• Percival Puggina
  • 28/09/2008
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C`ENTRE N?

Em certo lugar da Su?, cem metros abaixo do ch? um grupo de cientistas come? a operar a maior m?ina j?riada pelo ser humano – o LHC (Large Hadron Collider, ou, em portugu? Grande Colisor de H?ons) – que pretende encontrar explica?s para a origem e o funcionamento do universo. N?subscrevo nem renego a teoria do Big Bang porque desconhe?seus fundamentos, coisas como o “b? de Higgs” ou o “modelo padr?das part?las elementares”. Meu interesse sobre o tema ?e outra natureza. Diz respeito a um universo auto-criado ou criado por Deus. A sofisticad?ima investiga? sobre o que ocorreu no primeiro trilion?mo de segundo da exist?ia do universo e sobre sua evolu? ao longo dos recentes 14 bilh?de anos avan?sobre erros e corre?s de erros. No entanto, convenhamos: conceber toda a n?criada massa do universo concentrada num ?o n?criado ponto, do tamanho de uma moeda, explodindo em um n?criado espa?tempo, e dando origem a tudo, por conta pr?a, implica um ato de f?Temos, ent? a f?m Deus (f?m um ente criador) e a f?m n?deus (f?m uma cria? produzida por um n?ser). Ambas s?de natureza e de conseq?ias distintas e est??isposi? do leitor. Pessoalmente, fico com a primeira porque me resolve, e resolve bem, tanto a quest?do pontap?nicial quanto in?os outros problemas existenciais relevantes, ao passo que a segunda hip?e n?me ajuda em coisa alguma. Por outro lado, enquanto a id? do n?deus serve ao relativismo moral e ?ermissividade, a id? de Deus se encaixa perfeitamente com a de que existe uma lei natural, uma ordem moral, a incidir sobre as a?s humanas. ?ela que nos faz, por exemplo, reprovar a covardia, a trai?, a mentira e as v?as formas de desonestidade, e a valorizar coisas como o amor, a solidariedade, a justi? a paz, a ordem e a liberdade. ?essa ordem moral que leva a condenar o roubo e a cobi??coisas alheias, o assassinato, a inveja, a lux? e o adult?o, a avareza e a pregui? ?dessa lei natural que decorrem, tamb? a repulsa a toda agress??ignidade da pessoa humana e ?ua vida, da tortura ao aborto. Por que escrevo sobre coisas assim, quase ?as? Porque est?se tornando cada vez mais insistentes as investidas no sentido de suprimir do nosso Direito certos preceitos alinhados com essa lei natural. Ter convic?s fundadas na sua exist?ia, ou coincidentes com orienta?s te?as ou religiosas, ?ido como intromiss?indevida em mat?as perante as quais s? aceitam palpites com gera? espont?a num big banguezinho ocorrido na cachola de quem os emite. ?como se uma suposta inexist?ia de convic? e uma falta de fundamento das opini?compusessem a exclusiva senha para ingresso no privilegiado espa?das delibera?s de interesse geral. Insistem, para al?da mera estultice e da simples teimosia, que apenas suas opini? em virtude de serem “neutras” e “n?contaminadas” por qualquer ordem moral, ou escala de valores pr?xistentes a eles pr?os, merecem contar com a aten? de todos, configurar o Direito e orientar a Justi? C?ntre n?alega? t?descabelada, ou tamanho baratilho ?co, s? compreendem como express?de profunda desonestidade intelectual. Especial para ZERO HORA 28 de setembro de 2008.