Percival Puggina
Dezessete médicos cubanos presos por desertar.
Ser médico cubano é ser servidor público sacrificado, mal remunerado, tratado como commodity pela ditadura instalada em sua pátria. O Brasil conheceu uma parte dessa história durante os governos petistas. Governos que financiaram um enorme porto em Cuba para receber nosso dinheiro de volta em charutos a serem produzidos, também ajudaram a economia cubana importando mão de obra escrava para atuar na atenção básica de saúde em nosso país. Isso só não é um escândalo para quem tapa os olhos para não ver.
O texto transcrito abaixo é de um veículo de imprensa digital venezuelana e confirma notícia que eu já havia recebido de um amigo, médico cubano que foi mais bem sucedido que seus colegas e conseguiu evadir-se com toda sua família. Hoje mora nos Estados Unidos.
Ele me contou todo esse infortúnio, a que chamo de cúmulo do azar. Médicos na ditadura cubana, arrendados à ditadura venezuelana, tentaram desertar... na Venezuela com o intuito de chegar a Colômbia. Agora, estão sujeitos à aplicação do artigo 369 do novo Código Penal cubano. Isso significa perda do título, pena de 3 a 8 anos de prisão, pagamento de indenizações incidentes sobre todas as despesas havidas com eles – da feitura do passaporte ao transporte forçado de retorno à ilha-prisão.
Quem conhece, como eu conheço, as práticas paralelas aplicadas pela ditadura cubana sabe que lá as penas incidem sobre direitos de cidadania das família das pessoas que caem em desgraça perante o regime.
Segue abaixo, aos interessados, a tradução que fiz da matéria divulgada pelo veículo digital TalQual.
O doutor Miguel Ángel Ruano indicou que pelo menos seis dos 17 médicos cubanos já foram enviados a Havana, onde podem cumprir penas de até oito anos de prisão.
O membro do Conselho de Administração do Grêmio de Médicos Cubanos Livres, Miguel Ángel Ruano, denunciou via Facebook na terça-feira, 30 de maio, que pelo menos 17 médicos da nação antilhana foram detidos na Colômbia depois de abandonar a missão médica enviada à Venezuela .
Ruano indicou na referida rede social que esses médicos cubanos foram presos por órgãos de segurança de nosso país no estado de Táchira quando tentavam atravessar para a Colômbia, depois que decidiram deixar a legação enviada por Havana em 10 de maio.
Os médicos detidos, segundo conversas que Miguel Ángel Ruano manteve no WhatsApp com alguns desses profissionais e outros que lhes são próximos, que “já estão sendo enviados a Cuba como prisioneiros e ameaçados de aplicar o artigo 369 do novo Código Penal cubano para abandonando uma missão oficial.
Acrescentou que a legislação estabelece que as pessoas que abandonem a missão ou se recusem a cumprir as ordens do Estado podem enfrentar penas de três a oito anos de prisão.
De acordo com o Diario de las Américas, esses médicos retiraram desde 30 de maio o passaporte de 100% do restante dos mais de 20.000 colaboradores cubanos na Venezuela para evitar que fugissem e o aparato de segurança e vigilância foi intensificado. profissionais de saúde nesta "missão" médica.
Ruano continuou a postar em suas redes sociais sobre o assunto em que publicou algumas fotos das pessoas que foram presas pelas autoridades. Diz que, além do processo penal, essas pessoas teriam que “pagar” tudo o que Cuba “investiu” nelas, como passaporte, hospedagem, viagem e assistência médica.
No jornal La Opinion de Cúcuta entrevistaram o médico que disse que pelo menos seis médicos já haviam retornado a Cuba em voos da Conviasa de Caracas. Muitos dos que tentaram fugir vieram dos estados de Anzoátegui e Carabobo através das etapas formais, já que seus salários os impedem de pagar a trilha.
“Estamos falando de cerca de 8.000 médicos que abandonaram as missões na Venezuela nos últimos anos, alguns deles adquiriram o blefe que os Estados Unidos lhes deram”, disse ele, acrescentando que desse número, pelo menos 2.000 residem na Colômbia.