Percival Puggina
Leio no Diário do Poder
Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, crimes que o levaram a cumprir pena de prisão, o ex-presidente Lula atacou ontem a Lei da Ficha Limpa, de origem popular, um dos mais importantes instrumentos de combate à ladroagem.
“Foi uma bobagem fazer a Ficha Limpa do jeito que foi feita”, disse ele sem qualquer constrangimento, durante entrevista a uma rádio mineira. “Você, muitas vezes, pune uma pessoa e três meses depois ela readquire o direito de ser candidato outra vez”, o que não é verdade. “Eu acho que é preciso a gente dar uma rediscutida na Lei da Ficha Limpa”, ameaçou.
Na mesma entrevista à rádio Super de Minas Gerais, ele também atacou as pessoas que usam as cores verde e amarelo, da bandeira do Brasil, que ele chamou de “babaquice sem precedentes".
* Leia a íntegra em https://diariodopoder.com.br/eleicoes-2022/lula-ataca-lei-da-ficha-limpa-e-diz-que-uso-de-verde-e-amarelo-e-babaquice
Comento
Cada vez que Lula é capturado num momento de espontaneidade, seus marqueteiros pegam a vassoura e vão tentar varrer a louça quebrada. Pânico na sala de reuniões! É o que acontece com quem não tem travas oriundas de uma consciência moral bem formada.
Por isso, ele olha para seu passado, para os megaescândalos de seu governo, para a dúzia redonda de processos criminais, dos quais seus advogados devem apresentar documentos TSE, e se permite dizer que a Lei da Ficha Limpa é uma grande bobagem.
É bom que esse depoimento seja lido por todos os 1,6 milhão de signatários que endossaram a apresentação desse projeto como proposta popular, na esperança de reduzir a presença de corruptos e condenados na vida pública do país. O projeto, que ele acha “grande bobagem”, foi aprovado pelo Congresso em maio de 2010 e sancionado por ele mesmo dias depois.
Já o que chama “babaquice sem precedentes” (um perigo, a retórica dos exageros e superlativos) é simplesmente uma expressão de amor a pátria que desagrada a turma do quanto pior para a pátria, melhor para si. Só isso.
Percival Puggina
Ontem fui com minha mulher buscar uma irmã que retornava do Rio de Janeiro após longo período acompanhando, com outra mana, a irreversível moléstia de uma sobrinha. Enquanto o pesado trânsito de Porto Alegre nos arrastava num remansoso rio de luzes pela Av. Carlos Gomes, comentei que estava apreciando aquela lentidão. Ante a surpresa das duas, esclareci que durante dois anos havíamos usufruído de um trânsito mais tranquilo, mas ele refletira a dura crise econômica causada pelo “fique em casa” e pelo “a economia a gente vê depois”.
O que agora víamos nas ruas deveria ser entendido como a retomada de sinais vitais, o corpo social e econômico respondendo positivamente a uma sábia combinação de liberdade e estímulos aplicados de modo correto. Tudo isso, a despeito da conhecida turma do quanto pior melhor. Só falta algum senador abusado entrar no TSE com denúncia de que os números promissores da economia são indícios de crime eleitoral e ministro em desvario dar ao presidente 48 horas para explicar as razões pelas quais a economia emite esses suspeitos sinais positivos.
Entre as razões da aceleração dos ritmos vitais se inclui, claro, a redução do preço dos combustíveis e de inúmeros tributos, medidas cuja principal consequência é haver mais dinheiro livre nas mãos das pessoas.
Penso que estaríamos ainda melhor não fosse o fato de revivermos, nestes dias, o período cíclico das incertezas eleitorais, que se agravam sob o sistema presidencialista de governo.
Alguém disse “nada a ver”? Pois leia o programa de governo de alguns candidatos. Eles me fizeram lembrar de um antigo exercício infantil em que as crianças, unindo com traço de lápis os pontos de uma gravura, reproduziam o desenho concebido pelo autor. Quem sabe “juntar os pontinhos” dessas propostas eleitorais obtém um desenho ameaçador. De modo reacionário, os autores do desenho pretendem nos levar de volta ao início do século. Algo assim não entusiasma os bons empreendedores nem quem esteja habituado a investir com meios próprios.
Por outro lado, nossa democracia não assegura a liberdade de expressão na proporção desejada pelos democratas. Temos tópicos proibidos e alvos políticos sob proteção do vocabulário opositor. Mas o direito de dizer bobagem é lindamente irrestrito. Evite falar sério.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Percival Puggina
O YouTube retirou o tal vídeo em que um "gênio da perícia criminal" negava a ocorrência da tentativa de assassinato de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Tudo seria uma farsa construída para conduzir o candidato à vitória. Adélio Bispo juntava-se a Lula na lista dos "inocentes" sacrificados...
