Percival Puggina
Leio na revista Piauí
A coligação Brasil da Esperança, composta pelo PT e pelos nove partidos que apoiam a candidatura Lula-Alckmin, protocolou hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) contra os canais Jovem Pan, presentes na tevê paga, no sistema UHF e nas rádios, alegando falta de isonomia da emissora na cobertura eleitoral. A coligação argumenta que a cobertura da Jovem Pan é amplamente favorável a Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, e desfavorável à candidatura de Lula, veiculando, inclusive, notícias falsas a respeito do petista. A ação pede, em caráter liminar, que a rede passe a dar cobertura isonômica aos candidatos sob pena de multa, prevista no novo código eleitoral. (Leia a íntegra aqui)
Comento
A ridícula solicitação expõe, simetricamente, o inteiro consórcio da velha imprensa! Esta sim, há quatro anos, de modo ininterrupto, mesmo sob as regras da campanha eleitoral, faz oposição ao governo, silencia sobre suas realizações, ataca seu candidato e alisa o pelo de todos os gatos que cercam o candidato da oposição, catalogados em sucessivos processos criminais.
Carlos Barbieri
Os cenários para 2023 continuam incertos e com variáveis ainda difíceis de serem previstas e analisadas.
Se levarmos em conta as análises dos principais bancos americanos, todos estão se preparando para um aumento da inadimplência, aumentando suas provisões, face a expectativa de aumento dos créditos de difícil cobrança.
Devem colocar em seus balanços uma reserva mínima de $4,5 bilhões para estarem preparados para este possível “calote tsunami”. Ponderemos, isto nos EUA, onde o consumo ainda está forte e o desemprego baixo. Mas, a inflação não está controlada e o FED precisa seguir aumentando os juros, de forma acentuada.
De fato, a abundância de dinheiro, não necessário, injetado na economia, de qualquer forma ainda mantém o consumo, mas, tira o efeito rápido dos aumentos dos juros no controle (ou descontrole) inflacionário.
A curto prazo, os juros altos aumentam as receitas dos bancos, mas, deve-se prever uma perda média de 20% nas suas receitas em face das inadimplências e reservas.
O bom é que suas reservas dão segurança às instituições bancárias. Os grandes bancos passaram, com galhardia, nos testes de stress do FED.
Já, se levarmos em conta o FMI, entenderíamos que teremos um ano com pioras consideráveis com relação a este ano de 2022.
Vários países, podem entrar em “defaults”, particularmente os em desenvolvimento e, o seu último relatório, nominalmente cita, Bahamas, Ucrânia, Gana, El Salvador, Equador, Egito, Tunísia, Etiópia, Quênia, Tajiquistão, Paquistão e Camarões, como países de maio risco.
A inflação, a nível mundial, segue crescente e, poucos países estão como o Brasil, em situação de inflação declinante.
Da mesma forma, a Europa e EUA com crescimento pífio ou negativo, este ano, e perspectivas mais sombrias para 2023. Novamente, o Brasil é uma exceção, com crescimento em torno de prováveis 3% em 2022, possivelmente maior até que a China que deve estar aquém deste número.
Claro, no caso do Brasil, tudo depende das eleições, mas o país tem tudo para seguir crescendo com investimentos já contratados tangenciando $1 trilhão de dólares para os próximos anos.
As crises de alimentos e energia, que colocam em xeque o crescimento e a inflação da Europa em muito também favorecem o Brasil e os EUA, que poderão e deverão se beneficiar com as crises mencionadas.
Em resumo, teremos um ano modesto para o mundo, com declínio do comércio internacional, crises em vários países, particularmente na Europa e países em desenvolvimento, à exceção do Brasil
O EUA, deve seguir andando de lado, mas puxado por estados como a Flórida, Texas, Geórgia entre outros que estão pujantes em suas economias, como é o caso da Flórida que deve crescer 6% neste ano, apesar do furacão Ian.
* Relatório Oxford Group 14/10
Percival Puggina
Todas as minhas postagens na plataforma recebem a companhia de um aviso que diz assim:
“Acesse o site da Justiça Eleitoral para encontrar informações oficiais sobre as eleições de 2022”; logo a seguir, um link: “Obter informações sobre as eleições”.
Eu os apago e eles voltam. Você, por certo, já se deparou com isso em seus próprios posts e nos que acessa.
Para quem não sabe de que se trata, registro que quando clicado o link “Obter informações sobre eleições” abre-se tela da Justiça Eleitoral com alguns conteúdos e outros links.
Há duas possibilidades para tais ocorrências que até hoje ninguém se deu o trabalho de explicar e sobre as quais não há registro no Google: 1ª) que sejam iniciativa da própria plataforma; e 2ª) que sejam determinação do TSE.
Na ausência de qualquer explicação e como a primeira possibilidade carece de razoabilidade, resta a segunda. O TSE determinou à plataforma que assim proceda. No entanto, há aí erro e intromissão. A conduta poderia encontrar algum sentido com relação a conteúdos que tratem de questões eleitorais propriamente ditas: urna, contagem de votos, impressora, propagandas, etc. No entanto, essa etiqueta aparece em conteúdos políticos, em matérias de opinião que nada têm a ver com o campo de atuação da corte eleitoral.
