Percival Puggina

28/02/2010
Entristece-me o fato de a CNBB jamais esclarecer que ela não é a Igreja Católica. A CNBB é um ente burocrático, um órgão de apoio, de auxílio aos bispos. No entanto, o silêncio sobre sua verdadeira natureza faz com que, entendida como ?a? Igreja Católica (algo infinitamente superior ao que a CNBB de fato é), ela se misture e nivele a outras organizações da sociedade (OAB, ABI, CUT, MST, etc. e tal). É uma pena. A minha consternação se agrava, contudo, pela reiteração de certos equívocos que ficam bem nítidos na atual Campanha da Fraternidade. Um deles está na confusão entre os campos da Economia e da Política. Os documentos da CNBB são useiros e vezeiros em misturar essas duas esferas da atividade humana, atribuindo à primeira aquilo que é próprio da segunda. Como consequência, pretendem conferir aos agentes econômicos obrigações inerentes às instituições políticas. Trata-se de uma desatenção ao próprio pensamento católico, que reconhece a autonomia das duas esferas. De um sistema econômico se espera que produza, ao máximo de suas possibilidades, riqueza, desenvolvimento, postos de trabalho, tributos e renda, ou seja, condições materiais para a melhoria dos padrões de vida da sociedade. É o que pede a Campanha da Fraternidade de 2010? Não. Ela, enquanto aponta idolatrias e excessos que todos condenam, quer que o sistema econômico nacional, priorizando a partilha e a solidariedade, rejeite as exigências do mercado, do consumo e do lucro. E gere empregos e tributos com penitência e oração? Toda consciência bem formada se revolta com as tragédias da pobreza material, feitas de analfabetismo, baixo nível educacional e cultural, más condições habitacionais e sanitárias, abandono dos aposentados. Feitas também por corrupção, esbanjamentos, mordomias, absurdos desníveis na remuneração do serviço público e maus governos. Não é com a superação desses embaraços que venceremos a miséria e os desníveis sociais? Pois é tudo campo da Política! Miséria e desníveis sociais são temas para os poderes públicos, que se apropriam de 40% do PIB nacional! As justas preocupações com partilha e solidariedade deveriam focar, principalmente, essa brutal ruptura com o Princípio da Subsidiariedade. É grave erro da Campanha não dizer que os problemas do Brasil são muito mais políticos do que econômicos. Muito mais institucionais do que empresariais. Bons governos, com boas políticas, enfrentam essas dificuldades valendo-se da competente operação do setor privado. Outro erro, ainda, está na influência marxista que se derrama sobre boa parte dos documentos da CNBB. Neles, o pobre, o pobre do Evangelho, sob influxo da mais do que reprovada Teologia da Libertação (TL), vira excluído. E fica subentendido que o excluído está excluído porque o incluído não o quer dentro. Assim, o apelo evangélico à caridade se converte em luta de classe. E saiba leitor, que Bento XVI, ainda agora, no dia 5 de dezembro, olho no olho, advertiu os bispos brasileiros do Sul III e IV contra ?os princípios enganadores da TL? e para ?o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas?. Será preciso dizer mais? ZERO HORA, 28/02/2010

Percival Puggina

27/02/2010
NOVAS GREVES DE FOME EM CUBA Cristina Azevedo Amorte do preso político Orlando Zapata Tamayo após uma greve de fome de quase três meses provocou uma espécie de efeito dominó entre a dissidência cubana. Além do psicólogo Guillermo Fariñas, que na noite de quinta-feira parou de ingerir alimentos e mesmo água, quatro presos políticos aderiram ontem ao movimento. Havia ainda informações de mais quatro a seis pessoas iniciando uma greve de fome nas prisões de Holguín e Canaleta. Fariñas pede a libertação de 25 presos políticos que se encontram com a saúde bastante deteriorada. Mas parte dos dissidentes vê com preocupação sua atitude, e a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional entrou ontem em contato com as famílias dos presos pedindo que os demovessem da ideia. - Tememos que a adesão entre os presos aumente. Achamos que o governo não vai ouvir os apelos. Esse é um ato desesperado. Eles são inocentes e estão presos há sete anos - contou Elizardo Sánchez, presidente da comissão, por telefone, de Havana. - Presos comuns também podem acabar aderindo.

