Ivanaldo Santos

11/05/2009
Atualmente no hor?o de 18h00 a Rede Globo de Televis?est?egravando e retransmitindo uma novela que a pr?a Rede Globo transmitiu na d?da de 1980, ou seja, a novela Para?. Sinteticamente, o enredo dessa novela ? seguinte: numa pequena e atrasada cidade do interior, profundamente influenciada pelos valores e modismos sociais das cidades grandes, uma jovem mo?cat?a conhecida como “santinha” vivi um dilema, ou seja, seguir os valores da religi?ou viver um caso de amor – que pode se transformar at?m casamento – com um jovem aventureiro que se auto-proclama “filho do diabo”. Em torno desse dilema circulam uma s?e de personagens que v?desde o padre, passando pelas mo? alienadas at?hegar aos tradicionais fazendeiros que aparecem nas novelas, conhecidos como “coron?”, que nunca trabalham, mas que levam uma vida confort?l. O interessante da atual retransmiss?da novela Para? ?ue, dessa vez, a Rede Globo n?escondeu seu esp?to secular e seu interesse em propagar o evangelho do ate?o. ?interessante notar que atualmente h?ma grande exig?ia para que as novelas sejam realistas e transmitam a mais profunda ess?ia dos grupos e estruturas sociais. Um bom exemplo dessa exig?ia s?os personagens homossexuais, deficientes f?cos ou de alguma minoria ?ica. Esses personagens s?apresentados pelas novelas, principalmente as novelas da Rede Globo, com grande realismo. No entanto, h?ma grande exce? a essa regra: ?ustamente a religi?crist?Todos os personagens (padres, freiras, mission?os, fi?, etc) que de alguma forma s?crist? s?apresentados de forma estereotipada e superficial. S?sempre personagens alienados, com profundos problemas psicol?os, dados ao ?ool e a fofocas, e na maioria das vezes s?perversos e cru?. A imagem dos crist? que as novelas apresentam, especialmente a Rede Globo, ?uito diferente da realidade encontrada dentro dos templos crist? em todo o territ? brasileiro. Quando o assunto ? Cristianismo a Rede Globo n?segue o princ?o de apresentar a realidade e a mais profunda ess?ia dos grupos sociais. Um pequeno mais significativo exemplo desse problema ? novela Para?. Nesta novela encontramos a personagem central, a “santinha”, rezando para uma Santa que ningu?sabe o nome. ?a Virgem Maria? ?Santa Rita de C?ia? ?Santa Luzia? Ningu?sabe. A novela Para? ?ma esp?e de “manual do desconhecimento religioso”. Al?disso, na novela a “santinha” perdeu a f?om muita facilidade e chegou para sua m?– a personagem “beata”, representada pela atriz C?ia Kiss – e disse duas coisas: 1) O tempo que passou no Convento (a jovem “santinha” fez um curso em um convento cat?o) foi um tempo perdido. ?interessante notar que se esse racioc?o for levado ao p?a letra muita coisa na sociedade contempor?a ser?onsiderada perda de tempo. Por acaso, n?ser?erda de tempo assistir as novelas, incluindo as da Rede Globo? N?ser?erda de tempo assistir aos diversos campeonatos de futebol? N?ser?erda de tempo passar horas nos Shopping Centres? Essas perguntas s?um bom tema para reflex?nas novelas. 2) O personagem “santinha” chegou para a m? a “beata”, e disse: “Eu falei pra santa (que ningu?sabe quem ?que n?vou cumprir a promessa (a “santinha” fez uma promessa) e eu acho que ela entendeu”. ?interessante notar que tradicionalmente as novelas cobram ou estimulam as pessoas a cumprirem com seus deveres. Nas novelas as pessoas devem votar, torcer por seus times de futebol, participar de festas, principalmente do carnaval. O ?o dever que as novelas n?estimulam ? dever com o sagrado, com o divino. Nas novelas o sagrado ?lgo desnecess?o e, portanto, n?deve ser praticado. Qualquer coisa tem valor nas novelas, menos o sagrado. A atual novela Para? ?m bom exemplo do marketing ateu. Nesta novela tem-se uma “santa” que ningu?sabe o nome, ?ealizada uma exalta? do “filho do diabo” e n?do Filho de Deus, ou seja, de Jesus Cristo, o padre da cidade n?realiza qualquer atividade de evangeliza?, os crist? piedosos s?rotulados de “beatas” e se quer aparecem nas cenas da novela. ?uma novela que as ora?s e os atos de f?rist??apresentados como superados e antiquados. Nesta novela o moderno ?alar do “filho do diabo”, viver de fofocas e de sonhar com o estilo de vida secular e at?esmo pag?das grandes cidades. As novelas funcionam no Brasil como uma esp?e de “catecismo secular” onde as pessoas, ao assistirem as novelas, aprendem o que deve ser feito no cotidiano, o que ?erto e errado. Pelo enredo da novela Para? qualquer cidad?que tenha o m?mo de senso cr?co vai perceber que para a Rede Globo o correto ??ter nenhuma religi? Ou melhor, a ?a religi?que deve ser praticada n?? Cristianismo, mas o culto as pr?as novelas. A novela Para? est?izendo para todos os brasileiros: “N?precisam acreditar em Deus, ir a Igreja e fazer ora?s. O que os brasileiros precisam ?penas assistir as novelas e acreditar em tudo o que elas ensinam”. Mesmo que esse ensinamento seja o culto ao “filho do diabo”. O Para? que a Rede Globo tem a oferecer aos brasileiros n?? Para? b?ico, anunciado por Jesus Cristo, mas ? para? da aliena? das novelas. E infelizmente multid?de brasileiros atualmente vivem iludidos correndo atr?do para? oferecido pela Rede Globo e n?correm atr?do Para? oferecido gratuitamente por Jesus Cristo.

