Percival Puggina
Leio no Correio Braziliense
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contestou a declaração do presidente da Corte, ministro Luiz Fux, de que a anulação dos processos derivados da Operação Lava-Jato foi um ato "formal" e que os erros processuais não apagam os fatos que foram demonstrados nas investigações. Crítico dos métodos utilizados pelos procuradores de Curitiba, Gilmar afirmou na tarde desta segunda-feira, 13, durante almoço com empresários no Rio de Janeiro, que "ninguém discute se houve, ou não, corrupção", mas que "não se combate crime cometendo crime".
Comento
O ministro Gilmar Mendes, bem como seus confrades na confraria do STF, tem o hábito de desconsiderar fatos que não contribuem para a narrativa da hora. Um desses fatos jogados à masmorra do esquecimento foi a mudança de posição do próprio ministro em relação à prisão após condenação em 2ª instância. Em 2016, o ministro Gilmar integrara a maioria que por 6 a 5 estabelecera essa possibilidade; em 2019, mudou de convicção e, em nova “maioria de circunstância”, como talvez dissesse o ex-ministro Joaquim Barbosa, derrubou o que antes aprovara.
Não devemos esquecer que foi a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância que formou a fila de confessionário e de delações em Curitiba. A Lava Jato só alcançou os resultados que obteve graças às admissões de culpa e às possibilidades de redução de penas (ou até mesmo de perdão judicial) por colaboração com as investigações ou delação de outros criminosos feitas ante a possibilidade de prisão em curto prazo. O novelo recursal prosseguia rumo à eternidade, mas a pena começava a ser cumprida de imediato. O natural pavor do criminoso consciente do crime que cometeu, ante a porta da cadeia abrindo-se ali na primeira esquina, hoje vem sendo chamado, injustamente, de “tortura psicológica” imposta a esses desamparados... Arre!
A Lava Jato morreu, pois, em 7 de novembro de 2019, quando a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância ganhou caráter excepcionalíssimo. Clima de velório na sociedade e dia de festa na Papuda! Solenes homenagens a São Nunca. Embora morta, a Lava Jato ainda permaneceu aberta à visitação até o dia 8 de março de 2021, data em que o confrade Edson Fachin, após 10 sólidas decisões anteriores em sentido contrário, evaporou-as, mudou de posição e anulou a os processos de Lula que, julgados em Curitiba e no TRF-4, não tinham relação com a Petrobras.
O leitor destas linhas deve ter percebido essas “maiorias de circunstância”, essas mudanças súbitas de orientação e essas decisões capazes de reverter condenações julgadas e “rejulgadas” e “rerejulgadas”. Deve ter observado, também, o alinhamento político que caracteriza ampla maioria da atual composição do STF. Deve sentir, como eu, que ela traz insegurança jurídica e solapa, por essas e muitas outras razões, a confiabilidade da Corte, uma casa aparentemente sem espelhos.
Emel Akan, em Epoch Times
Nota do editor do site: Transcrevo, em tradução livre, pequeno trecho de importante matéria do Epoch Times, cuja íntegra, em inglês, pode ser lida aqui. Até mesmo a maior economia do mundo está sofrendo as consequências de circunstâncias negativas afetando as atividades econômicas e o investimento em escala mundial.
O Bank of America emitiu um aviso de que o choque inflacionário nos Estados Unidos ainda não acabou e que a economia está em “recessão técnica”, mesmo que a maioria das pessoas não saiba disso.
"Estamos em recessão técnica, mas simplesmente não percebemos", escreveu Michael Hartnett, estrategista-chefe de investimentos do banco, em nota antes dos dados de inflação de 10 de junho.
A inflação anual dos EUA subiu para 8,6 por cento em maio, o nível mais alto em 40 anos, já que os principais fatores como alimentos, energia e habitação não mostraram sinais de diminuição. Os mercados agora antecipam uma resposta mais agressiva do Federal Reserve, o que pode resultar em uma desaceleração econômica maior.
Em suma, disse Hartnett, o “choque inflacionário” não acabou, o “choque das taxas” está apenas começando e o “choque do crescimento” está a caminho. Ele também disse que “não há válvula de liberação do pico de rendimentos” e que o rali do mercado em baixa é “muito consenso”.
Após os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de maio, o rali do mercado em baixa para as ações terminou. O Dow Jones Industrial Average caiu mais de 800 pontos, o S&P 500 caiu quase 2,3% e o Nasdaq Composite Index despencou 3% em 10 de junho, com os mercados esperando mais choques nas taxas.