Percival Puggina

27/02/2010
Senhores, Na condição de fiel leigo, atuante em movimentos da nossa Igreja Católica, levo a essa nobre Congregação a minha inconformidade perante o que vem acontecendo na Conferência dos Bispos do Brasil. Os fatos não são estranhos ao conhecimento de Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Falando aos bispos brasileiros do Sul III e IV, em visita ad limina, no dia 5 de Dezembro do ano passado, ele usou palavras muito claras ao adverti-los contra ?os princípios enganadores da Teologia da Libertação? e para ?o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas?. Pois bem, nestes dias quaresmais, está em curso uma nova Campanha da Fraternidade, desta feita ecumênica, sob cujas sombras brilham citações evangélicas e sob cujas luzes se insinuam leituras marxistas da realidade social brasileira, afinadas com aquela reprovada subteologia. Soma-se a tais distorções, na Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, um profundo desconhecimento das autonomias inerentes a duas esferas da atividade humana ? a da economia e a da política. Assumindo critérios de interpretação próprios do marxismo, ela busca atribuir à economia de mercado tarefas que são próprias da política ? esta sim, responsável pelos principais fatores que dão causa à miséria e às profundas desigualdades sociais do nosso país: analfabetismo, baixo nível intelectual, péssimo sistema educacional, deficiências culturais, má distribuição de renda, políticas monetárias, desníveis salariais do setor público, apropriação de 40% do PIB nacional pelo Estado, corrupção, descontrole do gasto público, bem como mordomias, luxos e prodigalidades custeados com recursos dos contribuintes. Não, não é a economia de mercado que dá causa aos problemas sociais brasileiros. É da má política e da inadequação de nossas instituições que tais males derivam. Muito conviria a essa Congregação conhecer o desconforto e a rejeição suscitada pela atual Campanha, que, de modo solerte, confunde idolatria com economia de mercado e recua em relação à Doutrina Social da Igreja quando propõe vagos modelos ?alternativos? de organização da atividade econômica ?que privilegiem a solidariedade e a partilha?, sem nada explicitar concretamente ou apontando para instrumentos consagrados há mais de um século (como o cooperativismo em harmonia com a economia de mercado) ou, ainda, para o retorno às fracassadas experiências do socialismo. E, por outro viés, silencia sobre a firme orientação que o Santo Padre João Paulo II explicitou com tanta clareza nos nºs 41 e 42 da Centesimus Annus. É preciso atentar para a gravidade da situação. A totalidade da opinião pública e da imprensa brasileira confunde a CNBB com ?a? Igreja. Quando alguém se manifesta nessa organização, seja o presidente, seja um assessor, as manchetes falam em manifestação ?da? Igreja. A Campanha da Fraternidade é ?da? Igreja. Seus temas e seus lemas também são vistos assim. Jamais, alguém da estrutura da organização faz a necessária distinção e esclarecimento, estimulando uma fusão e uma confusão que, ao que se infere, bem lhes convém. Não bastasse furtar a riqueza espiritual da Quaresma para fazer dela um tempo de polêmica e radicalização política e ideológica, envolvendo o ano litúrgico em questões temporais e políticas desviadas da sã doutrina e da orientação pontifícia, a CNBB acaba de providenciar aos leigos brasileiros uma nova surpresa. Periodicamente, a assessoria da instituição (o mesmo grupo de assessores que fornece a carne, os ossos, as cartilagens e o animus de seus documentos oficiais) emite ?Análises de conjuntura?. São textos que, se despidos dos eventuais recursos ao léxico religioso, poderiam constituir editoriais do Granma. Vêm, é verdade, com a observação de que não constituem ?opinião oficial da entidade?. Mas são acolhidas no site da CNBB, redigidas no seu estilo e pisam nas mesmas areias movediças por onde andam muitos de seus textos oficiais e oficiosos. Agora, em plena efervescência das contestações à CFE de 2010, a mais recente ?Análise de conjuntura? sugere, claramente, a continuidade do governo Lula, através da pessoa indicada por ele para o suceder, posto que a eleição do oposicionista José Serra representaria ?o retorno da política neoliberal anteriormente efetivada por Fernando Henrique Cardoso, dialogando com os interesses do empresariado nacional e do capital internacional?. O assunto trouxe a CNBB novamente ao noticiário, com ela arrastando ?a? Igreja Católica para o torvelinho do debate político e para as matérias de opinião. Esse não é o campo próprio da Igreja. Mas, repita-se, o ingresso da CNBB e de suas pastorais nesse jogo, com tal fardamento ideológico, não é novidade na cena brasileira. A CNBB e a maior parte de suas pastorais, seus documentos oficiais e não oficiais, sempre serviram às partidas disputadas pelo Partido dos Trabalhadores e pelas organizações da sociedade por ele lideradas. Mudam a música, mas não a letra. A identificação é tanta que a imprensa brasileira surpreendeu-se quando a CNBB veio a público reprovar certos preceitos do decreto presidencial que instituiu o Plano Nacional de Direitos Humanos, nos últimos dias do ano passado. A coisa soou como arrufos entre parceiros. É uma pena. E penso que esteja a demandar uma atitude da Santa Sé para coibir abusos e desvios que tumultuam a vida da Igreja em nosso país, espalhando entre os fiéis a rebelião, a divisão, o dissenso, a ofensa e anarquia tão precisamente apontadas por nosso querido pontífice Bento XVI. Os problemas criados ?na? e ?pela? CNBB só se resolverão com uma total remodelação das estruturas de sua burocracia funcional e com a substituição dos atuais assessores. Eles evidenciam ter com seus vínculos ideológicos um compromisso muito superior do que com as angústias pastorais das dioceses. E arrastam a imagem da Igreja por esses descaminhos. Em união de fé e amor ao Cristo Redentor. Percival Puggina Arquiteto, empresário e escritor em Porto Alegre, Brasil. E-mail: puggina@puggina.org