Rogério Mendelski

11/05/2009
Vem a?ovas confus?no j?omplicado caso da reserva ind?na Raposa Serra do Sol, agora por conta de uma anunciada parceria entre o MST ga? (?) e atuais donos da espetacular ?a cont?a de terras em Roraima. Ainda estamos lembrados do principal motivo da expuls?dos arrozeiros da reserva: eram brancos e n?podiam estar em territ? ind?na, ainda mais produzindo arroz e criando gado. Desde o ano passado que o MST ga? elabora um acordo de coopera? com as tribos que habitam a Raposa Serra do Sol, t?logo o STF confirmou, em primeira fase, a demarca? cont?a da ?a. O MST vai mandar para os ?ios mil sacas de sementes de arroz org?co, produzidas e ensacadas nos assentamentos ga?s, dando in?o a um acordo de coopera? agr?la, “sem interferir na organiza? e na autonomia dos povos ind?nas”, disse Cedenir de Oliveira, da dire? nacional dos sem-terra. O interessante nisso tudo ?ue o MST ainda se disp? emprestar “um t?ico ou um agricultor para acompanhar o plantio”, garante Cedenir. Em abril, dois militantes do movimento estiveram em Roraima avaliando todas as possibilidades de implanta? de lavouras de arroz e argumentaram que nos assentamentos ga?s, em dez deles, numa ?a cultivada de 1.300 hectares, h? cultivo do cereal sem agrot?os e sem sementes transg?cas. Na informa? divulgada os representantes do MST disseram aos ?ios que o arroz org?co produzido nos assentamentos resulta numa m?a de 90 sacos (50 quilos) por hectare, igual ?e uma lavoura convencional, mas com economia de insumos. ?preciso ir devagar com o andor porque o santo ?igorosamente de barro. Segundo dados t?icos da Embrapa, “um hectare plantado de maneira convencional atinge seu ponto de equil?io entre 99 a 105 sacos, mas com custos operacionais b?cos (insumos, hora-m?ina, irriga? e m?de obra), sem computar juros sobre o capital investido, juros de financiamento, taxas e contribui?s, benfeitorias (estradas, cercas, instala?s agr?las) e administra?.” O MST s??roduzir arroz em parceria com as popula?s ind?nas da Reserva Raposa do Sol, com ?ices t?icos semelhantes, sem insumos e tecnologia, se Tup?erramar sobre a terra cultivada sementes divinas. Aqui no RS, sem a prote? da dan?da chuva, alguns assentamentos foram arrendados ilegalmente – os assentados n?sabiam plantar arroz – e a Justi?Federal teve de intervir na ?a, recolhendo a produ?. QUEM NÏ SABE, ENSINA N?deixa de ser ir?o. O MST ga? ensinando ?ios no cultivo de arroz, na Reserva Raposa do Sol, l?o distante estado de Roraima. O mesmo MST que n?controla seus assentados que n?conhecem a t?ica do plantio e, por isso mesmo, arrendam seus lotes para arrozeiros sem terras. Em Viam?e Eldorado do Sul, dois munic?os produtores de arroz, nos assentamentos do MST o arrendamento correu frouxo. O caso foi manchete pelas irregularidades e agora tramita na Justi?Federal a responsabiliza? do Incra que deveria ter fiscalizado e impedido tais arrendamentos. FALTA DIZER Uma informa? que o Incra deve aos contribuintes brasileiros: qual a real produ? de alimentos nos assentamentos do MST? Onde est? contribui? desses assentamentos da reforma agr?a na forma? dos estoques brasileiros de gr? que tanto precisamos exportar para nosso super?t agr?la? A D?IDA A produ? dos assentamentos ?aior do que o consumo total de cestas b?cas que a cidade e os contribuintes mandam para a milit?ia do MST? Qual ?esmo o n?o mensal das cestas b?cas encaminhadas aos assentamentos e acampamentos? INTERESSANTE Os arrozeiros foram expulsos de suas terras em Roraima porque elas pertenciam aos povos ind?nas, segundo decis?do STF. Agora os ?ios querem mostrar que podem produzir alimentos nessas ?as cultiv?is. N?seria mais apropriado os ?ios buscarem apoio t?ico na Embrapa?

