos os constrangimentos possíveis a quem pretende exercer o direito de trabalhar. Quando piquetes impedem a circulação de meios de transporte, estão cometendo um crime de constrangimento, inibindo a liberdade alheia, prejudicando a atividade de todos os outros. Em números estatísticos, pequena minoria constrange a imensa maioria.
O resultado disso não é um sucesso da greve, mas um fracasso do Estado de Direito e das liberdades públicas.
Será muito contraditório que grupos organizados do meio sindical, enquanto esbravejam por "nenhum direito a menos", afrontem os direitos da população ordeira e trabalhadora que não participa do referido movimento grevista.
Coerência é um atributo moral, mas ninguém dá o que não tem. É possível que o Brasil pare, mas se parar, terá sido por efeito do bloqueio de vias de acesso e modos de transporte. Não por adesão a um movimento político que tem por trás aqueles que rapinaram e quebraram o país, colocando na rua 13 milhões de desempregados enquanto enriqueciam às custas dos recursos nacionais.