Percival Puggina

27/02/2010
UM DOS CINCO MAIORES HIPÓCRITAS DE 2009 Lula foi apontado, no jornal espanhol El país como um dos cinco maiores hipócritas de 2009. Ele perdeu para os banqueiros, para Tony Blair, os galãs do Partido Republicano dos Estados Unidos, e para os magistrados britânicos que deram ordem de prisão a Tzipi Livni. E explica, assim a escolha de ?Lula da Silva?: El presidente de Brasil ha declarado que Hugo Chávez es el mejor presidente de Venezuela en 100 años. Pero nunca hemos oído a Lula decir algo sobre las conductas autoritarias de su amigo venezolano. Sí lo hemos visto, en cambio, atacando furiosamente las recientes elecciones en Honduras. Lo hizo la misma semana que recibió con honores a Mahmud Ahmadineyad, cuya victoria electoral también es cuestionada. ¿Qué tienen las elecciones en Irán que no tuvieron las de Honduras? Un enorme fraude, muertes, torturas y la brutal represión ordenada por el Gobierno de Ahmadineyad. El afable líder brasileño aún no parece haberse enterado.

Percival Puggina

21/02/2010
Durante recente debate no Senado Federal, após ouvir críticas de oposicionistas ao comportamento da ministra Dilma Rousseff, a senadora Cerys Slhessarenko pediu um aparte para dizer que aquelas afirmações feitas pelos senadores compunham um quadro de discriminação à mulher. Pus-me a pensar. A confusão entre costumes e moral é das mais nocivas que se possa conceber. Pessoas tolas, observando que existem diferentes costumes, concluem que a moral ?è móbile qual piuma al vento?. Salta aos olhos que isso leva diretamente ao relativismo e à imoralidade absoluta. Pois o aparte da senadora nos sugere um exemplo que ilumina bem essa realidade: ainda que centenas de milhões de mulheres, ou mesmo que bilhões de mulheres, em inúmeras sociedades, vivam sob regras de violência e submissão, isso não torna tais preceitos moralmente aceitáveis. Assim também com a escravidão por motivos de raça ou de dominação política. Assim também com as condições de trabalho na China, embora atraiam como luzes as mariposas da indústria transnacional. Tais práticas são costumeiras por lá, podem até ser legais, mas são imorais. O Fórum Social Mundial deveria fazer passeata contra o comunismo chinês. Em resumo: moral e costumes são coisas distintas e quem discrimina a mulher afronta a humanidade toda. Por isso, a discriminação à ministra Dilma Rousseff me irrita. Homens e mulheres têm iguais direitos políticos e não há sentido algum em tratar Serra e Ciro, de um modo por serem homens e a ministra de outro modo por ser mulher. Isso não é justo! Todos são pré-candidatos a presidência da República e credores de equidade, ora essa. E a ministra, meu caro leitor, vem sendo discriminada em proporções que já excederam os limites do escândalo. Sim, porque discriminação positiva também é discriminação, se me faço entender. Vocês pensavam no quê? Discriminação positiva se faz com os portadores de deficiências, o que não parece ser o caso. Uma coisa é a cortesia dispensada às mulheres pelos homens bem educados. Ela faz parte das boas maneiras que convêm ao trato social. Ceder-lhes lugar, abrir-lhes as portas para que passem, levantar-nos quando se aproximam da mesa onde estamos, é apenas boa educação. Não é discriminação. Outra coisa é, no processo político, dispensar-se à candidata regalias e facilidades que não se conferem aos demais. Outra coisa, ainda, é, num ato da Petrobrás onde o ministro responsável é o Edson Lobão, reservar toda a cena para a ministra da Casa Civil. O que está ela fazendo ali? E note-se que vem sendo privilegiada assim em tudo, em relação a todos, em toda parte. De tanto que viaja sem ter por que, ela já não sabe mais onde está, nem fazendo o quê. Embarcam-na em todos os voos, erguem-na em todos os palanques, dão-lhe a palavra em todos os discursos, proclamam-na genitora do PAC, convidam-na para madrinha de todos os navios e mãe de todas as obras cuja execução depende de dinheiro que ainda não ganhamos. Isso é tão errado quanto agir como se a ministra não existisse e privilegiar a exposição de José Serra à imprensa. Mas se isso acontecesse!... No entanto, a ministra está em toda a mídia, que a exibe como se ela estivesse vendendo espaço publicitário. Ou será que está? E o Serra, onde está? De uma hora para outra, tudo que se faz ou que se promete no Brasil é obra do PAC. E é obra com mãe. Bom, eu estou terminando de escrever um livro e quero deixar bem claro que ele não é obra do PAC. Já passou da hora, do dia e do mês para uma ação firme do Ministério Público Federal, da Justiça Eleitoral e até do Tribunal de Contas da União contra essa escancarada, abusiva e desrespeitosa campanha feita com recursos públicos em favor da discriminadíssima candidata do presidente Lula. Queremos direitos iguais para todos os competidores, ora bolas! _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Percival Puggina