Reinaldo Azevedo

11/05/2009
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, como sabem, foi ?archa da Maconha. O homem ?esmo um revolucion?o. Numa das a?s armadas de que participou quando pertencia a um grupo terrorista, o mesmo de Dilma Rousseff, um inocente foi assassinado. O homem j?reinava os dedos para mudar o mundo. Que coisa! Minc ?inistro de Lula. A menos que seja ainda mais irrespons?l do que d? entender, foi ?al manifesta? com autoriza? de seu chefe. Na pr?ca, ?omo se o governo se mobilizasse contra uma lei que ele tem de fazer cumprir. E a presen?de Minc na tal marcha se torna, ent? um emblema do real comprometimento do governo com o combate ?drogas. Sua fala no evento n?poderia ser mais clara: “A lei atual despenalizou, mas n?descriminalizou. Ainda ?rime [fumar maconha], e eu acho que n?ever?os avan?. Como se v?trata-se da fala de quem tem uma agenda, de quem sabe que ?reciso caminhar aos poucos, mas “avan?” sempre. Hoje a maconha; depois, a coca?; amanh?sabe Deus. Botaremos todos os brasileiros na legalidade extinguindo as ilegalidades, entenderam? Corol?o: se voltarmos ao estado da natureza, os crimes deixam de existir. Como j?screvi aqui, em vez de a sociedade corrigir os Marcolas, os Marcolas ?ue v?reeducar a sociedade. Pouco me importa, j?screvi quinhentas vezes, o que cada um fuma, cheira ou injeta. N?tenho nada com isso. Ocorre que a droga, infelizmente, n???a mera quest?de ades?ou n?a um h?to ou v?o. Pensemos um pouco sobre a fala do “Coroa do Rio”, com aquela sua pinta de Tio Sukita do surf. O efeito da libera? total da maconha — descriminada, na pr?ca, ela j?st? no que respeita ao crime organizado seria ZERO. Para que houvesse alguma mudan?nessa ?a, seria preciso descriminar todas as drogas, especialmente a coca?. E o Brasil adotaria sozinho tal posi?. O resto do mundo continuaria a reprimir as drogas. Passar?os a ser um centro mundial de atra? de c?bros derretidos. Como se n?nos bastassem os nossos pr?os idiotas — alguns deles no topo da Rep?ca. Esse ministro boc?veria estudar um pouquinho, um pouquinho s?e l?a e de economia antes de disparar suas tolices. O que Minc acha que aconteceria com a m?de-obra criminosa que hoje se dedica ao narcotr?co? Todos se converteriam em trabalhadores? At? mais rematado dos imbecis, menos Minc, pode intuir o ?o: ela migraria para outros crimes. “Ah, te peguei, Reinaldo! Ent?voc?st?izendo que o narcotr?co ?t?ma solu??” N? Estou afirmando que o governo n?cumpre a sua parte na repress?ao tr?co de drogas e suas conseq?ias, como o tr?co de armas. Elas chegam de barco em plena Ba?da Guanabara! As fronteiras brasileiras s?terra (e ?as) de ningu? E esse estado continuaria a ser omisso. A legaliza? das drogas, que levaria a uma explos?de consumo — com as suas previs?is e ?as conseq?ias na sa?p?ca —, faria o pa?mergulhar no caos social. Acreditem: o estado necess?o para cuidar dos efeitos da libera? teria de ser muito mais competente do que aquele que se encarrega — e mal — da repress? Ou seja... Alguns dos meus leitores devem fumar maconha. Outros podem se emocionam quando uma linha reta, de repente, d?ma entortadinha. Alguns talvez gostem do Bolero de Ravel. Tenho certeza de que h?uem v?o cinema e mande colocar aquela manteiga nauseabunda na pipoca — pelo amor de Deus, gente! Cinema ?ugar de namorar, n?de entupir as coron?as... O ser humano ?ariado, ?vezes estranho. Digo, com Ter?io, que nada do que ?umano me ?stranho. Mas n?imito Fernando Lugo, o garanh?de batina (levantada) do Paraguai. N?recorro a Ter?io para justificar minha falta de limites. Ao contr?o: ele me serve como convite ?oler?ia com o Outro (o que n?quer dizer, claro, condescend?ia com o vale-tudo). Pois bem: digamos que n?haja nada de intrinsecamente mal na maconha (n?? opini?de um bom n?o de estudiosos) e que consumi-la possa ser igual a ouvir, como faz algu?em algum apartamento aqui das redondezas, o Bolero no ?mo volume (a minha sorte ?ue h?m bando de maritacas que mora entre o meu pr?o e o pr?o vizinho...). Bem, se o mundo decidir proibir o Bolero ou a nauseabunda manteiga derretida na pipoca — sei que n?contarei com essa gra? hehe... —, por mais que eu considere que seja mera quest?de gosto e direito individual consumir ou n?aquelas drogas, ser?reciso que eu reflita sobre as conseq?ias de integrar a cadeia certamente criminosa que se vai formar para comercializar o Bolero e a manteiga. Por alguma raz? o Bolero e a manteira s?liberados mundo afora, mas as drogas n? A quest?n??e moral privada, mas de ?ca coletiva. Essa hist? de que “sou apenas o consumidor e n?tenho culpa se a maconha ?roibida” ??ca do infantilismo ?co do nosso tempo. Tem, sim. Ao fazer certas escolhas, amig? voc?scolhe um mundo. O fato de haver pessoas nefastas que n?consomem drogas e consumidores que podem ser gente boa n?serve como crit?o para orientar pol?cas p?cas. IRRESPONSVEL. ?isso o que Minc ?Ele ?inistro de Estado. Se vai a uma marcha da maconha, leva a voz do governo. A m?a que embalou a passeata, como se noticiou, era a tal “Vou apertar, mas n?vou acender agora”, toda ela feita de refer?ias um tanto desairosas ?ol?a — e, pois, ao estado —, em oposi? ?uposta esperteza da nata da malandragem. Nada mais pat?co do que ver os bacanas do Rio (ou de qualquer lugar) macaqueando a suposta linguagem dos pobres — pobres que, diga-se, n?compareceram ao evento. Pais e m? de fam?a dos morros e das periferias das grandes cidades detestam as drogas. Sabem que seus filhos, se vitimados pelo mal, terminam assassinados antes dos 20. J?s usu?os de Copacabana, Ipanema ou Leblon ter?vida longa. Podem consumir droga ?ontade, que seu futuro est?ais ou menos garantido. Os de mais sorte chegam a ministros de estado. Imaginem se um comportamento como esse de Minc n?viraria um esc?alo pol?co em qualquer democracia do mundo! Imaginem o que a oposi? n?faria... Por aqui, n?vai acontecer nada. Ou melhor, vai: as drogas continuar?proibidas; a pol?a continuar?orrompida; o estado continuar?misso; 50 mil pessoas continuar?a ser assassinadas todo ano; os Mincs da vida continuar?a ir a marchas da maconha, e os marchadores da erva logo organizam uma outra marcha, a?ela paz. No s?do, d?dinheiro para os bandidos comprar rifles; no domingo, protestam contra o uso que eles fazem dos rifles que compraram. Entenderam? Minc precisa trocar os seus coletes transadinhos por uma camisa-de-for? Pronto! Fumei um ministro inteiro. E n?tou sentindo nada...

