Sentei-me diante do computador para escrever uma frase que veio à mente diante da notícia: o ministro Alexandre de Moraes determinou que o deputado Daniel Silveira fosse conduzido a prisão domiciliar, de onde passa a exercer seu mandato. O ministro negou liberdade provisória, mas, tolerante como é, meteu-lhe uma tornozeleira e mandou-o para casa.
A frase que me veio é esta:
Se o deputado podia ficar em casa, por o ministro o prendeu? Se era imperioso prendê-lo, por que o mandou para casa?
A pergunta se impõe por ter ocorrido a prisão do parlamentar em condições impraticáveis à luz do Direito brasileiro. Nenhum juiz, por linha dura que seja, por metido a xerife que seja, por pouco estudioso que seja e tenha sido, não homologa um “flagrante” daqueles, no qual a única coisa flagrante era a arbitrariedade cometida. Salvo eventuais interrupções, assisti inteira à sessão em que a Câmara dos Deputados “homologou” a prisão. Nenhum dos oradores que defenderam a medida apresentou um único argumento jurídico para sustentar a prisão em flagrante, ainda que fosse para viver, o argumento, em solidão e desolação retórica. Nenhum!
A frase, porém, me fez lembrar as prisões que vêm acontecendo em Cuba, onde a polícia faz a mesma coisa. Prende opositores “por uns tempos”, sem dar explicações e, dias mais tarde, os põe em liberdade também sem justificativa alguma. Tudo porque quer, como convém ao ditador e ao ditatorial regime.
Enquanto pensava sobre o tema e ia escrevendo estas linhas, chega-me a notícia de que o jornalista Caio Coppola iniciou coleta de adesões a um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Subscrevi, claro. E vi que, em apenas 12 horas, já fora superada a meta de meio milhão de assinaturas. Um milhão de cidadãos brasileiros já se integraram à mobilização e aderiram ao requerimento que pode ser acessado aqui. Vamos lá, pessoal!
Percival Puggina
São maus brasileiros, os signatários da carta aberta “dirigida ao mundo” no dia 6 deste mês e que já circula com versões em diferentes idiomas.
Nessa carta, usando expressões e retórica típicos de sua ideologia malsã, eles afirmam que o Brasil é uma “câmara de gás a céu aberto”. A desonestidade intelectual não prescinde do vocabulário injurioso e mistificador. Esquecem-se de que, pelas mesmas razões, decaíram da confiança popular, perderam o poder e sofrem o desprezo nacional.
O manifesto, que me recuso a transcrever aqui, se descredencia ainda mais com os nomes dos que os subscrevem, entre os quais muitas figurinhas conhecidas do mundo supostamente artístico e intelectual brasileiro. Subscreve-o, também, um rol de organizações sindicais (1).
É gesto tipo de esquerda que não se constrange de gerar malefícios ao país, contanto que isso sirva ao seu delirante projeto de retorno em 2022 e restauração da organização criminosa. A dúvida, mais do que razoável que se abre, é saber que benefício pode produzir ao futuro do Brasil quem não se envergonha de fazer mal à pátria no tempo presente.
Nunca é o povo o objeto de suas ocupações e estratégias! É sempre o poder. Essas mesmas pessoas, na política internacional, apoiam ditadores sanguinários na Venezuela, Cuba, Nicarágua e nações africanas, sem o menor zelo ou interesse na oprimida e escravizada população desses países. Farsantes e traidores da pátria, é assim, também, que agem em relação à nação brasileira e ao Brasil.
O deplorável texto mereceu reprimenda severa do Movimento Judaico Apartidário, que assim se manifestou:
“São Paulo, 07 de março de 2021
A respeito da notícia de divulgação de carta pública comparando a triste situação vivida hoje no Brasil (que contabiliza 260.000 mortos por Covid-19) com campos de extermínio nazistas (“nos tornamos uma câmara de gás a céu aberto”), o *Movimento Judaico Apartidário – MJA* vem também a público *condenar* tal inapropriada comparação.
