Percival Puggina

 

Leio no UOL (Grupo Folha)

Em seu novo relatório sobre a evolução econômica global, o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um aviso claro: as perspectivas de crescimento "estão inclinadas esmagadoramente para o lado negativo" e, se os riscos se concretizarem, poderão empurrar a economia mundial para uma das piores recessões em meio século. Entre as exceções estão o Brasil e o México.

Comento

Li a matéria do UOL, contendo avaliação positiva sobre a economia brasileira nestes tempos difíceis, esperando encontrar, a todo momento, aquela advertência: “disse o FMI, sem apresentar provas”...

Mas não veio. Talvez algum descuido tenha proporcionado esse “vazamento” de uma notícia internacional que traz desconforto à campanha do companheiro Lula, ou a cartilha da redação militante não faça alusão ao FMI como adversário a ser abatido. Enfim, os que torcem contra o Brasil e dizem defender a democracia e o Estado de Direito com arbitrariedades e supressão de liberdades estão vivendo dias de más notícias.

  • 28 Julho 2022

 

Percival Puggina

 

            Caxias do Sul, polo econômico da Serra Gaúcha, é impulsionada por um setor industrial diversificado e altamente qualificado, sediando algumas das maiores empresas do Rio Grande do Sul.

A CIC – Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul – agrega, congrega, proporciona cursos, promove debates e seminários, representando, local e externamente, essa força econômica e financeira.

Em evento que celebrou os 121 anos da instituição, a CIC agraciou com o troféu Ítalo Victor Bersani, na categoria Indústria, a empresa Florense. O troféu foi criado para homenagear as empresas que se estacam em seus respectivos segmentos.

A imagem registra o momento em que Mateus Corradi, CEO da Florense, recebeu o símbolo dessa homenagem no palco do evento.

A grande marca, os notáveis produtos e a credibilidade da empresa de Flores da Cunha são reconhecidos também ali onde pulsa o coração da indústria serrana gaúcha.

*        Com informações e imagem de Quadrante Sul Publicidade.

  • 27 Julho 2022

Percival Puggina

 

Leio no site da Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, ficou em 0,13% em julho. A taxa é menor que as de junho deste ano (0,69%) e de julho de 2021 (0,72%).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje (26), no Rio de Janeiro, que essa é a menor taxa mensal do IPCA-15 desde junho de 2020 (0,02%). O indicador acumula inflação de 5,79% no ano e de 11,39% em 12 meses.

(Íntegra da matéria da Agência Brasil, aqui.)

Comento

A turma que pisoteia na bandeira e chama os adversários de extremistas, lê essa notícia com pesar. “Puxa vida, que azar, logo agora!”, devem dizer.

Esquecem-se, mas eu não esqueço do imenso esforço e sacrifício da sociedade brasileira para que a economia nacional saísse da hiperinflação e entrasse nos trilhos. O aperto e as dificuldades decorrentes abriram caminho para a vitória de Lula em 2002.

O irresponsável colheu os frutos da estabilidade, beneficiou-se do ingresso da China no mercado mundial (de repente, meio bilhão de chineses se tornaram consumidores e a economia brasileira beneficiou-se enormemente com isso). Lula pensou que era uma espécie de rei Midas, que tudo que tocasse virava ouro e que a China continuaria a despejar centenas de milhões de novos consumidores no mercado, todos os anos.

Deu no que se viu. Em vez de poupar, o governo petista elevou o gasto público. O Estado inchou. Obras no Brasil e no exterior passaram a ser lançadas às pencas, com olho gordo nos comissionamentos. A corrupção cresceu acima do PIB. Aliás, passou a ser medida em percentagens do PIB.

Agora, contam com a repetição da estratégia. Desde o início, exploram as dificuldades causadas pela pandemia e, agora, pela guerra. Contam com a manutenção dessa realidade para colher o benefício do esforço nacional para vencê-las. Contam com a pouca memória do eleitor e torcem contra o Brasil para fazer tudo de novo. Estão anunciando exatamente isso.

Querem desfazer novamente com os pés o que outros fizeram com as mãos.

  • 27 Julho 2022

Percival Puggina

 

Chamou muita atenção o sapateio da suposta cantora sobre a bandeira do Brasil. A jogada, visivelmente, foi ensaiada. No vídeo, se pode perceber que ela faz uma preparação para o que viria depois. Acompanhada com fundo rítmico desnecessariamente prolongado, desloca-se até o ponto do palco onde alguém lhe entrega a bandeira que seria usada para o ritual absurdo.

Por que alguém levaria uma bandeira com haste de madeira, de bom tamanho, para o show? Como esse artefato entrou na plateia?

O ritual foi altamente simbólico, como pretendeu a transgressora. Apenas funcionou com sinal contrário ao pretendido por ela. Com o gesto repugnante, a lacradora lacrou-se.

No entanto, é importante observar que a repulsa ao gesto se estende a outras condutas análogas:

- às bandeiras queimadas em manifestações políticas de rua;

- à magistrada que pretendeu neutralizar o símbolo e proteger as bandeiras vermelhas do contraste que lhes é implícito;

- aos milhares de professores que, em sala de aula, em vez de suscitar amor à pátria, dedicam-se a depreciá-la para despertar animosidades sem as quais a militância se desliga de suas fontes de energia;

- aos que saem pelo mundo a falar mal do Brasil;

- aos sabotadores do governo e da sociedade;

- aos acionistas das corporações instaladas na administração pública;

- ao cortejo dos desmamados do seio da cultura amiga e companheira, entre os quais a própria sapateadora;

- aos cúmplices, por tantos anos, com a rapina dos cofres públicos e com a pirataria nas instituições e poderes da República;

- aos criminosos do país, entusiastas da impunidade, das legalizações e dos desencarceramentos;

- aos políticos fichas sujas, empoeiradas nas prateleiras do Supremo, ou desencardidas por súbitas e enigmáticas decisões judiciais.