Ana Prudente

11/05/2009
Algum de voc?j?eu, j?iu ou ouviu falar que um Ministro de Estado de um pa?qualquer tenha se prestado a puxar uma MARCHA DA MACONHA? Pois ?o Carlos Minc hoje no Rio de Janeiro liderou uma passeata pela libera? da canabis sativa no Brasil. Deu entrevista para a Rede Bandeirantes muito orgulhoso de seu feito, chamando de hip?tas aqueles que n?aceitam a libera? da droga. Maconha pode, cigarro n?pode! Se voc?umar maconha ?erdoado por ser um dependente. Se fumar cigarro, segundo o Serra e tantos outros, ?m criminioso. Eu nunca vi um ministro se prestar a isso,s?ui no Brasil estas coisas acontecem! Ana Prudente

Percival Puggina

11/05/2009
Estou chegando da missa de s?mo dia da m?de uma querida amiga. Na prece dos fi?, fomos convidados a rezar pelos “movimentos sociais”. Aquela ora?, perante cujo enunciado, obviamente, fiquei calado, me fez lembrar foto publicada na edi? de Zero Hora de poucos dias atr? mais precisamente, em 7 deste m? um grupo de estudantes, de p?sobre as mesas de uma sala de reuni? exibia-se em atitude que tanto podia corresponder a um protesto quanto a um concurso de requebros. “Que diabo seria aquilo?” – eu me havia indagado ao observar a imagem. A mat?a esclarecia. Os jovens expressavam sua inconformidade com o esbo?do Plano de Carreira do Magist?o P?co Estadual. Entenda leitor: era mais ou menos como se os auxiliares de enfermagem estivessem descontentes com alguma quest?corporativa do hospital e os pacientes sa?em dos leitos para sapatear na mesa do diretor. Nelson Rodrigues, em O Globo do dia 28 de mar?de 1970, publicou artigo abordando um fen?o j?nt?em curso e que ele denominou “a socializa? do idiota” (anos depois, Olavo de Carvalho esmiu?ia brilhantemente o mesmo tema em “O imbecil coletivo”). L?elas tantas, o maior de todos os Nelson escreve assim: “Voc?se lembram das greves estudantis da Fran? (ele se referia ao que ocorrera a partir de Nanterre, em maio de 1968, o tal ‘ano que n?terminou’). Os jovens idiotas viravam carros, arrancavam paralelep?dos e incendiavam a Bolsa. E, ent? o velho De Gaulle falou aos idiotas. – ‘Eu sou a Revolu?.’ Que ele fosse a Revolu? era o de menos. O que realmente enfureceu o mundo foi o eu. Era algu?que queria ser algu? Um dos maiores jornalistas franceses escreveu furibundo artigo contra aquele espantoso orgulho. Aquele guerreiro de esporas rutilantes e penacho negro foi o ?mo eu franc? Os outros franceses s?massas, assembl?s, com?os, maiorias.” Os tais movimentos sociais, or?entos participativos, audi?ias p?cas e assemelhados s?express?dessa mesma coisa quarenta mais tarde, por obra e gra?dos projetos ideol?os e da ambi? petista pelo poder. O PT, desde cedo, compreendeu as imensas possibilidades abertas pela socializa? dos idiotas. Um idiota sozinho ?m sujeito rid?lo. Um parvo. Um imbecil solit?o. J?m ?us cheio de idiotas, ou uma passeata deles se transforma em express?da sociedade. Eleva-se ?ategoria de povo e – imensa vantagem! – se torna inimput?l. – “Como assim, inimput?l?” perguntar? leitor. Sim, o idiota socializado se ergue ?ondi? de ?io ou de crian? podendo meter-se em qualquer encrenca e cometer a maior tropelia sem que precise responder pelo que fizer. H?empre uma legi?de jornalistas para concordar e raros membros do Minist?o P?co e do Poder Judici?o para discordar. Vivemos o ex?o da individualidade. Os ?os indiv?os existentes no Brasil, hoje, para todos os efeitos, s?Lula, Daniel Dantas, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. A presen?de Lula nessa lista ?lgo que o PT, como partido dos tais coletivos, tira de letra: trata-se de imposi? da realidade socializar a idiotice e promover o culto da individualidade do l?r. Stalin e Mao Zedong j? demonstraram h?uito tempo.

Percival Puggina

10/05/2009
“Eu quero escrever um poema sem a palavra saudade, sem recordar bem algum. Quero quebrar o sistema, o h?to t?comum de chorar a mocidade, o tempo que j?assou e a pr?a vida quebrou. (Ah! Se eu cantasse a saudade!)”. Eloah Oliveira Puggina, em ?tima Seara. Como escrevia bem a minha m? n??esmo? Suas trovas, poemas e poesias t?admir?l leveza e originalidade de forma e conte? Era um talento que feneceu e faleceu aos 84 anos sem ter tido tempo de encontrar o reconhecimento e a gl? porque sempre considerou que seu marido e seus sete filhos eram sua miss? Ambicionava apenas o bem de seus filhos e essa foi toda a gl? que almejou para si. Perdoem-me os leitores o tom inusitadamente intimista desta cr?a, mas n?haveria, na coincid?ia deste domingo com o Dia das M?, como romper a estreita liga? nervosa que une a mente ao cora? e este aos dedos que buscam as palavras no teclado do micro. Quando se visitam os grandes museus de artes pl?icas, com interesse nas obras e n?nos autores (o que faz enorme diferen?, salta aos olhos que quando o tema ? amor, os artistas s?compelidos a usar a imagem de Deus ou a imagem da mulher. E n??oincid?ia que ambos sejam meios para esse mesmo fim. N? n??oincid?ia. Deus ?mor e a mulher, ?ua semelhan? tamb? Nada, caro leitor, cara leitora, ??parecido com o amor de Deus quanto o amor da m?pelo filho, seja ele o cada vez mais freq?e filho ?o de nossos tempos, seja ele um dos vinte e tantos de antigamente, ou um dos sete de minha m?inha. Essa semelhan?transparece, inclusive, na infinita capacidade de evidenciar o amor nas circunst?ias em que ele ?ais exigido, ou seja, perante a necessidade do perd? Raramente, dificilmente, um homem perdoa antes de o perd?ser pedido. No entanto, Deus e as m? fazem exatamente isso, sempre. Dona Eloah era assim porque as m? costumam ser assim. Por isso, neste Dia das M?, quando a saudade me constrange o cora?, quero homenage?as com estes versos que minha m? gr?da, escreveu h?1 anos: “Meu corpo ?m ber? ??do ninho... quando caminho, a cada passo embalo e acalento meu bebezinho. E se adorme? Meu cora? arrulha em compasso bem terno e lento uma can?.” ZERO HORA, 10 de maio de 2009