13/02/2010
Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?

Percival Puggina

13/02/2010
?Quem luta pelo comunismo tem que poder lutar e não lutar, dizer a verdade e não dizer a verdade, manter a palavra e não cumprir a palavra, etc.? (Berthold Brecht, comunista, em Die Massnahme). Quando foi, então, que eles começaram a ter algum interesse na verdade? Essa súbita inquietude d?alma, expressa no desejo de criar a tal Comissão Nacional da Verdade, disputa prêmio no Festival da Mentira. Logo quem! Empilharam no planeta milhões de cadáveres, tanto para ocultar a verdade quanto porque as vítimas descriam das suas mentiras. Onde tomaram o poder acabaram com a imprensa livre, exatamente para que nenhuma verdade chegasse ao povo. Montaram o mais poderoso aparelho de mistificação que o mundo já viu. Conhecida por uma abreviatura que diz tudo, Agitprop, essa máquina, cujas atividades iam desde a produção de livros infantis até o financiamento de autores e jornalistas no mundo inteiro, conseguiu convencer metade do planeta que o inferno soviético era, ?na verdade?, um paraíso terrestre. Preocupados com a verdade? No Brasil, todas as organizações que atuaram na clandestinidade, antes e depois de 1964, seguiam variantes do mesmo totalitarismo. Compunham uma miscelânea de alas, correntes, frentes, ações, dissidências, vertentes, grupos, tendências, núcleos, coletivos, ligas, uniões e partidos. Só estes últimos eram 14! Tais organizações, coisa de duas centenas, repartiam entre si, orgulhosamente, os rótulos de comunista, revolucionário, socialista, bolchevique, maoísta, marxista, leninista, trotskista e por aí vai. Democracia? Nem pensar. Lutando por algo infinitamente pior do que o regime que diziam combater, praticaram crimes tão graves quanto os de que reclamam. Crimes que não geraram indenizações e sequer são mencionados nesse súbito interesse por ?direitos humanos? e pela ?verdade? a respeito de um tempo em que eram tão rejeitados que desconfiavam da própria sombra. A falta de apoio popular, aliás, constituía o autodiagnóstico mais frequente em suas reflexões. Você acredita que a insistência em escrutinar aquele específico período da história reflita sincera paixão pela verdade? Se sim, por que pretendiam restringir os trabalhos apenas ao ?contexto da repressão política?? Se sim, por que propõem meios de controlar a imprensa e a cultura no mesmo PNDH-3 que cria a tal comissão da ?verdade?? Pois é. Verdade histórica? Direitos humanos? Qual o quê! É o velho Agitprop de terno Armani, aferrado a estatais e fundos de pensão. Parece que ainda não mentiram o bastante nas salas de aula, nos microfones, nos filmes e nos livros! Contudo, a imensa maioria dos sessentões brasileiros não deu e não dá força aos seus protagonistas. Por quê? Porque viveram à época desses fatos que alguns, agora, querem recontar com ares de super-heróis. Que pretendem, então? Conquistar adeptos entre os jovens, massa votante que hoje realmente conta no país, ora essa. E quanto mais ela for manipulada, quanto mais matérias gerarem, mais beneficiados serão os atuais comissários da História, posando como mártires da democracia. Mesmo que tudo seja falso. Prepare-se. Depois de O filho do Brasil, vem aí Os filhos da clandestinidade. Tão pastelão quanto o anterior. A real motivação de tudo está no mercado político. Na venda de ações de empresa falida. Na captura de corações e mentes. Na tentativa de cobrar no presente por méritos que não tiveram no passado. Perdoem-me aqueles, como eu, sinceramente interessados na verdade e com medular repugnância à tortura e ao terrorismo. Nós somos, neste caso, irrelevantes. ZERO HORA, 14/02/2010