O crescimento econômico para o primeiro trimestre foi negativo em 1,5 por cento, e a previsão do PIBNow do Fed de Atlanta para o segundo trimestre é de apenas 0,9 por cento, disse Hartnett.
(Segue, no original em inglês: https://www.theepochtimes.com/bank-of-america-warns-of-future-inflation-shocks-declares-technical-recession_4526143.html?)
Percival Puggina
Leio na Coluna de Claudio Humberto em Diário do Poder
Se o Supremo Tribunal Federal (STF) levou apenas quatro dias para derrubar a decisão que suspendia a cassação de dois deputados bolsonaristas, não tem a mesma pressa quando se trata de políticos, digamos, de outros campos. O ministro Dias Toffoli também suspendeu a cassação de um deputado de Brasília, em 2020, e até hoje, 441 dias depois, não há sinais de que o caso vá a julgamento no STF. O deputado foi cassado em 7 de outubro e nove dias depois Toffoli cassou a medida. (Não deixe de ler a íntegra da reveladora matéria aqui. Cumprimentos ao CH)
Comento
Esse caso vai pelo avesso de tantos que, quando se referem ao presidente ou ao seu governo, vem com prazos assinados, contados em horas para informar, esclarecer, etc.. Esse caso contrasta com a vertiginosa e escandalosa rapidez com que tramitou no Supremo o processo contra o deputado Daniel Silveira. Ali, era de urgência urgentíssima saciar o desejo do colegiado: punir as ofensas do deputado com alguns anos atrás das grades de uma penitenciária, mesmo que para isso fosse necessário pluralizar crimes e exacerbar a dosificação das penas para além de absurdos oito anos de reclusão.
Enquanto o processo de Daniel Silveira tramitava com sirene ligada dentro do STF, os inquéritos e os processos penais de senadores dormiam o sono dos justos, pedindo silêncio nas empoeiradas prateleiras do poder.
O que mais surpreende é o empenho em tornar tudo muito natural e, sobretudo, objeto de reverente acatamento e sujeição, mesmo na pluralidade de intervenções na política e nos direitos dos cidadãos.
Percival Puggina
Dezessete médicos cubanos presos por desertar.
Ser médico cubano é ser servidor público sacrificado, mal remunerado, tratado como commodity pela ditadura instalada em sua pátria. O Brasil conheceu uma parte dessa história durante os governos petistas. Governos que financiaram um enorme porto em Cuba para receber nosso dinheiro de volta em charutos a serem produzidos, também ajudaram a economia cubana importando mão de obra escrava para atuar na atenção básica de saúde em nosso país. Isso só não é um escândalo para quem tapa os olhos para não ver.
O texto transcrito abaixo é de um veículo de imprensa digital venezuelana e confirma notícia que eu já havia recebido de um amigo, médico cubano que foi mais bem sucedido que seus colegas e conseguiu evadir-se com toda sua família. Hoje mora nos Estados Unidos.
Ele me contou todo esse infortúnio, a que chamo de cúmulo do azar. Médicos na ditadura cubana, arrendados à ditadura venezuelana, tentaram desertar... na Venezuela com o intuito de chegar a Colômbia. Agora, estão sujeitos à aplicação do artigo 369 do novo Código Penal cubano. Isso significa perda do título, pena de 3 a 8 anos de prisão, pagamento de indenizações incidentes sobre todas as despesas havidas com eles – da feitura do passaporte ao transporte forçado de retorno à ilha-prisão.
Quem conhece, como eu conheço, as práticas paralelas aplicadas pela ditadura cubana sabe que lá as penas incidem sobre direitos de cidadania das família das pessoas que caem em desgraça perante o regime.
Segue abaixo, aos interessados, a tradução que fiz da matéria divulgada pelo veículo digital TalQual.
O doutor Miguel Ángel Ruano indicou que pelo menos seis dos 17 médicos cubanos já foram enviados a Havana, onde podem cumprir penas de até oito anos de prisão.
O membro do Conselho de Administração do Grêmio de Médicos Cubanos Livres, Miguel Ángel Ruano, denunciou via Facebook na terça-feira, 30 de maio, que pelo menos 17 médicos da nação antilhana foram detidos na Colômbia depois de abandonar a missão médica enviada à Venezuela .
Ruano indicou na referida rede social que esses médicos cubanos foram presos por órgãos de segurança de nosso país no estado de Táchira quando tentavam atravessar para a Colômbia, depois que decidiram deixar a legação enviada por Havana em 10 de maio.