Fernando M. Lopes

09/05/2009
H?nos mantenho contato com oficiais do Ex?ito, tanto por trabalho quanto por amizade, e eles me relatam as aventuras, alegrias e tristezas dos soldados e fuzileiros que comp?a miss?de paz da ONU no Haiti. Bom, at?s mais desavisados h?de lembrar do excelente trabalho das for? armadas brasileiras naquele miser?l pa?caribenho, destro?o pela guerra civil. Quando as Na?s Unidas se cansaram daquela zorra, enviaram as for? de paz em 2003. A popula? comemorou. E continua comemorando. O Haiti ainda n?saiu da mis?a, mas ao menos escapou da guerra, dos assassinatos em massa, das torturas, das gangues armadas. Hoje, gra? ?for? de paz comandadas pelo Brasil desde 2004, aquele ?m lugar melhor de se viver. Nosso Ex?ito pacificou as fac?s e reduziu a criminalidade; de quebra criou hospitais, escolas, fornecimento de ?a, infraestrutura, comunica?s. Deu ?ele povo sofrido um rumo, um norte, uma esperan? Trabalho de primeira; parab? aos militares. Infelizmente, isso ?ouco divulgado. Ou simplesmente n?o ?Coisa de nosso complexo de vira-latas, como diria N?on Rodrigues. Pior: Num Pa?onde faltam her?e sobram cafajestes, teimamos em ignorar os bons exemplos. Como sou mais teimoso ainda, vamos falar um pouco de dois desconhecidos: a capit?m?ca Carla Maria Clausi e o cabo Ricardo. J?uviram falar deles? Certamente n? mas devem ter visto algo sobre o desabamento de uma escola na capital haitiana, Porto Pr?ipe, no dia 7 de novembro, no qual mais de 90 pessoas perderam a vida. Foi um horror; v?os sobreviventes estavam sob toneladas de escombros, sem muita chance de salvamento, num lugar praticamente sem estrutura para atendimento de emerg?ias. Que fazer pelos soterrados? Em desespero, os haitianos se lembraram dos brasileiros; chamados, os militares enviaram imediatamente uma equipe m?ca completa, composta de soldados e fuzileiros navais. Foi a literal salva? de 4 crian?, de 6 a 7 anos de idade. A capit?m?ca Carla e o soldado enfermeiro Ricardo se esgueiraram pelos escombros, ignorando o perigo de morte por esmagamento e, a muito custo, conseguiram salvar as crian?. As fotos, enviadas do Haiti por um amigo militar, s?impressionantes. Mostram o grau de coragem dos dois her? que arriscaram suas vidas pelas das pobres crian?. Desafiaram a morte n?por gl?, dinheiro, fama ou medalhas. O agradecimento das fam?as levou os bravos soldados ?l?imas. Uns dir?que eles apenas cumpriram seu dever. Eu digo que foram al?disso; demonstraram coragem, bondade, desprendimento, hero?o. Mais do que reconhecimento, merecem todas as homenagens poss?is. Merecem ser lembrados. Quando vejo tais exemplos de car?r, logo v??ente todas aquelas medalhas que os pol?cos se auto-concedem (ou trocam) sem o menor motivo. Penso na Medalha Santos-Dumont que Marisa, mulher de Lullla, recebeu em 11 de janeiro deste ano por “relevantes servi?” (gargalhadas) prestados ?or?A?a. Que vergonha. E dizer o qu?e todas aquelas comendas que deputistas e senateiros recebem todos os anos, quando seus atos de “bravura extrema” se resumem a tomar u?ue em seus enormes gabinetes acarpetados e refrigerados, rodeados de servi?s e puxa-sacos? O Brasil n?tem jeito, mas alguns brasileiros t? Principalmente a capit?m?ca Carla e o cabo Ricardo. Acredito que Carla e Ricardo n?v?receber nenhuma medalha, nenhuma homenagem de nosso governo. Ele est?cupado demais, pendurando faixas e adornos brilhantes em pol?cos gordos que se re? em Bras?a para reclamar do calor; ent? fica aqui nossa pequena homenagem a esses dois her?que, se n?forem mesmo reconhecidos como tal, ao menos servem para denunciar essa medonha invers?de valores (mais uma!) num Pa?que trocou os fatos pela vers? a verdade pela fic?, o exemplo real pelo inventado. Enquanto a capit?e o soldado arriscam a vida por quatro crian? pobres sem o menor reconhecimento das autoridades, a excelent?ima primeira-dama d?olimento em sua comenda, refletindo sobre seus relevantes servi? prestados, refestelada nos pufes do Pal?o da Alvorada, aplaudida por um s?ito de empregados. Alberto Santos-Dumont deve estar virando no t?o.