A triste disseminação desse vírus, que já vitimizou centenas de milhares de pessoas no Brasil e mais de dois milhões e meio de pessoas ao redor do mundo, bem como as críticas às políticas sobre seu enfrentamento *não justificam em hipótese nenhuma* qualquer comparação com o Holocausto, em que mais de 6 milhões de pessoas foram mortas deliberadamente por ação de um regime totalitário e assassino, exclusivamente em razão de perseguição religiosa no que diz respeito aos judeus.
Comparar essas duas situações incomparáveis é aviltar a memória das famílias das vítimas de uma perseguição sanguinária, assassina e de cunho preponderantemente religioso.
Por tais razões, a comunidade judaica brasileira, solidária às famílias das vítimas enlutadas por Covid-19, *repudia* qualquer comparação entre a pandemia e o Holocausto.
Movimento Judaico Apartidário – MJA
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Sem o menor constrangimento, o acintoso e escandaloso manifesto segue colhendo assinaturas no pequeno universo de maus brasileiros. Aplicam eles aos fatos do tempo presente as mesmas falcatruas que cometem contra a História em suas indecorosas “narrativas”.
Diariamente, milhares de visitantes acessam este site em diligente busca da boa informação, da leitura de bons textos e da atenção aos vídeos que aqui ficam expostos. Há aqui, também, uma janela muito especial para a beleza. Refiro-me à beleza da produção moveleira da FLORENSE. Nascida e criada na Serra Gaúcha, na cativante Flores da Cunha, a empresa se manteve junto ao seu berço serrano mesmo depois de conquistar eminência no mercado mundial. Ombreando ali com as melhores empresas do setor pelo altíssimo nível de qualidade alcançado, a FLORENSE e a beleza de seus produtos pode ser acessada pela janela que aqui se abre através do banner na parte superior da página.
O site Conservadores e Liberais se sente honrado por esse patrocínio.
Mais uma vez, desde o dia 2 deste mês, a FLORENSE é destaque na CASACOR RIO. E mostra por que está entre os ícones mundiais da alta decoração. Na Casa UP, assinada pela UP 3 Arquitetura, a marca gaúcha de móveis high-end exibe cozinha, closet, armário, estante e porta divisória de suas mais recentes coleções, encantando os visitantes com a estética e o alto padrão de acabamento do mobiliário.
A Quadrante Sul Publicidade informa que a mostra está sendo realizada no icônico casarão Brando Barbosa, no Jardim Botânico, e se estenderá até 25 de abril.
Foto: MCA/Denilson Machado
Percival Puggina
Aconteceu em São Lourenço do Sul e foi notícia no Jornal da Cidade On Line. Mais detalhes sobre a matéria, aqui.
Neste, como em tantos outros casos não importam os detalhes. O que importa é desvendar as camadas de insensibilidade requeridas para impor um lockdown como o que foi estabelecido no Rio Grande do Sul e noutros estados da Federação.
Camadas de insensibilidade que permitem não perceber se o estabelecimento está operando conforme as regras que eram consideradas suficientes até o dia anterior. Por exemplo: não ponderar se há fila, se os afastamentos estão mantidos, se a ventilação é adequada, se a ocupação do espaço está de acordo com os padrões sanitários, se funcionários e clientes estão mutuamente protegidos e assim por diante. É sinal de casca grossa, causa de insensibilidade, não ver que uma porta de comércio aberta é a ponta de uma cadeia de produção e que os danos de seu fechamento se expandem e multiplicam ao longo dela potencializando efeitos.
No último sábado fui ao supermercado. Eram 17 horas e encontrei o que era previsto como consequência natural da redução de horário de funcionamento: clientes disputando espaço nos corredores, filas sem afastamento, ambiente estressado. Simples efeito da aritmética! O mesmo número de clientes com menos horas de atendimento, leva a ... (muito bem, leitor, acertou!) maior número de clientes por hora de atendimento com óbvia concentração no final do último turno.