Todos se alvoroçam e, com esse ânimo, se revelam em dias que já fluem, céleres, para as decisões de outubro.

A exemplo da lacradora do sapateio, lacram-se por conta própria.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

  • 25 Julho 2022

Percival Puggina

 

Há vários aspectos na informação de ISTOÉ Dinheiro reproduzida abaixo. O custo da suíte presidencial, R$ 6 mil, é exorbitante num país mergulhado nas contradições de nossa sociedade. Valores dessa ordem só são pagos, em hospedagens, por pessoas com acesso a fontes de recursos abundantes. Nada errado, se esses recursos são resultado do trabalho, do talento, das habilidades e competências de quem deles dispõem.

A situação, porém, começa a ficar muito esquisita quando o hóspede trabalhou como operário nos seus primeiros anos de vida adulta e passou todas as várias décadas subsequentes fazendo política. Ninguém enriquece honestamente nessa atividade e o hóspede da suíte presidencial do Meliá é um político que vive como os que habitam a aguda ponta da pirâmide de renda do país.

Tudo piora, não obstante, quando o hóspede dessa suíte, habilitado à corrida presidencial de outubro por uma sequência de esdrúxulas decisões judiciais, é crítico ácido e áspero dos padrões de consumo da classe média brasileira!

Se já não está ruim o bastante, leve em conta, agora, o destinatário da conta. O partido do hóspede, consultado a respeito, informou ser ele, o partido, o pagador da hospedagem regularmente comprovada ao TSE e de tantas outras milionárias despesas já ocorridas e por ocorrer. Mas... de onde vem o dinheiro do partido? Do Tesouro Nacional. Quem põe dinheiro no Tesouro Nacional? Você, eu, nós todos, a nação brasileira, ou seja, esta sociedade cujos desníveis sociais tonificam o discurso do hóspede da suíte de R$ 6 mil/dia.

Não sei quanto a você, leitor, mas a mim, a hipocrisia incomoda tanto ou mais do que a vida nababesca proporcionada pela política a certos indivíduos.

Lido em ISTOÉ Dinheiro

Nos dois dias em que passou em Brasília para contatos políticos, nesta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, se hospedou na melhor suíte presidencial do hotel de luxo Meliá. Com 183 metros quadrados, o espaço é reservado na internet por uma diária de R$ 6 mil.

A suíte ocupada pelo petista, segundo anúncio do hotel, é destinada para hóspedes que vão se “sentir especiais”. Tem dois quartos, duas salas, uma cozinha completa, dois banheiros, um lavabo e dois halls. Há, ainda, uma sala de jantar para oito pessoas. A conta da hospedagem deve sair do Fundo Partidário. A socióloga Rosângela Silva, mulher de Lula, conhecida como Janja, se hospedou com o ex-presidente.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, Lula está na suíte que é oferecida a preço cheio por R$ 9,2 mil, sem o desconto da internet. A decoração é composta por móveis franceses e abajures de cristal. O hotel tem outras duas opções de suítes presidenciais – um apartamento de 86 m² e outro de 102 m² -, cada uma delas com diária de aproximadamente R$ 4 mil. (A matéria tem sequência no link acima).

  • 19 Julho 2022

 

Percival Puggina

 

         Como podemos qualificar a atitude de quem, perante um mesmo fato, adota duas atitudes opostas, uma após a outra, buscando benefício político em ambas? O nome disso, claro, é hipocrisia, a velha hipocrisia fingida, histriônica, que cada vez mais intensamente vem fazendo campo de prova na política brasileira.

A exemplo do que aconteceu no Senado, ao chegar à Câmara dos Deputados, a apelidada PEC das bondades foi recebida sob xingamentos da oposição. Acusavam-na de ser oportunista, demagógica, eleitoreira e de comprometer o equilíbrio fiscal. Discutiram e obstruíram. Como de hábito, apelaram para o STF (tipo menino mimado contrariado, que vai “fazer queixa pro papai”).

Tudo em vão. A discussão não convenceu, a obstrução não teve continuidade, o papai desta vez não se intrometeu.

O projeto venceu o corredor polonês ao som de impropérios e foi à votação. Votação nominal, palavrinha mágica que vincula para sempre o parlamentar ao voto que dá. O resultado de 393 a favor e apenas 14 contra a PEC das bondades equivale a uma sentença moral.

Era impossível votar contra, alegavam os oposicionistas, porque a proposta destinava auxílio aos setores sociais mais afetados financeira e economicamente pela pandemia, aos mais prejudicados pela alta dos combustíveis e aos mais atingidos pela consequente inflação.

No entanto, se era impossível votar contra, por ser a providência benéfica aos mais carentes, por que todo o empenho para impedir o governo de submeter a PEC ao Congresso, como manda a Constituição? Por que toda a discurseira hipócrita, demagógica e oportunista que seria desacreditada por eles mesmos com o voto pela aprovação?

Houve, no caso, dois grupos coerentes. O dos governistas que votaram com o governo concordando com as intenções benfazejas da proposta e o dos 14 oposicionistas que encararam as consequências do voto que deram e mantiveram sua rejeição. A aderência a princípios é sempre respeitável; a hipocrisia, não.

  • 13 Julho 2022