Márcio Luís Chila Freyesleben

09/05/2009
Um dos tra? marcantes do pensamento p?odernista ? relativismo. O relativismo nega a exist?ia de qualquer regra ou teoria que sustente verdades absolutas, inequ?cas ou transcendentais. Os relativistas defendem que nada ?bjetivamente certo ou errado, bom ou mau. Para os relativistas, a ?ca e a moral s?determinadas por fatores mut?is, diferentes e contradit?s. O conceito de bem e mal depende do ponto de vista de cada cultura; oscila, pois, no tempo e no espa? n?passa de um ponto de vista hist?o. N?h?rit?o absoluto de moralidade ou de ?ca, logo todos os discursos, as normas ou os padr??cos ou morais s?puramente arbitr?os e, sendo assim, inconsistentes. Malgrado busquem demonstrar, os relativistas, que sua filosofia deitas ra?s nos pr?ocr?cos (em Prot?ras de Abdera, para Edmund Husserl), o relativismo ganhou a conforma? patog?ca na Teoria da Relatividade de Albert Eistein. A nega? do espa?e do tempo como conceitos absolutos ensejou a difuns?da cren?de que tudo seria relativo, de que n?haveria crit?os de verdade universal. Insistem os relativistas em cometer dois erros. O primeiro: desconsiderar a “invari?ia”. A Teoria da Relatividade de Eistein afirma que as leis da natureza s?sempre as mesmas independentemente do ponto de vista do observador. Um passageiro sentado dentro de um trem em velocidade constante n?sente o movimento do ve?lo. Se esse passageiro jogar uma bola de t?s para cima verticalmente, ela subir? descer?escrevendo uma linha reta. Mas para um pedestre que estivesse observando da cal?a, a trajet? da bola de t?s descreveria uma par?la, uma curva. O passageiro e o pedestre est?vendo trajet?s muito diferentes, mas as leis que regem os dois movimentos s?as mesmas. A diferen??ue, para o pedestre, a velocidade da bola est?ombinada com o movimento horizontal do trem. Conclui-se, portanto, que “se houver um observador que seja capaz de reconhecer as leis da natureza formuladas por Galileu e por Newton em seu sistema de refer?ia, ent?qualquer outro observador que esteja em movimento em rela? a ele vai ver os fen?os de uma forma diferente, mas vai encontrar as mesmas leis. Ou seja, as leis da natureza s?invariantes mesmo quando n?ariamos o nosso referencial” (Mauro Almeida, “Pluralismo e relativismo nas sociedades humanas: o impacto das ideias de Einstein”, s?o www.revistapesquisa,fapesp.br). Ocorre, em verdade, o oposto do que os relativistas afirmam: “o princ?o da relatividade, que j?ra conhecido por Galileu, diz que as leis da mec?ca s?igualmente verdadeiras para todos os observadores em movimento n?acelerado” (idem). V?e que, ao contr?o do que pensam os relativistas, a relatividade de Eistein atesta a exist?ia de regras invari?is, constantes, imut?is; absolutas e universais, portanto. Ao transporem o princ?o da relatividade para as ci?ias sociais, os relativistas n?levaram em considera? justamente a “invari?ia”. Assim como para a f?ca, a sociedade tamb??egida por regras universais, invari?is, isto ?por verdades imut?is, absolutas. C?st? segundo erro: pecam os relativistas por rejeitar o que h?e mais sagrado na cultura humana: sua tradi?. Edificamos um valioso cabedal de experi?ias ao longo da hist? de nossa milenar sociedade ocidental. A tradi? ? ess?ia dessa hist?. ?a ess?ia de uma hist? que n?se resume no relato da vida de nossos antepassados; mas antes revela as rela?s de causa e efeito de toda a din?ca de nossos sucessos e de nossos fracassos atrav?dos tempos. A tradi? ? conjunto das cren? e das percep?s da sociedade, repleta de valores e de virtudes consagrados pelo tempo. A tradi? ?ossa “heran?cultural”, e com ela deveremos nortear as decis?da sociedade no presente, porque ela representa para n? eterna medida das escolhas. No entrechoque do relativo com o absoluto, o tema da homossexualidade merece especial relevo. A mudan?de sexo, o casamento e a ado? s?temas debatidos sob acirrada controv?ia. Na defesa de tais quest? os relativistas enveredam-se por uma esp?e de niilismo, de recusa a qualquer valor universal. Defendem a mudan?de sexo crentes de que a abla? da genit?a e a constru? de um simulacro de ?o genital feminino teria o cond? de amainar todos os traumas da sexualidade transviada. Agem como adeptos de uma esp?e de seita andr?a, devotada a um culto f?co ?avessas, em que o n?p?s ?olocado no centro do drama lit?co. A par da cirurgia para mudan?f?ca de sexo, pretendem tamb? a sua mudan? jur?ca, isto ?a altera? da designa? do sexo no registro de nascimento. Com efeito, o fato de uma pessoa n?se conformar com sua natureza mesma n?a transforma em outra coisa. Se o indiv?o n?se considera “homem”, tal sentimento n?o trasmuda em “mulher”. Na lapidar express?do Desembargador Almeida Melo, citando Napole?Bonaparte, “eu tenho um amo implac?l: a natureza das coisas” (TJMG, proc. nº 1.0672.04.150614-4/001(1), sito www.tjmg.gov.br). Leciona o ilustre Desembargador que “n??reciso haver leis escritas para definir o que brota da natureza. A s?ese de Napole?pode ser transferida para este caso assim: a lei n?precisa definir os fen?os da natureza, como o g?ro biol?o dos seres. N??reciso definir em lei o estado f?co dos elementos (s?o, l?ido ou gasoso) nem a maternidade”. N?pode a lei chamar o vento de chuva nem a morte de vida. Logo, lan? no registro indica? de sexo diferente, al?de afrontar a natureza das coisas, ?azer afirma? fraudulenta. No magist?o do Desembargador Almeida Melo, “a identidade sexual deve ser reconhecida pelo homem e pela mulher, por dizer respeito ?fetividade, ?apacidade de amar e de procriar, ?ptid?de criar v?ulos de comunh?com os outros”. As diferen? f?cas, morais e