Os médicos detidos, segundo conversas que Miguel Ángel Ruano manteve no WhatsApp com alguns desses profissionais e outros que lhes são próximos, que “já estão sendo enviados a Cuba como prisioneiros e ameaçados de aplicar o artigo 369 do novo Código Penal cubano para abandonando uma missão oficial.
Acrescentou que a legislação estabelece que as pessoas que abandonem a missão ou se recusem a cumprir as ordens do Estado podem enfrentar penas de três a oito anos de prisão.
De acordo com o Diario de las Américas, esses médicos retiraram desde 30 de maio o passaporte de 100% do restante dos mais de 20.000 colaboradores cubanos na Venezuela para evitar que fugissem e o aparato de segurança e vigilância foi intensificado. profissionais de saúde nesta "missão" médica.
Ruano continuou a postar em suas redes sociais sobre o assunto em que publicou algumas fotos das pessoas que foram presas pelas autoridades. Diz que, além do processo penal, essas pessoas teriam que “pagar” tudo o que Cuba “investiu” nelas, como passaporte, hospedagem, viagem e assistência médica.
No jornal La Opinion de Cúcuta entrevistaram o médico que disse que pelo menos seis médicos já haviam retornado a Cuba em voos da Conviasa de Caracas. Muitos dos que tentaram fugir vieram dos estados de Anzoátegui e Carabobo através das etapas formais, já que seus salários os impedem de pagar a trilha.
“Estamos falando de cerca de 8.000 médicos que abandonaram as missões na Venezuela nos últimos anos, alguns deles adquiriram o blefe que os Estados Unidos lhes deram”, disse ele, acrescentando que desse número, pelo menos 2.000 residem na Colômbia.
Percival Puggina
No dia 5 de abril, falando em evento promovido pelas fundações Perseu Abramo (PT) e Fundação Friederich Ebert, Lula teve um surto de Marilena Chauí (aquela que odeia a classe média) e despejou palavras de repulsa aos remediados do país. Literalmente, disse Lula:
“O país está pronto para 10% da população. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida que em nenhum lugar no mundo a classe média ostenta. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida que não tem na Europa, que não tem em muito lugar. Aqui, na América Latina, a chamada classe média ostenta um padrão de vida acima do necessário”.
Em recente matéria (26/05), Metrópoles.com publicou conteúdo sobre inspeção feita no lixo depositado diante da casa de Lula.
Entre as garrafas vazias deixadas para serem recolhidas pelo serviço de limpeza, havia, por exemplo, uma do exclusivo vinho português Pêra-Manca, da safra de 2014, superfestejada pelos especialistas. Com notas de carvalho e tabaco, o Pêra-Manca é produzido no Alentejo, na região centro-sul de Portugal, e harmoniza bem com carnes. Uma garrafa similar é vendida em lojas do ramo por R$ 5 mil, em média.
Entre os vinhos estrelados consumidos na casa de Lula, tinha também um exemplar do Casanova di Neri, um legítimo Brunello di Montalcino, produzido na região italiana da Toscana. O preço na loja em que foi comprado (um adesivo na parte de trás da garrafa dá a pista): R$ 5,8 mil. Havia, ainda, garrafas de vinhos um pouco mais modestos, como Angélica Zapata (argentino, R$ 500), Colomé (argentino, R$ 140) e Quinta Vale D. Maria (português, R$ 115).
Lula vive como um abastado milionário e cospe sua indignação para os andares inferiores da pirâmide social. No mesmo pronunciamento, que pode ser assistido aqui, lá pelas tantas Lula exclama: “É uma pena que a gente não nasce e a gente não tenha uma aula: ‘O que que é necessário para sobreviver’”.
Imagino que o padrão de consumo enófilo descrito acima corresponda ao topo da pirâmide de renda dos brasileiros economicamente bem sucedidos. E, também, daqueles que gastam muito porque não precisaram nem precisam trabalhar para ganhar o que têm porque o dinheiro lhes veio de atividades criminosas. Em relação a elas, porém, alguns cidadãos contam com especial proteção institucional.
Percival Puggina (com conteúdo Epoch Times)
Leio em Epoch Times
"Aumentos iminente de preços de alimentos devem atingir os americanos neste outono".
"Inflação mais alta pode forçar ação do Fed, levando a uma 'recessão mais profunda".