O que eles têm a ver com Justiça Eleitoral? O que a Justiça Eleitoral tem a ver com eles? É o TSE quem escolhe onde se intrometer ou é a plataforma quem o faz? Autorizadamente ou não? Em qualquer dos casos, trata-se de deficiência intelectual de algoritmo analfabeto.
Na hipótese mais provável, é mais do mesmo: nossos tribunais superiores interferindo e dizendo presente num espaço dos cidadãos, que é o espaço da política propriamente dito. Nesses casos, a etiqueta em questão é uma péssima notícia.
Percival Puggina
Em entrevista coletiva, o presidente do TSE afirmou que a Corte não tem nenhum envolvimento com as pesquisas de intenção de voto, por isso não lhe cabe comentar as divergências constatadas entre elas e os resultados do primeiro turno. Disse ele:
“O TSE só registra as pesquisas. Se houve diferenças entre os números da pesquisa e o resultado das eleições, quem deve explicar isso são os institutos. Em relação a possíveis investigações, se houver algum indicativo de ilícito, isso compete ao Ministério Público Eleitoral”.
Comento
O que o ministro disse, faz sentido. Contudo, se a situação fosse inversa e se o senador Randolfe Rodrigues tivesse interposto alguma de suas indignadas solicitações à corte, a resposta e a atitude talvez fossem outras.
O ministro que agora diz ser incumbência do Ministério Público Eleitoral lidar com indicativos de ilícitos, é o mesmo que em outros casos – também de ampla repercussão política – age por conta própria e, por vezes, até contra a posição do Procurador Geral da República.
Por fim, não há dúvida de que pesquisas afetam o resultado de eleições e estão no âmbito do direito de informar. Como a todo direito corresponde um ou mais deveres, desnecessário se torna explicitar o dever no que se refere à correção das informações proporcionadas por pesquisas.
Esse dever é descumprido se elas forem manipuladas para corresponderem à posição política de quem as realiza ou ao anseio (wishfull thinking) dos meios de comunicação que as contratam. Pesquisas podem esvaziar e inflar candidaturas, podem decidir para onde vai o poder e são mercadoria com amplo efeito sobre o fato central das democracias: as campanhas eleitorais e as eleições.
Soa estranha, por isso, a ablução de mãos do presidente de um tribunal preocupado com saber em que sala ou saleta o presidente da República profere suas lives.
Percival Puggina
Só falta explicitarem a conduta com essas palavras. Censurar matéria sobre as afinidades, firmadas ao longo do tempo, entre Lula e seu partido com as ditaduras de esquerda na América Latina e na África é como tapar o sol com um botton Lula-lá.
A refutação da Gazeta do Povo (leia aqui) à atitude arbitrária do ministro do TSE que determinou a supressão de matéria sobre as relações entre Lula e Ortega derruba a narrativa da decisão com fatos e feitos. Mas esse é um problema que contaminou as instituições do país: o conforto das narrativas abranda fatos e isenta criminosos de suas culpas.
Ainda que Lula e Ortega jamais tivessem trocado um olhar, não fossem membros destacados do Foro de São Paulo, e o PT nunca houvesse felicitado o ditador em suas “reeleições”, mesmo assim persistiria um fato concreto: a relação entre o partido de Lula e a FSLN estaria no mesmo patamar das que Lula mantém com a ditadura cubana, com a ditadura venezuelana e tantas outras mundo afora.
O silêncio de alguém como Lula sobre o que está em curso na Nicarágua é, sim, motivo de análise por um jornalismo consistente como o da Gazeta do Povo. Quem quiser uma contradição ambulante leia o Estadão. Lula, com seu passado e sua proximidade com outros ditadores do mesmo quilate, tem que explicar o que fala e o que não fala. Silenciar sobre o que Ortega está fazendo contra religiosos e leigos em seu país não é um sinal de respeito à autonomia dos povos! É um desrespeito à humanidade e um “aborto” de sua alegada religiosidade.
Percival Puggina
“Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT declaro, no segundo turno, apoio a Bolsonaro.” (Sérgio Moro, no Twitter)
Há pouco mais de duas horas, o ex-juiz Sérgio Moro, eleito senador pelo Paraná, publicou essa declaração em sua conta no Twitter. É uma proclamação, moral e politicamente relevante.
Moro conheceu a parte mais vil das entranhas dos governos petistas. Teve diante de si a inteira história documentada da corrupção, contada por corruptores e por corrompidos. Rompeu com Bolsonaro por divergências de estilo, ou por se perceber preterido na indicação a uma futura vaga no STF.
Ensaiou sua jornada impossível às estrelas sem combustível político suficiente para abrir caminho como terceira via na eleição presidencial.
Agora, diante da cena sucessória, toma a decisão certa: juntar-se aos que defendem o Brasil de uma realidade que conheceu como nenhum outro cidadão do país.