Percival Puggina

13/02/2010
Você sabia, leitor, que há quem tenha como objetivo de vida lutar pela retirada dos símbolos religiosos em espaços públicos? O sujeito acorda pensando nisso, passa o dia pensando nisso e vai dormir pensando nisso. Cria uma ONG, escreve teses, faz reuniões, cata adesões para abaixo-assinados, requer providências em juízo. E só conversa sobre isso. De tanto encher a paciência alheia com sua bronca pessoal contra Jesus crucificado, ele se torna conhecido como o ?chato dos crucifixos?. Lá vem o ?chato dos crucifixos!?. E todo mundo se afasta, como se visse um vampiro. Vampiro, crucifixo, sacou? Dizem as más línguas que a segunda bronca do chato dos crucifixos é sol e a terceira é réstia de alho. Pois não é que a tese do ?chato dos crucifixos? acabou incorporada ao famigerado Programa Nacional de Direitos Humanos? É assim que as coisas acontecem, segundo a técnica do Joãozinho das anedotas. Você conhece a história: ?Como é o nome desse guri que está te assediando, minha filha? Joãozinho? Se for o Joãozinho, não tem jeito, relaxa e tal...?. É assim que eles fazem. Ninguém aceita a cantada deles, mas eles vão tentando impor-se por todos os modos. E se a coisa não vai, estupram. Agora a tese reaparece no pacotão de perversões que é o PNDH-3. Vem com a força do presidente e das três dezenas de ministros que, em ato festivo, assinaram o decreto se comprometendo, entre inúmeras insanidades ideológicas, a acabar com as expressões públicas da religiosidade popular, com nossas raízes cristãs, com a nossa história e com a nossa cultura. É aquele mesmo conceito de justiça dos estabanados da lógica, que ora querem tratar desigualmente os desiguais, ora querem tratar igualmente os desiguais, tudo dependendo de suas preferências. É uma justiça feita como quem compra um par de meias. Não vão levar! Aliás, quem sonha com fechar o Congresso Nacional tem no PNDH-3 boa razão para reaprender a importância da instituição parlamentar. Desmoralizado por esforço próprio, corroído pela perversão do modelo institucional, desqualificado pelo desinteresse dos estadistas, valendo-se, para salvaguardar o bem nacional, de um número cada vez mais reduzido de bons políticos, o parlamento ainda é a tranca para os que pretendem enfiar o pé na porta da democracia e destruir os verdadeiros valores. Essa estupidez em relação aos símbolos religiosos não passa nem nesse Congresso que aí está. É indispensável compreender a exata dimensão de todas as perversões incluídas no PNDH-3. Sabem por quê? Porque a mentalidade que ali está explicitada é a que hoje dirige a política nacional. Há freios aqui e trancas ali, mas aquela antologia de absurdos é o pensamento dos que nos governam e querem continuar nos governando. Este artigo trata de apenas um, mas a lista é imensa. E, de uma forma ou de outra, essas perversões vão afetando a vida social. Gravemente. Querem um exemplo gritante? Para satisfazer o ateísmo instalado nos altos escalões da República, deveriam ser retirados todos os símbolos religiosos dos espaços públicos. Do Cristo Redentor às placas da Rua São José, em Piracuruca do Piauí. Absurdo? Mas é a cabeça de um governo que gostaria de acabar com as procissões de Corpus Christi, porque ocupam a via pública, enquanto vem estimulando e financiando pelo país afora, com fartos recursos federais, a realização de paradas de orgulho gay. Olha o que vai na cabeça desse governo com 80% de aprovação! _____________________ * Percival Puggina (65) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.

Percival Puggina

10/02/2010
FRASE DO DIA UM POOL DE EX-TERRORISTAS ELABORANDO NORMAS SOBRE DIREITOS HUMANOS EQUIVALE A UM POOL DE PEDÓFILOS REVISANDO O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.