O vídeo ficou lá durante quatro anos até que o YouTube, espontaneamente, decidiu apagar-lhe o rastro, alegando sua disposição de coibir “discurso de ódio”. Qual o discurso de ódio existente em dizer que John Kennedy não morreu ou que Niel Armstrong não pisou na Lua?
A alegação soa tão descabida quanto o vídeo vitimado com essa decisão. Mas a plataforma não é gerida por ingênuos ou precipitados. Seria imprudente presumir isso. Algum motivo mais racional deve ter surgido e o aparentemente mais racional, nas circunstâncias, é que a empresa tenha pretendido mostrar-se “cortando para os dois lados”, não privilegiando quaisquer posições.
Você ficou convencido disso? Por certo não, nem eu.
Outro modo de ver o fato, este sim, bem mais coerente com a realidade, é ter a plataforma apagado um vídeo que testemunhava de modo eloquente o nível de ilogicidade característico de setores da esquerda tupiniquim, capazes de tirar narrativas até de uma cabeça de prego. Ou seja, o vídeo fazia muito mais mal do que bem aos companheiros do descondenado.
Percival Puggina
Na quinta-feira, matéria de O Globo permitiu a qualquer leitor com discernimento suficiente perceber a posição contrária do jornal ao projeto que acaba com as “saidinhas” temporárias dos presos. Está no rumo de sempre, a Globo. Está coerente com um jornalismo que não reconhece e não denuncia algo profundamente errado quanto um descondenado disputar a presidência da República apesar de todos os crimes que não descometeu. Está ciente e não se importa com o vexame mundial que isso representa para a sociedade e as instituições brasileiras. Não se acuse a Globo de incoerência. Vários pasquins de esquerda dizem a mesma coisa.
Além disso, vejam o absurdo. No meio da matéria, o Globo insere um vídeo com dados do “Monitor da Violência” para comprovar que no Brasil há presos em excesso, desconhecendo o excesso de bandidos na rua e o fato de que os que estão presos são os únicos bandidos que não agem, diretamente ao menos, contra a sociedade. O disparate não fica aí. Que história é essa de substituir criminalidade por “violência”? Alguém está preso por dar murro na mesa, xingar no trânsito? Isso é atitude violenta, mas crime é outra coisa, é coisa de bandido (palavra que os bandidólatras, do alto de seu humanismo nada inocente, detestam).
No plenário da Câmara dos Deputados, as “saidinhas” foram extintas por ampla maioria de votos (311 a 98). Quem votou contra? As bancadas do PT e do PSOL foram unânimes contra. Apenas um deputado em cada bancada do PDT e PCdoB, e três no PSB divergiram dessa unanimidade da esquerda na votação.
Trata-se de algo tão óbvio, tão esperável, que quase dispensa comentários. No entanto, às vésperas de uma eleição nacional em que esses partidos têm candidatos, vale a pena sublinhar isto: o mesmo eleitor que, com razão, discorda das saidinhas e não quer moleza para bandidos, vota, aos milhões, para presidente da República, num descondenado que entrou para o circuito privilegiado dos políticos que enriqueceram.
Todo mundo sabe como isso aconteceu e como foi solto, mas fazem de conta que não sabem. Pelo que se viu na votação da saidinha, o voto dos criminosos brasileiros não é secreto.
Percival Puggina
Leio na Revista Oeste
(...) É a primeira vez que todos os magistrados da Corte escrevem em uma mesma obra acadêmica. O lançamento acontece na próxima semana.
No livro, chamado Liberdades, Moraes discorre sobre a condição do candidato em período de campanha. O ministro assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 16 de agosto e será o responsável por liderar a Corte na eleição de outubro.
Alguns trechos do artigo de Moraes foram reproduzidos pela Folha de S.Paulo na última quinta-feira 28. No texto, o ministro sugere que deve estar atento à comunicação de candidatos durante a campanha eleitoral, que começa oficialmente em agosto.
“Liberdade de expressão não é liberdade de agressão! Liberdade de expressão não é liberdade de destruição da democracia, das instituições e da dignidade e honra alheias! Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos de ódio e preconceituosos”, argumenta o ministro. (...)
O livro dos ministros do STF faz parte de um projeto do Instituto Justiça e Cidadania. O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, assina a apresentação da obra.