"Em seu esforço para conter a inflação, o Federal Reserve lançou o que muitos esperam ser uma série contínua de aumentos das taxas de juros, que já estão afetando os mercados de ações e imobiliário, com perdas de empregos provavelmente a seguir. Por mais cansados ??que os americanos estejam pagando preços recordes de gasolina e mantimentos, no entanto, outra rodada de aumentos de preços está chegando à cadeia de suprimentos de alimentos e deve chegar aos consumidores neste outono.
“As pessoas não percebem o que está prestes a atingi-las”, disse o agricultor do Texas Lynn “Bugsy” Allen. “Eles acham que é difícil agora, você dá até outubro. Os preços dos alimentos vão dobrar.”
O aumento de 8,8% nos preços dos alimentos que os americanos já viram não leva em conta os dramáticos aumentos de custos que os agricultores estão experimentando agora. Isso ocorre porque os agricultores pagam seus custos antecipadamente e só os recuperam no ponto de venda, meses depois.
“Geralmente, o que vemos na fazenda, o consumidor não vê por mais 18 meses”, disse John Chester, um agricultor de milho, trigo e soja do Tennessee. Mas com a gravidade desses aumentos de custos, os consumidores podem sentir os efeitos muito mais cedo, principalmente se o clima se tornar um fator.
Lorenda Overman, uma agricultora da Carolina do Norte que cria porcos e cultiva milho, soja e batata-doce, disse que o aumento nos custos de combustível colocou sua fazenda no vermelho este ano. “Nada que os consumidores estão pagando vai preencher a lacuna para os agricultores agora”, disse ela. “Os preços ainda não chegaram aos supermercados”, mas ela espera que comecem a chegar até o final do verão.
Grande parte do custo dos alimentos depende do preço do petróleo.
“Eles não têm caminhões elétricos entregando essa comida e não há tratores elétricos”, disse Allen. “É preciso diesel para fazer tudo isso.”
Chester disse que combustível e fertilizante juntos representam 55% de seus custos totais. O preço do diesel mais que dobrou, de US$ 2,50 por galão no final de 2020 para mais de US$ 5 por galão hoje. Os agricultores dizem que o custo do fertilizante, um derivado do petróleo, triplicou e, em alguns casos, quadruplicou.
“Quando você olha para as máquinas que usam diesel, são equipamentos agrícolas, ferrovias e caminhoneiros”, disse Daniel Turner, diretor executivo da Power the Future, um grupo de defesa da energia. A Diesel “movimenta todos os nossos bens, cultiva a nossa comida. De navios de carga que chegam do exterior a caminhões ou trens que transportam essas mercadorias pelo país. Todas essas coisas agora têm custos adicionais que serão enviados ao consumidor.”
“Esse aumento nos custos de alimentos e energia é muito destrutivo para as famílias dos EUA”, disse Joseph Lavorgna, economista-chefe do Natixis, um banco europeu. “Se você tem que pagar muito mais dinheiro pela sua comida, para aquecer ou resfriar sua casa, ou colocar gasolina em seu veículo para chegar ao trabalho, há menos dinheiro disponível em outros lugares.” Os aumentos de preços do gás e dos alimentos deixarão os americanos com menos dinheiro para gastar em outros bens, o que reduzirá a demanda e terá um efeito indireto sobre a economia em geral.
Relatórios econômicos estão indicando que os americanos já não conseguem acompanhar a inflação. A poupança das famílias caiu para a menor taxa em 14 anos, à medida que as pessoas lutam para manter seu padrão de vida. A dívida do cartão de crédito está atingindo níveis recordes, e os varejistas dizem que estão se preparando para que mais consumidores limitem seus gastos ao “básico básico”.
Comento
Claro, você pode ler isso sobre o que está acontecendo nos Estados Unidos, ou pagar como eu ontem, na Sicília, o equivalente a R$ 11,22 por um litro de combustível, e achar que a culpa é do Primeiro-ministro Mario Draghi, ou, como agradaria às demagogias lulistas, culpar o presidente Bolsonaro.
O certo a fazer, porém, é admitir que estamos vendo o produto final da ação daqueles que, em nome de um suposto humanismo ignorante, foram adeptos do fecha tudo e fica em casa porque “a economia a gente vê depois”.
Não é muito comum que uma frase idiota revele sua idiotice de modo tão contundente! Esta se tornou uma pérola por se comprometer com o futuro, por explodir no tempo e na vida de todos.
Enquanto Bolsonaro, acusado de genocida, usava recursos da União para impedir que milhões morressem de fome por culpa do fecha tudo, os autores dessa imprudência, genocidas in pectore, genocidas na alma, completavam a obra sinistra acusando-o de fazer uso político desses recursos.