espirituais “est?orientadas para a organiza? do casamento e da fam?a; a diferen?sexual ??ca na cria? e na educa? da prole”. A harmonia social depende da maneira como os sexos convivem e se complementam. “O Direito ? organiza? da fam?a e da sociedade. N?pode faz?o para contrariar a natureza. Ainda que a apar?ia pl?ica ou est?ca seja mudada, pela m?e pela vontade humana, n??oss?l mudar a natureza dos seres”. Para a Ci?ia Jur?ca ?umamente relevante a fun? social do sexo. Nas l?as considera?s do Desembargador D?io Lopardi Mendes: “Malgrado o indiv?o transexual, ap? realiza? da cirurgia de transgenitaliza?, pare?fisicamente com o sexo oposto (sexo anat?o), e sinta-se como tal (sexo psicol?o), tenho que o sexo biol?o permanece inalterado. O transexual masculino, por exemplo, apesar de, ap?irurgia e tratamento hormonal, passar a ostentar mamas salientes e uma esp?e de vagina, n?possui ?o nem ov?os. Seus ?os internos s?de um homem. Situa? inalter?l, perene. N?h?nem jamais haver?possibilidade de transformar um indiv?o nascido homem em uma mulher, ou vice-versa. Por mais que esse indiv?o se pare?com o sexo oposto e sinta-se como tal, sua constitui? f?ca interna permanecer?empre inalterada”. (TJMG, proc. nº 1.0024.07.595060-0/001(1), s?o www.tjmg.gov.br). Ademais, urge n?perder de vista o fato de que a altera? do sexo no registro de nascimento permitir?a ocorr?ia de um outro fato extremamente grave: o casamento guei. Uma vez alterado o assento de nascimento, a afirma? falsa viabilizar? realiza? de ato jur?co il?to. Nisto, a retifica? do registro de nascimento revela uma impostura, um embuste. N?passa, pois, de um estratagema malicioso, que visa a legitimar a inser? no ordenamento jur?co, por vias obl?as, do matrim? guei. N?se trata agora de um problema pessoal e particular do guei. O casamente entre homossexuais ?rav?imo e ruinoso para a sociedade. Nas palavras do C?o Henrique Soares da Costa, em conson?ia com a prega? do Santo Padre, o Papa Bento XVI: “O problema ?ue a quest?em pauta diz respeito a toda a sociedade, pois que envolve o conceito de fam?a; e de modo muito pr?co. Por mais que se queira negar, a fam?a ?ecisiva para a constitui? e para a personalidade de uma sociedade. Destrua-se uma e a outra perecer?Na hist?, em todas as civiliza?s a sociedade como um todo sempre tutelou e normatizou a institui? familiar. Na fam?a, os valores s?transmitidos, a vida ?erada e tutelada, a pr?a identidade de uma comunidade humana ?orjada e passada, gera? ap?era?. Admitir um casamento ‘gay’ legalmente reconhecido, seria esvaziar e diluir totalmente o que seja fam?a; ela seria somente, como defendem alguns desastrados, uma uni?afetiva de pessoas! Aceitar tranquilamente uma uni?civil entre homossexuais e, posteriormente, o direito ?do? de crian?, seria o mesmo que redefinir totalmente o que seja fam?a para n?Nosso conceito tradicional, plasmado pela nossa cultura e que, por sua vez, plasmou tamb?muito da nossa sociedade, desapareceria totalmente. Nossas crian? e as gera?s futuras teriam uma consci?ia totalmente deturpada do que seria uma fam?a! A fam?a n?mais teria nada de sagrado, de perene, de est?l, de espec?co, sendo reduzida a uma associa? qualquer. N?se pode brincar com uma coisa t?s?a! Infelizmente, tudo quanto essa nossa sociedade hedonista toca, transforma em lixo! ??o, portanto, que essa quest?n?diz respeito somente aos pr?os homossexuais, mas a toda a sociedade; n??ma quest?privada, como muitos querem enganosamente fazer pensar... A fam?a j?nda t?desacreditada, t?bombardeada, t?desmoralizada... [....]N?se pode, ent? impor uma inova? t?grave e deturpadora do conceito de fam?a a toda uma sociedade por vontade de uma minoria”. E arremata o preclaro religioso: “Certamente, um casal homossexual que deseje viver maritalmente tem esse direito, desde que n?imponha a toda uma sociedade a sua escolha. [....] O que n?se deve aceitar de modo algum ?ue isso exija que se crie um casamento legal e, ainda mais, com a possibilidade de ado? de crian?! [....] Uma sociedade decente tem o dever de tutelar a fam?a e as crian?. A quest??ue nossa sociedade j??uito deixou de ser decente... Nossa sociedade ?oente; doente do orgulho cego de uma humanidade que pensa que ? norma de si pr?a, o crit?o do bem e do mal!” (“A Uni?Civil dos Homossexuais -2”, s?o www.padrehenrique.com). Nivaldo Cordeiro, com a perspic?a que lhe ?eculiar, fornece-nos o arremate derradeiro do tema: “Tem sido, o cristianismo, o ve?lo pelo qual a atualidade hist?a tem sido transmitida nos dois ?mos mil?os e n?podemos deixar de creditar ?greja Cat?a o m?to de reconhecer na filosofia cl?ica seu outro Testamento, conforme a an?se l?a do ent?jovem te?o Joseph Ratzinger, no seu Introdu? ao Cristianismo, de 1967. Essa consci?ia hist? ? impregnar-se com as virtudes da tradi?, a temperan? o senso de justi? a toler?ia. Virtudes assim podem ser praticadas sem que haja a aquisi? de cultura livresca, bastando que n?seja quebrado o fio da tradi?. Por isso que Ortega insistia que um dos direitos mais importantes da pessoa humana era o da ‘continuidade’, precisamente o de se ter um passado e de se viver o presente, construindo o futuro, sem perder de vista o legado precioso das gera?s anteriores” (“As Massas e o Estado em Ortega y Gasset, s?o eletr?o www.nivaldocordeiro.net). ?inadmiss?l romper com todos os valores e virtudes que a tradi? nos legou. ?inconceb?l, em nome de um equivocado relativismo moral, romper com a heran?cultural que a hist? ocidental nos transmitiu. Temos direito ?ontinuidade, ?radi?; temos direito a valores universais e transcendentais. * Procurador de Justi? Minist?o P?o Minas Gerais