*A íntegra da matéria pode ser lida aqui:
Comento
Verei emanar da Corte uma expressão coletiva de apreço à Liberdade? E ainda por cima no plural: Liberdades? Todas elas, refulgentes como espada de arcanjo? Espero sinceramente que sim e que tenhamos oportunidade de ler um ato de contrição do Supremo Coletivo.
O que mais ele nos tem brindado são expressões e decisões para calafetar liberdades com o carimbo da defesa do Estado Democrático de Direito. Enfim, ler para crer.
O que mais me desconforta é a informação de que o livro vem referendado com apresentação do aquiescente presidente da OAB, que de modo tão eloquente chancela com seu silêncio as supremas truculências destes últimos anos.
Percival Puggina
Leio em Epoch Times *
Trump avisa que algo pior do que a recessão está chegando
Tom Ozimek
O ex-presidente Donald Trump alertou que a economia dos Estados Unidos está a caminho de um desastre maior do que uma recessão. Seus comentários foram feitos pouco antes de as estatísticas do governo mostrarem o PIB negativo pelo segundo trimestre consecutivo, o que é uma definição prática para uma recessão.
“Para onde estamos indo agora pode ser um lugar muito ruim”, disse Trump em um comício no Arizona na semana passada. “Temos que colocar isso em ordem, temos que colocar este país em movimento, ou teremos um problema sério.”
O ex-presidente destacou o colapso dos salários reais dos americanos, uma taxa de participação da força de trabalho historicamente deprimida e a pressão democrata pelo New Deal Verde que, segundo ele, esmagaria o crescimento econômico.
“Não é recessão. Recessão é uma palavra bonita. Teremos um problema muito maior do que a recessão. Teremos uma depressão”, disse o ex-presidente.
Os comentários de Trump vieram vários dias antes de o Bureau of Economic Analysis (BEA) divulgar dados mostrando que o PIB real dos EUA caiu 0,9% anualizado no segundo trimestre, depois de contrair 1,6% no primeiro trimestre.
Dois trimestres consecutivos de crescimento negativo do PIB são uma definição comum para uma recessão, embora as recessões nos Estados Unidos sejam oficialmente declaradas por um comitê de economistas do National Bureau of Economic Research (NBER) usando uma definição mais ampla do que a regra de dois quartos.
Vance Ginn, economista-chefe da Fundação de Políticas Públicas do Texas, disse à mídia irmã do Epoch Times NTD em uma entrevista que, embora oficialmente seja o NBER que chama recessões, a regra de dois quartos é “geralmente como é feito por uma regra prática. ”
“Acho que é definitivamente uma recessão em que estamos agora por causa dessas más políticas”, acrescentou Ginn, culpando uma série de “políticas progressistas” vindas da Casa Branca e da Casa controlada pelos democratas.
* Leia mais em https://www.theepochtimes.com/mkt_morningbrief/trump-warns-something-worse-than-recession-is-coming_4619894.html
Comento
O populismo é uma distorção da política, quanto aos meios e aos fins, decorrente de processos de degradação cultural que fragilizam os valores, recusam princípios e degradam simetricamente a representação política. Tal representação sempre reflete a sociedade, agudizando o que nela exista de negativo e contraproducente. Eis por que devemos estar sempre atentos, como sociedade, aos mecanismos de controle do poder político.
Estamos a ver, infelizmente, as consequências da ascensão do populismo de esquerda nos Estados Unidos. Ela é favorecida pelo presidencialismo – importante sublinhar – em vista da concentração de expectativas e de interesses em uma só pessoa. Mesmo num país que percorreu a maior parte de sua história pautado pela descentralização característica do federalismo dos “founding fathers”, o presidencialismo vem arrastando Uncle Sam para males que são inerentes a esse sistema.
O esquerdismo avançou nos Estados Unidos. Utilizou para isso os mesmos canais empregados na infiltração da esquerda no Brasil. Com Biden, o “progressismo” fez na economia americana o estrago que a “mídia tradicional” do ministro Alexandre de Moraes acusava Bolsonaro de estar causando ao Brasil.
No entanto, enquanto os poderosos EUA entram em recessão com Biden e contemplam um horizonte de incertezas sob risco de uma bomba fiscal, o Brasil convive com o menor índice de desemprego dos últimos seis anos e inflação em queda, saiu da recessão causada pela pandemia e o PIB cresce. Mesmo num cenário de desordem das cadeias mundiais de produção, nosso país é visto pelos organismos internacionais como uma das poucas exceções positivas entre as grandes economias mundiais.
O populismo de esquerda é um desastre, é como um tornado por onde passa. Se tem dúvida, dê uma lida nas propostas de Lula.