Quantas atividades não necessitariam ser fechadas se o prisma com que a examinam fosse invertido: o que deve ser feito para que permaneçam abertas em condições de segurança sanitária? Sem esquecer que a atividade de uma sorveteria é essencial para o sorveteiro e para os empregados com ele trabalham.
Lockdown é solução burra para problema complexo. Enquanto não pararem de tratar da covid-19 como matéria de conteúdo político iremos perdendo a guerra para um microscópico parasita intracelular desprovido de cérebro.
Percival Puggina
Leio no Estadão (01/03)
Preço de matérias-primas sobe 40% e traz oportunidades para o Brasil
Apesar de a covid-19 estar ainda muito longe de ser debelada no mundo, as economias dos países, em geral, vêm se recuperando de forma razoavelmente rápida da forte queda provocada pela pandemia. A China, uma espécie de motor do mundo, é o maior exemplo disso. Um dos principais efeitos desse cenário é o aumento da demanda – e, consequentemente, dos preços – das matérias-primas.
De abril do ano passado (o fundo do poço na pandemia) até agora, as cotações em dólar das 19 principais commodities agrícolas, metálicas e de energia haviam subido, em média, 40%, de acordo com o índice Commodity Research Bureau (CRB), indicador que é referência no comportamento das matérias-primas.
É um avanço que interessa diretamente ao Brasil, um dos maiores fornecedores mundiais de produtos importantes nessa equação – como soja, milho, carnes e minério de ferro. Ainda não está claro, entre os analistas, se o mundo caminha para um novo “superciclo” das commodities, nos moldes daquele que se iniciou na primeira década dos anos 2000 – os preços atuais ainda estão 16,1% abaixo do pico registrado pelo CRB, em 2011.
O que está evidente é que essa alta de preços abre boas perspectivas para o País.
COMENTO
Outro dia enviaram-me um desses cards com frases de humor. Uma senhora perguntava ao médico: “Doutor, quando é que essa tal Covid vai acabar?”, e este respondia: “Não sei lhe dizer, senhora. Não entendo de política”.
A energia despendida no Brasil para fazer política seria suficiente para iluminar o país inteiro. E a quase totalidade só é usada para destruição, para convencer a sociedade de que o mal é bem e o bem é mal. De que só há um culpado para todo o mal. De que é preciso deixar tudo arruinado e corrompido, como estava, para que tudo fique bem. De que a roubalheira foi mal avaliada e mal investigada. De que os escândalos resultaram de intrigas e mal entendidos cujas vítimas eram inocentes como os anjinhos de Rafael Sanzio.
Veja como votaram os deputados de seu Estado em relação à prisão do deputado Danilo Silveira. Ele desrespeitou o próprio mandato, mas não poderia ser preso sem autorização da Câmara dos Deputados. E foi. Ao prendê-lo, o STF violou preceito inflexível da Constituição. A prerrogativa que a maioria da Câmara dos Deputados cedeu ao STF não é dela! É sua. A inviolabilidade do congressista por suas opiniões existe em respeito ao seu voto, eleitor. Ao voto do cidadão. Existe para que seu parlamentar possa falar sem medo, possa dizer o que você não pode.
Durante a sessão, um observador cuidadoso veria que alguns deputados já demonstravam receio de criticar o STF. Esvaziaram o próprio poder, furaram os próprios pneus e aumentaram a arrogância dos arrogantes. Respeitaram quem não os respeitou!
É possível que órgãos de imprensa de seu estado tenham listado os votos dos deputados daí na sessão do dia 19 de fevereiro. Copie e guarde essa lista. Se não, acesse o link abaixo e anote os nomes. Veja como votaram, um por um, os deputados federais de seu estado. Guarde essa lista. Se foi eleitor de quem que se tenha posicionado a favor da manutenção da prisão, não renove esse voto em 2022.
Examine a lista aqui: https://congressoemfoco.uol.com.br/legislativo/prisao-de-daniel-silveira-veja-como-cada-deputado-votou/