Paulo Moura

09/05/2009
A ?ma vez que a propalada reforma pol?ca entrou em pauta foi em meados de 2007, num momento em que o governo Lula enfrentava esc?alos. Agora ? Congresso que, no foco de esc?alos, tr?a reforma ?manchetes.. Naquela ?ca discutia-se o voto em lista fechada ou flex?l, o fim das coliga?s na elei? proporcional, a fidelidade partid?a e o financiamento p?co eleitoral. Outra vez a reforma empacou ap? rejei? do voto em lista. A maioria dos pol?cos preferiu continuar com liberdade para se corromper na base do contrato individual com os corruptores, j?ue, se as propostas do relator Ronaldo Caiado (DEM-GO) fossem aprovadas essa possibilidade estaria inviabilizada. O sistema de voto em lista fechada fortaleceria as atuais burocracias partid?as na medida em que submeteria a luta pela viabiliza? de candidaturas ao necess?o controle de maiorias internas aos partidos. Isto ?para encabe? a lista da sua legenda o pr?andidato precisaria antes controlar os organismos partid?os de modo a garantir o apoio da maioria dos delegados eleitores nas conven?s que definiriam a ordem dos candidatos nas listas. Nesse contexto, quem j?ontrola m?inas pol?cas e quem j?em mandato teria vantagem, o que levaria ?erpetua? no poder das atuais c?as das legendas e, como conseq?ia, do sistema pol?co como um todo. Ou seja, aprovado o voto em lista, as atuais oligarquias pol?cas se eternizariam no controle dos partidos e dos governos e parlamentos, numa esp?e de congelamento do quadro pol?co atual. Dessa forma, a atual c?a da elite pol?ca nacional, em todos os partidos, passaria a centralizar a distribui? do sobrepre?das licita?s. Isto ?os corruptores, teriam que negociar com as dire?s partid?as e com os detentores do poder de liberar verbas p?cas a compra dos corruptos no atacado, em lotes por bancada. Assim, ao inv?de comerem individualmente na m?dos corruptores, ao seu livre arb?io e no varejo das almas, “nossas excel?ias” teriam que mendigar migalhas e se submeter aos caciques partid?os e governamentais eternizados no poder. Ou teriam que ser caciques partid?os. Diante de tal proje?, em 2007 os integrantes do “baixo clero” das m?as pol?cas em que se transformaram os partidos, fizeram suas contas e votaram contra as c?as, sepultando o voto em lista. Definitivamente , os pol?cos brasileiros s?fendem o livre mercado se for para rejeitar a interven? do “Estado” nas “suas” economias pessoais. Por essa l?a o financiamento p?co eleitoral tem chance de passar se for levado a voto nessa nova tentativa de aprovar mudan? na lei eleitoral. O dinheiro para financiar campanhas anda escasso e os financiadores est?mais seletivos. O financiamento p?co seria uma forma de legalizar mais uma transfer?ia de dinheiro p?co para o bolso dos pol?cos, sem impedir o financiamento ilegal das campanhas eleitorais, j?ue ningu?fala em controlar, de fato, as licita?s. A fidelidade partid?a e o fim das coliga?s proporcionais debatidos em 2007 n?est?em debate agora. As coliga?s proporcionais s?uma excresc?ia que, assim como a figura do suplente aos mandatos legislativos, distorce a legitimidade da representa?. Com a coliga? proporcional o quociente eleitoral que define o c?ulo do tamanho da bancada de um partido no parlamento passa a valer para o conjunto dos partidos coligados. Assim, a coliga? ?onsiderada com se fosse uma s?genda partid?a. Atrav?desse artif?o, partidos irrelevantes, isto ?sem representatividade junto ao eleitorado, elegem, na carona dos grandes partidos, in?os parlamentares que passam a alugar o mandato a governos necessitados de maioria no Legislativo. A maioria das 30 legendas registradas no pa?se comp?e partidos de neg?s, ou seja, s?montados para a rapinagem do dinheiro p?co. Essas legendas al?de alugarem os mandatos de suas bancadas a governos, antes disso alugam seu tempo de TV aos grandes partidos nas campanhas eleitorais. Da mesma forma, seus parlamentares mudam de partido em troca de dinheiro, cargos e vantagens, no interregno entre a elei? e a posse, para viabilizar o incha?de bancadas e o controle dos organismos internos do Congresso. Para que essa bandalheira possa continuar livre e impune as coliga?s proporcionais precisam ser preservadas, assim como a infidelidade partid?a. Caso contr?o, ficar?imitada a latitude de movimentos hoje permitidos aos pol?cos que est?no ramo a neg?. A maioria. Por isso, a reforma pol?ca est?a pauta da agenda pol?ca h??das e n?sai. Mexer nas regras do jogo ?lterar o resultado do jogo. Quem se elegeu com as regras atuais somente as modificar?m benef?o pr?o. O assunto s?ltou ?aila, outra vez, para mudar o foco do notici?o voltado para a corrup? no Congresso, sob a alcunha de “agenda positiva”. Agenda diversionista; diria. Se houvesse s?a vontade de corrigir distor?s do sistema pol?co por tr?das inten?s dos promotores dessa “reforma”, a simples aprova? da cl?ula de desempenho (erradamente chamada cl?ula de barreira) e do fim das coliga?s proporcionais; acompanhada pela defini? de que vale o tamanho da bancada eleita para fins de defini? de tempo no hor?o eleitoral na TV; distribui? do fundo partid?o e da partilha do poder de controle sobre o Legislativo, j?eria uma verdadeira revolu?. Mas, uma aut?ica Reforma Pol?ca somente teria chance de passar se aprovada por um corpo de legisladores sem v?ulo com interesses reeleitorais t?cos dos pol?cos profissionais. Ao inv?de medidas pontuais e casu?icas, as mudan? do sistema partid?o e eleitoral precisam ser abordadas desde um ponto de vista sist?co. Isto ?ao inv?de mudar-se uma ou outra lei, seria preciso debater o perfil do sistema de partidos e de elei?s que se quer para pa? aprovando-se um conjunto integrado de normas novas que atenda as necessidades da na?, e n?ao interesse conjuntural dos pol?cos. O voto distrital puro ou misto, por exemplo, induz ao fortalecimento dos partidos e dispensa lei de fidelidade partid?a. O voto em lista flex?l, com o eleitor destinando um voto ?egenda e outro ao candidato a deputado de sua prefer?ia, tamb?fortalece os partidos sem tirar do eleitor o direito de escolher seu candidato. Votar s?lista fechada sem discutir voto distrital e a cl?ula de desempenho ?ma excresc?ia. Aprovar financiamento p?co eleitoral sem regulamentar ou proibir o financiamento privado, e punir severamente a burla ?ei, ?stelionato. A “reforma pol?ca” que volta ao debate ?ma porcaria; um simulacro; uma farsa. Outra vez deve fracassar a tentativa de aprov?a. Se os reformadores forem os atuais legisladores, ?elhor deixar a lei como est?ara evitar que piore. Postado por Professor